Todos os comportamentos, palavras e atitudes, que fujam àquilo considerado socialmente correcto, são prontamente apontados como provindo de alguém sem educação, no mínimo, contendo um certo cunho de irresponsabilidade e até de alguma loucura. Como o desejo de agradar fala sempre mais alto, assim, se foi perdendo muito da autenticidade, intrínseca, da personalidade de cada um.
Felizmente, ainda há excepções! Ainda existem pessoas que se manifestam, tal qual são, indiferentes à opinião que certos moralistas possam emitir sobre si. Admiro, incondicionalmente, esse tipo de pessoas, ou eu não me incluísse entre elas.
Afinal, o que significa ser-se socialmente correcto e normal ?
Vem isto a propósito –ou despropósito- conforme queiram, de um filme que nos últimos dias não me sai da mente. Refiro-me a “Voando Sobre Um Ninho de Cucos”.
Vi este filme, pela primeira vez, no antigo Cinema da Trindade, no Porto. Ainda existia, num terreno contíguo, um parque de estacionamento, ao ar livre, onde estacionei o carro.
Fiquei tão perturbada, com o final do filme, que, ao sair do parque, bati num dos mecos que delimitavam o espaço de saída.
Foi a primeira e única batida, por minha culpa, até hoje!
Creio que este filme ficará para sempre assinalado, na história do cinema, como um permanente questionar sobre os conceitos de normalidade, dos métodos usados no tratamento psiquiátrico e, por último, na desumana crueldade da lobotomia, solução final, para aquietar os loucos rebeldes.
Foi esta personagem que me reconciliou com Jack Nicholson, a quem eu detestava. Hoje, ele pode desempenhar qualquer papel de pessoa cínica, trocista, mau carácter,vigarista, o que for...tem sempre a minha simpatia…
I love you, McMurphy!!
Lá está…coisas de pessoa pouco normal.
Janita
ResponderEliminarPara mal dos meus pecados não aprendi linguas. Deu para aprender o Português rudimentar que uso. Mas ao longo da vida lá fui pescando (uma ou outra palavra do Inglês) deu minimamente para perceber o filme (extracto) e manifestar o meu "gosto).
Abraço
Rodrigo
Minha querida, se tivesse atenção perceberia
ResponderEliminarque se fazem lobotomias
todos os dias
...e colectivas
Cuidado, se estiver de acordo
deixe o carro estacionado
não vá bater de novo
Estamos todos normalizados...
Janita amiga, se visse o filme todo talvez tivesse percebido mesmo,o com os gestos alguma coisa, mas meu amor andei no Walstrit dois anos e sete meses e quase que só aprendi o aeiou
ResponderEliminardeu apenas para se for à Inglaterra não morrer de fome.
Mas como o filme não tem legendas eu nada percebi apenas que o desgraçado do cigarro foi para dentro dobra das calças, do doente e como infelizmente essas senas para mim já são muito familiares e tenho horrores de as ver porque já passei na minha pele sem culpa de nada, mas foi bom que tivesses mostrado, mas olha amiga mesmo sendo a primeira vez não batas mais o pobre carro porque agora infelizmente já nem há bate-chapas e a tinta robilac também já tem pouco uso mudaram-lhe o nome.
Beijinhos do fundo do coração ao menos ainda vamos rindo é bom sinal é sinal que ainda não criaram um imposto para o riso...
"A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade; tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa; não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores; ser ele; não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento; no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos."
ResponderEliminarAgostinho da Silva
Bjis :)
Minha Nossa Senhora. Há quanto tempo não vejo esse filme. Tenho que o rever. Conceitos de normalidade? Por acaso é um tema que sempre me acompanhou. Aos olhos da minha família nunca fui normal. De um momento para o outro cortei com a carne, peixe e subprodutos animais e isso tornou-me mais "anormal" ainda. De um momento para o outro decidi que não queria ter patrões (foi quando comecei a tocar no Metro) e isso foi mais uma axa para a fogueira. De um momento para o outro...
ResponderEliminarBeijinhos. ;)
Fue una obra maestra que se recordará siempre,todos coincidimos que salimos con muy mal gusto de la película.
ResponderEliminarSaludos
Eu não sou lá muito normal, Janita. Como você já deve ter percebido.
ResponderEliminarViva a nossa diferença!
beijinhos.
Também o vi no Trindade, Janita. Adorei o filme e, como ia com um grupo de amigos, fomos de imediato fazer uma tertúlia, enquanto comíamos um "disco" ( lembras-te dos "discos" da CUF?)
ResponderEliminarNessa altura a Psicologia ainda me estava na massa do sangue e esse foi, para mim, um filme emblemático!
Beijinho
Normalidade é uma coisa muito relativa. E as pessoas têm tendência a fugir daquilo que foge à normalidade por elas instituída.
ResponderEliminarE cuidado com o carro!
Beijinhos Janita!!!
Adore este filme.
ResponderEliminarEu sempre gostei do Jack.
Pessoas normais, para o Freud não há disso. Para mim há demais. ;)
Olá, Janita!
ResponderEliminarConfesso que não vi o filme, nem arranjei “coragem” para ler o livro - coisa enorme, e ainda por cima em Inglês - que ainda está para ali numa gaveta qualquer...
E quanto ao Jack Nicholson , a princípio também não gostava nada dele, já que é uma daquelas pessoas de quem não é fácil gostar às primeiras…Aprende-se a gostar, e depois gosta-se, mesmo, já que é um excelente actor.
Conceitos, preconceitos, gente normal… acaba tudo por estar associado: normalmente, a definição de normalidade está associada a maioria, seja ela do que for, e é definida por ela, tomando-se a si mesma como referência. E quem não encaixe nesse padrão sai da norma…mesmo que não tenha nada de “anormal”.
É simplista esta ideia, mas acho que não andará muito longe da verdade; pelo menos da minha…
E podíamos estar aqui o resto do dia a “filosofar”…tão interessante é o tema.
Beijinhos
Vitor
Minha querida amiga Janita!
ResponderEliminarHoje venho aqui só para lhe dar um abraço, e dizer-lhe muito obrigada, depois de ter lido o seu comentário,não sou capaz de dizer mais nada.
Um grande abraço.
José.
Janita:
ResponderEliminarAdoro cinema e este filme é um clássico que revejo sempre com gosto que passa na televisão.
Afinal o que é a normalidade?
Conceitos feitos pelas pessoas ditas normais que muitas vezes são preconceitos.
Jack Nicholson é um dos meus actores preferidos tal como Robert de Niro.
Beijinhos
Eu vi no S. Jorge em Lisboa. Já não seria capz de contar tintin pot tintin todo o filme mas ainda há cenas que tenho perfeitamente vivas na memória. O argumento é marcante mas a interpretação do Jack Nicholson é única.
ResponderEliminarFoi giro teres trazido este filme `à liça assim como que quer ilustrar o teu post pois ficou-lhe muito bem.
Minha querida
ResponderEliminarUm filme simplesmente sublime, também com o naipe de actores e o argumento, só poderia ser.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Janita:
ResponderEliminarVejo que és fã do primo alemão de Zé da Trouxa. Mas não te esqueças que o Zé é uma personagem, uma obra de ficção, se calhar mesmo de ficção cientifica!
Mas é engraçado que de uma certa forma, quer a ultima mensagem dele, quer esta sobre o ninho de cucos, tocam assuntos semelhantes. O que é a normalidade. Acho que os anormais que andam por ai constituem a normalidade. ;)