Havia uma velhinha que
sabia andar bem de lambreta. Todo o santo dia ela passava pela
fronteira montada na sua lambreta, com um bruto saco atrás. O pessoal da
Alfândega tudo gente com trinta anos de praia, ou seja, bem experiente,
começou a desconfiar da velhinha. Um dia, quando ela vinha na lambreta com
o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou-a parar. A velhinha parou e
então o fiscal perguntou-lhe:
– Escute aqui, avozinha, a
senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora
leva no saco?
A velhinha sorriu com os
poucos dentes que lhe restavam e respondeu:
– É areia!
Quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco.
A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito embatucado, pediu à velhinha que fosse em frente.
Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal, desconfiado, como
todos os fiscais, pensou; talvez a velhinha passasse um dia com areia e no
outro com droga – ou sabe-se lá o quê.
No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou-a parar novamente. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, ora essa!
No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou-a parar novamente. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, ora essa!
O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se aborreceu:
– Olhe, avozinha, eu sou
fiscal de alfândega há mais de 40 anos. Topo essa coisa de contrabando a
léguas, ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Mas... no saco só tem areia!
- Insistiu a velhinha. E já ia montar a lambreta, quando o fiscal propôs:
– Eu prometo à senhora que a deixo passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai dizer-me: qual é o contrabando que está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não
“espalha”? - Quis saber a velhinha.
– Juro, - respondeu o fiscal.
– Juro, - respondeu o fiscal.
– É a lambreta, -
responde ela com toda a naturalidade de quem diz a verdade.
* * * * *
Moral da história: Às vezes, a verdade está bem debaixo do nosso nariz,
mas nós, imbuídos do nosso convencimento de que somos os senhores da verdade absoluta, que
sabemos tudo, focados numa ideia preconcebida, nem a vemos…
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rsrsrsssssssssss, muito boa essa, eu também estava louca pra saber o que a velinha levava no saco...
ResponderEliminarbeijinho, to rindo, amiga!
:) O saco era só para desviar as atenções do veículo de duas rodas, que transitava de um país para o outro, sem pagar direitos aduaneiros. Artes de contrabandista experiente, Tais!
EliminarBeijinhos, bom fim-de-semana, Amiga! :)
Essa é tão velha,
ResponderEliminartão velha, tão velha
Que essa avozinha
era... a minha
Sendo eu uma jovem,
Eliminartão jovem, tão jovem,
só agora a conheci.
Descobri-a no diário
do meu tetravô
quando ontem,
de madrugada, o li.
:)
Mesmo na língua de Camões gostei desta história‼ Embora eu nunca teria dito ao fiscal a verdade‼
ResponderEliminarContinuação de bom fim-de-semana com ou sem lambreta 🏍
A verdade, pode ser uma faca de dois gumes, querida Teresa!!
EliminarNunca hei-de esquecer a lambreta de uma amiga da minha irmã e do sucesso que ela fez, na então Vila alentejana. O meu primeiro grande sonho - era eu uma criança - foi possuir uma igual, quando crescesse.
Bom fim-de-semana.
Sem lambreta, claro!
Em Londres o meu namorado tinha uma lambreta e eu adorava viajar assim, sem capacete!
Eliminar💚 Saudações de um Düsseeldorf frio, chuvoso e triste como o dia de hoje!!!
Suponho que por essa altura o uso do capacete não fosse obrigatório, como agora.
EliminarTambém por aqui o dia está chuvoso e triste, mas nada frio.
Beijinhos.
A idade é um posto!!!
ResponderEliminarBjs, bfds
Um posto cada vez menos respeitado, caro Pedro! :(
EliminarBeijinhos e bom fim-de-semana
Desconfiemos de quem parece “inocente”.
ResponderEliminar: ))
Inocência em demasia não é virtude, é defeito.
EliminarHá que desconfiar das santinhas,
sejam jovens ou velhinhas...:))
Beijinhos, Catarina.
