«O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente vir
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha»
Para nele se viver
No dia em que a gente vir
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e Dona Andorinha»
Sempre admirei os casais que conseguem manter-se unidos ao longo dos anos, superando dificuldades, ultrapassando os escolhos da vida, caminhando lado a lado, com respeito, amor e a cumplicidade inerente a um relacionamento sólido e duradouro. Dos famosos, com essa capacidade - e sorte - lembrei-me, hoje, de Jorge Amado e Zélia Gattai. Infelizmente, ambos já desaparecidos, mas que deixaram uma obra literária que os liberta da lei da morte, como disse Camões.
Dá pra pensar em pão sem manteiga, arroz sem feijão, ou música sem som?
Bahia sem Amado, Amado sem Zélia, Gil sem Caetano e Caetano sem tom?
Romeu sem Julieta, Carnaval sem samba, poesia sem versos, ou futebol sem
golo? Mulher sem vaidade, sonho sem cor, adeus sem chorar ou jardim sem flor?
Jorge Amado no céu, Zélia Gatai a caminho, o brasileiro sorrindo, o amor se
encontrando. A poesia em festa, o céu com mais poesia, os anjos tocando, os
dois se beijando. Os pobres versos de um nada poeta, aí estão apenas para me
ver mais perto desse reencontro importante de dois amantes poetas, que se
valiam do exemplo a dois para justificar seus versos perfeitos, marcantes,
sensíveis.
Sobre Zélia Gattai, Jorge Amado disse
um dia:
“A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho
Zélia e isso me basta.”
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