Não sei porquê, já que nunca vivi propriamente em Lisboa, e muito menos nos afamados, ou, mal-afamados - ao tempo - Bairros, do Bairro Alto ou de Alfama, a Calçada da Glória foi motivo para um Fado e já era famosa sem tragédias. Que as vidas de quem por lá circulava eram miseráveis e trágicas, segundo o Fado, não duvido, mas eram de origem diferente. Ora ouçam e pensem. Podem, se quiserem, procurar outras versões no YouTube . A letra, será sempre a mesma.
* * *
"Calçada da Glória"
Tristão da Silva
Quem sobe essa calçada triste e friaE pensa de que é feita a sua históriaNão consegue entender por que ironiaLhe chamam a calçada da glóriaCaminho que a subir conduz ao céuMas quanta vez a vida, p'lo contrárioNos mostra que ao subir com sua cruzA bondade de Jesus teve por prémio o calvárioE essa mulher que o destino fez perderSobe a calçada sem ver a sua longa descidaQue o Bairro Alto roubou-lhe há muito a memóriaP'ra que ela não veja a glória em que destroçou a vidaQuem vence é invejado por vencerNão podendo evitar um mau juízoApenas porque alguém não soube verO drama que se oculta no sorrisoPor isso, eu tenho pena de quem viveA fingir que é feliz o seu caminhoE afinal não encontra paz nem sorteSegue pela vida sem norteÀ procura dum carinho.
___________________________________
__________________

Faduncho.
ResponderEliminarNão é a minha praia.
Beijinhos
Heheheheh...Já sabia que o Pedro ia dizer isso!
EliminarBeijinhos
Bom dia
ResponderEliminarTristão da Silva foi um grande fadista e quem escreveu este letra não previa evidentemente a tragédia que um dia se viria ali a proporcionar.
Sou um apreciador de fado também .
JR
Exactamente, Joaquim.
EliminarEsta tragédia do rebentamento dos cabos, não tem nada a ver com este fado que, ouvido assim à distância, no tempo e no espaço, me parece algo trágico-cómico, se comparado com a verdadeira tragédia.
Um abraço
Depois da música à moda do Quim Barreiros ou dos Minhotos Marotos, só o Fado me convence a ouvir alguns trechos. Este fado, além de uma voz bonita, tem uma letra com grande significado na Lisboa da primeira metade do século XX.
ResponderEliminarEheheheh...desta vez o Tintinaine esqueceu-se da Rosinha.
EliminarQuanto ao que refere tem toda a razão.
Um abraço
Foi uma tragédia pela incúria e ganância do turismo, e dos responsáveis pela manutenção do mesmo. Trabalhei no prédio ao lado mas nunca andei no elevador. Desconhecia este fado por não ser fã, mas ouvi!
ResponderEliminarBeijocas e um bom dia!
Beijinhos, Fatyly.
EliminarA seguir virá algo mais alegre só para te agradar.
Não aprecio este tipo de fado.
ResponderEliminarNota: creio, não tenho a certeza, que o filho do Tristão da Silva também adoptou este tema.
Beijinhos, Janita,
Viva, António.
EliminarDo filho do Tristão já eu não tenho ideia. Os tempos da adolescência já teriam passado e eu andaria já atrapalhada com outros fados, provavelmente, já cá para o Norte. Foi casar e marchar rumo ao desconhecido... :(
Beijinhos, António
Nunca dececionas, Janita. : )
ResponderEliminarSem profundidade analítica, afirmo apenas que “adorei” este fado e a linda voz do fadista. Cresci num ambiente onde o fado era ouvido com admiração e sentimento.
Lembro-me de um dia termos participado (estudantes) num evento qualquer. Quem tinha capa negra usou-a. Eu usei a minha. No final, um pequeno grupo reuniu-se para uma sessão de fado. Havia sempre alguém com uma guitarra. E eu, timidamente, também cantei com os demais já que a minha voz não se distinguia. : ))
Ah, Catarina, minha Amiga, tens o dom de empurrar os outros, menos convictos, para a frente, sempre a animar quem se sentir menos bem.
EliminarÉs um doce de pessoa e assim imagino que seja a tua vós.
Bem-hajas! :)
Beijinhos
: )
EliminarConhecia o fadista, mas não este fado. O elevador, utilizei-o, há muitos anos, várias vezes na subida, não recordando se também na descida.
ResponderEliminarJá eu nunca tive o gosto de andar nesse funicular, José.
EliminarNem para cima nem para baixo.
Mas andei - desci - no 'nosso'; o que vai da Praça dos Poveiros até ao tabuleiro inferior da Ponte D. Luís.
O anónimo o acima é o 500 (José). Não percebo porque apareceu o anónimo.
ResponderEliminarAinda bem que me avisou... :)))
EliminarConfesso que gostei mesmo muito de ouvir a voz de Tristão da Silva. Um fado antigo e bonito que me levou à minha pátria por momentos.
ResponderEliminarCresci num ambiente onde não havia lugar para „Fátima, Fado, Futebol“.
Boa noite 😘
Antigamente, só cantava quem tivesse boa voz, agora, qualquer um/a canta. Embora, haja bons fadistas.
EliminarDesse 3 F's, só me encantei e encanto com o Fado.
Um abraço
Interessante suas ponderações iniciais Janita.
ResponderEliminarUma musica a contar a historia de uma máxima, da gloria que pode levar à derrocada. Acompanhei com tristeza a tragedia, pois aqui temos semelhante transporte, que chamamos de Plano Inclinado, puxados por cabos de aço.
Um belo fado dorido e bela partilha amiga.
Bjs de paz no coração.
Olá, Toninho.
EliminarTudo, desde edifícios, a meios de transporte públicos ou privados, necessita da devida manutenção, até o corpo humano, à medida que vai envelhecendo... :) Parece que no caso da tragédia que ocorreu com o funicular, ou ascensor, da Graça, foi o atento e devido cuidado com este secular meio de transporte.
Obrigada e um forte abraço, caro amigo.
Saúde e paz é o que lhe desejo,
Gostava (e ainda gosto) de Tristão
ResponderEliminarGosto muito deste fado, embora me remeta para coisas tristes
Mas realço
que vou propor que este fado
faça parte
do que a minha convidada Luísa Moutinho
irá cantar
no evento que estou a organizar
Queres lá ir
para a ouvir?
Beijo expectante