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"Esta é a Cidade"
Esta é a Cidade, e é bela.
Pela ocular da janela
Foco o sémen da rua.
Um formigueiro se agita
Se esgueira, freme, crepita
Ziguezagueia e flutua.
Freme como a sede bebe
Numa avidez de garganta
Como um cavalo se espanta
Ou como um ventre concebe.
Treme e freme, freme e treme
Friorento voo de libélula
Sobre o charco imundo e estreme.
Barco de incógnito leme
Cada homem, cada célula.
É como um tecido orgânico
Que não seca nem coagula,
Que a si mesmo se estimula
E vai, num medido pânico.
Aperfeiçoo a focagem.
Olho imagem por imagem
Numa comoção crescente.
Enchem-se-me os olhos de água.
Tanto sonho! Tanta mágoa!
Tanta coisa! Tanta gente!
São automóveis, lambretas
Motos, vespas, bicicletas
Carros, carrinhos, carretas
E gente, sempre mais gente
Gente, gente, gente, gente
Num tumulto permanente
Que não cansa nem descansa
Um rio que no mar se lança
Em caudalosa corrente.
Tanto sonho! Tanta esperança!
Tanta mágoa! Tanta gente!
Poema de António Gedeão
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Si estimada Janita mucha es la gente que en su dolor se une a sus vecinos para compartirlo entre todos llevarlo un poco mejor, y no perder la ilusión.
ResponderEliminarSaludos
Um poeta do (neo)realismo com uma sensibilidade extrema!
ResponderEliminarEste poema retrata o que se passa e se vive no dia a dia das cidades deste mundo. Com muito realismo.
ResponderEliminarBom fim de semana!
Janita
ResponderEliminarA esta hora da manhã já vou com uma hora de trabalho. A motivação anda pelas "horas da morte" mas sou daqueles que passei a vida a remar contra a maré.
Ler Gedeão e ouvir Jorge Palma é um bom empurrão. Obrigado por mais este momento.
Abraço
"tanto sonho//tanta mágoa...."
ResponderEliminarÉ isso ainda...e dói.
Grata pela partilha, querida!
Gosto mais da vida no campo :))
ResponderEliminarTanta cidade, tanto rio
ResponderEliminarTanta gente descontente
Tanta pobreza com frio
Da miséria permanente
Gente que tanto desperdiça
Tanta gente no lixo apanha
Gente com tanta cobiça
Tanta gente estranha
Tanta beleza escondida
No mundo tanta beleza
Tanta mulher bonita
Não destrua a natureza.
Fiquei encantado com o seu poema
Não sei como responder
Sem saber escolher o tema
Ficam palavras por dizer!
Desejo lindo fim de semana
para você, amiga JANITA.
Um beijo
Eduardo.
Janita Amiga,
ResponderEliminarPostagem muito bem estruturada, em que o espirito comunitário, laborioso e solidário das gentes na[s] cidade[s] é intrinsecamente realçado, quer no poema de António Gedeão, quer no vídeo de Jorge Palma.
Bj amigo,
J
Voltei para dizer que gosto da forma como nos deixas conhecer-te um pouco mais.
ResponderEliminarBeijinhos.
Minha querida
ResponderEliminarPassando para deixar um beijinho e desejar um bom fim de semana.
Sonhadora
É triste a realidade.Linda poesia!beijos,chica
ResponderEliminar:-))
ResponderEliminar...e tinha tanto para dizer
Janita
ResponderEliminarE quando o poeta assim vê a cidade e as gentes, então é sinal que andamos distraídos e não damos conta ddo que os olhos não querem ver.
Gedeão, grande poeta!
Janita - grande transmissora do mesmo!
Beijinho amiguita!
HOLA JANITA: QUE PRECIOSO TEMA SOBRE LA CIUDAD...ESAS CIUDADES QUE TRANSITAN VERTIGINOSAS , SIN DARSE CUENTA DE LO PASA REALMENTE A SU ALREDEDOR.-
ResponderEliminarTE HE LEÍDO EN LA ANTERIOR ENTREGA, UN POEMA DE NUESTRO AMIGO JUAN FRANCISCO Y QUERÍA PREGUNTARTE, SI SABES ALGO DE ÉL ?...PUES ME EXTRAÑÓ SU AUSENCIA Y TEMO QUE ALGO LE HA PASADO...SI TU TIENES UNA VERSIÓN MEJOR ....POR FAVOR HÁZMELO SABER .-
TE DEJO UN GRAN BESO CON AROMA DE ROSAS.-
Olá querida amiga Janita!
