domingo, 30 de dezembro de 2012

HAJA O QUE HOUVER, VENHA O QUE VIER...FELIZ ANO NOVO!.!!




Receita de Ano Novo




Para você ganhar belíssimo Ano Novo
Cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
Para você ganhar um ano
Não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
Mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
Novo
Até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
Novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
Mas com ele se come, se passeia,
Se ama, se compreende, se trabalha,
Você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
Não precisa expedir nem receber mensagens.

(planta recebe mensagens?
Passa telegramas?)


Não precisa
Fazer lista de boas intenções
Para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
Pelas besteiras consumidas
Nem parvamente acreditar
Que por decreto de esperança
A partir de janeiro as coisas mudem
E seja tudo claridade, recompensa,
Justiça entre os homens e as nações,
Liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
Direitos respeitados, começando
Pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
Que mereça este nome,
Você, meu caro, tem de merecê-lo,
Tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
Mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
Cochila e espera desde sempre…

Carlos Drummond de Andrade
 
                                                         
                                                          

Meus Amigos, apesar das péssimas previsões com que nos bombardeiam aqueles que comandam o destino do nosso País, para o próximo Ano e seguintes, vamos manter  viva a Esperança.
 A todos desejo um Feliz 2013.
Não podemos permitir que nos roubem tudo...até a alegria de viver!
 
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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A Cantadeira.

 
 
 

A Cantadeira

 Acabei a minha sessão de canto, estou triste, flor depois das pétalas. Reponho sobre meu corpo suado o vestido de que me tinha libertado. Canto sempre assim, despida. Os homens, se calhar, só me vêm ver por causa disso: sempre me dispo quando canto.
Estranha-se? Eu pergunto: a gente não se despe para amar? Porque não ficar nua para outros amores? A canção é só isso: um amor que se consome em chama entre o instante da voz e a eternidade do silêncio.
Outros cantadores, quando actuam em público, se
 trajam de enfeites e reluzências. Mas, no meu caso,
 cantar é coisa tão maior que me entrego assim
pequenitinha, destamanhada. Dessa maneira, menos
 que mínima, me torno sombra, desenhável segundo
 tonalidades da música.
Cantar, dizem, é um afastamento da morte. A voz suspende o passo da morte e, em volta, tudo se torna pegada da vida. Dizem mas, para mim, a voz serve-me para outras finalidades: cantando eu convoco um certo homem.

Era um apanhador de pérolas, um vasculhador de maresias. Esse homem acendeu a minha vida e ainda hoje eu sigo por iluminação desse sentimento.
 O amor, agora sei, é a terra e o mar se inundando mutuamente.

Amei esse peroleiro tanto até dele perder memória. Lembro apenas de quanto estive viva. Minha vida se tornava tão densa que o tempo sofria enfarte, coagulando de felicidade. Só esse homem servia para meu litoral, todas as vivências que eu tivera eram ondas que nele desmaiavam. Contudo, estou fadada apenas para instantes.

Nunca provei felicidade que não fosse uma taça que, logo após o lábio, se estilhaça.

Sempre aspirei ser árvore.

 Da árvore serei apenas  luar, a breve crença de claridade.

Excerto do conto de Mia Couto, 
 Na Berma de Nenhuma Estrada

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

PORQUE SIM...







 
Pela primeira vez agendei um post! Seria para hoje de manhã, cedo. Terminada a noite de Consoada mudei de ideias. Resolvi que o post agendado ficaria adiado. Teria sido pela chuva deprimente, pela alegria apenas aparente...quase a fingir que se sente, ou porque passados tantos Natais a vida continua impiedosamente fustigando, qual chuva persistente, os corações de tanta gente?
Bem vindo Mário Viegas, quer seja Natal, Páscoa ou Carnaval!
 
                                                                                       
 
 
QUE FUTURO???
 
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Uma Luz Chamada Esperança.




Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade !
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei !

 Fernando Pessoa

 
                                                                                     
 
 
 MEUS AMIGOS,  A TODOS DESEJO BOAS FESTAS .
 
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domingo, 16 de dezembro de 2012

FOLHAS MORTAS.


 
 


AR DE NOCTURNO

Tenho muito medo
das folhas mortas,
medo dos prados
cheios de orvalho.
eu vou dormir;
se não me despertas,
deixarei a teu lado meu coração frio.

O que é isso que soa
bem longe ?
Amor. O vento nas vidraças,
amor meu!

Pus em ti colares
com gemas de aurora.
Por que me abandonas
neste caminho?
Se vais muito longe,
meu pássaro chora
e a verde vinha
não dará seu vinho.

