domingo, 26 de abril de 2020

NUVEM BRANCA.


A meio de uma tarde de sábado, a partir do meu terraço.



































Diz-me tu, oh nuvem branca, que te distingues das demais.
Coroando a copa verde daquele velho carvalho
de tronco envelhecido,  engelhado e carcomido
 que o tempo foi desgastando,
vergastado pelo vento, triste e só,
onde nem pousam pardais…

Quando termina este fado, de ficar olhando o céu,
cismando se terei tempo
de quebrar este tormento?

 Tão longo é o distanciamento.

 De mim, cada vez mais, te ausentas
 e aos poucos  me vais deixando
remoendo perdas, entre lamentos e ais…


**************************************************
******************************
**********







37 comentários:

  1. Tão lindo teu céu e tuas palavras poéticas, Janita! Lindo domingo! beijos, chica

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Se gostaste Chica, quando quiseres podes cá vir buscá-lo. Será uma honra constar lá nos teus "Céus e Palavras". :)

      Beijinhos

      Eliminar
    2. Oi,voltei pra te avisar que acaba de entrar teu céu por lá! Podes ver aqui:

      http://ceuepalavras.blogspot.com/2020/05/ceus-da-astrid-patricia-janita-e-juliana.html


      OBRIGADÃO! beijos, chica

      Eliminar
  2. Bom dia de domingo, querida amiga Janita!
    Hoje também falei das nuvens no meu blog de espiritualidade. Estamos em sintonia nas confabulacões.
    Seu poema está muito reflexivo e sentido. Tudo acontece aos poucos...
    Tenha novos dias abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Que sejam bons e abençoados todos os seus dias, amiga Roselia.
      Pois é, estamos em sintonia nas confabulações e nas consumições, que isto tocou a todos.

      Beijinhos e obrigada.

      Eliminar
  3. Acredito que, embora com o stress normal causado pelo afastamento social e familiar, todos vamos ficar bem.
    .
    Tenha um domingo feliz

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lentamente lá chegaremos todos e espero é que não se chegue ao tempo de desperdício, sobretudo,o de afectos, em que se vivia antes, na febre de viver...

      Obrigada e semana feliz.

      Eliminar
  4. Olá, Janita.

    Este teu post faz-me lembrar o tempo das comissões no Ultramar, em que olhando para o calendário não se sabia onde nele marcar o dia da volta a casa...
    Mas como na vida nada existe que seja inteiramente mau, quando o tempo de abraçares os teus chegar a alegria e felicidade serão a dobrar.
    Até lá, não te resta outro remédio que não seja muita paciência até que esta nuvem escura passe, a menos que consideres a ideia de te inscreveres como camionista de longo curso...

    Beijinhos amigos
    Vitor

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Já me fizeste rir, Vitor. :))

      Estivesse eu em tempo de escolher a profissão e quem sabe fosse a de camionista de pesados a que eu escolheria. Não tendo de o carregar às costas, porque não? Esses veículos de direcção assistida sempre devem ser bem melhores de conduzir do que uma carrinha Toyota que tive em tempos.

      Beijinhos.

      Eliminar
  5. Nas entrelinhas das suas palavras vejo uma grande tristeza! Uma saudade enorme, e sem saber se algum dia a vai "matar" ... A Distância é muita...para um tempo que nos obriga ao confinamento! Amei
    -
    Ler com olhos de ler, coração comovido.
    -
    Beijos e um excelente noite Domingo, em casa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acho que já aqui frisei que sou melancólica por natureza, Cidália, assim como sou alegre e divertida e chata e aborrecida.
      :)

      Beijos e boa semana.

      Eliminar
  6. Olhamos o céu, esse infinito que nos faz sonhar, e lamentamos estarmos presos neste confinamento de que não vemos o fim. Mas tudo passa. Como passarão as nuvens, por mais ou menos brancas que sejam.
    Anima-te, Janita. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esta bonito, nesse dia, o céu, Luísa.
      Acho que devia empinar mais vezes o nariz...há mais beleza no ar do que no chão, ou talvez não, sei lá.:)

      Beijos e boa semana.

      Eliminar
  7. Melhores hão-de vir, vai ver.
    bji.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hão-de vir melhores, iguais e piores, José.
      O que é preciso é cá andar para vivê-los, essa é que é essa. :)

      Beijinho

      Eliminar
  8. Respostas
    1. ...e o dia findar e, de novo, recomeçar, Mar Arável!
      Venham eles, os dias.
      Beijinho

      Eliminar
  9. Hola querida Janita!!
    El final de tu poesía, me deja una reflexión...
    Que estés muy bien... Pat

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hola, Pat querida.

      Estoy bien sí, gracias.
      No muy bien, muy bien, pero tampoco algun dia lo he estado.

