No entanto senti, desde cedo, uma atracção quase mórbida pela sua poesia dramática, atormentada e intensa.
Já publiquei alguns poemas e sonetos seus, mas este será, definitivamente, o último!
Há tanta beleza nas pequenas coisas que nos rodeiam!
Basta sabermos olhar à nossa volta e descobrirmos nela a poesia que nos vai na alma.
Para quê amargar ainda mais a existência, com sonhos e quimeras?
Adeus, Florbela!!!
Maria das Quimeras
Maria das Quimeras me chamou
Alguém.. Pelos castelos que eu ergui
P’las flores d’oiro e azul que a sol teci
Numa tela de sonho que estalou.
Maria das Quimeras me ficou;
Com elas na minh’alma adormeci.
Mas, quando despertei, nem uma vi
Que da minh’alma, alguém, tudo levou!
Maria das Quimeras, que fim deste
Às flores d’oiro e azul que a sol bordaste,
Aos sonhos tresloucados que fizeste?
Pelo mundo, na vida, o que é que esperas?…
Aonde estão os beijos que sonhaste,
Maria das Quimeras… sem quimeras?!
Alguém.. Pelos castelos que eu ergui
P’las flores d’oiro e azul que a sol teci
Numa tela de sonho que estalou.
Maria das Quimeras me ficou;
Com elas na minh’alma adormeci.
Mas, quando despertei, nem uma vi
Que da minh’alma, alguém, tudo levou!
Maria das Quimeras, que fim deste
Às flores d’oiro e azul que a sol bordaste,
Aos sonhos tresloucados que fizeste?
Pelo mundo, na vida, o que é que esperas?…
Aonde estão os beijos que sonhaste,
Maria das Quimeras… sem quimeras?!
»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»
Janita
ResponderEliminarPode não publicar mais poemas da Florbela, mas certamente que sou daqueles que a continuarei a ler. Sim há tristeza na sua poesia. Mas quem nunca experimentou a triteza alguma vez sentirá verdadeiramente o que é a alegria?
Beijo
Rodrigo
Adeus, Florbela
ResponderEliminar(o "nosso" Alentejo, me inspira outras coisas)
Minha querida
ResponderEliminarFlorbela é eterna e como alentejanas que somos, neste caso as três, tenho a certeza que a planície sempre te chamará e com ela a melancolia dos versos de Florbela.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Si es una poesia triste pero a veces real como la vida misma,pues muchos se nos mete la tristez y es difícil esconderla.
ResponderEliminarSaludos
Olá, Janita!
ResponderEliminarImagino que saberei onde queres chegar: A poesia atormentada e sofrida de Florbela nem sempre será a leitura recomendada em determinados momentos;
quase como que um acto masoquista, como tu atrás referes; que condicionará de forma negativa o nosso estado de espírito quando for essa a nossa predisposição no momento...
No entanto, é dos poetas que mais sofreram que sairá a mais profunda e rica poesia, como se essa fosse condição indispensável para sê-lo...
Beijinhos; fica bem.
Vitor
Olá Janita, é do sofrimento que nascem os mais belos poemas e o exemplo disso são os da Florbela Espanca. Adorei este que publicaste e que eu não conhecia. De qualquer forma é mais uma homenagem (bem merecida) que fizeste à poeta. Sempre que os leio acabo sempre por chorar. Beijos com carinho
ResponderEliminarNão conhecia este soneto. A música também tem destas coisas. Consigo reconhecer mais beleza nos trechos mais tristes, mais sentidos e mais dramáticos. A poesia não foge à regra. É esse um dos apanágios da Arte.
ResponderEliminarBeijinhos.
E para onde foram as quimeras, afinal? Não me digas que é trabalho da troika! Beijocas!
ResponderEliminarUm post de desilusão. Um post diferente daqueles a que nos habituaste...
ResponderEliminarEu sei que todos temos os nossos momentos de desânimo, mas gostava de te ver por aqui a sorrires de novo... como tão bem nos habituaste.
Beijinhos, Janita.
As quimeras e os sonhos é só para 2015 e se as circunstancias as proporcionarem.
ResponderEliminarbem
podes mandar-me mails sempre que quiseres
É triste e bela a Florbela. E eu não queria rimar, mas aconteceu. Não merece ser assim mandada embora, mas tu, alentejana duma figa, é que sabes!
ResponderEliminarEstá bem, se não há Florbela que hajam outras flores porque divulgar poesia é uma ação nobre, seja bloguística ou não.
Grande beijinho.
Porquê o último, Janita? Pela tristeza que deles emana? Mas ela faz parte da vida...
ResponderEliminarBeijos
Eu acho que ter uma atracção mórbida por alguém é uma espécie de identificação, e bastante forte... ;)
ResponderEliminarJanita - um ano difícil para mim, que me tem retirado até o ímpeto de escrever . Melancolía, momentos , coisas que a poesia e a postagem escancaram.... Bjs do sul do Brasil
ResponderEliminarOlá amiga,depois desta ausência,venho dar a minha opinião sobre Florbela Espanca,a primeira vez que li Florbela,foi uma amiga que me emprestou o livro,logo no 1º poema,que tirei ao acaso chorei,pois é tão profundo o sentimento contido em cada palavra,que não dá para não sentir algo muito forte,depois passado pouco tempo,outra amiga,sabendo que eu gostava tanto,comprou e ofereceu-me o livro completo e então li e reli,vários poemas,já sem me emocionar tanto,mas adoro,os livros dela,embora me deixe realmente deprimida.
ResponderEliminarPara ti minha querida amiga,um grande beijinho e um bom fim de semana.
Espero que andes melhor.
Miuíka
«Para quê amargar ainda mais a existência, com sonhos e quimeras?
ResponderEliminarAdeus, Florbela!!!»
Amiga Janita:
Dizer adeus à tristeza e à amargura estou de acordo, mas as quimeras e os sonhos são ainda tentadores para almas sensíveis como a tua. A prova está no teu belíssimo poema escolheste.
Beijinhos
Olá minha querida Janita!
ResponderEliminarPensei que já tinhas arrumado as botas. Nós, os velhotes destas andanças estamos todos a ficar um pouco cansados disto e a quebra acontece.
Pareceu-me que te tinhas despedido dos blogues. Por ora, cá me vou mantendo, mas ... com muita calma! Não tenho tido nem tempo nem paciência para escrever.
Um grande beijinho para ti
Boa noite amiga Janita
ResponderEliminarQuando algo acontece
Se for uma surpresa bonita
Dela nunca mais se esquece.
Neste dia primaveril
Hoje é o dia mundial do beijo
Sexta-feira dia 13 de Abril
Que seja real o deu desejo
Paz e alegria para sorrir!
Desejo bom fim de semana para você.
Um abraço
Eduardo.
"O meu mundo não é
ResponderEliminarcomo o dos outros"...disse Florbela
e tinha toda a verdade ao dizer...
Nunca digas Adeus, Janita querida.
Mª. Luísa