O que é isso que soa
bem longe ?
Amor. O vento nas vidraças,
amor meu !

Nunca saberás,
esfinge de neve,
o muito que eu
haveria de te querer
essas madrugadas
quando chove
e no ramo seco
se desfaz o ninho.

O que é isso que soa
bem longe ?
Amor. O vento nas vidraças,
amor meu!
 
Poema de Federico García Lorca
 
 
 
 
 
 
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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Que lindas, eu, e a minha mana...!!! :)

Serpa 1957.  Igreja de S.Salvador.



Adeus ó Vila de Serpa

saudades quem as não tem

dentro das tuas muralhas

a uma rosa eu quero bem.

 

Adeus ó velho castelo

companheiro do luar

quem me dera já lá ir

para tu me ouvires cantar.

 

Ó Serpa pois tu não ouves

os teus filhos a chorar?

enquanto os teus  filhos choram

tu Serpa, deves cantar.

 

"Quem me dera ser de Serpa

 ou em Serpa ter alguém

 para poder ouvir dizer:

 és de Serpa? Cantas bem!"

 

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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

AMIGOS MEUS SÃO ASSIM...!

 
 
 
 
 
 

“Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
(...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso. (...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. (...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois quando os vejo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

Óscar Wilde

 
 
 
LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

domingo, 9 de dezembro de 2012

ENIGMAS.




O Sorriso da Mona Lisa
Não posso desviar de ti o olhar.
Pois, por sobre o homem que te guarda,
Estás suspensa, as mãos cruzadas devagar,
E sorris, calada.
És célebre, como a tal Torre de Pisa,
O teu sorriso passa por ironia.
Sim… porque é que ri a Mona Lisa?
Ri-se de nós, por nós, apesar de nós, contra nós

Ou que mais o teu riso diria?
Calma nos ensinas o que tem de acontecer.
Porque o teu retrato, Lisa, claro no-lo diz:
Quem deste mundo tanto pôde ver –
Cruza as mãos, cala e sorri, como tu sorris.

Poema de Kurt Tucholsky (1890-1935)

                                                     
                                                 

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Cátia Vanessa...


Farta de receber ordens.
 
Era uma vez uma menina que estava farta de estar em casa. Farta, farta, farta que a mandassem para a escola; farta, farta, farta que se zangassem com ela para comer; farta, farta, farta que a obrigassem a vestir o que não queria e farta, farta, farta de não mandar nada em ninguém e toda a gente mandar nela!
Além disso, a menina estava amuada desde que tinha nascido, por lhe terem chamado Cátia Vanessa, quando preferia mil vezes que a tivessem baptizado como Penélope.
Um dia queixou-se à mãe:
— Mãe estou farta, farta, farta! Quero outra vida, quero mandar muito!
E a mãe desatou-se a rir (os adultos às vezes riem nas alturas mais estúpidas) e respondeu:

