É este belíssimo pensamento de Camões, expresso logo no início de "Os Lusíadas", (Canto I) que me vem à mente, quando recordo o último verso deste belo soneto de Castro Reis que hoje publico, numa homenagem a este talentoso portuense de quem poucas pessoas falam e lembram.
Por isso, o dedico à Susana Miranda e à Flor de Jasmim. A primeira, porque sei o quanto ela o admira, já que sempre me presenteia com poemas seus, e a Flor, porque reconheço o seu amor pela poesia e o seu talento natural para se exprimir e desabafar, através dela.
Para ambas; com um beijinho meu!
Castro Reis a ler um poema do seu livro “Etéreas
Sinfonias de Natal”
O Inverno da Vida
É por dentro de mim que peregrino,
Nesta hora de angústia e de amargor!...
Pois já venho sofrendo. De menino,
Maus Invernos, de morte e de rigor!
Nesta hora de angústia e de amargor!...
Pois já venho sofrendo. De menino,
Maus Invernos, de morte e de rigor!
Deus quer que eu cumpra assim o meu destino
De Poeta e Mendigo do Amor!...
Quem nasceu para os rumos do Divino,
Terá que ser eterno sofredor!
Depois de tanto Inverno e tempestade,
Do que fui, vejo assim tombar a árvore,
Só me restando a compaixão de Deus!
Quando chegar a hora do meu fim,
Não importa se lembrem mais de mim,
-- Mas não deixem morrer os versos
meus!
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«Castro Reis, foi
um poeta, escritor, jornalista e ensaísta portuense, galardoado em vários
certames literários nacionais e internacionais, entre outros com o Prémio de
Poesia Laurel de Ouro”, o Prémio de Poesia “Coroa de Ouro” e a Medalha de Prata
e Diploma Honorífico de Homem de Valor e Mérito este último atribuído pela
Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras.
Foi membro da
Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, da Associação de
Escritores de Gaia, da Academia Internacional de Letras, Ciências e Artes de
Nápoles (Itália) e a Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras.
Foi director do
Grupo de Estudos Brasileiros do Porto onde contribuiu para o relacionamento e
intercâmbio da cultura Luso-Brasileira.»
( Extracto de um texto
escrito por Filipe Queirós, em 2007, no seu site Net-Mundo.)
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Com este vídeo que, com muito gosto, acrescento a esta simples homenagem feita ao Poeta Castro Reis e me chegou pela mão de Susana Miranda ( sua neta), como podem verificar na caixa de comentários e a quem muito agradeço, fica enriquecido e mais completo este post em honra de um grande homem das Letras que dizia trazer o Porto no coração.
E trazia mesmo!
Por favor, não deixem de ver e ouvir este testemunho de um portuense, que através da sua obra valorosa..."Se foi da lei da morte libertando"...assim, termino como iniciei! Obrigada a todos.
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Não conhecia o poeta, mas já sabes que poesia não é o meu forte. E ainda bem que há tanta gente a amar a poesia, que é outra forma de amar a língua e a cultura portuguesa... :)
ResponderEliminarBeijocas!
Sei, Teté, mas sei também que não é por falta de sensibilidade. Tens outros gostos literários e, por sinal, bastante variados!
EliminarFico muito contente por te ver de novo nas visitas. :)
Agradeço teres vindo até ao meu cantinho.
Uma grande beijoca, Teté!
Estou a sentir um nó na garganta, aquele nó, tu sabes Janita.
ResponderEliminarPoderia ser uma, mas não, são algumas as lágrimas que caem ao ler o teu texto, estou sensibilizada.
Sabes amiga gosto muito de poesia, mas não escrevo poemas, apenas escrevo o que sinto. Escrevo aqui e nos meus cadernos que são alguns, é como se fosse o diário que não irei publicar, porque existem coisas simplesmente minhas.
A vida não é justa e por impossivel que pareça tenho que seguir em frente, não por mim, mas por aqueles que amo.
Muito obrigada minha querida amiga.
Bem-hajas
beijinho e uma flor
Sei bem o que é sentir um nó na garganta, Flor. Mas sorrio com a ternura de quem fica feliz, por ter amigos como tu.
EliminarEscreves o que te vai na alma e isso é poesia, Amiga!
Eu já tenho uma certa dificuldade em falar dos meus sentimento, por isso me retraio e inibo. Quem sabe um dia me solte?:))
Temos sempre de seguir em frente, querida! De preferência com um sorriso nos lábios, e uma lágrima furtiva a insistir teimosamente, mas seguir sempre!!
Beijinhos com muito carinho, Adélia.
Bela homenagem
ResponderEliminarSingela, mas sincera, Puma.:)
EliminarUm beijinho.
