terça-feira, 14 de abril de 2020

MALMEQUER E AZEVINHO.



Dei voltas ao meu quintal e nada me satisfez

Não vi beleza nas rosas nem nas flores das azáleas

desmaiadas pela chuva.

Ainda olhei a japoneira onde os melros nidificaram

Mas, não, não era aquilo que eu queria

e daqui não posso sair

 embrenhar-me pelos campos

para outras flores descobrir.

 Fui espreitar o alecrim no seu cheiro vaporoso
Tinha um aspecto meio caído

Parecendo estar desgostoso

A figueira, coitadinha,

 com seus figos enfezados

Para oferecer não serviam.



Dei comigo a pensar se esta quarentena forçada

Não estaria a fazer mal a tudo

o que vejo crescer neste meu pobre quintal
também ele sendo vítima d'alguma virose danada.


Decidida a regressar pensando no que tinha para dar

Sem nada me convencer,

Olho e vejo deslumbrada que o azevinho bravio

Estava coberto de esperança

No verde das tenras folhas



É isto, quase gritei e no telemóvel peguei

 decidida e convencida

A Luísa vai gostar e quando ao blog chegar

Já vai ter com que enfeitar a sala onde trabalhar

E dar mais esperança à sua Vida.

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34 comentários:

  1. Uma bonita demonstração de amizade. E um texto muito bonito. As minhas plantas na varanda, este ano também estão muito escanzeladas. A avenca murcha, o chá príncipe está amarelado, a salva não cresce e a alfazema tem pouco cheiro. Só a árvore do quintal ao lado se mostra carregada de nêsperas cada dia mais amarelinhas.
    Abraço

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    1. Este ano 2020 começou mal, amiga Elvira.
      Acho que a Natureza também se está a ressentir com isto.

      Ontem recebi mais uma SMS a desmarcar a consulta de enfermagem que tinha para hoje. Como diabética controlada e hipertensa - graças a Deus, com a idade não faltam doenças - tinha consultas periódicas para controlo da glicémia, tensão arterial, etc e tal. Felizmente, tenho como fazer o controlo em casa, mas quem não tem os aparelhos, como faz...se até as farmácias já só atendem pelo postigo? Isto está bonito, está!
      Valha-nos o blogue para desabafar estas frustrações...

      Um abraço.

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  2. Bom dia
    Na falta de troca e abraços e beijos de amizade , os amigos arranjam formas muito lindas para se comunicarem.
    Um bem haja !!

    JAFR

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    1. Eu é que lhe agradeço, sinceramente, amigo Joaquim.
      É muito bom, nestes momentos difíceis que atravessamos, termos amigos virtuais com quem possamos manter estes diálogos amigáveis.

      Um abraço amigo.

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  3. bem bonito, é macho ou fêmea?

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    1. Já ouvi falar nisso, Manel. Pensava pesquisar sobre, mas ainda o não fiz, pelo que seja lá o que for, por certo é estéril. Nasceu do nada, talvez semente que veio ali do da minha vizinha, e nunca deu as bagas vermelhas.
      Vão nascendo pelo quintal a torto e a direito, arranco-os todos e deixei este, que agora parece ter arrebitado. :)

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  4. Lindos, o mal-me-quer e o azevinho! :)

    Vivo num T1 e não tenho outro remédio senão assumir que as minhas plantas são doméstica((s)das). São cactos e plantas suculentas, na sua maioria, mas estão muito viçosas e até os coelhinhos-da-avó-Maria (eu sei lá o verdadeiro nome deles...) brotaram, depois de quatro ou cinco anos de hibernação.

    Beijinho, Janita :)

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    1. Tudo o que a Natureza nos oferece é lindo, Maria João, assim a humanidade lhe soubesse dar valor e a preservar.

      Já tive muitas e bonitas plantas de interior e em vasos à volta da casa, mas à medida que a saúde foi faltando, também se foi a alegria e o gosto de as cultivar.

      Coelhinhos-da-avó-Maria é que não sei como são, talvez a Mª João as conheça pelo nome que lhe ficou da infância...será? :)
      A orquídea que a minha filha me deu no meu aniversário, ainda aguarda na janela que eu a mude para um vaso maior. Terra adequada para o efeito já comprei, falta a vontade de mexer nela...:(

      Beijinho, Maria João! :)

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    2. Sim, ficaram com o nome com que os baptizei quando tinha dois ou três anos... parecem umas micro-orquídeas, de uma cor lilás com manchinhas brancas e amarelas no centro. São fores selvagens, daquelas que teimam em brotar dos estreitíssimos intervalos entre uma pedra e outra. Quando em vasos, crescem deixando tombar hastes e folhas como se fossem longas cabeleiras verdes...

      Ora em estado latente, ora florescendo, tenho-as comigo há uns cinquenta anos :)

      Outro beijinho!

