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Imagem retirada da Net. |
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Imagem retirada da Net. |
Um pequeno nabo ficou esquecido
na gaveta do armário frio
onde se guardam os alimentos. *
Quando o encontrei,
com espanto me deparei
com uma coroazinha de pequenos rebentos.
Confinada mas não de ideia estagnada
logo a minha mente fervilhante,
para o tempo ocupar
engendrou um esquema
para vários postais publicar.
Agora é só ir olhando
o desenvolver da folhagem
e sempre que haja uma significativa
evolução
o irei fotografando para fazer
a devida exibição.
Boa?
* Frigorífico
🌱
E agora, façam o favor de admirar o meu abacateiro
🍃
Só para tranquilizar!!
Temos que nos manter em quarentena com calma, pois já há registo de pessoas que estão a ficar maluquinhas por estarem confinadas em casa.
Estava a comentar sobre isso ainda há pouco com o microondas e com a torradeira, enquanto tomava o meu café!
E não é que os três concordamos com esta situação?!
Não comentei nada com a máquina de lavar, porque ela distorce tudo...
Muito menos com o frigorífico, devido à sua frieza...
Com a televisão ou a ventoinha nem pensar. Uma fala demasiado, a outra espalha tudo aos quatro ventos.
Ainda pensei em pedir a opinião da panela de pressão, porém como ficou logo nervosa e começou a bufar, desisti.
Restava-me o fogão, mas com quatro bocas nem quis arriscar.
Valha-me o ferro que me acalmou dizendo... Que tudo vai passar!!
😷 😷 😷
😷 😷 😷
Da Saudade.
A saudade de ti, do teu carinho,
do teu sorriso e do teu abraço,
é uma ave ferida
que encontrou em mim abrigo
e se aninhou
no meu regaço.
Ao meu neto João
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"O Beijo" Tela de Henri Toulouse - Lautrec |
Soneto da Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Soneto de Vinícius de Moraes
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..................e só o teu seguirás? A decisão é vossa.
Conselho.
Tradução:
- Ó Zé, tão dizendo aí na vila que você está dando consulta igual médico.
- Consulta, não!... Eu tou é dando conselho.
- Então me dá aí um conselho que a minha saúde não anda boa.
- Bom, você procura uma árvore e vai lá urinar.
- Ué...e que tem conselho a ver com urina e árvore?
- É assim, depois de urinar você fica olhando. Se juntar formiga: tem diabetes... se secar rápido: tem muito sal...se tiver cheiro de carne: tem colesterol alto...se esquecer de abrir a braguilha: é Alzheimer... se não enxergar a árvore: tem cataratas...mas se você não acertar na árvore: tem Parkinson...agora, se você não sentir o cheiro...
Aí, meu amigo: é Covid.
( Tomaram nota? É que a mim me parece que quem pergunta é Mulher...
ou será que tenho cataratas? )
😂 😍 😋
[ Obrigada, Manu! 😘 ]
..............À minha medida, vá!
Na sexta-feira, ao final do dia, desloquei-me pela segunda vez, já este mês, ao consultório do meu dentista. É verdade, também tenho um dentista. Um dente que até já tinha sido desvitalizado, começou a dar-me guinadas que mais pareciam alfinetes a picar-me a garganta, o ouvido, a cabeça, e até os implantes já me doíam, senhores. Uma coisa de levar alguém - que não eu, osso duro de roer - à loucura. Vim de lá novamente medicada com antibiótico, em dose cavalar, para lá voltar em Fevereiro para efectuar a excisão. Oh, tortura...
É que nem direito ao pote de ouro tive... Ninguém merece!
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...Das palavras e dos actos.
Há palavras sedutoras
que nos mexem com os sentidos.
Mas essas o vento as leva.
Já os exemplos perduram,
são eles que forjam e tecem
compromissos assumidos.
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Este Bonsai é artificial, mas é o que tenho. E não, não o comprei nas lojas de chineses. Quando o adquiri, ainda nem havia por cá disso! |
"Bonsai é o cultivo de uma planta que pode ser uma árvore, arbusto ou trepadeira lenhosa ou semi-lenhosa, cultivada em vasos de pequena profundidade, apesar de ser uma planta de tamanho reduzido expressa toda a beleza e características de uma planta adulta no seu habitat natural. A palavra Bonsai que é uma palavra de origem Japonesa, tem a sua tradução para o português “planta em bandeja ou cultivo em bandeja”.
Existem relatos do cultivo do bonsai a mais de 800 anos na China e Japão, onde eles eram cultivados por pessoas da elite, diferente de hoje, onde é cultivado por pessoas das mais diferentes classes sociais em todo mundo."
Confira AQUI a fonte de onde retirei estes dados.
Como isto da cultura oriental anda tudo ligado, digo eu, como leiga que sou, passo de imediato dos Bonsai para os poemas Haiku.
O haiku é uma forma tradicional de poema japonês. Este tipo de poema obedece a regras, tem apenas uma estrofe, composta por três versos.
Os versos devem ter no seu conjunto 17 sílabas, distribuídas do seguinte modo:
– Cinco sílabas no primeiro verso.
– Sete sílabas no segundo verso.
– Cinco sílabas no terceiro verso.
Como diria Bashô:
"Na minha casa
Pernilongo pequeno
É o que ofereço".
Quem escreve Haikus como poucos o sabem fazer, não é japonês nem chinês. É espanhol. O meu querido amigo Disancor fotógrafo/poeta que vive em Don Benito, uma localidade situada na Estremadura. Tenho a honra e o enorme privilégio de ter sido presenteada com uma foto sua e um haiku a mim dedicado.
