sábado, 5 de dezembro de 2020

Um Soneto Por Semana. # 8

 




Querer-te mal, porquê? – Foste quem eras:
Um corpo gentilíssimo, perfeito,
Que se moldava ao meu e a qualquer jeito
No pântano de todas as quimeras!

Que culpa tinhas tu se ainda esperas
O lugar prometido aqui no peito
E sais da minha vida e do meu leito
Com a simplicidade que trouxeras?

A culpa tenho-a eu que fui um triste
A desejar no alto do meu sonho
Beijar a perfeição que não existe.

Fui esta coisa inútil, complicada
- Não me encontrando aonde me suponho
E encontrando-me aonde não há nada.



Soneto de António Botto
 17 de Agosto de 1897 - 16 de Março de 1959

Tela - [sobejamente conhecida ]
de Renée Magritte
Pintor surrealista francês (1898-1967)

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Nota de rodapé: Dada a condição, orientação, opção - escolham o que melhor se enquadrar nas vossas crenças/opiniões - da sexualidade do autor do Soneto, e em virtude ainda, dos tempos que atravessamos, achei por bem a escolha desta tela, já que nada neste postal é de minha autoria...a não ser o pensamento!    😚


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39 comentários:

  1. Sou realmente uma mulher de paixões:

    AMO a POESIA de António Botto.

    O belga Renée Magritte está na minha lista de pintores favoritos.

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    1. Teresa.

      Isso, já eu tinha afirmado
      por aquilo que de ti conheço e sei.
      Mas tu, Mulher que te queres sem branduras,
      negaste-me aquilo que afirmei...:)

      Fico contente, pois nesta publicação, felizmente, tudo te agradou. Também a mim, me agradou muito o teu comentário.

      (Como não fiz tratos contigo nem o faria, nesse sentido: Obrigada. )

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  2. Lindo soneto!
    Numa breve passagem - com mensagem colada - a fim de poder chegar a todos. Desejando que todos se encontrem bem de saúde. Obrigada a todos por não me terem “abandonado” Voltando, conforme o tempo me permitir. :)
    --
    “ Liberdade hipócrita ”
    -
    Beijo e um excelente Fim de Semana;-Prolongado.

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    1. Seja bem regressada, Cidália.
      Espero que agora já se sinta mais repousada e fresca. :)

      Um abraço e bom fim de semana.

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  3. Soneto lindissimo de ler
    Bom fim de semana

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    1. É sim, senhor.
      Também gosto muito.

      Obrigada, Ricardo, igualmente para si.

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  4. Parabéns Janita pela junção destas duas pérolas.
    Botto foi considerado o "nosso" poeta maldito e Magritte um pintor intrigante (:

    Nunca consegui escrever um soneto que considero extremamente melódico talvez por ter muitas regras e eu quando escrevo não a tenho (;

    Um beijinho e bom fim de semana !

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    1. Olá, querida Fê.

      Na verdade, poetas «malditos» foram muitos, quase todos os que não obedeciam aos padrões tidos como certinhos e dentro da bitola do politicamente certo. Hipocrisias da sociedade, nada mais.
      Olha só que paradoxo...tu, poetisa com um palmarés replecto de poesia inata e até aprendida e cultivada, nunca te atreveste na escrita de um soneto.
      Eu, sem nada ter aprendido nem com a poesia no ADN ter nascido, já me atirei de cabeça. Levei pancada da grossa, mas qual quê?- prá frente é que se faz caminho e lá fui desbravando caminhos e aos trancos e barrancos...pasma: até o amigo Rogério publicou um soneto meu.
      E esta, hein? :-))

      Bem sei que foi meio à trouche-mouche, mas foi!
      Se não acreditas, vai lá à "Conversa Des)Avinagrada" ou clica aqui nas Etiquetas: SOnetos, e lê com os teus próprios olhos.

      Ah, pois, se não me elogiar, que me elogiará?

