...mas bem real!
E, depois, apeteceu-me ser vulgar, mas realista.
* *
*
Piolhos cria o cabelo mais dourado;
Branca remela o olho mais vistoso;
Pelo nariz do rosto mais formoso
O monco se divisa pendurado:
Pelo nariz do rosto mais formoso
O monco se divisa pendurado:
Pela boca do rosto mais corado
Hálito sai, às vezes bem ascoroso;
A mais nevada mão sempre é forçoso
Que de sua dona o cu tenha tocado:
Ao pé dele a melhor natura mora,
Que deitando no mês podre gordura,
Fétida urina lança a qualquer hora.
Caga o cu mais alvo, merda pura:
Pois se é isto o que tanto se namora,
Em ti, mijo, em ti cago, oh formosura.
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Soneto da Porcaria -
de Manuel Maria
(du Bocage)
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Pelo lido
ResponderEliminare pelo tão bem dito
se percebe
porque razão era
Bocage tido
como poeta maldito
Quanto a vulgaridades José Luís Borges um dia escreveu: “criar banalidades consiste em inventar histórias verdadeiras”
«Enleia-se por gosto a liberdade
EliminarE depois, a paixão na alma se apura»
O Poeta 'maldito'
gostaria de saber
do seu veredicto, Rogérito!
:)
:) não conhecia
ResponderEliminar«Nascemos para amar e a Humanidade
EliminarVai, tarde ou cedo, aos laços da ternura.»
:)
Por que te foste lembrar do Bocage?!
ResponderEliminar: )
Porquê, Catarina?
EliminarPorque:
«Amor ou desfalece, ou pára, ou corre
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.»
Antes que morra, há que agarrá-lo! :)
Compreendi!! : )
EliminarTrês vivas para o Bocage!! :))
ResponderEliminarBeijinhos
Viva! Viva! Viva... Bocage! :))
EliminarE vivamos nós também, para lhe louvar o talento, Pedro.
Beijinhos
Eu gosto do Bocage.
ResponderEliminarTenho dois livros de poesia dele que li em 2015 na altura em que se comemoravam 250 anos do seu nascimento. Estudá-mo-lo nesse ano na UTIB e fomos visitar a sua casa museu em Setúbal.
Abraço e saúde
Não sabia e fiquei contente por saber. Após tantos anos de má fama, o Poeta é ainda homenageado. Com toda a justiça, diga-se.
EliminarAbraço.
Bom dia
ResponderEliminarNão conhecia o soneto do "Bocage"
Gostei de ver a Odete . Uma figura muito carismatica . mas com uma personalidade fora de série .
J R
"Enleia-se por gosto a liberdade
EliminarE depois que a paixão na alma se apura.
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.
Grande Poeta foi Manuel Maria Barbosa du Bocage.
Boa noite!
Ahahaahahaha. Que cena...ousadia poética, lol
ResponderEliminar.
Saudações poéticas
Cuide-se, proteja-se
Era assim, o Poeta:
EliminarMagro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura
Triste de facha, o mesmo de figura
Nariz alto no meio, e não pequeno
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento."
Boa noite!
Looool só podia ser do Bocage! Adorei. Mas olhe que tem as suas verdades, daquele tempo!:))
ResponderEliminar-
Intempéries no sentimento imaturo
Beijo, e um excelente dia :)
"Tu és doce atractivo, ó Formosura,
EliminarQue encanta, que seduz, que persuade.
Dir-lhe-ia o Poeta, se pudesse, Cidália! :)
Admiro Bocage, que também poetisa sobre a realidade !
ResponderEliminarBeijinho, tudo de bom
O Poeta poetizava sobre tudo, São.
EliminarUm homem culto e inconformado, que gostava de desafiar as normas que a sociedade impunha.
Beijinho. Tudo de bom também para si.
Mesmo arredado da mesa oficial
ResponderEliminarMerdaleja Bocage, o imortal.
Um viva para a vulgaridade, Janita. :)
Um beijinho :)
Mainada, AC!
Eliminar"Incapaz de assistir num só terreno
Mais propenso ao furor do que à ternura
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno.
Grata por apoiares a minha incursão na 'vulgaridade', Amigo AC. :)
Beijinho.
Bocage é sempre um prazer ler, teve sempre esse bendito condão de escrever o que muitos pensavam e não diziam.
ResponderEliminarBeijinhos Janita
Ali não havia lugar para a hipocrisia, Manu! :)
Eliminar"Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades
Beijinhos, Manu.
Não conhecia o Soneto da Porcaria, mas sei que já glosei o Soneto da Liberdade :)
ResponderEliminarBeijinho, Janita :)
Olá, Maria João!
EliminarJá estive no seu cantinho.
Na verdade, o título do Soneto não é bem esse, acontece que me esqueci e, depois, (re)baptizei-o. Espero que isso não me traga algum dissabor.
Beijinho, Mª João. :)
Eheheheh... não o conhecia de todo, com ou sem nome próprio :)
EliminarAo contrário da maioria, não li quase nada desse Bocage mais escatológico. E não o li apenas porque nunca o encontrei na biblioteca lá de casa.
Outro beijinho :)
O poema conhecia. Só dele, mesmo.
ResponderEliminarA Odete, que conhecia também como declamadora, está muito bem.
1 bji.
No poema "Nascemos para Amar" até que o Poeta se portou muio bem.
Eliminar"Nascemos para amar, a Humanidade
Vai, tarde ou cedo, aos laços da ternura.
Tu és doce atractivo, ó Formosura,
Que encanta, que seduz, que persuade.
Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão na alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade.
Qual se abisma nas lôbregas tristezas,
Qual em suaves júbilos discorre,
Com esperanças mil na ideia acesas.
Amor ou desfalece, ou pára, ou corre:
E, segundo as diversas naturezas,
Um porfia, este esquece, aquele morre.
Se não estou em erro já numa ocasião lhe deixei lá no seu Cantinho este Soneto, lembra-se ou não? :)
Um beijinho.
Ah, e a camarada Odete Santos, está muito bem, sim senhor!
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