Completam-se dez anos, no próximo Dia dos Namorados, que o meu amigo Disan fez ESTA (clique) publicação para oferecer a todos os enamorados.
Eis um dos haikus, dessa série, que agora vos trago e comprovam toda a sua sensiblidade e talento. Porém, não deixem de clicar no link e acedam a todo o conjunto de poemas de que até Bashô se orgulharia.
"En mis labios
Carmín de tus besos
Deseo y fuego."
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Foto minha |
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"PRÓ PUDOR"
Todas as noites ela me cingia
Nos braços, com brandura gasalhosa
Todas as noites eu adormecia,
Sentindo-a desleixada e langorosa.
Todas as noites uma fantasia
Lhe emanava da fronte imaginosa
Todas as noites tinha uma mania,
Aquela concepção vertiginosa.
Agora, há quase um mês, modernamente,
Ela tinha um furor dos mais soturnos,
Furor original, impertinente...
Todas as noites ela, ah! sordidez!
Descalçava-me as botas, os coturnos,
E fazia-me cócegas nos pés...
Cesário Verde.
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Enquanto cirando pela casa, aos domingos de manhã, gosto que me cheguem aos ouvidos sons de vozes. Se vierem aompanhados de música que eu goste, melhor. Se não, por lá continuam a falar e a cantar, sem que eu os cale nem lhes dê atenção.
Hoje, a meio da manhã, os acordes do Cante levaram-me a correr da cozinha ao quarto. Lá estavam Pedro Mestre - o Mestre da viola campaniça - e amigos.
Com grande pena minha, mal cheguei abalaram eles. Logo depois abalei eu, que a papelada no escritório não se compadece com o confinamento e há que preparar e organizar o que tem de ser organizado. Os dias passam velozes e o ano do nosso descontentamento cada vez se afasta mais.
Valeu-me ser rápida no clique, caso contrário, nem teria como ilustrar estes pouquíssimos minutos de encanto que usufruí com o meu Cante.
«VEM À JANELA» , a cantiga que me ficou a saber a pouco, por não a ter ouvido toda, não a encontrei pelos caminhos Youtubescos. Depois de muitos e infrutíferos minutos de pesquisa, acabei por a vislumbrar AQUI. Todavia, o ritmo é outro numa versão mais moderna e a fugir um pouco ao tom do Cante.
"Há várias vidas dentro do Cante Alentejano e da tradição"- disse Pedro Mestre numa entrevista há uns anos atrás.
Sem dúvida, Mestre Pedro, sem dúvida... Eu que o diga!
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Pedras Parideiras - Arouca - Fonte |
PEDRA, DEPOIS PÓ E FINALMENTE VIDA.
Olhei a pedra.
Fria, Estúpida. Parada.
Calada.
De tanto a olhar julguei-a bela
Transformei-me nela
Frio. Estúpido. Parado.
Calado.
Sem destino sequer
de pedrada no charco
Sujeito à degradação do relento
e à erosão do vento
em breve serei pó.
Não olhes para mim, assim,
Mexe-te, ao menos.
A pouco e pouco se mexeram
e num repente
o Mundo assistiu
ao despertar das pedras.
Autor: Rogério Pereira.
Não foi Dona Albertina que me contactou - tomara ela que eu nem me lembrasse - fui eu que decidi não ser apanhada de novo, desprevenida, igual ao que me aconteceu no primeiro confinamento.
Resolvi dizer adeus ao moderno cabelo encaracolado e amadeixado, e assentei arraiais no salão, disposta e preparada para sair de lá pronta a aguentar-me até à Primavera sem me parecer com a mulher das cavernas em que me tornei vai para um ano. (Até a máscara foi um alívio para se não ver o buço basto e farfalhudo- lembram-se?)
..................SÃO ELES.
[E, somos todos nós, seus amigos.]
É assim, com o coração nas palavras, que o nosso amigo Rogério Pereira nos fala do livro de poemas que tão generosamente se dispôs a oferecer a familiares e amigos.
Recebê-lo, e guardá-lo só para mim, seria um acto egoista da minha parte, pelo que hoje o vou partilhar com todos os visitantes deste meu cantinho.
...Recolhi na Net este simples e belo poema.
Escrito pelo Poeta Castro Alves, está recheado de lindas e subtis metáforas.
Vamos ver quem as consegue identificar?
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Fotografia minha. |
Os lugares mais recônditos da alma humana, quando expressos em palavras escritas, deverão ser sempre claros e límpidos, para que todos quantos as lerem as possam interpretar à luz do sentimento de quem as escreveu.
Quem o não conseguir fazer, sem o uso de metáforas vulgarmente usadas no sentido prático e pouco atractivo do seu uso corrente, não pode nem deve insurgir-se contra quem as não souber interpretar.
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Fotografia da autora do texto. ***************************************** |
Música e palavras ternas são como um favo de mel,
doces de sabor e alimento para a alma.
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Foto minha |
Anoitecer.
Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol… Aves em bandos destacados,
Por céus de oiro e de púrpura raiados
Fogem… Fecha-se a pálpebra do dia…
Delineiam-se, além, da serrania
Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia…
Um mundo de vapores no ar flutua…
Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua…
A natureza apática esmaece…
Pouco a pouco, entre as árvores, a Lua
Surge trémula, trémula… Anoitece.
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Llegamos al Punto.
Ya conociste mi ropa de verano y de invierno
ya me sacaste la ropa
de verano
y de invierno
Tengo una pregunta
¿Dejamos acá
o empezamos de nuevo?
[ Poema de Natalia Leiderman ]
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Fonte do desenho |