quarta-feira, 30 de setembro de 2020

ALIMENTO DA ALMA.

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E porque o alimento da alma não é composto apenas por poesia, mas também por outros ingredientes indispensáveis a uma Vida harmoniosa, vou tentar alimentar um pouco a alma de quem pensar como eu:

Flores, Música, Poesia e o riso de uma Criança, são o tema deste meu postal. Espero que vos agrade e desejo muito que alguns de vós conheçam esta canção que embalou a minha adolescência. A música está no vídeo, a letra é a que segue abaixo do mesmo. 💗  🌼


                                                  


Ya no estás más a mi lado, corazón

Y en mí alma solo tengo soledad

Ya que yo no puedo verte, por qué Dios me hizo quererte

Para hacerme sufrir más?


Siempre fuiste la razón de mi existir

Adorarte, para mi, fue religión

Y en tus besos encontraba el calor que me brindaba

El amor y la pasión.


Es la historia de un amor como no hay otra igual

Que me hizo comprender todo el bien, todo el mal

Que le dio luz a mi vida, apagándola después

Ay, qué vida tan oscura, sin tu amor no viviré...


...Ya no estás más a mi lado corazón...


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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

AVANTE, POETAS.

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"Meu Quintana"


Meu Quintana, os teus cantares

Não são, Quintana, cantares:

São, Quintana, quintanares.


Quinta-essência de cantares...

Insólitos, singulares...

Cantares? Não! Quintanares!


Quer livres, quer regulares,

Abrem sempre os teus cantares

Como flor de quintanares.


São cantigas sem esgares.

Onde as lágrimas são mares

De amor, os teus quintanares.


São feitos esses cantares

De um tudo-nada: ao falares,

Luzem estrelas luares.


São para dizer em bares

Como em mansões seculares

Quintana, os teus quintanares.


Sim, em bares, onde os pares

Se beijam sem que repares

Que são casais exemplares.


E quer no pudor dos lares.

Quer no horror dos lupanares.

Cheiram sempre os teus cantares


Ao ar dos melhores ares,

Pois são simples, invulgares.

Quintana, os teus quintanares.


Por isso peço não pares,

Quintana, nos teus cantares...

Perdão! digo quintanares.

* * * 

Manuel Bandeira

(Numa homenagem a Mário Quintana)


Na foto,  que roubei  AQUI   podem ver, da esquerda para a direita,  os Poetas e Amigos: 

Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira, Mário Quintana e Paulo Mendes Campos. 

Peço a TODOS que não deixem de clicar no link que indica a proveniência da imagem.

 Ficarão a conhecer o porquê deste Poema  Dedicatória/Homenagem, de Manuel Bandeira a Mário Quintana.

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Por mim, aproveitando a onda, dedico este postal a

 TODOS  os Poetas 

do meu blogobairro, que é como quem diz:

aos blogues que figuram na lateral direita deste meu espaço.

Obrigada!

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sábado, 26 de setembro de 2020

Ladainha (com rima)

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Havia no passar do tempo

um tempo que era só meu

a esse tempo entreguei

tudo o que me apeteceu.

Era franzina de corpo

nunca fui moça dotada

trazia em mim um desgosto

não poder fazer o gosto

que a minha alma ansiava.

Viajar, conhecer mundo

partir nem que fosse a pé,

à boleia, nem pensar!

 Nos homens não tinha fé.

Não era por saber por mim

por ter tido más experiências

dos mais velhos ouvia dizer

"Não te fies nas aparências".

Um dia, que dia aquele,

de frio cortante e gelado

toda vestida de branco

realizei o meu maior sonho;

- Mas, não devia ter realizado

Saiu-me gorado o sonho

ficou o caldo entornado!!








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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

É MATURIDADE, É O QUE É...

 ...Porque o  sofrimento traz crescimento interior e amadurece a razão e o coração.