      Beijinhos e bom fim-de-semana, querida Fê.

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    2. Boa!
      Só agora reparei
      que sou referência de bom-gosto!

      E quanto ao Boto... gosto!

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    3. Até o bom-gosto Caro Rogério, por vezes, sofre oscilações.

      Há cinco anos, num poema de Botto, dizia-me assim o Rogério:

      "Mesmo se o amor é dúbio
      o verso é puro
      "

      Mais não carece dizer-se
      pois quem mudou
      não foi Botto,
      foi sim...
      quem dele gostou.

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    4. Janita vou já ver (:
      Amiga, não sou poeta, escrevo tal como tu com o coração, se isso é ser poeta, então ...

      beijinho

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  5. Não me lembro do nome António Botto. Se alguma vez ouvi falar dele – em blogues, p.ex. – não me recordo, consequentemente, considero que não o conhecia. Consultei a wikipédia. Parece ter sido uma pessoa que não agradou à maioria. Se chegou a criar amigos, depressa estes se afastaram. Uma pessoa complicada. A ser verdade a sua orientação sexual, deveria ter tido uma vida bastante difícil e quem sabe se isso não fomentou algumas das suas características menos agradáveis.
    Quanto à pintura, muito inquietante e perturbadora tal como foi o objetivo do pintor. Quando me aparece no écrã, desvio o olhar imediatamente. Incomoda-me bastante. : )
    Bjos


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    1. Estive a ver o que teria ali nas minhas Etiquetas, mas tonta como sou só lá te nho este Soneto e um outro poema de António Botto.
      No entanto, já publiquei até contos lindos escritos pelo Poeta/Escritor. Decerto leste aqui já algo mais de sua autoria Catarina.
      Quanto à tela, é verdade, também sinto algo que me provoca um certo desconforto, quando a olho. Porém, houve dois motivos que me levaram à escolha desta e não de outra.

      Um abraço, bom fim de semana. :)

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  6. Botto é Botto. Não há mais nada a acrescentar.
    Quanto ao Magritte, percebo a escolha mas não é um dos meus pintores favoritos. Mas faz sentido nos tempos que vivemos.
    Acabei de ouvir o Primeiro-Ministro na TV e, depois de voltarmos a ter mais de 6 mil infetados e 70 e tal mortos desde ontem, fiquei de boca aberta em relação ao Natal!
    Aliás, gostaria até de deixar uma sugestão: em vez de vacinarem os velhinhos e alguns grupos de risco na primeira leva de vacinas, acho que deviam vacinar, em primeiro lugar, todos os donos e empregados de restaurantes e afins!
    Isto em Janeiro vai se lindo!

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    1. Olá, UmaMaria.

      Deixando as suas apreciações acerca de Botto e da tela, sigamos para as declarações de A.C.
      Até parece que agora só se morre de Covid. Enfim...enfim e enfim!
      E finalizo, dizendo que pela minha parte não sugiro nada, ou melhor, apetecia-me sugerir como aquele brasileiro do vídeo que a minha mana me enviou, que sugeria serem os políticos oe primeiros a tomar a vacina, assim tipo cobaias. Se não morressem a vacina ficava aprovada, se batessem as botas, o país ( o dele) estava salvo...

      Em Janeiro? Quem viver, verá!
      E por aqui me fico.
      Um abraço.

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    2. Assim que puder,irei vacinar-me. Tenho asma. Não posso arriscar apanhar o Covid..

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    3. O pior não é apanhar o Covid, o pior é dar entrada nos hospitais e consequente internamento por agravamento de qualquer enfermidade de que já se sofra.
      A notícia da morte do jornalista Pedro Camacho, que se encontrava hospitalizado devido ao coravírus e contraíu umas bactérias que lhe causaram a morte, deixou-me apreensiva.

