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Depois de uma noite mal dormida, devido a uma tosse seca e incomodativa, que me levou a ingerir pequenos goles de água de dez em dez minutos, ao amanhecer, completamente zonza e com dificuldade em abrir os olhos, autodiagnostiquei-me como portadora do coronavírus. Após um café bem forte, reforçado na quantidade e densidade, nem por isso me senti melhor.
Sentia-me tremendamente injustiçada. Porquê eu, se me precavenho de lugares muito frequentados, se vivo desde há dois anos uma vida de quase clausura?
Estava decidido. Iria fazer o abominável teste. Comprei-o na farmácia do meu bairro e regressei a casa quase correndo.
Segui as instruções tal qual me haviam sido recomendadas pela jovem e simpática Dra. Ana, não sem antes as confirmar na bula que acompanha o kit. Ainda que sejam apenas dois centímetros e meio da zaragatoa a penetrar nas narinas, as lágrimas correram-me cara abaixo. Imagino se tivesse sido testada no CS...
Vira, vira, vira, dez vezes numa narina...e o saco lacrimal a esvasiar-se no meu rosto. Vira, vira,vira, outras dez vezes na outra narina.
Mergulho aquilo no líquido e, vira, vira, vira, mais dez voltas. verter três gotas, esperar 15 minutos e...resultado negativo? Então, afinal o que é que eu tenho? Pelo sim, pelo não, vou permitir que o amigo Ben me acompanhe de doze em doze horas, já que me acompanhou, em dose dupla, juntamente com o autoteste.
👀👀👀👀👀
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