A navegar num doce mar de mosto,Capitão no seu postoDe comando,S. Leonardo vai sulcandoAs ondasDa eternidade,Sem pressa de chegar ao seu destino.Ancorado e feliz no cais humano,É num antecipado desenganoQue ruma em direcção ao cais divino.
Nem vinhedosNa menina dos olhos deslumbrados;Doiros desaguadosSerão charcos de luzEnvelhecida;Rasos, todos os montesDeixarão prolongar os horizontesAté onde se extinga a cor da vida.
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho!
S. Leonardo de Galafura
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[ Fotografias minhas - Poema de Miguel Torga ]
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Lindo passeio, fotos bem especiais e poesia!
ResponderEliminarÓtima semana, beijos, chica
Não é à toa que este rio e toda a rota por onde passa é D'ouro, Chica.
EliminarBeijinhos.
Publicação maravilhosa que muito gostei de ver e ler. Deixo o meu elogio.
ResponderEliminarCumprimentos
Muito obrigada, Rycardo!
EliminarCumprimentos
Um vídeo interessantíssimo para admirar a paisagem e lembrar um dos meus escritores portugueses preferidos — transmontano, está claro.
ResponderEliminarAo ver as belas fotografias recordei o maravilhoso passeio pelo Douro do Porto até à Régua com duas alemãs amigas.
Boa noite para ti e até amanhã com as terças-feiras musicais 🎶🎶🎶
Se não tivesses mencionado as Terças-Feiras musicais nem me lembrava, Teresa.
EliminarJá está preparada, mas sem agendamento de hora. Até à meia-noite é terça-feira.
Um abraço
Que saudades tenho deste lugar e destas fotos.
ResponderEliminarJá fiz este precurso e adorei.
O poema é sublime.
Beijinhos Janita
Podes voltar sempre que quiseres, Manu. O rio Douro e os Cais de ambas as margens nunca saem daqui, à tua espera!
EliminarBeijinhos
Quando passar pelo Cais Capelo & Ivens tire uma fotografia especial.
ResponderEliminarLugar mágico!
Beijinhos
Para o Pedro, especialmente, esse Cais terá um encanto cheio de magia, suponho!
EliminarBeijinhos
Logo que li os primeiros versos, adivinhei que eram palavras do Torga. O miradouro de Galafura fica perto da terra onde ele nasceu e deve ter lá ido vezes sem conta para admirar o Douro.
ResponderEliminarNo vídeo, podemos ouvir justamente isso que o Tintinaine diz.
EliminarDepois de conhecermos o estilo poético de Torga, facilmente o reconhecemos nos versos que escreveu.
Um abraço.
Não conheço o Douro e fico sempre encantada pelas reportagens que fazes! Adorei vir aqui e obrigada pelo passeio e diria com o Torga:)
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Para tudo nesta vida, há sempre uma primeira vez, Fatyly.
EliminarPoderás vir num qualquer dia, quando menos esperares.
Beijinhos
Conheci o dr. António Coelho da Rocha no seu consultório em Coimbra onde ao longo de três dias me confessou que escrevia muito mais do que dava consultas... E quando, no meio da charla ma perguntou qual da sua vastíssima obra preferia lhe respondi que eram os «Bichos» que, aliás, conservo, cuidadosa e religiosamente autografado por ele.
ResponderEliminar«Bichos» é um livro de contos publicado pela primeira vez em 1940. Atingiu, em edição de autor, 11 edições. Bichos combina a requintada escrita de Torga, tornando cada animal apresentado numa pessoa.
Se ainda não o leram, tomo a liberdade de o fazer; para mim é uma «pequena obra prima». Mas, voltando ao poema que publicas, mais um exemplo do génio de Torga que, para mim, deveria ter recebido o Nobel. Mas, não era comunista, nem tinha a Pilar del Rio...
As tuas fotos, maravilhosas, se o Torga ainda fosse vivo, diria que ilustram e de que maneira essa maravilha da Poesia. Muito obrigado querida Amiga.
Beijos & queijos de cabra transmontanos
Henrique
HenriquAmigo, permite-me um pequeno reparo. O verdadeiro nome do escritor/médico/poeta, que escolheu o pseudónimo literário de Miguel Torga - por razões já aqui explanadas - era Adolfo Correia da Rocha.
EliminarQuando aos "Bichos" também o tenho, por sinal já bem velhinho. Quando o encontrar, numa nova edição, hei-de comprar, a exemplo do que já fiz com os seus "Contos da Montanha" .
Eu é que te agradeço a presença assídua, meu Amigo.
Beijinhos e queijos alentejanos.
Bom dia
ResponderEliminarUm trabalho de se lhe tirar o chapéu, digno de ser publicado em qualquer canal de TV.
Parabéns amiga.
JR
Bom dia, amigo Joaquim.
EliminarAgradeço a sua imensa generosidade, embora lhe reconheça um certo exagero, levado pela sua inestimável amizade. :)
Um abraço.
Nostálgico este post. Mas, é uma nostalgia boa. Para mim, pelo menos.
ResponderEliminarTanto o passeio de barco como a visita ao Miradouro me deixaram muito boas recordações.
Miguel Torga é mais um dos grandes autores portugueses.
Um abraço Janita,
Sandra Martins
Sabe Sandra? Penso que das coisas más que a todos acontece nesta vida, ninguém sentirá saudades = nostalgia, penso, (logo existo 😊 ) Pelo que, para mim, toda a nostalgia é boa. A melancolia é que nem por isso!
EliminarNo Miradouro nunca estive, mas na terra natal do poeta, já.
Cá para mim, Torga, não é «mais um dos grandes». É o grande!
Um abraço, Sandra e tudo de bom na sua vida.
Mas que bem.... Faz cruzeiros no Douro, vai com a cabeça ao vento e às tantas também deve beber cálices de vinho do Porto.
ResponderEliminarE o próximo?
Vai num daqueles cruzeiros que saem Leixões rumo ao mar do norte?
Vai ver as baleias e as orcas?
:-)
😊 Ah, pois faço...
EliminarTodos os direitos me assistem.
Há tantos anos a viver no Norte
Maldita seria a minha sorte
Se permanecesse no Cais
Sem ver os socalcos marginais
Que em todo o percurso existem. 😛
Não, Remus! Baleias e orcas são peixões que me intimidam.
Prefiro ir ver os golfinhos... quer ir comigo?
Um abraço.