Há muito tempo que não escrevo neste blogue! Hoje senti uma vontade irresistível de o fazer.
Mas, sinto-me triste, apática e ainda não estou totalmente preparada para pensar em algo realmente interessante, que me dê prazer partilhar com quem estiver com a paciência, suficiente, para me ler.
De qualquer modo, lembrei-me de lhes lançar um desafio: vou transcrecer um curto texto de um livro que li há uns anos atrás e ando agora a reler. Se alguém descobrir a que livro se refere deixe o seu comentário.
" Foi então que Alberto se apercebeu de quanto Matilde se tinha tornado importante para ele. Com o jardineiro e Celestino, munidos de tochas, deu uma volta pela colina, desceu até à aldeia e percorreu a margem do lago. Tremia com a ideia da rapariga se ter afogado, praguejava contra aqueles idiotas dos filhos e hesitava em denunciar o desaparecimento às autoridades. Ao seu chamamento respondeu um latido. Alberto orientou o feixe de luz para esse latido, que se repetia, e viu os focinhos dos cães aparecer por detrás de uma moita. Os animais, no entanto, não se mexeram. Ao fundo, Matilde dormia enroscada, ao lado de Saladino e Kabiria. Alberto estava dividido entre a cólera e a alegria. Pegou na rapariga ao colo e, seguido pelos cães, regressou a casa. Não disse uma palavra, não fez comentários. Pousou-a na cama, tirou-lhe os sapatos e cobriu-a. A empregada apercebeu-se que o patrão estava comovido.
-Amanhã de manhã sou eu que a vou levar à escola-disse simplesmente, e saiu do quarto em bicos de pés."