quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Desistir ou Não...Eis a Questão!

Penso que a desmotivação é a força maior que impede qualquer pessoa de prosseguir determinado caminho ou projecto a que se impôs. Não concordo que seja falta de coragem, de poder de iniciativa nem tão pouco de imaginação.  Pelo menos no meu caso. É apenas desânimo! Ainda que esse sentimento não tenha, aparentemente, muita razão de ser. Mas como poderemos impedir de sermos, lenta e persistentemente, invadidos por ele?



                        
A corajosa e determinada Oprah é apenas um exemplo, de persistência e determinação, entre muitos outros.
 Não, eu não ambiciono ser paga para falar ou escrever!  Nunca me passou sequer alguma vez  pela ideia, ser rica e famosa. 
 Gostaria, isso sim, de neste momento, acreditar um pouco mais em mim.


                      
"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."
Citação de Madre Teresa de Calcutá

Só mesmo uma alma santa poderia ter um pensamento desta natureza. Que falta poderá fazer uma gota de água neste imenso e belo OCEANO?
Entre desistir ou continuar, existe um meio-termo. É por essa alternativa que irei optar.
Como todos os acessos ficam em aberto, quem sabe se um dia a motivação se renova...



                          

domingo, 26 de fevereiro de 2012

...de Quem Mói um Sentimento.

Um dos locais da Cidade do Porto de que mais gosto para desfrutar de uma tarde soalheira, de sábado, em amena cavaqueira com familiares que me acompanham e amigos que  sempre vão aparecendo, é o Cais da Ribeira.
Nestes dias, em que o sol aquece as almas e seca as gargantas, vemos as esplanadas ribeirinhas replectas de turistas a deliciarem-se com os petiscos e a cerveja geladinha, que os restaurantes regionais têm para oferecer.
As passeatas, ao longo do cais, são um vai-vem constante.
Apreciar a beleza do Rio Douro e ver todo aquele movimento, é algo de que nunca me canso, apesar de há longos anos ser aquele o meu espaço predilecto.
Ultimamente, dois músicos de rua têm animado o ambiente com as suas canções latino-americanas de que tanto gosto. Uma maravilha!
O pior é quando chega o pôr-do-sol e  o Porto começa a ficar com aquele ar cinzento, triste e tão deprimente.  Por mais que tente ver nisso alguma beleza, não consigo. Tem sido sempre assim.
Ontem, nessa hora, lembrei-me do "Porto Sentido" de Rui  Veloso.
Foi a cantar, mentalmente, com alguma nostalgia, que regressei a casa.

"Ver-te assim abandonada
 Nesse timbre pardacento
 Nesse teu jeito fechado
 De quem mói um sentimento..."

sábado, 25 de fevereiro de 2012

...Todas as Flores e Beija-Flores, são Bem-Vindas...


"As flores reflectem bem o que é o amor.
Quem deseja possuir uma flor, irá vê-la murchar.
Mas quem olhar uma flor no campo,
terá esta beleza para sempre."

 Isto escreveu Paulo Coelho



O Nome das Flores



O que impressiona mesmo no amor-perfeito é o nome.
Que responsabilidade!



Há por aí uma planta chamada de amor-de-um-dia, que não carece muito esforço para ser e acontecer, como doidivanas.
Outra atende por amor-das-onze-horas e presume-se como sua a vida é folgada.
Há também amor-de-vaqueiro, amor-de-hortelão, amor-de-moça, amor-de-negro... muitos amores vegetais que desempenham função limitada.


Mas este aqui não tem área específica, não se dirige a grupo, ocasião, profissão.
É absoluto, resume um ideal que vai além do poder das flores e dos seres humanos.
Que sentirá o amor-perfeito, sabendo-se assim nomeado? Que tristeza lhe fixará o veludo das pétalas, ao sentir que os homens que tal apelação lhe deram não são absolutamente perfeitos em seus amores?



Que aquele substantivo, casado a este adjectivo sugere mais aspiração infrutífera da alma do que modelo identificável no quotidiano?
A tais perguntas o sóbrio amor-perfeito não responde. O Outono tampouco.


Talvez seja melhor não haver resposta!

Isto escreveu:
 Carlos Drummond de Andrade.


  Eu, Janita,  apenas compus o ramalhete.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

AS CORES DO ARCO-ÍRIS.

IMAGEM PARTILHADA DAQUI.






O arco-íris é tão lindo…
Dele mais não sei dizer.
Além de um sonho
E um sorriso…
O que mais pode ele ser?















Como seria lindo se existissem arco-íris assim!