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    3. Deve ser na base do que me acontece com aquelas florzinhas amarelas que já publiquei e, não lhe conhecendo o nome, chamo-lhes como minha Mãe as chamava: boquinhas de rã.
      Talvez porque ao apertá-las de ambos os lados se abram numa espécie de boquinha; agora de rã é que é mais difícil saber. :)
      Essas que a Mª João fala não estou a ver quais sejam, mas devem ser bonitas.:)

      Aí vai outro beijinho, também! :)

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  5. Bom dia de Oitava de Páscoa, querida amiga Janita!
    Que linda a esperança brotando firme!
    Sempre é preciso olhar além do habitual pois em qualquer cantinho há um jeito novo de nos incentivar... A nos aguardar os registros do 💙.
    Tenha dias abençoados!
    Bjm carinhoso e pascal

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    1. Muito obrigada pelo incentivo, minha amiga. Hoje, estou a precisar.

      Um beijinho e abençoados sejam também os seus dias.

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  6. Tão bonito! Adoro as flores que se encontram pelos caminhos! :)

    Beijinhos e uma excelente tarde!

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    1. Pois, pelos caminhos de Portugal, também eu gostaria de andar, mas estou mais parada que pedra na beira do caminho, Cidália.

      Beijos e feliz semana.

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  7. Olá:- Na minha terra, algures no Ribatejo-Portugal, essas plantas chamam~se_ " Carrascos".
    Não servem para nada, lol
    .
    Tenha uma semana abençoada

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    1. Meu caro, cada terra tem seu uso e cada roca tem seu fuso!

      Que Deus o abençoe tambem.

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  8. Calma, muita calma, que as coisas vão melhorar, estou certo.
    bjis.

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    1. Muita calma nesta hora, como dizia o outro.

      Já a mim só me vem à cabeça a cantiguinha lá da ceifeira do Alentejo.

      Ceifeira que andas à calma
      à calma ceifando o trigo
      ceifa as penas da minh'alma
      ceifa-as e leva-as contigo.

      Beijinhos. :)

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  9. Eh lá... Que surpresa bonita! Gosto muito de azevinho e é coisa que por aqui não tenho. [carrascos, como dizia outro comentador, há por cá muitos, mas é uma planta diferente]. Escolheste, pois, muito bem e eu só posso agradecer muito, mesmo. Ainda por cima com o destaque que me dás no cabeçalho...
    Um abracinho. :)

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    1. :) Não tão bonita quanto merecias Luísa, mas no momento achei bonitos as folhinhas novas. :) E, vai daí, como sou uma pessoa de impulsos...não pensei duas vezes. :)

      Um beijinho. :)

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  10. por aqui não temos azevinho, mas ter um quintal é uma grande ajuda nestes dias.

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    1. Isto, calhando também não será, mas quero crer que sim.

      Ter um quintal, não são só as delícias que se apregoam, porque dá muito trabalho. A não ser que se deixe ao Deus dará e vire matagal...:)

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  11. Gostei do texto, soube-me a poesia e a poesia é um alento para a alma.

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    1. Se estas palavras mal alinhavadas e escritas ao sabor do momento, a alentaram, Maria José, fico muito feliz.

      E, se for como eu, um abraço também, ainda que virtual. :)

      Obrigada, mesmo.

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  12. Gostava tanto de ter um quintal :) e que agradecida ficou de certeza a Luisa <3
    Beijinho Nita.

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    1. :) Deixa lá, Nina...tens outras coisas que eu não tenho.

      Um beijinho grande, minha querida! :)

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  13. Já começa a aparecer cor, vida.
    Vai ficar tudo bem.
    Beijinhos

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    1. Sim, Pedro, já é tempo da Natureza iniciar o seu ciclo de renovação.
      Tomara que fique tudo bem, mas acho que, para além de demorar, vai deixar muitas marcas, muitas mazelas difíceis de sarar...veremos! Haja optimismo, não é mesmo?

      Beijinhos.

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  14. Rearranging changing the position of home furnishings might be a fun activity to fill the time in quarantine.

    The look of the house is different ...

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    1. Hi :)

      I think that a nice idea, but...not to me! :)

      Thanks, Himawan Sant.

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    1. Estou a cuidar-me na medida que me é possível, Ricardo.

      Obrigada e faz o mesmo, meu Amigo!

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  16. Por entre as flores e as plantas
    que te fazem companhia
    florescem malmequeres e rosas
    e por entre as folhas velhas
    emergem as verdes dum bravio azevinho.

    Beijinhos plantados em sorrisos

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    1. Muito bonito, isso.
      Nem toda a poesia precisa de rima, aliás,a prosa poética está agora mais um uso, até. :)

      Beijinhos, Kok.
      Vê lá se te aguentas bem com mais estas duas semanas de retiro.



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