Foi um feliz acaso, que me fez deparar com o primeiro livro deste escritor, agora em nova edição, o que lhe confere uma bonita apresentação e nos dá uma ideia muito janota da personagem principal. Se clicarem AQUI ficarão a saber da principal razão porque o adquiri. Logo de início, a sua escrita me cativou e prendeu. Li-o, com a velha sofreguidão dos meus tempos de adolescente. Tão simples é a vida destas personagens e, simultâneamente, tão interessantes quanto reais.
Conta-nos a história de um jovem sonhador, que não se enquadra no seio da família onde nasceu, nem no ambiente em que se desenrola a sua vida.
“Esta cinza à minha volta! Não
temos fome, temos necessidades. O nosso fato nem é bom, nem novo – é limpinho. Não somos pobres, remediamos.
Vontade de vomitar”
Pág.
96
Sonha, querendo sempre ir mais além, mas sem nada fazer para o conseguir. Como que preso por amarras invisíveis e poderosas. O seu espírito aventureiro e destemido, vivia apenas no seu pensamento, sem a força suficiente para o transportar para a concretização do sonho. Simplesmente, porque nem ele mesmo sabia onde procurar, o que procurar e como o fazer.
“Por instantes vai-se-me a
coragem, onda que foge da praia, bem melhor era a lotaria, ir pelo seguro, sem
mentiras. Quebro. Dá-me para chorar, assusto-me da data, três dias e aí vou eu!
É lindo ser homem, falar grosso, mas nas entaladelas se mede a firmeza, e a
minha, se a tive, sumiu”
Pág.114
Não me interessa o que o editor deixou expresso na contracapa sobre a opinião de Saramago, não me me importo se aos olhos de leitores de grandes obras de escritores afamados, esta é uma história simples de gente simples, que não acrescenta saber nem mais-valias literárias a ninguém, se foi a estreia do escritor luso que se mandou para os Países Baixos...importa-me, e muito, o quanto aumentou o meu apreço pelo já meu/nosso conhecido Patrão desta Barca.
Navegante dos mesmos mares do meu blogobairro!!
Fiquei interessada em lê-lo. Vou procurá-lo na biblioteca.
ResponderEliminarBjos :)
Tenho a certeza que, não só o vais encontrar, como vais gostar muito, Catarina! :)
EliminarBeijos.
Este, não li. Mas tenho vários outros títulos(lidos) do Rentes de Carvalho na minha biblioteca pessoal.
ResponderEliminarPois, este que foi o romance que lançou o escritor JRC no mundo literário, está agora a ser reeditado pela Editora Quetzal. Por isso, é de aproveitar. Luísa. :)
EliminarBeijinhos.
Interessante partilha querida amiga ,certamente irei procurar para ler ,muitos beijinhos felicidades
ResponderEliminarFaça isso Emanuel, verá que não se arrepende.
EliminarBeijinhos e muita felicidade também para si e os seus.
Surpresa boa, pelo pouco que li do que escreveste identifiquei-me com ele, sobretudo quando li: " jovem sonhador que não se enquadra no seio da família onde nasceu". Também desde pequena senti que não pertencia ali.
ResponderEliminarVou procurar e ler.
Muito obrigada pela partilha.
Beijinhos Janita
Mas tu lutaste e seguiste com a tua vida em frente, Manu!
EliminarNão quero adiantar muito mais para não perderes o interesse.
Vale muito a pena ler este romance.
Um beijinho.
Um abraço Janita. Boa semana.
ResponderEliminarOutro grande para ti, Ricardo!
EliminarDesejo-te uma semana excelente.
Uma sugestão literária que junto a outras que hoje recebi.
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Quanto tudo voltar à normalidade aí por Macau e houver tempo para ler.
EliminarPor ora, existem outras prioridades.
Um abraço forte, Pedro!
Sigo o Blog deste senhor há uns anos.
ResponderEliminarescreve divinamente :)
Eu só tomei conhecimento do "Tempo Contado" quando em Janeiro de 2016, fui pesquisar para saber o que seria feito do escritor, Laura! :)
EliminarBeijinho
Mais um escritor que não conheço, apesar do nome não me ser totalmente desconhecido, mas agora onde o ouvi/li, não sei dizer.