                                                    

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Cadê o Bigode...? Cadê o Pois, Pois...?

                                                               
Sempre pensei que a principal diferença que nos distinguia dos nossos irmãos, do outro lado do Atlântico, fosse o sotaque.
 Afinal, parece que não! Segundo uma engraçadíssima anedota que recebi por mail, o que distingue um brasileiro de um português é o bigode - todo o homem português que se preze tem de usar bigode - e a tendência para repetir a palavra...pois.
Pois...! Lembrei-me, de imediato, da irmã Georgina do saudoso Raúl Solnado, na sua hilariante "Guerra de 1908".  Também ela gostava muito de dizer,  pois...coisas!
Como a chuva tarda em chegar e o Sol já se está a tornar doentio, deixo-vos com esta "Ida ao Médico".
Pois...mas sem qualquer intenção mórbida.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Já Nada É Como Antes...!

Tudo se altera com o passar do tempo! No Carnaval do ano passado sentia-me com disposição e inspiração para a  FOLIA... este ano nem uma coisa nem outra! Isto, apesar de não ter sido contemplada com a falta de tolerância de ponto.

Andam a tirar-nos tudo...até a alegria!  



                                                                                                 


Neste Carnaval...
Vamos  falar de coisas sem graça
Numa conversa até às tantas
Entre um café
E um pastel de Belém…


Que  esta loucura me seja perdoada

Porque metade de mim
é amor e fantasia...


E a outra metade...creio que...também!

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quando A Tristeza Me Invade...

...pois, também costumo cantar o Fado! Mas hoje não fui de modas! Vai daí, agarrei no livro de inéditos, do meu poeta popular preferido, o grande ANTÓNIO ALEIXO e fui direitinha às páginas "eróticas, burlescas e satíricas". Se bem que de erotismo não veja aqui nada de especial. Mas para a época, se calhar até seria. De vez em quando, sabe bem fazer algo diferente...e, como para tristezas já basta a vida... 

                                                                       







"Fazendo inveja aos pintores
Que pintam qualquer boneco
Meu avô tinha um caneco
Com tinta de várias cores
Pintou filhos cantadores
Como eu – que já canto o fado,
Pintou um muito engraçado
Que era o meu tio Manuel
E com o mesmo pincel
O meu pai já foi pintado.

O Aleixo para pintar
Só pinta grandes programas
Pinta leitos, pinta camas
Coisinhas de se admirar…
A gente tem de levar
O pincel p`ra onde vai
E da algibeira não sai
P`ra não lhe pôrem defeito.
Eu trago um que foi feito
Com o pincel do meu pai.


Eu comecei com jeitinho
A cômpor o ramalhete
Primeiro foi com azeite
E depois foi com cuspinho
No começo era estreitinho
Custava o pincel a entrar…
Começa a dona a gritar:
«Não me parta a tigelinha»
Mas que coisa engraçadinha
Fui uma noite pintar…"


Ahh, grande ANTÓNIO ALEIXO...! Este já é o terceiro post que te dedico, embora sempre transcrevesse as tuas quadras tristes e revoltadas com a vida.
Pouca gente haverá que saiba rir de si mesma e, sobretudo, rir da própria desgraça, como tu o fizeste. E como eu te compreendo!







terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Amor é o Amor...


A todos  os Namorados e Enamorados, desejo um feliz dia de S.Valentim.
Namorem muito, sorriam muito, amem muito e sejam felizes...sempre!


                                                   

"O Amor é o Amor"
O amor é o amor — e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar...?

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos — somos um? somos dois?
espírito e calor!

O amor é o amor — e depois?

Alexandre O'Neill
                                                                                     
              Para  quem ainda gosta de sonhar.                   

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

As Gordas Almas da Nossa Terra.

Camilo Castelo Branco


"Foi vagarosa a saída da primeira edição deste livro. É óbvia e, ao mesmo passo, desconsoladora a explicação. A novela não perdeu por mal escrita; mas por mal pensada. A incorrecção é o castigo de quem escreve muito à pressa para ir acabando mais devagar. Em Portugal é preciso isto.
O defeito deste livro é a superabundância de virtudes de enfastiar leitores que as exercitam iguais e maiores, todos os dias.
Ainda bem.
Quem quiser voga e fama pinte e salpique de sangue e lama os seus painéis. Ganhar a curiosa atenção dos leitores somente é permitido a quem lhes dá notícias de coisas não sabidas nem experimentadas.
A virtude é o ranço destas gordas almas da nossa terra.
Relatem-se crimes de cafrarias em linguagem de cafre."