      O Covid agora é culpado de todas as mortes, mas quantas ocorriam antes disto, devido às bactérias que se apanham nos hospitais?

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    4. Tens razão nisso das bactérias....
      Mesmo assim, eu preciso de voltar a trabalhar...não posso ficar em casa até o Covid passar! Tenho de tomar a vacina!

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    5. Isso parece que ainda vai demorar.
      Mas, sim, com problemas no sistema respiratório, não convém correr riscos.
      Eu, dispenso a minha, pelo menos assim penso...para já!

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  7. Botto não teve uma vida fácil, mas sou fã dos poemas dele.
    Se tivesse vivido hoje,teria a vida mais facilitada, já que a orientação sexual não é motivo para a descriminação dos que mostram o seu verdadeiro mérito seja em que área for.
    A tela que escolheste foi a cereja no topo do bolo, mostra como se têm de esconder rostos e emoções em determinadas circunstâncias.
    Gostei muito do soneto que escolheste.

    Beijinhos querida Janita
    😘😘😘

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    1. A sociedade, hipócrita, condena tudo e todos que saírem dos parâmetros que ela própria estabelece e viola às escondidas.
      Maldita falsidade!

      Fiquei francamente contente por te agradar esta publicação, Manu!

      Beijinhos e obrigada, minha querida. 😘😘

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  8. Um belíssimo poema de um poeta rejeitado. Tempos antigos. Ultimamente parece estar a ser lembrado.

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    1. Há bastante tempo que lembro aqui este Poeta de que gosto muito.
      Obrigada por ter vindo.

      Boa Noite.

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  9. Essa foto diz me muito
    Já a usei em várias ocasiões
    😊
    Soneto maravilhoso

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    1. Custas-nos olhar a tela e ver os rostos ocultos, num beijo que o não chega a ser, por ausência de contacto direto. Também isso me diz muito, sim.

      Obrigada, Miguel. 😊

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    2. É intrigante e motivadora ao mesmo tempo
      😊

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    3. Sim, desafia-nos a imaginação na tentativa de se encontrar uma razão plausível para um beijo dessa natureza. :-)

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  10. O poema postado
    é o meu eleito

    Quanto à nota de rodapé, ela faria sentido
    se fosse este o poema lido
    https://www.escritas.org/pt/t/3441/inedito

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  11. Bom dia
    Desde uma pintura a um simples poema , há sempre criticas .
    Umas agradam outras nem por isso .
    O autor tem de saber respeitar a opinião do critico .
    Infelizmente não conheço nenhum dos autores destas duas obras mas gostei mais do soneto que da pintura .

    JR

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    1. E respeitam ou, talvez, lhes sejam indiferentes. Cabe ao crítico respeitar a obra do autor.
      Toda a critica, sendo construtiva, ainda que negativa, é digna de ser ouvida e tida em conta.
      Tudo, menos menosprezar o trabalho alheio,- ainda que seja abrigados sob a capa da inocência - indo buscar o lado mais negro e feio do autor, que teve a coragem de se desnudar perante a opinião pública.
      Venham de quem vierem, essas maldades não encontram abrigo no meu espaço.
      Como disse, na publicação, nada aqui é de minha autoria, nem Soneto nem pintura, mas tudo o que aqui for dito diz-me respeito.

      Um abraço com o meu agradecimento, JR.

      PS- Nada disto que acabei de escrever lhe é dirigido, descanse, mas foi a forma que encontrei de dar a achega a quem sabe que esteve mal, muito mal.

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  12. Naquele tempo os seus amores deveriam ter sido bem sofridos.
    Gostei do poema e da pintura!

    Abraço

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    1. Provavelmente, Leo, até terá sido essa a causa do poema terrivelmente maldito, esse sim, numa atitude contrária ao seu procedimento, só para provocar quem o 'amaldiçoou'.
      [Refiro-me a um poema que alguém teve o mau-gosto de me vir aqui oferecer, na madrugada d'hoje. Não ao que publico, óbvio.]