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Uma das coisas que mais me agradaram nos meus inúmeros passeios blogosféricos nos últimos tempos, foi constatar da maturidade emocional e traquejo social, alcançada pela rapariga da papelaria.

Eu, cá pra mim - tenho que, aquele olhar enviesado, ao formular a pergunta : -  " E conhece muitos assim?"

- não foi mais do que uma mescla de certeza e sarcasmo consciente e convicto, relativamente à afirmação de quem a  imagina ainda, com o coração a bater destrambelhadamente no peito.

Eu, não teria tido a sua diplomacia.


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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Um Soneto Por Semana. # 3

 



Meu Amor! Meu Amante! Meu Amigo!

Colhe a hora que passa, hora divina,

Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo!

Sinto-me alegre e forte! Sou menina!


Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina…

Pele doirada de alabastro antigo…

Frágeis mãos de madona florentina

– Vamos correr e rir por entre o trigo! –


Há rendas de gramíneas pelos montes…

Papoilas rubras nos trigais maduros…

Água azulada a cintilar nas fontes…


E à volta, Amor… tornemos, nas alfombras

Dos caminhos selvagens e escuros,

Num astro só as nossas duas sombras!…


"Passeio ao Campo"

Soneto de Florbela Espanca

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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

AI DEUS, E U É?

 


Manel Mau - Tempo

Ai, Manel, ai Manelito

por onde andas tu meu amiguito?

     Ai Deus, e u é?

*

Nas minha noites de insónia 

venho ler-te e recordar

quando foste tu, aflito,

que por mim andaste a procurar

- Ai Deus, e u é?

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Lembras-te?

FOI

AQUI

E tantos amigos lá estiveram e tudo esqueceram,

porque as coisas que mais nos lembram

são aquelas que se guardam, 

não só na memória, mas

também no coração.

* * * 

Ai avezinhas, ai avezinhas cheias de cantiga,

se sabedes novas da minha amiga!

    Ai Deus, e u é?


 Ai passaritos, ai passarocos que tendes pouca bexiga,

se sabedes novas da rapariga!

    Ai Deus, e u é?


Se sabedes novas da minha amiga,

aquela que nã dorme, recusa salvadores nadadores e sente fadiga!

    Ai Deus, e u é?


Se sabedes novas da querida Janita,

aquela de entre todas que sempre me arrebita!

    Ai Deus, e u é?


 Vós me perguntardes pela voss'amiga,

e eu bem vos digo que é sã e viva.

(...)

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E tu, Manel?

Vem, volta a escrever!


El Rei D. Dinís te perdoará

pois plágio mais nobre e belo do que o teu, não há.

Ai, Deus, por onde andará?


Espero, esperamos todos, quantos te querem e estimam,

com a vinda do Outono,

das nuvens carregadas da água bendita,

voltes para nós

para nos alegrar

com a tua belíssima escrita.

* * * 

E NÃO, NÃO FOI FICÇÃO!


TRATA-SE DE AMIZADE QUE NOS ENCHE O CORAÇÃO.




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    Ai Deus, e u é?

sábado, 19 de setembro de 2020

ATENÇÃO, ISTO NÃO É FICÇÃO!

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Todos os dias,

 ao final de cada dia,

juro a mim mesma 

que esta noite 

vou ter uma noite

bem dormida.


Tomarei um copo de leite morno 

com canela

e tudo farei para 

não pensar nela.


À medida que as horas

avançam

vejo-a, de olhos abertos

fitando os meus.

Não me atemorizo

e enfrento-lhe o olhar,

firme, decidido, preciso.


Afasto o edredon

retiro as almofadas de crochet

que me ofereceram e não

me lembro se foi a mana

por alvitre do mano Zé.

Meto-me na cama

apago a luz 

coloco a venda nos olhos

dez segundos certos depois

ouço um ruído surdo 

junto ao meu ouvido.

Retiro a venda

acendo a luz.

