Tinha a menina Loló
Uma sábia bonequita
Aquilo bastava só
Puxar-lhe a gente uma guita
Que lhe pendia por trás
Sob o vestido de lã
Abrir a boca e záz..
Dizer: Papá e Mamã.
Ora a Loló também tinha
uma gata; era maltesa
essa porém, coitadinha,
era muda com certeza!
miava apenas, mais nada
de maneira que a pequena
andava desanimada
até chorava com pena.
Um dia pensou; talvez
a doença tenha cura.
a doença era a mudez
da citada criatura.
Se o mesmo fizer à gata
à mona, quem sabe lá
a língua se lhe desata
e diz Mamã e Papá.
Dito e feito, a pequerrucha
quando a bichana dormia
puxou-lhe a cauda gorducha.
dois saltos fenomenais
uma forte arranhadela
e quem chamou pelos pais?
não foi a gata;
foi ela!!...
Desde então a Loló
se passa ao pé de um gato
ou de um cão, não lhe toca
nem por graça,
pois lhe serviu a lição.
Não compreende, porém
qual venha a ser, afinal
a serventia que tem
a cauda de um animal…
Alguém se lembra deste poema de Acácio de Paiva?
Fui buscá-lo a um livro escolar da terceira classe-
como se dizia no meu tempo - igual ao meu e, como já aqui referi, encontrei à venda numa estação dos CTT.
Maravilha, poder reler o que ainda sei de cor!!
Quantos de vós, o sabeis?
:))
Adenda: Em virtude do comentário de um Amigo, o Kok, que se lembra, ainda, de um texto deste livro de Leitura, adiciono a foto do mesmo.
Desafio todos os amigos, que sejam da nossa geração , a tentar lembrar-se de um poema ou texto. Se estiver, aqui, no livro, colocá-lo-ei neste post dedicado às nossas memórias de infância. Obrigada! :)
PARA TI, KOK, COM AMIZADE! |
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eheheh também tive um desses Janita
ResponderEliminarE olha, que bom foi rever a Loló :))
beijocas
:)) Mas decoraste o poema ou não, Noname?
EliminarO meu gosto pela poesia nasceu nos bancos da escola primária.
Lia os poemas tantas vezes que os decorei, até hoje.:)
Beijocas!! :))
Não, não decorei, o meu gosto pela leitura é velho, já o le,r é relativamente recente, digamos que um dia decidi que: perdida por cem, perdida por mil (questões oftalmológicas com alguma gravidade)
Eliminarbeijocas
Lamento e compreendo bem, Noname.
EliminarSofro de glaucoma e tenho de fazer o controlo da tensão ocular, regularmente. Embora o meu caso seja diferente do teu, uma coisa é certa: isto das «Internetes» não nos faz nada bem aos olhos. Mas desistir disto, que era bom...está bem está...!
Beijinhos, NN.
Não concordo - Computadores e internet foram a minha carta de alforria - uso as acessibilidades, leio com a letra aumentada sem qualquer custo - e segundo o médico (no meu caso) não é dos computadores que me pode vir mal ao mundo, pelo que e embora leia muito no PC, gosto muito mais de ler livro, cheirar livro, tactear livro, e neste caso sim, tenho que reunir condições, para o poder fazer, preciso de luz solar, a luz eléctrica, mesmo a azul, não me ajuda nada. Vingo-me no Verão e nos dias claros, na varanda ou numa qualquer esplanada :))
Eliminarbeijocas e boas leituras para nós e para os como nós :))
Não conhecia, confesso.
ResponderEliminarBeijinhos
Acredito. No tempo do Pedro os livros já seriam diferentes.:)
EliminarBeijinhos.
Do livro tenho ideia de ter conhecido (era um com uns meninos na capa correndo "p'rá gente", não era?
ResponderEliminarMas do poema não tenho ideia. Lembro-me é dum texto: Jorge, que "me saiu" no exame em forma de ditado e que foi um desastre!
Beijos para leres com sorrisos!
Ehehehe Era esse todo, Kok!
EliminarAndei à procura do texto que te saiu no exame e fotografei-o. Irei, de seguida, colocá-lo no post para que te alegrar a vista e as boas memórias.:)
Eu lembro-me é do texto que me 'saiu' na prova de Português, mas no quarto ano. Tinha por título "Caçada aos Búfalos em Angola". Era leitura e interpretação do texto. Sem falsa modéstia devo dizer que não me saí mal. :))
Beijinhos sorridentes, para mais tarde recordar!! ;)
Muito obrigado. Obrigado pela atenção e intenção.
Eliminaré esse mesmo texto, sacana, que me atormentou a infância, tanto que jamais o esqueci.
