domingo, 13 de novembro de 2011

LIVRE ARBÍTRIO...OU FATALIDADE?

Muitas vezes me interrogo até que ponto serão as nossas decisões responsáveis pelo nosso infortúnio ou felicidade. Se, ao decidirmos enveredar por um caminho e não por outro, quando nos encontramos numa encruzilhada da vida, indecisos, por não termos a certeza de qual deles será o melhor para nós, a nossa opção não terá sido ditada por aquilo que já nos estava traçado pelo Destino.
Somos nós que fazemos o nosso Destino ou, façamos  nós o que fizermos, o Destino nos conduzirá fatalmente ao que já nos está predestinado? 



A Fatalidade do Não
“A palavra de que eu mais gosto é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é, tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim.”

José Saramago, in 'Folha de S. Paulo” (1991)
Imagem da Net

*********************************************************************

19 comentários:

  1. Cara Janita
    Um tema complicado. Muita coisa mexe à volta do tema "destino"
    Como já se deve ter apercebido, gosto da polémica (na verdadeira acepção da palavra). Em tempos em que "nada está certo e tudo está errado". É bom que que nos interroguemos se faz parte do destino a esta hora da tarde estar a comentar um post que pôe em evidência se isto estava predistinado. Creio que não. Acredito mais no ocaso.
    Mas também acredito que parte do destino somos nós que o fazemos.
    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Conclusão: Somos nós que construímos o nosso próprio Destino. Sendo assim, o Destino não existe. É o que eu penso. ;)

    ResponderEliminar
  3. Gosto. Gosto disto. Não me dá trabalho: equaciona o problema, dá-lhe expressão estética (muito bela) e fornece a resposta. Está aqui tudo? Não estará. Mas está o fundamental, na resposta de Saramago e do seu gosto pela palavra "não"...

    Até podia dissertar sobre o destino ser o resultado do que Eu faço, depois de muita luta entre Minha Alma e Meu Contrário... Mas não vale a pena...

    Obrigado
    (todos nós temos direito a um momento calaceiro)

    ResponderEliminar
  4. Amiga Janita:
    A palavra não, é dolorosa mas necessária. Só quando aprendemos a dizer não, é que crescemos.
    O destino somos nós que o fazemos, mas nem sempre o destino é o que nos estava destinado, dá para entender ;)
    Um post para reflectir muito.

    beijinhos e boa semana

    ResponderEliminar
  5. Olá, Janita
    Ainda ontem cá estive, então às voltas com os apelidos (...), não esperava, hoje, um tema tão profundo e polémico mas que, de alguma forma, também, tem a ver com identidade! De facto, como se poderá dizer "não" ou "sim" se não se tiver livre arbítrio? A única "coisa" a que não podemos fugir é à morte, pelo menos tanto quanto nos permite a nossa capacidade de conhecer a vida! Como estamos limitados pelo tempo, vivemos o passado, o presente e viveremos o futuro sequencialmente, dia após dia, momento a momento, num percurso em que somos chamados, sistematicamente, a decidir, a tomar opções, em suma, a escrever pela nossa mão cada linha do nosso viver! Para o Ser que não tem tempo, O Transcendente, tudo É, simplesmente e isso, frequentemente, induz-nos a confundir o Seu sempre actual conhecimento de tudo, com predestinação!
    Espero não ter contribuído para complicar mais o que já não é nada fácil!
    Beijinho e bom Domingo, amiga
    Beijinho
    Quicas

    ResponderEliminar
  6. Nuestras decisiones son las que nos marcan para bien o para mal.

    Lo que debemos tener claro es no guiarnos por desacertadas decisiones que a veces son los sentimientos los que nos lleva a tomarlas sin pensar en los pros o los contras.

    saludos

    ResponderEliminar
  7. Janita. Quero agradecer-te aqui o link do Concerto para Violino de Tchaikovsky. Uma obra que conheço profundamente e que (mais uma vez) me causou enorme emoção.
    Obrigado, um grande beijinho:)

    ResponderEliminar
  8. Há quem diga que o nosso destino está traçado desde o dia em que nascemos. Sendo assim na encruzilhada, você não escolhe nada, apenas se limita a ir pelo caminho previamente traçado. Viva o Fado!

    ResponderEliminar
  9. Não sei se o destino marca o nosso caminho, mas prefiro acreditar que não, caso contrário, não passaremos de marionettes e pensar nisso tira bastante encanto à vida.

    ResponderEliminar
  10. Todos os nossos dias estão cheios de escolhas e não nos podemos esquecer que, quando escolhemos, estamos a rejeitar tudo o resto.

    E amanhã o ritual repete-se.
    Uma boa noite, Janita.