— Então faz-te à vida, filha: arranja casa e emprego, e depois mandas em quem quiser obedecer-te.
A Cátia Vanessa, ou Penélope como gostava de se imaginar, foi ter com o pai e repetiu-lhe a pergunta:
— Pai, pai, estou farta, farta, farta desta casa...
O pai, que estava a aparafusar uma estante, olhou para ela lá de cima, e disse-lhe:
— Ó minha amiga, põe a trouxa às costas e faz-te à vida!
Estava tudo doido naquela casa, pensou a Cátia Penélope Vanessa. E, ainda por cima, o pai e a mãe tinham aquela irritante mania de dizerem sempre a mesma coisa, mesmo quando não esta­vam juntos. Se fossem os pais dos seus amigos tinham-se atirado aos pés dos filhos a pedir-lhes para não se irem embora, a prometerem presentes se ficassem... Mas os pais da Cátia Vanessa, tinham dito, mais coisa menos coisa:
— Se não estás bem, muda-te!
Era demais! Agora ia mesmo fugir de casa, e depois é que os pais haviam de ver! Pegou numa mala e atirou as suas coisas mais preciosas lá para dentro: uma camisa de noite, a t-shirt com o golfinho de que mais gostava, uma bolsinha com moedas de ouro que a avó, mãe da mãe, lhe tinha dado em pequenina, e duas escovas de prata, herdadas da avó mãe do pai, que já tinha morrido. Depois, bateu a porta com o maior estrondo que pôde e começou a descer a rua, com um passo rápido. De vez em quando olhava por cima do ombro: de certeza que, com aquela barulheira, os pais tinham percebido que fugira e vinham atrás dela...
Mas, estranhamente, nada. E a Cátia Penélope Vanessa teve de virar a esquina, sabendo que nenhuma pessoa grande estava com ela... Quando se viu naquela rua onde nunca tinha estado sozinha, sentiu-se um bocadinho assustada. Assustada porque se tinha esquecido de pensar para onde ia. Não podia ir para casa de avós, nem de tios, nem de amigas, porque, se não, ligavam logo aos pais a dizer onde ela estava, e assim eles não se assustavam.
Sentou-se num degrau e pensou e pensou... Uma velhinha de lenço preto na cabeça, que ia a passar, parou para lhe falar:
— Perdeste-te, menina? — perguntou a senhora.
A Cátia deu um salto e agarrou-se com mais força à sua mala. Mas, como fora de casa era bem-educada (a maioria das pessoas são mais educadas fora de casa, vá-se lá saber porquê!), respondeu:
— Eu fugi de casa, mas não tenho para onde ir.
E a velhinha, tentando esconder o sorriso, perguntou, curiosa:
— Porque é que fugiste?
Aí a menina ficou um bocado envergonhada:
— Porque queria mandar muito! E porque estava farta de receber ordens de toda a gente... — murmurou baixinho. — E então os meus pais disseram para ir procurar alguém que obedecesse às minhas ordens, porque na casa deles, mandavam eles. É injusto!
A velhinha ficou muito séria. Pensou, pensou e depois respondeu:
— Já sei! Tenho exactamente aquilo de que precisas. Espera aqui um bocadinho que já volto.
E a menina Cátia esperou, porque também não tinha para onde ir. E, minutos depois, a velhinha voltou com um cachorrinho pequenino, de um castanho muito clarinho, orelhas compridas e um focinho com bigodes. E disse:
— É para ti. Assim não vais sentir-te tão sozinha, e podes mandar nele. Mas manda bem, porque os cães sabem muito bem o que é justo e o que não é. E se não for, é natural e bem feito que te dê uma dentada. Mas se for bem mandado, dá-te lambidelas e salta para brincar contigo.


                                                       



A Cátia Penélope Vanessa ficou muito, muito contente. Disse obrigada várias vezes e voltou a subir a rua inclinada até à porta de casa. E agora, como é que ia voltar sem que fizessem troça dela? E se estivessem zangados? Mas, mesmo antes de ter tido tempo de abrir a porta, a porta abriu-se e a mãe agarrou-a ao colo, e apertou-a com muita força:
— Minha pateta, ainda bem que voltaste! Não conseguíamos viver sem ti!
E o pai desceu do escadote, atirou-a ao ar e disse:
— Não voltes a fugir, está bem?
E a Cátia mostrou-lhes o cão pequenino, e a mãe e o pai disseram que sim, que podia ficar com ele, desde que lhe desse de comer, o levasse ao veterinário e a passear à rua, o educasse a não fazer chichi dentro de casa e a não morder, e a obedecer às ordens dos donos. A Cátia olhou espantada:
— Mas isso é o que vocês fazem comigo!
Desataram todos a rir e a Cátia Penélope Vanessa decidiu que pelo menos um erro não ia repetir: não ia baptizar o cão com um nome de que ele não gostasse. Por isso perguntou-lhe como é que ele queria chamar-se. Como ele respondeu «Ão-ão», foi como «Ão-ão» que foi baptizado.

 
Isabel Stilwell
Histórias para contar em 1 minuto e ½

 
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ALGURES ENTRE O RISO E O PESAR.

 
Tem, sim senhor! O palhaço é que já perdeu a piada.
 
 
 
Quero, no entanto, acrescentar alguma qualidade a este post, pelo que vos deixo algumas das belezas que existem nas verdades escondidas, sob a aparência de coisas divertidas.
 

 
Retrato Próprio
 
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.
 
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
 
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:
 
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.
 
                              ( Obviamente, Soneto de Bocage)
 
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domingo, 2 de dezembro de 2012

SENTIR SÓ O QUE SE SENTE.




Fernando Pessoa
 

Gato que brincas na rua
 
Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
 
                      

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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Concurso de Natal 2012 - Estrelas de Presépio.




