...TODAS AS FLORES FLORESCEM.
*
(...)
Noutro Abril alegre,
Noutra tarde clara,
O balcão florido
Solitário estava...
Nem a pequenina,
Risonha e rosada,
Tampouco a irmã triste,
Silenciosa e pálida,
Nem a negra túnica,
Nem a touca branca...
*
Apenas no fuso
O linho girava
Por mão invisível;
E na obscura sala
A lua do límpido
Espelho brilhava...
Entre os jasmineiros
E as roseiras brancas
Do balcão florido,
Olhei-me na clara
Noite enluarada
Na lua do espelho,
Que longe sonhava...
Abril florescia
Frente à minha janela.
Excerto (final) do Poema "Abril Florecía"
de Antonio Machado.
(1875-1939)
Nota: Se não vos custar muito, gostaria que lessem o poema enquanto o escutam, na voz pausada e de excelente dicção da declamadora. Apreende-se melhor o sentido do poema.
Não tem este Dia,
[25 de Abril]
Partido nem dono
Não tem tom vermelho,
laranja ou rosado.
Sequer é azul ou amarelado
A sua cor é da cor da Liberdade, somente.
Se foi conquistada é para toda a gente.
Que se mantenha sempre
viva e perene,
qual folha verde de frondosa Árvore
abrigo de Todos
que a Todos pertence.
💙 💛
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25 de Abril sempre!!!
ResponderEliminarSempre? Se as vozes dos mais entusiastas se vão calando, que ao menos a noção e o respeito pela LIberdade colectiva, vá permanecendo.
EliminarObrigada por ter vindo.
A liberdade não tem donos.
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Alguns pensam que são eles os donos disto tudo, Pedro.
EliminarBeijinhos, boa semana.
Bom dia
ResponderEliminarA liberdade deve andar sempre de mãos juntas com a verdade .
JR
Na verdade... a verdade era verde, veio um burro e comeu-a!
EliminarO que é verdade para uns é mentira para outros, JR!
Bom Dia!
Um dia para recordar com alegria.
ResponderEliminarBeijinhos Janita
A alegria de há quarenta e oito anos, Manu, já não é o que era.
EliminarFicou o feriado, por enquanto. Mas recuar para voltar ao silêncio e à opressão, jamais!
Beijinhos, Amiga
Gostei bastante do video com um belo poema em língua castelhana.
ResponderEliminarUm abraço e tenha um bom 25 de Abril dia da liberdade.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Janita, terei que ser honesto e dizer que o 25 de Abril já nada me diz. Reconheço que a liberdade se deve, em grande parte, à data referida. Não sou capaz de alinhar em comemorações ocas.
ResponderEliminarObviamente respeito quem tem opinião contrária à minha.
Beijinho
E é de honestidade nas respostas que eu gosto.
EliminarSejam dadas aqui ou nos respectivos espaços.
Ainda haverá opiniões contrárias à tua e a favor das comemorações, obviamente, mas que o espírito de Abril se foi perdendo em virtude de tanto atropelo, tanta corrupção, tanto desengano, disso ninguém mais tem dúvidas.
O poema que escolhi nada tem a ver com a nossa experiência revolucionária. Quando o poeta faleceu foi quando teve início a II Guerra Mundial. Porém, achei interessante e com um certo cabimento a diferença entre a euforia inicial na história das duas irmãs, contada a partir de um certo Abril. Num outro Abril, mais tarde, tudo tinha mudado. - para pior. Assim é a nossa vida.
Beijinhos e fica bem, António.
Belo poema excelentemente declamado!
ResponderEliminarA Liberdade é de todos e para todos!
Abraço
Concordo inteiramente contigo, Leo.
EliminarInfelizmente, na prática ainda não é, nem nunca foi, assim.
Por muito que isso nos doa temos de reconhecer que vamos recuando na igualdade de direitos. Até no direito à Liberdade!
Nem no nosso país nem em qualquer outra parte do mundo.
Os mais fortes acham-se no direito de espezinhar os mais fracos e desprotegidos.
Abraços e beijos.
todas as flores são belas - mas nem todas dão fruto!
ResponderEliminaroutras, comoos cravos vermelhos, sáo semente de transformação ds realidade
abraço
Pois não, caro Manuel Veiga! Essa é uma das duas faces da mesma moeda.