    ResponderEliminar
  11. Janita, quanto ao destino, confesso que tenho aquele tipo de relação amor/ódio. Não creio que o mesmo esteja traçado e acho que ninguém, rigorosamente o poderá afirmar. Por outro lado, sou mais do tipo de pensar, que por vezes temos o "destino" nas mãos e, teimosamente tomamos o caminho errado ou por alguma razão desafiamos a maneira de o precorrer.
    Quer um exemplo? Eu sei que um dia terei de ir tomar café consigo para a conhecer pessoalmente (diz o destino) mas, se não puser os pés ao caminho, logo, nunca terei esse grande prazer.
    Dito isto, (e não gostando de Saramago) saber dizer não, é uma virtude. Se nunca o conseguirmos dizer, o nosso sim deixa de ter valor.
    Quanto a Ana Moura, digo sim, gosto bastante.
    E para si, envio uma beijoca.

    ResponderEliminar
  12. Não obrigatoriamente incompleta. Mas não sei decifrar todas as entrelinhas. Coisas do destino :)

    ResponderEliminar
  13. Olá, janita!

    Eu acho que nem toda a filosofia do mundo responderá de forma satisfatória a esta questão. Que será certamente aquela que todo o ser humano mais colocará si próprio, quando chega a destino que não lhe agrada ...
    Aos outros, nem sequer lhe ocorrerá darem-se a esta interrogação...já que acharão que eles, ou destino ... tomou a acertada decisão.

    No fundo, no fundo, o chamado destino é uma sucessão de circunstâncias, em que umas são resultantes da nossa vontade, outras não, ainda que à nossa "vaidade" agrade pensar que fomos nós quem o traçou...

    Este é dos temas que dava para uma semana, bem debatido à mesa do café...Gostei muito.

    Beijinhos e boa semana.
    Vitor

    ResponderEliminar
  14. Acho que nós traçamos o nosso destino. E as opções que fazemos agora, mais cedo ou mais tarde irão ter consequências (boas ou más).
    Beijocas!
    :)

    ResponderEliminar
  15. Tinha que voltar, já que há uma dupla não concordância.
    Não há livre arbítrio ( temos as nossas decisões plenamente condicionadas)... nem há fatalidade(o fado é apenas um género musical).
    Somos seres erráticos, tal como as nossas decisões.
    Elas (as decisões) vogam ao sabor do conhecimento que poderemos ir tendo do contexto em que as tomamos.
    E sinceramente... daí para a frente vale apenas a especulação (tão em voga[e vitoriosa] nos mercados), mas que não deve ser para aqui chamada.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  16. Mfc.
    Obrigada por teres voltado e manifestares a tua opinião.
    Entendo por livre arbítrio uma atitude ou decisão tomada a partir do juízo que fazemos sobre determinado caminho a seguir. Obviamente que podemos errar ao fazer essa opção.
    Parece-me que o teu ponto de vista é que se a nossa decisão tiver sido condicionada por qualquer factor alheio à nossa vontade, deixa de ser um livre arbítrio. Certamente que sim!
    A fatalidade não tem necessáriamente que estar ligada ao fado, e quando está, é no sentido de este traduzir aquilo a que chamamos "sina" ou destino.
    Entendo fatalidade como inevitabilidade, se para ti for o mesmo que fado ( género musical) respeito a tua opinião.
    Não compreendi foi a que especulação te referes e se entendes que não é para aqui chamada, não devias ter aludido a isso evitando assim as meias palavras. Não te parece?
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  17. Janita, Determinada e Inquieta Amiga.
    São tantas as coisas que alteram o nosso estado de espírito e tão poucas as que podemos controlar.
    A vida é um desiquilíbrio; é um caminhar entre o bem e o mal e a capacidade de cada um de nós poder dizer sim ou não, decidindo de acordo com as suas convicções e descobrindo os nossos caminhos.
    A fronteira entre o livre arbítrio e o destino está nas mãos de DEUS.
    Um abraço, Amiga,
    J

    ResponderEliminar
  18. Boa tarde amiga Janita. Não sei não se somos nós que fazemos o nosso próprio destino.
    Eu, penso às vezes que sim, outras vezes penso que não.
    Tenho algumas dúvidas, para as quais não encontro explicação.
    Dizer sim ou não
    Duas palavras diferentes
    Por não se pensar na ocasião
    Ficam dividas pendentes
    Em vez de dizer sim
    Deveria-se ter dito não.

    Desejo, sim, para você, minha amiga Janita, continuação de uma boa semana.
    Obrigado pela sua visita, e suas, sempre, muito amáveis palavras.

    Um beijo
    Eduardo.

    ResponderEliminar
  19. Meus queridos Amigos.

    A todos o meu muito Obrigada pela vossa boa vontade e gentileza ao expressarem a vossa opinião sobre este tema.

    É com muito carinho que agradeço o vosso carinho. Bem-hajam!

    Beijinhos e um grande abraço para todos.

    Janita

    ResponderEliminar