Isto, escreveu CAMILO CASTELO BRANCO em 1868 no prefácio da segunda edição do seu romance O BEM E O MAL. Não conhecendo eu outras razões, para além das apontadas pelo escritor, não poderei escrever sobre o assunto. Nota-se, no entanto, uma grande amargura nas suas palavras. Provavelmente devido à relutância por parte das editoras, uma vez que o escritor retrata, com grande crueza e realismo, a eterna luta entre o Bem e o Mal. 
A propósito de cafrarias ( aqui em sentido figurado; selvajaria ) lembrei-me deste poema de um poeta seu contemporâneo. Embora, neste caso, a referência seja feita às regiões do Sul de África habitadas pelos Cafres ( povo Banto).



António Gomes Leal
O Selvagem
Eu não amo ninguém. Também no mundo
Ninguém por mim o peito bater sente,
Ninguem entende meu sofrer profundo,
E rio quando chora a demais gente.

Vivo alheio de todos e de tudo,
Mais callado que o esquife, a Morte e as lousas,
Selvagem, solitário, inerte e mudo,
- Passividade estupida das Cousas.

Fechei, de há muito, o livro do Passado
Sinto em mim o desprezo do Futuro,
E vivo só commigo, amortalhado
N'um egoismo bárbaro e escuro.

Rasguei tudo o que li. Vivo nas duras
Regiões dos crueis indifferentes,
Meu peito é um covil, onde, às escuras,
Minhas penas calquei, como as serpentes.

E não vejo ninguém. Saio somente
Depois de pôr-se o sol, deserta a rua,
Quando ninguém me espreita, nem me sente,
E, em lamentos, os cães ladram à lua...

António Gomes Leal, in "Claridades do Sul"
Poeta e Crítico Literário

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

SONHOS ADIADOS...

                                                                                                               
Coincidência ou não, hoje voltei a lembrar-me de Martin Luther King com a mesma intensidade  que o fiz, naquele dia, já distante,  de 29 de Junho de 2010.
Por outros motivos, mas igualmente com a mesma força e com muito, muito mais confiança!

 
“Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque a gente não pode desistir da vida."     Martin Luther King

E NÃO PODEMOS...MESMO!
                                                                                                       

domingo, 5 de fevereiro de 2012

TEMPO DE ESPERA.




"É preciso estar sempre embriagado.
Eis aí tudo: é a única questão.

Para não sentirdes o horrível
fardo do Tempo
que rompe os vossos ombros
e vos inclina para o chão,

É preciso embriagar-vos sem tréguas.
Mas de quê?
De vinho, de poesia ou de virtude.
Mas embriagai-vos.


E se, alguma vez, nos degraus de um palácio,
sobre a relva verde de um precipício,
na solidão morna do vosso quarto,
vós acordardes, a embriaguez
já diminuída ou desaparecida.

Perguntai ao vento, à onda, à estrela,
ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge,
a tudo que geme, a tudo que anda,
a tudo que canta, a tudo que fala.

Perguntai que horas são.
E o vento, a onda, a estrela, o pássaro,
o relógio, responder-vos-ão:

É hora de embriagar-vos!
Para não serdes os escravos
martirizados do Tempo,
embriagai-vos,
embriagai-vos sem cessar!
De vinho, de poesia ou de virtude
...à vossa maneira!"

Poema de Baudelaire


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Razão dos Meus Sorrisos.

Este é um sorriso de ternura deslumbrada! Ser-se avó pela primeira vez
é um sentimento indescritível. Uma dádiva. Um encantamento.
Alguém me perguntou a razão porque sorri, deixando-me ficar desconcertada. Nunca tal pergunta me havia sido feita!
Provocar um sorriso em alguém é muito  diferente do que  provocar uma gargalhada.
Queres saber a razão porque sorri?
Sorrio quando me enterneço nestas circunstâncias: quando encontro receptividade às minhas emoções; quando me revejo nas palavras simples, mas sinceras, que me dirigem; quando uma pessoa adulta manifesta a doçura que  tem dentro de si, guardando ainda algo da criança que um dia foi; quando me contam algo importante da sua vida, demonstrando, sem que eu lhes peça, que em mim confiam; quando olho para os meus netos e os vejo crescer saudáveis, alegres e felizes...quando me deslumbro e encanto com a descoberta de uma nova amizade…que passa a fazer parte do meu mundo de afectos...

Se aquilo que me disseste
se enquadrar aqui,
saberás que sorri
porque me enterneceste.


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