terça-feira, 28 de outubro de 2025

__TERÇAS - FEIRAS MUSICAIS__

 


Não sei porquê, já que nunca vivi propriamente em Lisboa, e muito menos nos afamados, ou, mal-afamados - ao tempo - Bairros, do Bairro Alto ou de Alfama, a Calçada da Glória foi motivo para um Fado e já era famosa sem tragédias. Que as vidas de quem por lá circulava eram miseráveis e trágicas, segundo o Fado, não duvido, mas eram de origem diferente. Ora ouçam e pensem. Podem, se quiserem, procurar outras versões no YouTube . A letra, será sempre a mesma. 

* * * 

"Calçada da Glória"

Tristão da Silva




Quem sobe essa calçada triste e fria
E pensa de que é feita a sua história
Não consegue entender por que ironia
Lhe chamam a calçada da glória

Caminho que a subir conduz ao céu
Mas quanta vez a vida, p'lo contrário
Nos mostra que ao subir com sua cruz
A bondade de Jesus teve por prémio o calvário

E essa mulher que o destino fez perder
Sobe a calçada sem ver a sua longa descida
Que o Bairro Alto roubou-lhe há muito a memória
P'ra que ela não veja a glória em que destroçou a vida

Quem vence é invejado por vencer
Não podendo evitar um mau juízo
Apenas porque alguém não soube ver
O drama que se oculta no sorriso

Por isso, eu tenho pena de quem vive
A fingir que é feliz o seu caminho
E afinal não encontra paz nem sorte
Segue pela vida sem norte
À procura dum carinho.


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12 comentários:

  1. Faduncho.
    Não é a minha praia.
    Beijinhos

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    1. Heheheheh...Já sabia que o Pedro ia dizer isso!
      Beijinhos

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  2. Bom dia
    Tristão da Silva foi um grande fadista e quem escreveu este letra não previa evidentemente a tragédia que um dia se viria ali a proporcionar.
    Sou um apreciador de fado também .

    JR

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    1. Exactamente, Joaquim.
      Esta tragédia do rebentamento dos cabos, não tem nada a ver com este fado que, ouvido assim à distância, no tempo e no espaço, me parece algo trágico-cómico, se comparado com a verdadeira tragédia.

      Um abraço

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  3. Depois da música à moda do Quim Barreiros ou dos Minhotos Marotos, só o Fado me convence a ouvir alguns trechos. Este fado, além de uma voz bonita, tem uma letra com grande significado na Lisboa da primeira metade do século XX.

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    1. Eheheheh...desta vez o Tintinaine esqueceu-se da Rosinha.
      Quanto ao que refere tem toda a razão.
      Um abraço

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  4. Foi uma tragédia pela incúria e ganância do turismo, e dos responsáveis pela manutenção do mesmo. Trabalhei no prédio ao lado mas nunca andei no elevador. Desconhecia este fado por não ser fã, mas ouvi!
    Beijocas e um bom dia!

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    1. Beijinhos, Fatyly.
      A seguir virá algo mais alegre só para te agradar.

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  5. Não aprecio este tipo de fado.
    Nota: creio, não tenho a certeza, que o filho do Tristão da Silva também adoptou este tema.
    Beijinhos, Janita,

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  6. Nunca dececionas, Janita. : )
    Sem profundidade analítica, afirmo apenas que “adorei” este fado e a linda voz do fadista. Cresci num ambiente onde o fado era ouvido com admiração e sentimento.
    Lembro-me de um dia termos participado (estudantes) num evento qualquer. Quem tinha capa negra usou-a. Eu usei a minha. No final, um pequeno grupo reuniu-se para uma sessão de fado. Havia sempre alguém com uma guitarra. E eu, timidamente, também cantei com os demais já que a minha voz não se distinguia. : ))

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  7. Conhecia o fadista, mas não este fado. O elevador, utilizei-o, há muitos anos, várias vezes na subida, não recordando se também na descida.

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  8. O anónimo o acima é o 500 (José). Não percebo porque apareceu o anónimo.

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