ResponderEliminarAntónio Gedeão,"Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida,
gosto dos poemas dele.
Também gosto mais do campo, do que da cidade, moro numa pequena, mas grande demais para o meu gosto.
"Tanta tanta tanta gente"
passa por mim apressada
nem um olá infelizmente
nem um bom dia nem nada
Um bom fim de semana,
com tudo acorrer pelo melhor,
um beijinho grande.
José.
Minha querida amiga:
ResponderEliminarJuntar Gedeão a Jorge Palma só revela bom gosto e sensibilidade.
Duas pessoas que eu admiro demais.
Vivo na cidade e tal como o poeta sinto:
"Tanto sonho! Tanta esperança!Tanta mágoa! Tanta gente!"
beijinhos
Olá querida Janita
ResponderEliminarO poeta descreve como ninguém o que vê, o que sente. Ele penso ser especial, ao fazê-lo desta forma, que nos leva também até à foz com tanto sonho, esperança, mágoa... a sós, no meio de tanta gente.
Gosto muito de Jorge Palma. Comecei por ouvi-lo tocando na rua.
Segue com meu kandando o desejo de um bom fim de semana.
Beijo e meu carinho.
Demais, profundo, muito bom.
ResponderEliminargrande abraço
josia leite - decorafino
O Jorge a cantar uma música dos Xutos que eu sei de cor. Confesso-lhe que gosto muito mais da música do Jorge e dos Xutos do que da poesia do Gedeão... Eu sei que ofendo muita gente com este gosto, mas identifico-me com o César Monteiro a mandar um livro deste autor pela janela no último filme que fez. Não me leve a mal, Janita. Eu até posso mudar de opinião qualquer dia destes. As Artes não são estanques nem nos nossos gostos.
ResponderEliminarbeijinhos.
Querida Janita,
ResponderEliminarAgradeço o teu comentário no meu cantinho bem como os beijinhos que deixaste no blog do Kim. São sempre bem aceite !
Mas fiquei triste ao ler o que escreveste " de tão monótonos serem os meus dias.".
Acho que cabe a nós tornar a nossa vida menos monótona. Se não tens meios para te inscrever em aulas sénior ou outras, ginástica, dança, natação, pintura, línguas, cultura, etc... há sempre a possibilidade de ser voluntária ou até de utilizar um dom de Deus, como a voz por exemplo, para cantar num coro, nem que seja o da igreja.
Essas actividades não só fazem com que haja convívio, mas também haja sentimento de fazer algo útil, no caso de voluntariado, algo criativo ou divertido no caso de aulas e algo enriquecedor que aquece a alma no caso de cantar para os outros.
Beijinhos
Verdinha
E Deus queira que esta terapia virtual te traga sempre o que desejas !
ResponderEliminarbeijinhos
Verdinha
Olá, Janita!
ResponderEliminarDe todos os poemas que escreveu,e entre os não muitos que conheço, a pedra filosofal é de longe o meu favorito.É a mais poética descrição da forma como a humanidade evoluiu, e nela contem um olhar optimista da vida. Ao contrário deste - e doutros - em que ele, olhando o que à volta existe, escolhe ver apenas o lado mais triste, triste talvez como ele, e como tantos de nós que por aí existem.
Nem sempre o ser dotado de inteligência e sensibilidade ajudam a viver esta vida; por vezes tornam-na bem mais difícil...funciona quase como que um condenação, sem que haja culpa.
E hoje deu-me para aqui, a propósito dum poema triste...
Bom restinho de domingo, apesar deste dia feio.
E obrigado pelo simpático comentário que lá deixaste.
Beijinhos.
Vitor
E muita gente infeliz...sem lágrimas!
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana
No final de um dia triste e frio, sobretudo demasiado molhado e ventoso, chego aqui para ler António Gedeão num poema eterno, que bom!
ResponderEliminarObrigada Janita.
Votos de boa semana
Beijinhos
Ana Sofia
Continuo a achar mais piada ao campo... Beijocas!
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