De má memória? Sim. Agora à distância percebo que me fez reapreciar a 3ª classe (o meu 1º chumbo).
Ao mesmo tempo penso que tenha sido uma estreia à escala mundial; quem é que repete a 3ª classe?
Beijokas
Não, não me lembro, mas gostei de ler.
ResponderEliminarBeijinhos de Düsseldorf.
Ainda bem que te agradou a simplicidade ternurenta deste poema e o texto sobre os bons modos à mesa e a educação do menino Jorge, Teresa.
EliminarTão diferente do que se passa nos dias de hoje!!
Beijinhos para Düsseldorf :)
O único texto que me lembro desses livros é de uma historieta de uma mãe que tinha umas mãos muito feias e em que a filha reparava constantemente, até a mãe lhe contar a história de um incêndio num berço... Não sei é em que classe foi! :)
ResponderEliminarBeijocas
ps - as histórias destes livros chateiam-me um bocado por serem um bocado moralistas demais para o meu gosto...;)
Irei procurar a ver se é neste, ou no outro livro, que se encontra essa história, Teté.
EliminarSabes que eu estava a contar com o reparo acerca da moralidade destas histórias, mas pensava que fosse da parte da Graça. Ela é que não gosta nada dos textos e poemas de Augusto Gil e outros.
Afinal, tu também não gostas...:)
Eu não me preocupo com a moralidade implícita nos textos, se a houver, gosto e pronto!
Mas gostos não se discutem, não é verdade?
Beijocas! :)
Não dou para o peditório. Não recordo nada da coisa. Bem sei que a minha memória já teve melhores dias, mas, francamente, não sei de que estão a falar. De exames, recordo o da 3.ª classe, feito na escola que frequentava (com um professor que leccionava as 4 classes e que já havia sido professor de meu pai), e o da 4.ª classe, na escola concelhia, em que fui aprovado com distinção e preparado para o exame de admissão ao liceu, em que também me saí bem. Tenho para aí alguns livros da "primária", de edições recentes, que adquiri, mas que, creio, nunca abri.
ResponderEliminarEssa é boa! E tão esperançada que eu estava na sua contribuição, José. Então, não se lembra nada que lhe tenha ficado gravado na memória, relativamente a este livro e ao da 4ª classe. Se foi aprovado com distinção ( por sinal também fui) deve lembrar-se da prova de Português e do texto que lhe «calhou».
EliminarSacuda essa preguiça e vá ver os livros que aí tem, recentes, mas iguais aos antigos.
Ai, ai...:(
Beijinhos
Pois...os meus livros eram muito diferentes, anos oitenta!
ResponderEliminarNão tenho direito a texto :(
Abraço grande
Ricardo,
EliminarSó para que não fiques triste vou procurar um poema ou texto que julgue te agradar e publico-o, para ti, aqui!! :)
Pois...não tenho culpa de ter vindo ao mundo uns anitos antes de ti. :-)
Beijinhos!
Sabes?
EliminarNum desses livros, ou parecido, que está está na nossa biblioteca, li um poema que em criança adorava e agora continuo a gostar.
Professor diz-me porquê?
Por que voa o papagaio
que solto no ar
que vejo voar
tão alto no vento
que o meu pensamento
não pode alcançar?
Professor diz-me porquê?
Por que roda o meu pião?
Ele não tem nenhuma roda
E roda gira rodopia
e cai morto no chão...
Tenho nove anos professor
e há tanto mistério à minha roda
que eu queria desvendar!
Por que é que o céu é azul?
Por que é que marulha o mar?
Porquê?
Tanto porquê que eu queria saber!
E tu que não me queres responder!
Tu falas falas professor
daquilo que te interessa
e que a mim não interessa.
Tu obrigas-me a ouvir
quando eu quero falar.
Obrigas-me a dizer
quando eu quero escutar.
Se eu vou a descobrir
Fazes-me decorar.
É a luta professor
a luta em vez de amor.
Eu sou uma criança.
Tu és mais alto
mais forte
mais poderoso.
E a minha lança
quebra-se de encontro à tua muralha.
Mas
enquanto a tua voz zangada ralha
tu sabes professor
eu fecho-me por dentro
faço uma cara resignada
e finjo
finjo que não penso em nada.
Mas penso.
Penso em como era engraçada
aquela rã
que esta manhã ouvi coaxar.
Que graça que tinha
aquela andorinha
que ontem à tarde vi passar!...
E quando tu depois vens definir
o que são conjunções
e preposições...
quando me fazes repetir
que os corações
têm duas aurículas e dois ventrículos
e tantas
tanta mais definições...
o meu coração
o meu coração que não sei como é feito
nem quero saber
cresce
cresce dentro do peito
a querer saltar cá para fora
professor
a ver se tu assim compreenderias
e me farias
mais belos os dias.