      Obrigada, por vires ler.
      Um abraço e tudo de bom para ti e os teus.

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  13. Do Botto, conheço um outro poema, mas não sou apreciador. Dada a sua orientação sexual não deve ter tido uma vida fácil. Hoje, felizmente, as coisas são vistas de outra maneira.
    "Os Amantes" é uma pintura intrigante, como outras do Magritte. Que quereria ele exprimir exactanmente: amores proibidos e porquê, beijos castos, receio de algum contágio, de um par que não se (re)conhece? Fantasias de uma das personagens? Onde o prazer de tal beijo? Enigmas...
    Tenha um bom Domingo e agasalhe-se, que está frio.


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    1. Andei a ver num outro poema que dele publiquei, incluído na Etiqueta com o seu nome, e de facto o José não está lá.
      Foi em 2015 e creio que nessa altura já nos «conheciamos», ou não?
      Quanto às perguntas acerca das razões que levaram a esta pintura, só Magritte saberia.

      Ainda hoje não saí, ou melhor, de casa até saí, não saí foi do carro pois a fila para o super era tão grande que contornei o parque de estacionamento e regressei pelo mesmo caminho.
      Parece que o pânico da primeira pandemia voltou a atacar em força.
      Um beijinho e cuide-se também.

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  14. Nâo lembro de ter lido ainda o poeta Antonio Botto ,Janita_ gosto de pesquisar e vou procurar para conhecer um pouco mais_ quanto as opções sexuais hoje tudo está mais tranquilo. Imagino o quanto sofreram nos tempos idos. Procuro respeitar e entender que somos livres nas nossas escolhas.
    Quanto a obra do pintor Magrite é bem conhecida. Suas obras são desafiadoras interessantes e considero bem humoradas, gostava da bizarrice. Era um artista genial.
    Um abraço de boa noite e uma amanhecer feliz.

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    1. Oi, Lis!

      Se não conhece muito deste português que foi morrer atropelado numa rua do Rio de Janeiro, no postal seguinte vem já aí um conto de sua autoria e uma foto fabulosa que tive a sorte de encontrar, na Net.
      De Magritte tenho postais ilustrados que uma amiga holandesa me enviava amiúde.

      Um abraço e tudo de bom.

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  15. Uma obra (livro, escultura, pintura, canção, etc.) não pode ser apreciada por si mesma?, sem que se tenha em conta se quem a criou é hetero, homo, preto/branco/amarelo, mulher/homem?
    Afinal o que importa de facto é a obra ou qualquer outros preconceitos que estigmatizam os seus criadores?
    Já não há pachorra para considerações (mesmo que involuntárias e/ou pretensamente ingénuas) à margem do que de facto interessa.
    De António Botto não conheço a obra, tal como desconheço outras de muitos outros. Pecha minha que não deles.
    Porque o valor que todos temos não é por sermos quem somos mas sim por sermos como somos.
    Beijos rimando com sorrisos pintados às cores.

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    1. Apreciar a obra, pela obra, e não pelo seu autor, deveria ser a tónica usual, e é, salvo raras excepções de algumas pessoas que não vêem um palmo na frente do nariz.

      Gpsto de ler a tua opinião que sempre considerei isenta de preconceitos.
      Olha, para quem não conhece ou conhece pouco, já decidi publicar uma série de postais dedicados a Botto.
      Já a seguir vem um conto, totalmente inócuo e isento de erotismo, é mais uma liçãozinha de moral.
      Irei intercalando, com algo de minha autoria sempre que a inspiração me procurar.
      Espero que não demore, senão....

      Beijos - que podem ser a p&b. :)

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    2. ... evidentemente que o que quis (e quero) dizer é:
      o valor que todos temos não é por sermos o que somos mas sim por sermos como somos.
      Porque quem somos é o resultado de como somos. ó_ò

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