Gosto de poesias e nao conhecia o autor .Obrigada pela partilha
ResponderEliminarBonito poema,quase um lamento,
deixo abraços Janita
E é mesmo um lamento este soneto, Lis.
EliminarO lamento de quem sente próximo o fim e deseja intensamente não ver esquecidos os seus poemas, bocados da sua alma!
Mando beijos e um grande abraço, Lis.
Muito bonita (dupla) homenagem
ResponderEliminarObrigada, Pedro.
EliminarSentida, pode crer que é! Caso contrário, não a faria.
Beijinhos.
Janita,
ResponderEliminarCom um nó na garganta e as lágrimas pelo rosto, foi assim que recebi a imagem do meu “ anjo da guarda” a ler um poema de um dos seus livros. Quem sabe se não seria o poema que transcreveste.
Este meu “ anjo da guarda” era o meu avô materno…infelizmente partiu em 2007.
É com grande emoção e carinho que agradeço esta homenagem prestada ao meu avô.
Muito obrigada amiga.
♥ Beijinhos com muito carinho ♥
Susana
Olá, Susana.
EliminarFiquei profundamente comovida, pois jamais me passou pela mente que o Poeta Castro Reis pertencesse à tua família, muito menos que vos tenham unido laços de sangue tão chegados.
Homenageei-o porque gosto da sua poesia, por ser portuense, mas, essencialmente, por saber o quanto tu adoras a sua poesia, embora longe de imaginar que fosse teu Avô.
Deves orgulhar-te muito disso, Susana.
Quantas recordações terás da vossa convivência, e como eu gostaria que um quisesses partilhar um pouquinho dessas memórias connosco.
Pensa nisso!
Um grande beijinho com ternura.
Janita
* um dia*
Eliminar:)
Boa noite Janita.
EliminarPara que o possam conhecer melhor, aqui deixo um breve resumo do percurso de vida do escritor e poesta Castro Reis (meu Avô).
http://www.youtube.com/watch?v=UFHexkDg5Kc
Beijinhos com muito carinho e obrigado
Susana
Obrigada, Susana.
EliminarComo podes ver já dei ao vídeo, o devido e merecido destaque!
Um beijinho com o carinho que me mereces, desde o dia que no meu cantinho apareceste!:)
Janita
Olá Janita,
EliminarMais uma vez Obrigada pela divulgação e homenagem prestada ao meu Avô.
Beijinhos e um sorriso ♥
Susana
ResponderEliminarA amizade é assim, Janita! Gosto dela e do poema. :)
Beijo
Laura
A Laura sabe bem como funcionam estas coisas da amizade que sai espontaneamente do coração.
EliminarPor isso, gosto de si e do que escreve!:)
Beijinho.
Olá, vim apreciar teus escritos!
ResponderEliminarAmo poesias, poemas, e todas as palavras que vem do coração!
Linda homenagem!
Parabéns pelo blog, sigo com carinho!
Rê
Femme- Mãe, Esposa, Mulher!
Olá, Rê!
EliminarPenso que já nos cruzámos em blogues de amigos comuns, e, se não estou em erro, o nick do teu blog era " O sofá amarelo", ou estarei errada?
De facto nunca se proporcionou nos comentarmos. Fico muito contente e grata por teres vindo até ao meu cantinho.
Será com imenso gosto que te visitarei, seguirei e continuaremos a ler-nos!:)
Seguirei o link. Obrigada, Rê!
Beijo com igual carinho.
Olá Janita,
ResponderEliminarNão conhecia o poema, obrigado por partilhares connosco.
Relativamente ao tema, sinto-me dividido. Um gosto acre e ao mesmo tempo...
Abraço grande
Olá Argos!:)
EliminarNão necessitas de agradecer a partilha de nada que publique aqui, meu querido Amigo. Sabes que o faço com o maior prazer.
O poema...pois, o poema!...
Refere-se ao Inverno da Vida, mas quando podemos nós saber quando atingimos essa 'estação' na vida.? É tão variável.... Eu, por exemplo, tenho dias que me sinto em plena 'Primavera', e outros, em que me sinto no mais desolador 'Inverno'.
Talvez que as estações estejam dentro de nós e da força do nosso querer, mas percebi bem esse sentimento que te divide. Eu sinto o mesmo...
Beijinho e abraço grande. Pode ser?
Olá, Janita!
ResponderEliminarBonita é tua homenagem, em forma de poema que fizeste teu, e dum autor que não conhecia.Que é bonito, apesar do lado triste que contém - ou não falasse ele do Inverno, estação que quase sempre com ela traz o frio...
Beijinhos amigos, fica bem.
Vitor
Olá, Vitor!