EliminarPois se até a figueira, que é uma árvore, dá fruto sem dar flor... Os cravos vermelhos foram uma casualidade. Poderiam ter sido margaridas.
Abraço e boa semana.
Para quem viveu outros tempos...tudo ou quase tudo era cinzento, triste, retrógrado.
ResponderEliminarPor isso, se 25 de Abril é a data especial, que todos os dias vindouros não nos retirem os sonhos.
abraço
Eu fui uma das pessoas que viveram esses tais tempos do cinzentismo salazarista, meu caro Maceta. Mais, fui uma vítima das suas injustas ideias retrógradas e puritanas. Ideias essas, em que o justo pagava pelo pecador. No entanto, nunca vim para a rua gritar, em nome do proletarido, de barriga cheia. Fiquei feliz com o romper das correntes e das mordaças, mas fiquei quieta no meu canto esperando o que viria depois. E foram tempos bastante conturbados, esses, os que vieram a seguir.
EliminarSonhar, Maceta, eu sonhei sempre. Durante a ditadura e depois dela.
Abraço!
Como já disse o dia 25 não celebrei porque estava debaixo de uma terrível guerra civil. Só dias depois é que soube o ocorrido por uma rádio clandestina. Hoje muitos não souberem nem sentiram o terror da "pata salazarista"!
ResponderEliminarHoje decorridos 48 anos temos dois bens a preservar: Liberdade e democracia que muitos teimam ir aos extremismos e com palavrinhas mansas e falseadas tudo fazem para que se perca.
Gostei imenso do post o poema declamado está excelente.
Beijos e um bom dia
Que se preserve, sobretudo, o direito à Liberdade. Liberdade de expressão, liberdade de acção, liberdade de professar esta ou aquela religião e, liberdade de ser e estar. Ser branco, negro, ou amarelo, ser deste ou daquele Partido político. Já isso da Democracia é um regime político muito frágil, se não for bem interpretado e bem usado, pode ser uma faca de dois gumes. Como é costume dizer-se: à vontade não é à vontadinha.
EliminarGrande abraço, Fatyly.
Sonhar sonhei sempre. Durante a ditadura e depois dela.
ResponderEliminarOlá. :)
Já apropriando-me da tua frase para dizer que foram os sonhos de muitos que levaram ao acordar de muitos mais, ainda que alguns o neguem. Estes, que tanto desejam os cravos pisar só se permitem fazê-lo porque aqueles outros lhes deram essa possibilidade: a Liberdade em que vivemos.
Beijos regados com sorrisos.
§-comento em Gmail, que no outro não me aceita.
Olá, Kok!
EliminarPara além dos sonhos de viver em Liberdade, que só lhes dá o verdadeiro valor quem viveu amordaçado e preso a um regime ditatorial implacável, todos temos os nossos sonhos pessoais.
Era a esses Sonhos Meus, que me referia! :))
Este site não muito esquisitinho, pelo que não me admira não aceitar o teu "outro", que suponho seja o Sapo.
Vê lá tu que nem a mim aceita, eu, sua dona! Parece impossível que me dê no nariz com este 'aviso':
"Este site é protegido por reCAPTCHA e aplica-se a Política de Privacidade e os Termos de Utilização da Google.". Será mania das grandezas? Eheheheh
Andei a limpar a cache, se calhar é por isso.
Beijinhos, amigo Kok.
Desejo que tudo vá melhor. Vai?
Janita, minha querida amiga, o vídeo é lindo, li o poema escutando.
ResponderEliminarSim, tudo foi amargo demais, também conhecemos esse 'regime', é dolorido, nossa comemoração é noutra data...
Quero para teu lindo Portugal e para nossos irmãos portugueses, que sejam felizes sempre, e que a Liberdade seja contínua e sempre presente, para sempre. Democracia!!
Uma boa semana, sorrisos, paz e esperança, amiga!
Beijo!
Querida Taís.
EliminarNa verdade, tudo o que mais desejo é justamente isso: Paz e Esperança. Não só para mim , não só para para o País, que apesar dos pesares, tropeçando aqui e ali, lá vai seguindo em frente. A Paz que mais desejo, actualmente, é para o sofrido Povo ucraniano. Ó Povo corajoso e valente! Hoje vi uma senhora de idade avançada que vive num abrigo no subsolo há semanas. Às escuras, zsem luz nem água, mas lá vai sobrevivendo. Quando veio à luz do dia, depois da cidade ter sido bombardeada, buscar a ajuda de alimentos, acabou por oferecê-los a uma outra senhora ainda mais idosa.