Tudo igual, não vejo nada,

subitamente,

sinto no ar  perto do meu nariz

um forte cheiro daquela

água-de-colónia,

a fragrância tão minha conhecida.


Olho-a nos olhos

travamos luta renhida

ganha a insónia

e eu levanto-me

de seguida...


...dou um doce a quem descobrir

para onde me vou distrair!





Adenda a 20-09-20 às 21:00

A primeira pista para quem desejar habilitar-se ao doce, prometido no texto, dei-a ontem na resposta a um comentário e trata-se da foto de Alain Delon.

Darei agora a segunda e última, pois à terceira será a resposta definitiva.

Assim sendo aqui vai:-

              *

D. Dinís - O Lavrador

Rei - Poeta - Escritor -Trovador

                    *   

 - Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!

    Ai Deus, e u é?

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Então? Alguém sabe aonde vou? Por onde anda o meu amigo, ou acaso recorda a sua preocupação comigo?


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terça-feira, 15 de setembro de 2020

*

 

Se sorri convosco

se convosco festejei aniversários 

e alegrias,

quero juntar a minha tristeza

à vossa tristeza.


A si, Teresa,

digo-lhe:





"Até um dia"


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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

ABÓBORAS HÁ MUITAS.

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Tudo isto que aqui vês

são abóboras redondinhas.

Há-as de todas as cores

grandes e mais pequeninas,




umas mais esverdeadas,

outras mais amarelinhas

de todas as que mais gosto

são as abóboras-meninas.




* * * * * * * * * * * 


Estas fotografias, chegaram até mim enviadas por alguém ainda minha parente, - prima, em segundo grau - que emigrou há largos anos para a Suíça germânica. Lá casou (com um alemão) e teve dois filhos.

Curiosamente, a filha, recém licenciada, veio viver para Portugal. Trabalha em Lisboa, mas é na moradia que a mãe comprou, na terra que a viu nascer e crescer, no Alentejo, que passa os seus fins de semana.

Que imã interior é este que atrai os corações para Portugal e os leva para o Alentejo? Eu diria que é a lonjura, até onde o olhar alcança...


🌞


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domingo, 13 de setembro de 2020

A MINHA REINVENTADA GIOCONDA!

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Quando vi as Monas Lisas do Pedro Coimbra AQUI, lembrei-me do leilão que em tempos fiz de uma Mona Lisa que, escondida no meu sótão, replecto de velharias, trouxe à luz do conhecimento geral, pois que também eu sou uma excelente conhecedora de peças de Arte.

Estas são duas das muitas Monas que poderão apreciar, mas lá, no Devaneios



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Agora, vamos aos factos, concretos e importantes!

*
"Ainda se lembram daquele príncipe saudita, que arrematou o Salvador do Mundo, tela supostamente da autoria de Mestre Leonardo da Vinci, na leiloeira Christie's, pela módica quantia de 380 milhões de euros ?  Quem não se lembrar pode refrescar a memória AQUI.

Pois bem, onde quero chegar é a este importante tema:
Nas voltas pelo meu sótão, na vã procura de encontrar algo que me abrisse o apetite para iluminar e dar vida ao meu habitat, vejam só a obra de arte que me apareceu, vinda de uma época sem precedentes, vivida por mim, e por mim já quase esquecida."

Esta, é a minha Mona.

* * 

O texto, acima, em itálico, foi mais ou menos o que escrevi aquando do meu leilão. O 'móbil' desta publicação hoje, é levar-vos a rever
algo completamente insólito nestes caminhos blogosféricos.
Ora, faça-me lá o favor de clicar  AQUI.
E digam-me de vossa justiça, se isto não foram tempos fabulosos.

Grata pela paciência que demonstrarem.
Já que isso
 é qualidade rara, hoje em dia, deixo-vos o meu

Muito Obrigada!

😇

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

POR ISSO SE DIZ QUE VIVER NÃO CUSTA....

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...Ao que vejo por aí, eu sou (ainda) uma mera aprendiz.