EliminarComo diz o tal fado: " A vida nem sempre é má e o fado nem sempre é triste"!:)
Com a poesia e com os poetas é igual.
Aliás, grandes nomes do fado cantaram poemas dos mais ilustres poetas portugueses, desde Camões a Pedro Homem de Mello.
O Importante neste caso é homenagear um Poeta portuense, com a curiosidade de ser Avô de uma comentadora e amiga. Facto que desconhecia, quando escrevi o post.
Beijinhos querido Amigo, fica bem.
Olá Janita voltei para te dizer que não consigo o teu mail, se possível entra em contacto comigo por mail, preciso de te dizer algo importante.
ResponderEliminarbeijinho e uma flor
Beijinho, Flor!
EliminarÊ TAVA ERA À PROCURA DISTO O PINTO BASTOS SABE CUGAJO ERA ABUELITO DELE?
ResponderEliminarTerra de grandes barrigas,
Onde há tanta gente gorda,
Às sopas chamam açorda
E à açorda chamam-lhe migas;
Às razões chamam cantigas,
Milhaduras são gorjetas,
Maleitas dizem maletas,
Em vez de encostas, chapadas,
Em vez de açoites, nalgadas
E as bolotas são boletas.
Terra mole é atasquêro,
Ir embora é abalári,
Deitar fora é aventári,
Fita de couro é apero;
Vaso com planta é cravêro,
Carpinteiro é abegão,
A choupana é cabanão
E às hortas chamam hortejos
Os cestos são cabanejos
E ao trigo chama-se pão.
No resto de Portugáli Ninguém diz palavras tais; As terras baixas são vais Monte de feno é frascáli Vestir bem parece máli À aveia chamam cevada Ao bofetão orelhada Alcofa grande é gorpelha Égua lazã é vermelha Poldra “isabel” é melada. Quando um tipo está doente Logo dizem que está morto. A todo o vau chamam porto Chamam gajo a toda a gente Vestir safões é corrente Por acaso é por adrego, Ao saco chamam talego E, até nas classes mais ricas Ser janota é ser maricas Ser beirão é ser galego. Os porcos medem-se às varas, O peixe vende-se aos quilos E a gente pasma de ouvi-los Usar maneiras tão raras; Chamam relvas às searas Às vezes, não sei porquê E tratam por vomecê Pessoas a quem venero; “não quero” dizem “na quero” “eu não sei” dizem “ê nã sê”!
Para a Posteridade...
EliminarPerguntas se o António Pinto Bastos sabia que o autor da Letra deste belo fado corrido era seu Avô? Claro, que sim! Tu e eu também sabemos, nã ei?
Só para veres como te admiro, sobretudo a tua paciência em criar 400 blogues, trago-te a voz do cantor- de quem gosto muito - para acompanhar
a Letra do: MESTRE ALENTEJANO
Ora clica ( cliquem) no link e deliciem-se.
Um abraço!:))
É verdade que muito poucos se lembram de Castro Reis , um excelente Poeta !
ResponderEliminar´´E justo relembrá-lo e homenageá-lo
Seja muito bem-Vinda, Helia!
EliminarÉ uma injustiça, assim como tantas outras, que se fazem em relação a outros poetas e escritores portugueses, que o tempo e o silêncio, votou ao esquecimento.
Há que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, para os relembrar e dar-lhes o merecido destaque.
Obrigada por aqui estar.
Um beijinho.
Um grande homem do Porto e das letras, infelizmente um pouco esquecido ! :((
ResponderEliminarBela homenagem, Janita ! ... e já agora um grande abraço à sua neta, Susana Miranda que te enviou aquele belo e valioso vídeo ! :))
Beijinhos ! :))
.
Olá, Rui.
EliminarContava contigo aqui, Amigo!:)
Como homem do Norte e apreciador dos 'nossos' artistas e intelectuais, não poderias faltar a esta simples, mas sentida, homenagem a Casto Reis!
O Vídeo foi, sem dúvida, o complemento que faltava.
Obrigada, Rui, em meu nome e da Susana.
Beijinhos!:))
Confesso a minha ignorância mas nunca tinha ouvido falar deste poeta!
ResponderEliminarGostei do soneto!
Abraço
Não é ignorância nenhuma, Rosa!
ResponderEliminarÉ um desconhecimento provocado pela pouca informação que as editoras e os meios de comunicação passam para o grande público.
Como podes ler nesse pequeno excerto biográfico, Castro Reis não foi um poeta de 'bairro'. ..Muito pelo contrário, foi um escritor e jornalista laureado com vátios Prémios.
Em Portugal, é assim... tudo se move num jogo de interesses e não de valores.:(
Beijinho e abraço, Rosa.