Bom fim-de-semana.
Bom dia
ResponderEliminarPensei que eram pneus .
Uma sexta um pouco diferente , mas o humor continua .
JAFR
Ehehehe
EliminarTambém poderia ser, Joaquim.
Desmontada a coisa, e vendidas as peças, se calhar rendia mais.
Hoje foi uma sexta diferente, para não enjoar. :)
Bom FDS.
Nunca lá chegava! :)
ResponderEliminarPensei em tudo menos lambretas. :)
Bom feriado!
Beijinhos Janita
Não pensaste porque a tua mente estava virada para o material escondido no saco. ehehehe
EliminarBeijinhos e bom fim de semana, Manu.
Boa tarde de Novembro, querida Janita!
ResponderEliminarMuito boa! Desviar focos e seguir trapaceando os outros são típicos dos 'sábios' experientes... rs...
Inteligente sua postagem para nos mostrar verdades cruciais.
Tenha dias felizes!
Bjm carinhosp e fraterno de paz e bem
Este Novembro começa tristonho e cinzento, amiga Roselia.
EliminarO frio é que ainda não veio, ainda bem!
Muito obrigada pela simpatia que sempre dedica aos amigos virtuais de aquém e além-mar.
Um beijinho grato
Conhecia-a, mas de bicicleta, não de lambreta. Mas sempre tive uma dúvida: era sempre a mesma lambreta ou era uma na ida e outra na volta? Onde estava o contrabando?
ResponderEliminar1 bji.
Para a senhora, que já não ia para nova, ficava difícil pedalar, lambreta é mais cómodo.
EliminarPois...eu tenho uma ideia, mas não direi. Cada qual que tire as suas conclusões, ou então, temos de contratar os serviços da
Agência do Ó para investigar o caso das lambretas contrabandeadas...Que diz?
2 Bjis
Muito, muito bom!! :)
ResponderEliminar-
Quisesse eu, expor meu corpo envergonhado
Beijo. Bom fim de tarde!
Obrigada, Cidália.
EliminarTenho de lá ir ver, ao seu espaço, o que a impede de expor o seu corpo e porquê envergonhado. Ainda não tive vagar, mas vou agora.
Beijos, bom FDS.
É verdade, na grande maioria dás vezes, nem queremos saber se estamos com razão, ou não, decidimos que estamos certos, e fim de papo... kkkkk
ResponderEliminarOlá, seja bem-vindo, Manuscritos...:)
EliminarE, quando nos assenhoreamos da razão, fica difícil vemos as coisas sob um prisma diferente, não é? :) Depois, ficamos de cara à banda quando a coisa não é como pensávamos. É assim com tudo e com todos.
ahahahahah rebolei :-)
ResponderEliminarBoa tarde, Janita
Agora fizeste-me rir. :))
EliminarQuer-se dizer; rebolaste em duas rodas...ehehehehe
Boa noite, Non!
Beijinhos
Kkkk coitada da lambreta :))
ResponderEliminarBjos
Votos de uma óptima noite
Rodou muito a dita, foi Larissa??
Eliminar:)
Beijos.
É isso mesmo. Às vezes pensamos que sabemos tudo e não sabemos é nada.
ResponderEliminarAbraço e feliz Novembro.
Nem mais, Elvira!
EliminarPor isso se diz que: nascemos sem saber, vivemos a aprender e morremos sem nada entender. Se não for assim, é parecido.
Um abraço e bom Domingo.
( não gosto nada do mês de Novembro.)
Um beijinho e um grande, grande sorriso, Janita :)
ResponderEliminarUm sorriso :)
Eliminare um grande, grande beijinho, querida Maria João.
Obrigada! :)
Cuidado com as velhotas que atravessam as fronteiras... A idade dá-lhes sabedoria e "manhas" nem sempre fáceis de detectar conforma se prova nesta história. Muito boa "avózinha"!
ResponderEliminarBeijokas e muitos sorrisos