* * * 


Um velho fazendeiro com sérios problemas financeiros comprou uma mula a outro fazendeiro por mil euros e concordou em receber a mesma no dia seguinte. Entretanto, nesse dia, o vendedor da mula procura-o:

— Desculpe-me, mas, infelizmente, tenho más notícias... a mula morreu.

— Tudo bem. Devolva-me o dinheiro.

— Não posso. Já o gastei.

— Ok. Então, traga a mula morta.

— E o que vai você fazer com ela?

— Vou rifá-la.

— Você não pode rifar uma mula morta.

— Claro que posso. Só não vou dizer a ninguém que ela está morta.

Passado um mês, os dois homens encontram-se novamente, e o vendedor da mula pergunta:

— Que fim levou a mula morta?

— Eu rifei-a, como tinha dito que faria. Vendi quinhentos números a dois euros. Consequentemente, recuperei novecentos e noventa e oito euros.

— E ninguém reclamou?

— Só o tipo que ganhou, mas eu devolvi-lhe os dois euros dele.

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Moral da estória: Ninguém ficou zangado, tampouco saiu prejudicado.

E o fazendeiro necessitado até ficou beneficiado.

Assim, é que é bonito e fica bem!!


Gostaram?

Eu, também gostei muito!




É O QUE VOS DESEJO.



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terça-feira, 8 de setembro de 2020

CELEBRAR A VIDA.

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Rio Vouga - Aveiro


Na água do rio que procura o mar;

No mar sem fim; na luz que nos encanta;

Na montanha que aos ares se levanta;

No céu sem raias que deslumbra o olhar;


No astro maior, na mais humilde planta;

Na voz do vento, no clarão solar;

No insecto vil, no tronco secular,

— A vida universal palpita e canta!


Vive até, no seu sono, a pedra bruta . . .

Tudo vive! E, alta noite, na mudez

De tudo, — essa harmonia que se escuta


Correndo os ares, na amplidão perdida,

Essa música doce, é a voz, talvez,

Da alma de tudo, celebrando a Vida!


*   *   *


O Soneto é de Olavo Bilac 

16-12-1865  - 28-12-1918

Rio de Janeiro - Brasil


A fotografia é minha


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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Vai Chamar Prima A Outra...

 ...e não me aborreças.

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Se há coisa que me faz perder as estribeiras nestas andanças de blogues, são as contas para entrar aqui e ali e-mails etc. Então, quando começam a aparecer-me mensagens estúpidas e sem sentido,  provavelmente provocadas por um inexplicável equívoco, nem vos digo nada.  

Acho que anda alguém a vasculhar o meu e-mail, ou, na pior das hipóteses a confundir a minha conta com uma outra parecida. Tenho de alterar a minha password.

A última era de um tal Primo Bernardo,  que nunca vi mais gordo e se queixava de uma amiga, pretendente a noiva ou coisa que o valha. Rezava assim:


  - "Prima Maria, começo a ficar enfastiado da conversa desta tagarela, que não pára de falar de assuntos completamente desprovidos de interesse para mim. Mostra-se, a cada dia que passa, mais fútil e  de cabeça oca. Nem posso crer como foi possível que já houvesse um tempo em que eu bebia as suas palavras, extasiado, olhos e ouvidos atentos nas suas palavras  de veludo. Bebia, sôfrego, tudo o que daquela boca de carmim saía  como se fossem um néctar dulcíssimo, indispensável neste meu ocaso encanecido. Já não a suporto."



Opá...e eu com isso? - respondi, ríspida - Vai chamar Prima Maria à tua tia! 

Espero que não me incomode mais...


😠


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domingo, 6 de setembro de 2020

CASTIGO SEM CRIME.

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Nada é mais comum 
a todos os seres vivos
do que a certeza
do fim da vida.

