domingo, 22 de maio de 2016

"Mãos Feridas Na Porta D'um Siilêncio"

Bilhete-postal ilustrado recebido há muito, muito tempo.


Vida que às costas me levas
porque não dás um corpo às tuas trevas?

Porque não dás um som àquela voz
que quer rasgar o teu silêncio em nós?

Porque não dás à pálpebra que pede
aquele olhar que em ti se perde?

Porque não dás vestidos à nudez
que só tu vês?


(Poema de  Natália Correia)



34 comentários:

  1. Uma Mulher Enigmática, mas com veia poética !

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Completamente, Ricardo. Uma poetisa como poucas e uma mulher de armas.

      :)

      Eliminar
  2. Simplesmente maravilhoso, Janita, que bela partilha!
    Beijinho.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Ana.
      O meu trabalho e mérito não é nenhum.
      Publico o que já foi escrito.:)

      Beijinho.

      Eliminar
  3. Apenas para assinar o ponto e enviar um abraço no dia do mesmo.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ponto assinado, abraço recebido, resta-me agradecer-lhe ter vindo. :)

      Eliminar
  4. Janita...
    Compreendes se te disser que não quero que a vida me leve às costas?

    Abraco grande

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ricardo,

      Nem tu, nem ela nem eu, mesmo em sentido figurado, obviamente.
      A poesia nem sempre pode ser levada à letra, sabes isso tão bem ou melhor do que eu.

      Um beijinho e boa noite, Ricardo! :)

      Eliminar
    2. Pois nao, é para ser sentida.

      Outro abraço

      Eliminar
    3. Senti-la, a poesia, talvez seja meio caminho andado para chegar ao que o poeta nos quer transmitir, não achas, Ricardo? :)

      Beijinhos

      Eliminar
  5. Ah tanta falta, tanta falta
    nos faz Natália...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Agora mais do que nunca, Rogério...

      Ela, a sua boquilha, a sua cigarrilha e o seu ar desbragado, descarado, frontal...
      Como ela ainda não surgiu outra igual.

      Eliminar
  6. Janita, Um Domingo cheio de poesia!
    bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Papoila, para mim qualquer dia é bom para ler poesia, embora os poemas da Natália Correia sejam um tanto enigmáticos.
      Exceptuando os satíricos, que são os meus preferidos.

      Beijos

      Eliminar
  7. Excelente.
    Um abraço e uma boa semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A Natália não era uma mulher fácil de se entender, mas foi uma grande poetisa e uma figura carismática no mundo das Letras.

      Um abraço e obrigada, Elvira. Boa semana

      Eliminar
  8. Mulher controversa, Natália Correia era uma poetisa excelente.
    Beijinhos, boa semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quem teve a sorte ou o privilégio de frequentar o seu 'Botequim', tudo gente ligada à literatura a à participação contra o regime ditatorial do Estado Novo, onde as palavras eram armas, viveu grandes tertúlias, onde a Natália era a rainha. É o que tenho lido. Aliás, um amigo comum, conviveu muito de perto com ela.
      Beijinhos, Pedro, boa semana

      Eliminar
  9. Este poema de Natália Correia, composto por várias perguntas retóricas, é muito profundo. Embora estamos convictos que somos nós que levamos a vida à costas, se pensarmos que, mal nascemos adquirimos um passaporte para a morte, e que essa é, na verdade, a única certeza que temos nesta vida, então, somos obrigados a concluir que é mesmo a vida que nos leva às costas. A vida que inevitavelmente desagua nas trevas, na morte, nesse mistério ininteligível, como um rio que desagua e se perde no mar.

    Um beijinho, Janita, e obrigada pela partilha :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Analisando as palavras escritas no poema, segundo o ponto de vista da Miss Smile, não posso deixar de concordar, ter sido esse o pensamento da poetisa.
      Costumamos dizer que carregamos uma cruz, de tão dura a vida nos parece, mas a verdade é que ela é que no carrega até que se canse e nos atire para a cova.
      Essa sua capacidade que reflexão, Miss Smile, leva-nos a seguir o seu raciocínio e constatar que está plenamente certo.
      De repente, o que parece confuso, torna-se perfeitamente transparente.
      Eu é que lhe agradeço o muito que vou aprendendo consigo.

      Um beijinho com ternura. :)

      Eliminar
  10. Sempre tive uma grande admiração pela Natália, mulher única e de fibra.
    Precisávamos de mais idênticas a ela.

    Beijinhos Janita

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Todos nós lamentamos muito que tenha partido tão cedo, se bem que essa 'fibra' que a Natália possuía, não fizesse dela a pessoa com quem fosse fácil conviver. Dizem...:)

      Beijos, Manu.

      Eliminar
  11. O poema é lindo, mas o postal é FANTÁSTICO! Vou responder no CR à sua questão.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada pela sua presença, Carlos. Fiquei contente por ter gostado do postal.
      Já lá voltei ao CR e também já enviei os postais.
      Um abraço!

      Eliminar
  12. O postal é brutal, adorei!
    Sempre gostei e admirei muito Natália Correia, este poema fez-me pensar em algo que um dia falamos.

    Um beijinho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ok, Adélia, quando quiseres falar e desabafar, sabes onde estou.
      Estes postais ilustrados, que vieram de várias partes do mundo, também têm uma história curiosa. Não há dúvida de que o que a vida destina, ninguém pode alterar.
      Há coisas que dão para pensar...

      Um beijinho amigo, Flor.

      Eliminar
  13. Estranho "ver" e sentir a Natália com um tão mau apreço pela Vida ! :( ...
    Vida de trevas sem corpo, que me carrega ;
    Vida sem ligação ao corpo que não permite o diálogo consigo mesma ;
    Vida sem visão ;
    Vida nua !!!

    Acho demasiado lúgubre, Janita ! Demasiado Vida "madrasta" !
    Eu vejo-a (a Vida), com uma visão completamente oposta ! ... (??)
    Acho o poema (em si) demasiado soturno, demasiado negro ! ...
    Não posso gostar do poema ! :(

    Gosto mais "da outra" Natália ! :))

    Beijo, Janita ! :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Momentos de interrogação feitos em horas duvidosas, Rui.
      Quem os não tem ou teve algum dia?

      Aposto que sei qual o poema que te agradaria ler dela; Seria o Truca-Truca? Esse poema é genial. :))

      Fica para uma próxima, Rui.
      Sabes que este postal sugeriu-me este poema, por alguma razão.
      Pois, a outra Natália, sarcástica, chistosa e contundente?
      Afinal, é uma e a mesma pessoa, com momentos altos e baixos, como todos nós.

      Beijinhos, Rui! :)

      Eliminar
  14. Difícil de interpretar esta escrita da Natália! E tão agreste!
    Mas gostei do postal. Adoro postais!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se gostas de postais, Graça, participa no 'desafio' que o CBO propôs aos seus leitores.
      Eu, que agora descobri a caixa onde estes estavam guardados, de quando em vez farei um post com postais ilustrados antigos e originais. Tenho uma boa colecção deles.

      beijinhos

      Eliminar
  15. Muito lindo comovente!!!!
    Bjbj Lisette

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Comove tantas interrogações e nenhuma resposta, Lisette.

      Beijinhos e boa semana

      Eliminar
  16. Resposta ao poema: proque ná apeteci!

    ResponderEliminar
  17. É uma resposta tão válida como outra qualquer.

    Ou então: Porque sim! Nã ei?

    ResponderEliminar