Num dia de grande desânimo, cansada, abatida, desinteressada de quase tudo e sentindo que pouco já teria a esperar da vida - há horas do diabo - resolveu afastar-se de um mundo, do qual se andava a sentir demasiado dependente, fazendo-a alhear-se da realidade que a cercava por a achar demasiado vazia e sem sentido. A saúde também não estava no seu melhor e, assim, tudo se conjugou para a tomada de decisão, que, pensava, por muito que lhe custasse seria irrevogável! (Estapalavra parece amaldiçoada.) Fechou a conta que tinha no Face Book e esteve quase, quase, a fechar o blog. Mas, só de pensar nisso, a dor que sentia era tanta que se tornava insuportável. Este tipo de dor inexplicável, é como aquelas mazelas que "não matam, mas moem"! Passado um tempo voltou ao blog. Do FB trouxe lembranças de Amigos...A imagem de cima é uma delas!Sabe que um dia também lá voltará. Saudade, ah...a saudade!
Ausente
Ando ausente de mim algures
E isso me dá saudades do que vou ser
E de um tempo antigo.
Se me encontrares vagabundeando
Em lugar de nenhures,
Dá-me a mão, fico feliz indo contigo.
Não me devolvas. Fico bem assim,
Perdido de mim, mas te encontrando!
Poema da página nº 9 do livro de poemas " BRUMAS DA SERRA" da autoria do meu querido Amigo RAFAEL, cujo pseudónimo literário é: GUMA KIMBANDA.
É este belíssimo pensamento de Camões, expresso logo no início de "Os Lusíadas", (Canto I) que me vem à mente, quando recordo o último verso deste belo soneto de CastroReis que hoje publico, numa homenagem a este talentoso portuense de quem poucas pessoas falam e lembram.
Por isso, o dedico à Susana Miranda e à Flor de Jasmim. A primeira, porque sei o quanto ela o admira, já que sempre me presenteia com poemas seus, e a Flor, porque reconheço o seu amor pela poesia e o seu talento natural para se exprimir e desabafar, através dela.
Para ambas; com um beijinho meu!
Castro Reis a ler um poema do seu livro “Etéreas
Sinfonias de Natal”
O Inverno da Vida
É por dentro de mim que peregrino,
Nesta hora de angústia e de amargor!...
Pois já venho sofrendo. De menino,
Maus Invernos, de morte e de rigor!
Deus quer que eu cumpra assim o meu destino De Poeta e Mendigo do Amor!... Quem nasceu para os rumos do Divino, Terá que ser eterno sofredor!
Depois de tanto Inverno e tempestade, Do que fui, vejo assim tombar a árvore, Só me restando a compaixão de Deus!
Quando chegar a hora do meu fim, Não importa se lembrem mais de mim,
«Castro Reis, foi
um poeta, escritor, jornalista e ensaísta portuense, galardoado em vários
certames literários nacionais e internacionais, entre outros com o Prémio de
Poesia Laurel de Ouro”, o Prémio de Poesia “Coroa de Ouro” e a Medalha de Prata
e Diploma Honorífico de Homem de Valor e Mérito este último atribuído pela
Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras.
Foi membro da
Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, da Associação de
Escritores de Gaia, da Academia Internacional de Letras, Ciências e Artes de
Nápoles (Itália) e a Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras.
Foi director do
Grupo de Estudos Brasileiros do Porto onde contribuiu para o relacionamento e
intercâmbio da cultura Luso-Brasileira.»
( Extracto de um texto
escrito por Filipe Queirós, em 2007, no seu site Net-Mundo.)
Com este vídeo que, com muito gosto, acrescento a esta simples homenagem feita ao Poeta Castro Reis e me chegou pela mão de Susana Miranda ( sua neta), como podem verificar na caixa de comentários e a quem muito agradeço, fica enriquecido e mais completo este post em honra de um grande homem das Letras que dizia trazer o Porto no coração.
E trazia mesmo!
Por favor, não deixem de ver e ouvir este testemunho de um portuense, que através da sua obra valorosa..."Se foi da lei da morte libertando"...assim, termino como iniciei! Obrigada a todos.
Licenciado em Filologia
Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu nesta
cidade até iniciar o serviço militar, em 1961. Filho de pai médico e de mãe
doméstica, era seu avô materno galego (e casado com uma lavradeira da Bairrada)
e seu avô paterno roceiro
em São Tomé.
... o que me aguarda, não se atrasará se eu voltar...afinal, é aqui que me sinto bem!
Obrigada Rui e Lis...
Obrigada Afrodite...
Momentos felizes que passei num mundo encantado...
Uma tarde inesquecível no Palácio de Cristal - Porto...
E...Obrigada,Miguel Torga...
Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
Este espaço de comunicação, que se pretendeu, desde o inicio, ser apenas um simples local de saudável e amigável convívio, sem haver tido nunca a mínima pretensão de passar qualquer mensagem especial, alardear sapiência ou ensinar fosse o que fosse, vai encerrar por tempo indeterminado em virtude do extremo cansaço da sua gestora.
Uns tempos de repouso e reflexão, ser-lhe-ão benéficos e, quiçá, inspiradores.
A todos os Amigos e leitores, ficam os sinceros votos de muita saúde, paz e harmonia.
Lembrem-se:
"Não há mal que sempre dure nem bem que não acabe".