Um dia, quando eu 
partir
deixarei de ver a vida
através dos teus olhos,
as tuas palavras 
deixarão de ser o 
amparo que hoje
mantém
minh'alma viva
e me sustenta.

Ah...nesse dia,
ou noite, quem sabe?-
para meu infortúnio,
continuarei a
eterna 
prisioneira
deste meu silencioso
cativeiro...


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sábado, 5 de setembro de 2020

Não Somos Deuses Tampouco Seres Belos E Perfeitos, Sabiam?

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Quem pensar - haverá quem isso pense? - que os autores de blogues são seres perfeitos, sem máculas no corpo ou na mente, desengane-se. Se bem que não me sinta mentalmente maculada, o mesmo não posso dizer do que me vai acontecendo fisicamente. Não serão bem nódoas vergonhosas ou que devam ser escondidas. É mais marcas comuns ao comum dos mortais.

Agora, haveria necessidade de as  assumir publicamente? Não, efectivamente não havia necessidade. Nem de mostrar a quase amputação da unha do dedão do meu pé direito, nem de ter mostrado como o fiz em tempos, a cavidade de um dente que me caiu. Mas eu quis mostrar e mostrei.

- Oh, Janita, - disse-me alguém de quem muito gosto e me conhece como ninguém - podias ter abordado o assunto e deixavas à imaginação de quem te lê - poucos, diga-se - essa figurinha triste.

Rimos ambos muito e nunca nos zangámos, por isso... O que vale é que desta vez ninguém vai ver e quem vir, fará de conta que não viu. 


Esta unha esteve doente e foi tratada por podologista de inegável competência. Não é nada bonito de se ver, não senhores. Quem tiver algum fetiche por pés vai ficar curado....  


😜 


TENHAM  UM

FELIZ

FIM  DE  SEMANA. 


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quinta-feira, 3 de setembro de 2020

DO MEU ENTARDECER.

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Não sei, nunca o soube 
e acredito que já seja tarde
para tentar saber.

Sempre que entardece
sinto que também 
em mim a noite vai descendo
e me sufoca.
Por isso, prefiro ficar
dentro de casa
acendo todos os candeeiros
para não me aperceber 
se já entardeceu.

A noite vai descendo e eu
fico esperando
que um dia
o entardecer não me 
entristeça...


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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

ANTIGO, MAS VIRGEM.

Foi assim que te vi, virgem e puro
e logo por ti me enamorei
ó doce e querido
companheiro.






"Talvez em eu morrendo a teus ouvidos
chegue a notícia, que hoje os factos voam,
e oiças então os íntimos gemidos
que exalo e não te soam."

🍀

Isto me dizias quando por entre ti olhei
ainda antes mesmo de te desfolhar
tão amarelecido, cansado, gasto
ó querido companheiro
agora que já és meu de copo inteiro
enquanto não te tiver 
possuído
até ao fim, 
não conseguirei 
serenar.






Tive-o há já tanto tempo que nem sei fazer as contas há quantos anos foi,

emprestei-o não sei a quem, perdi-lhe o rasto

mas reencontrei-o numa banca de rua 

de livros usados.

Com todas as folhas ainda por abrir.


Segundo rezam os escritos da primeira página, as 

"POESIAS  LÍRICAS  COMPLETAS

foram coordenadas sob as vistas do autor

por

TEÓFILO  BRAGA."


Que preciosidade me veio  ter às mãos sem eu contar!

Sinto que fui abençoada, por um feliz acaso.



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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Pequena Elegia a Setembro Com Céus (ainda) de Agosto

 

Aquele candeeiro veio estragar tudo



Não sei como vieste,
mas deve haver um caminho
para regressar da morte.

Estás sentada no jardim,
as mãos no regaço cheias de doçura,
os olhos pousados nas últimas rosas
dos grandes e calmos dias de setembro.

Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?

Queria falar contigo,
Dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.

Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?

Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.





As palavras são de Eugénio de Andrade in "Antologia Poética".

Os Céus, claro, são meus.


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