Alice Gomes (1946)
Abraço grande
Que lindo; tão cheio de passagens tão verdadeiras, Ricardo R. :-)
EliminarDurante a leitura pareceu-me estar a ler algo de tua autoria. Tu escreves tão bem! Sabes que te vejo, em criança, com o mesmo espírito curioso e deslumbrado com os mistérios da Natureza?
Esse menino poderias ser tu.
Mas...e o texto sobre o Mar que escolhi para te agradar? Gostaste ou não? :-)
Beijinhos, Ricardo.
Obrigada.
Gostei, adoro o "meu"mar, ao fim do dia ou ao amanhecer, entendes?
EliminarAbraço grande e obrigado
Entendo, sim.
EliminarUm beijinho e muitos abraços. :)
Que engraçado, Janita, os meus pais tem esses livros.
ResponderEliminarBeijinho.
Acredito, Ricardo!
EliminarNós, os Pais dos trintões, de hoje, estudámos todos pela mesma Cartilha. :)
Beijinhos
Eu lembrei-me vagamente deste poema...mas não me lembro de mais nada a não ser capa do Livro da 3ºa classe...
ResponderEliminarSerá que "Batem leve levemente como quem chama por mim..." fazia parte da 3ª????Fiquei cheia de vontade de ir ver o livro :)))beijinhos
Papoila,
EliminarA »Balada da Neve» é de Augusto Gil; sei-a de cor e ensinei-a ao meu neto João quando ele era pequeno.
Quando ficava com a voz embargada, na passagem em que as crianças deixam as pegadas na neve, o raça do rapaz, achava um piadão à mudança de tom da minha voz e ria, ria, como um perdido.
Não sei em que livro está, ainda tenho de ver se é neste ou no outro.
Beijinhos :))
Quem quer ver a barca bela
ResponderEliminarQue se vai deitar ao mar
Nossa Senhora vai nela
E os Anjos vão a remar
São Vicente é o piloto,
Jesus Cristo o general.
Que linda bandeira levam
Bandeira de Portugal!
Não sei se consideras batota, eu fiz assim: fui procurar o livro e lembrei-me/reconheci os textos «As Mondas», «As vindimas» mas nada de saber de cor, quando cheguei à Barca Bela, lembrei-me mesmo!!! E sabia-o. Bjsss
Eheheh Não é batota nenhuma, Papoila.
EliminarFico muito contente por teres tido a curiosidade de ir ver. LOl
E a "Bela Infanta", lembraste? Também sei de cor! :)
Beijinhos
Ora vê lá se te lembras deste :)
ResponderEliminarPalram pega e papagaio
E cacareja a galinha
Os ternos pombos arrulham
Geme a rola inocentinha
Muge a vaca, berra o touro
Grasna a rã, ruge o leão,
O gato mia, uiva o lobo
Também uiva e ladra o cão.
Relincha o nobre cavalo,
Os elefantes dão urros,
A tímida ovellha bala,
Zurrar é próprio dos burros.
Regouga a sagaz raposa,
Brutinho muito matreiro;
Nos ramos cantam as aves,
Mas pia o mocho agoureiro.
Sabem as aves ligeiras
O canto seu variar:
Fazem gorjeios às vezes,
Às vezes põem-se a chilrar.
O pardal, daninho aos campos,
Não aprendeu a cantar;
Como os ratos e as doninhas
Apenas sabe chiar.
O negro corvo crocita,
Zune o mosquito enfadonho,
A serpente no deserto
Solta assobio medonho.
Chia a lebre, grasna o pato,
Ouvem-se os porcos grunhir,
Libando o suco das flores,
Costuma a abelha zumbir.
Bramam os tigres, as onças,
Pia, pia o pintainho,
Cucurica e canta o galo,
Late e gane o cachorrinho.
A vitelinha dá berros
O cordeirinho balidos,
O macaquinho dá guinchos,
A criancinha vagidos.
A fala foi dada ao homem,
Rei dos outros animais:
Nos versos lidos acima
Se encontra em pobre rima
As vozes dos principais.
Vozes dos animais de Pedro Dinis
Não tenho saudades da minha primária, pois levei bastantes reguadas e até tive direito a orelhas de burro :(
Um beijinho amiga Janita
:))) Então não me hei-de lembrar, amiga Fê?
EliminarAs Vozes dos Animais, não sei tudo de cor, mas sei muitas quadras. Talvez as 4 ou 5 primeiras e depois frases soltas.:)
Belos tempos!!
A tua professora devia ser das 'más'. :(
A minha era uma excelente professora, daquelas que ensinam com verdadeira vocação. Tinha um coração de ouro.
Beijinhos, querida Fê!!