Ah, o que eu chorei, perante a ingenuidade da sua pergunta inocente: "Já acabou a guerra"?
Onde está a Democracia, minha amiga, onde?
Já morreram mais civis na Ucrânia do que militares. Como se pode compreender que em pleno século XXI se vivam estes horrores? Onde está essa tal Democracia?
Que Deus perdõe a quem destrói as vidas de gente inocente, que só quer morrer em paz. Eu, não consigo.
Quando confrontada com estas cenas, até o inferno das vidas difíceis me parece o Céu.
Beijinhos, querida Taís.
Boa semana!
Lindíssimo poema que tanto gostei. Beijinhos
ResponderEliminarIsso só prova que tem bom gosto, Paula.
EliminarFico feliz.
Um abraço e obrigada.
“O País de abril é muito mais que pura geografia”, como acentua Manuel Alegre no poema Explicação do País de Abril. Meus laços com a terrinha são fortes, quase sem explicação, ainda que recorresse a Manuel Alegre para explicar-me. Bom ouvir António Machado, quanto é bom ler-te, Machado. Quanto é bom ler-te, Janita! Quanto é bom pensarmos em liberdade, democracia, sobretudo quando a sentimos por um fio pelas nas terras brasileiras. Encastelamos um nazista e ele encerrou milhares de fardados no Planalto. E estão gostando e querendo ficar. Não saberei dizer se vou voltar, mas estava em Lisboa por ocasião do 25 de abril, já me referi em outro momento das minhas conversas com você, à época, no ano da morte de Vasco. De Lisboa fui à cidade do Porto, e na Casa da Música, para um concerto de música clássica, um domingo, 11 horas da manhã, entrada franca. Conheci a Casa da Música, bela de arte arquitetônica (não se se gostas), em comemoração à Revolução dos Cravos. Não há bem mais precioso que a democracia, a liberdade. E vivemos dias tormentosos, pois não sabemos até quando tais alicerces estarão de pé em nosso país.... Mas salve os irmãos portugueses. Tenho dois sobrinhos portugueses. Dois alfacinhas. Um menino e uma menina. Conheci o moleque na barriga da mãe... E a mocinha só pelos vídeos. Conversei o bastante... Para compensar a pequena ausência...
ResponderEliminarBeijos e abraços, minha amiga Janita!
Que belo e pormenorizado é o seu comentário querido Amigo Sant'Anna. Uma arte esta de ter a capacidade de se expressar através da palavra escrita com esta fluidez e percepção de que tudo fica bem explícito e entendível.
EliminarSim, gosto do estilo arquitectónico inovador da Casa da Música, situada no coração da Invicta. E fico feliz pela ligação afectiva e familiar que o une a este pedacinho de chão plantado à beira-mar: o meu/nosso Portugal.
Muito Obrigada, Professor. É uma hora receber os seus comentários e visitas.
Beijos e um grande abraço, meu Amigo José Carlos.
Linda postagem para falar desta data tão importante Janita. Data que inspirou nosso Chico Buarque em Fado Tropical. A liberdade sem cor, de todos e para todos como deveria ser. Lindas as ilustrações como suas colocações. Ah, esta terra vai tomar seu ideal sendo um grande Portugal, assim bem definido. Pois viver sob um regime duro e de covardias pisando sobre as flores, não é nada salutar. Que o povo esteja cada vez mais consciente de seu papel na defesa da democracia, sem cores ou partidos.
ResponderEliminarE vamos a luta e que a paz venha para a Ucrânia.
Bjo de paz amiga.
Semana leve e harmoniosa.
Olá, amigo Toninho.
EliminarGrata pelo carinho das suas palavras. Sim, o Chico e o seu Fado Tropical é quase todos os anos, em Abril, chamado à colação para comemorar connosco, este ano dei a primazia a outro autor e grnde poeta do país irmão.
Ah, meu amigo, a pobre Ucrânia, celeiro do mundo, terra de gente que só queria trabalhar e e viver em harmonia, vê-la arrasada, chão queimado e vidas destroçadas, às ordens de um ser desumano. Que dor de alma!
Abraço de Paz e com amizade.