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O Mais Famoso Soneto da Literatura Universal:
O SONETO DE ARVERS
"Félix Arvers teve a glória de produzir o mais famoso soneto surgido na literatura universal. Soneto algum jamais foi tão traduzido e imitado.
Um poeta de 24 anos escreveu-o no álbum maravilhoso de uma jovem de 19 anos, comprometida e recatada, sem grande beleza, mas dotada de muita inteligência, graça e simplicidade.
Poetisa de alma iluminada. Autora e intérprete de melodias colocadas em poemas de Victor Hugo, Alfred de Musset e Sainte-Beuve.
A afeição do poeta era imensa. E tão discreta que, pelo menos, aparentemente, passou despercebida à moça dos seus sonhos.
Ao mesmo tempo feliz e desventuroso, subiu, como uma estrela divina, ao céu azul da imortalidade, o amor sem esperança de um cantor pela sua Musa."
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Apresentado o Poeta e a paixão que o levou a escrever tão belo Soneto, cabe-me acrescentar que, das muitas traduções e adaptações feitas em torno do poema, - como podem confirmar aqui - escolhi a adaptação do poeta baiano José Augusto de Carvalho (1890), por ser a que mais gostei.
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Um segredo cruel tenho n'alma escondido:
imenso, eterno amor num instante criado.
Sem remédio ao meu mal, padeço resignado,
pois quem me faz sofrer não sabe se hei sofrido.
Por ela eu passarei talvez despercebido;
mesmo que junto esteja, eu me sinto isolado,
e toda minha vida assim terei findado,
sem nada ousar pedir, nem tendo recebido.
Embora Deus lhe desse uma alma carinhosa,
ela irá seu caminho, alheia, descuidosa
desta queixa de amor, que sempre a seguirá!
E lendo este soneto, assim tão cheio dela,
dirá pelo dever que compaixão revela:
—"Que mulher será essa?" — E nada entenderá.
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Espero que vos agrade, tanto, quanto me agradou!