O blog "A  Barbearia do Senhor Luís", desde 2006 que, por alturas da quadra natalícia, promove um Concurso de Natal . Este ano parece que o evento andou um pouco estremecido, tipo vai, não vai...
Eis senão, quando o amigo CBO no seu blog "Crónicas on the Rocks", nos dá a boa notícia, como podem constatar seguindo o link.  Ora, como não consigo resistir a qualquer repto que seja lançado, em prol de tudo que sejam desafios, passatempos ou concursos, resolvi participar também neste. Este ano, será subordinado ao tema:
"Uma Estrelinha Que os Guie".
 Suponho que o que se deseja, é que surja uma estrelinha que guie o burro e a vaquinha de volta ao Presépio da nossa infância. Se não for esta a ideia, peço desculpa ao patrocinador do Concurso. Tenho a certeza que o Senhor Luís se prontificará a prestar todos os esclarecimentos que lhe forem solicitados. Pela minha parte devo dizer-vos que já fiz, desfiz e refiz tantas vezes a estrela, que temendo arrepender-me e apagá-la de vez, já que fico sempre insatisfeita com quase tudo o que realizo, resolvi consumar a sua publicação e deixar à apreciação do administrador do blog onde vai decorrer o evento, se a minha estrelinha é digna de participar em tão honroso concurso.
Termino rogando a todos os meus leitores e amigos, que não deixem de visitar a distinta Barbearia do Senhor Luís e de participarem também neste interessante concurso.

Um beijinho para todos! :)

PS. Agora, a parte mais difícil: vou ter que avisar o Senhor Luís para vir aqui buscar a imagem!...

 
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terça-feira, 27 de novembro de 2012

"LA GIRALDA" O Café onde nasceu o Tango " LA CUMPARSITA"


Aqui nasceu oTango mais famoso de todos os tempos.

Imagem DAQUI
 


"O café "La Giralda", em Montevideo, Uruguai, ocupa um lugar especial na história do Tango. Foi ali, no ano de 1917 que um jovem Gerardo Matos Rodriguez deu (anonimamente) a partitura de um tango, em 4/8, que  ele havia escrito para a orquestra de Roberto Firpo.

 Gerardo era então um adolescente (17 anos), e um estudante na faculdade de Arquitectura, em Montevideo. Foi modéstia? Timidez? Medo do ridículo? Quem sabe até se ele queria permanecer anónimo? Firpo só sabia que o nome do jovem compositor era Gerardo. Foi só mais tarde que a plena identidade do autor foi conhecida. Ele era jovem, educado e sensível. Também foi um pouco ingénuo. Vendeu  por 20 pesos de seus direitos de autor para a editora Breyer. Depois de algum sucesso moderado a composição foi esquecida. Sete anos mais tarde, em 1924, Gerardo foi viver em Paris e conheceu Francisco Canaro que acabara de chegar com sua orquestra.

 Foi quando ele descobriu que La Cumparsita foi um grande sucesso. Tudo de Buenos Aires estava ouvindo, dançando, e exigindo para comprar o placar para o tango que foi aparentemente ouvido em toda parte, em shows, gravações e transmissões. Pouco depois, La Cumparsita chegou a Paris, onde, sob o domínio completo do rugido 20, as pessoas dançavam, charlestons e quando a multidão pedia um tango, eles dançavam La Cumparsita…

 De Paris, La Cumparsita espalhou-se para os quatro cantos do mundo e, desde então, para sempre, depois de se tornar sinónimo de Tango."
  Alguém se lembra deste Tango? Hummm...creio que muito poucos!
 
 
Agora noutra versão.
 
 
E segundo reza a história deste Tango, esta é a versão portuguesa das inúmeras letras
que foram escritas para a música:
 
La Cumparsita.
 
 
Vem querida,

Vem para mim, porque te quero,

Aumenta o meu prazer, querida,

Pois eu te adoro e te venero,

Eu te amo tanto ó minha vida,

És para mim o que desejo,

Hei de estreitar-te, ao olhar-te,

Darte-ei um grande beijo,

Meu amor te quero tanto,

Com a mais profunda das paixões,

Vamos juntar os nossos corações,

Meu doce encanto,

Vem pra mim, que te desejo,

Vou sufocar-te com um beijo,

Vem, querida vem,

Vem aos braços meus,

Tu és o amor dado por Deus,

Vem amor, que o teu calor,

Aquece minh'alma enternecida,

Se tu és meu desejo,

Também és minha vida !

Vejo que tu és tão linda,

És o amor que não se finda,

Para sempre hei- de querer-te,

Terei sempre o que dizer-te,

Tudo em ti, é tão divino,

És meu amor, meu desatino,

Enfim, eu sinto este prazer,

Até morrer !...

 

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