      Un abrazo.

      Eliminar
  10. Eu sou a nuvem branca
    a que te dirigiste
    e sou eu agora que me dirijo
    a ti
    escureci
    e sinto já que me vou transformar
    em chuva de Abril
    que o teu carvalho velho
    sequioso
    absorverá num sorvo

    Amanhã, pela manhã
    respira o fresco odor da terra por mim molhada
    quanto a pássaros
    não tardam. Nada tarda
    no ciclo inevitável da Primavera

    Gostei que tivesses falado
    Adeus, Era nuvem
    Agora sou chuva

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O carvalho não é meu, Rogério,
      nem sequer lhe vejo o tronco
      que suponho seja já velho e nodoso,
      e da sua ramagem só lhe vejo a cor
      já devia o amigo saber
      o quanto o poeta tem de fingidor

      Já eu, sou sol,
      sou lua, sou vento,
      sou tudo o que me vem à
      cabeça, em dado momento.

      Abraço. :)

      Eliminar
    2. Nunca enjeites um carvalho
      por não lhe veres o tronco

      sim
      sei que finges ser
      sol, lua, vento
      e tudo o que tem vem à
      cabeça, em dado momento

      eu, não finjo
      sou mesmo a nuvem branca

      Eliminar
  11. Gosto muito da nuvem branca; NÃO gosto da tua tristeza, querida amiga 🍀 da primeira hora‼

    ResponderEliminar
  12. Já falta pouco.
    Calma.
    Beijinhos, boa semana

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Para estes lados já falam em avanços que permitem um retorno progressivo à normalidade, Pedro.

      Beijinhos, boa semana.

      Eliminar
  13. Bom dia
    Gostei mas não gostei !
    Não sei se me fiz entender ?
    Boa semana

    JAFR

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Perfeitamente!
      Vou ficar só com a parte boa e o amigo faça o mesmo. :)

      Boa semana.

      Eliminar
  14. Não desesperes, vamo-nos aproximando por aqui a olhar as nuvens brancas que podemos imaginar serem fios de algodão doce :)

    Boa semana
    Beijinhos Janita

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem mais, querida Manu!
      Enquanto formos vendo nuvens, sejam negras ou brancas, é bom sinal. :)

      Ba semana, beijinhos.

      Eliminar
  15. Que belas palavras poéticas, Janita! :)

    Para os jovens e saudáveis, em breve as coisas começarão a aproximar-se de uma relativa normalidade. Mas muitos de nós sabemos que essa relativa normalidade não será para nós. Muitos, sabendo bem o pouco tempo que ainda têm, se vão perguntando se a essa relativa normalidade chegarão, de todo.

    A mim, vai-me valendo este longo "doutoramento" em clausura que a minha realidade há muito me impôs. Mas rejubilarei quando vir os meus irmãos de espécie a passearem pelas ruas (ainda que correndo a raspar raspadinhas e a preencher boletins do euromilhões...) e estarei solidária com os muitos milhares que correrão a engrossar as filas dos centros de emprego. Poder-se-á esperar outra espécie de relativa normalidade? Não me parece. Não me parece mesmo nada.

    Coragem e um beijinho grande, Janita!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Maria João.:)
      É muita generosidade.

      Também já fomos jovens e vivemos e passámos por outros tempos conturbados, sabemos da facilidade com que se ultrapassam os contratempos. Só agora compreendo muitas coisas que minha Mãe dizia. Também eles, os jovens de hoje, um dia nos entenderão os medos...
      Para quê sonhar com riquezas? Partimos e nada levamos...

      Beijinhos. :)

      Eliminar
  16. entre lamentos e ais...
    nuvem eu fosse e sobre ti desabaria numa chuva de alegrias e de contentamentos que afogassem os teus lamentos e, de prazeres vários, ecoassem os teus ais!
    Porém se fosse aquele carvalho de tronco envelhecido, engelhado e carcomido, talvez em mim não morassem pardais mas na minha sombra terias um lugar onde descansar o corpo e restaurar o espírito, sem pardais mas ouvindo outros pássaros mais.
    Na impossibilidade de me materializar em quaisquer das hipóteses, só posso mesmo ler-te à distância, que é uma outra forma de te falar e de te ouvir!
    Beijos empoleirados em sorrisos, muitos sorrisos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Ehehehehe...Ai, Zé, o que gosto quando começas a filosofar!

      «...de prazeres vários, ecoassem os teus ais!» ahahaha

      Esta parte está demais.

      Beijos, a transbordar de risos. :)

      Eliminar
    2. eheheeehhh... (tu deste o mote e eu acompanhei)
      Acho que até consegui ouvir as tuas gargalhadas.

      Beijos!

      Eliminar