ResponderEliminarNos últimos anos, ando de contas viradas aos livros. Antigamente lia muito durante as minhas viagens de comboio. Mas agora, o comboio raramente existe na minha vida, e os livros levaram por tabela.
Não se sinta pesaroso por isso Remus! O tempo não chega para tudo o que gostamos de fazer e eu sei - quem não sabe? - que o maior dos seus hobbies, senão o único, é a fotografia. Para isso também precisa de ler e se informar sobre o que fotografa e publica, verdade? E o tempo que tudo isso exige é muito, obviamente!
EliminarNada como aquilo que fazemos com e por amor. E que excelente fotógrafo é!...Desde que o comecei a visitar não consigo arredar pé lá do seu blog!
Por isso, quero ver um sorriso aí nesse comentário! :)
Um abraço.
Parece-me, do que já desse autor li, que os romances iniciais são bem melhores que os mais recentes. Gostei especialmente da frase "Vontade de vomitar". Grande ironia no excerto que transcreveste. Grande crítica!
ResponderEliminarBeijinho e boas leituras.
Com a tua natural perspicácia, Graça, conseguiste detectar que este livro retrata uma época em que imperava a quase total subserviência do povo aos mais poderosos das aldeias, na qual a personagem não se enquadrava. O rapaz detestava o Abade, mas a conselho da Mãe, engoliu o orgulho e foi beijar-lhe a mão ( por mor de um emprego). Ambicionava ir para França, conhecer Paris, ter um futuro, mas sempre à espera que fosse a 'Madame', uma ricaça a quem ele caiu nas boas graças, a dar-lhe o empurrãozinho, e o desejo acabou por ficar pelo caminho.
EliminarDeixou-de enredar pelas fraquezas da carne: engravidou a filha de um grande comerciante lá da terra e o resultado foi o casamento à força e contra a sua vontade.
Claro que toda a história tem uma subtil crítica aos tempos da outra senhora e à submissão (quase) colectiva do povo aos grandes senhores feudais.
Pronto, já disse, está dito!!! :))
Era isto que querias ouvir, Gracinha?? ;))
Beijinhos.
Pelos excertos parece ser bem interessante.
ResponderEliminarEstou de volta.
Abraço e boa semana
Eu gostei muito, Elvira.
EliminarMas tudo depende do gosto literário de cada pessoa.
Nas, sim, creio que a Amiga iria gostar.
Fico contente por a ver de volta.
Um abraço, amiga Elvira.
Passei só para te deixar um beijinho e para dizer que também sou um grande admirador de J. Rentes de Carvalho.
ResponderEliminarOlá, Vitor!
EliminarMas que prazer ver-te de novo, cá pelo burgo.:)
Ia perguntar-te se te enganaste no caminho para o Face, mas fui espreitar, ali, na minha lista e verifico com alegria que o "Constantino" voltou ao nosso convívio.
Hoje, ainda não tive oportunidade de vir à blogosfera, mas já vou pôr as visitas em dia.
Obrigada pela visita, meu 'velho' Amigo. :))
Beijinho.
Nas 100 bibliotecas que pretencem ao Sistema de Bibliotecas Públicas de Toronto não existe um único livro de J. Rentes de Carvalho. Muito estranho. Ia jurar que o livro que dele li – La Coca - tinha vindo da biblioteca. Talvez tivesse sido emprestado.
ResponderEliminarVou perguntar a uma amiga, que tem montes de bons livros portugueses, se tem este que mencionas. Quando ela regressar de Portugal para o mês que vem, de certo virá com uns quantos livros – comprados e oferecidos – como é habitual.
Parece impossível!! Em cem Bibliotecas de Toronto, não existe um livro de Rentes de Carvalho? Inadmissível!
EliminarPois olha que ele vive em Amesterdão desde 56 e escreve para vários jornais, não só holandeses, como brasileiros e, claro, portugueses. Também para revistas literárias.
Por cá não é difícil encontrá-lo, até porque a Quetzal está a publicar todas as suas obras.
Se quiseres eu posso enviar-to. Sem problema, Catarina.
Beijinho. :)
Não é necessário, Janita, obrigada.
EliminarComo também acho muito estranho, vou contactar a biblioteca e sugerir que adquirem alguns livros deste autor. Se ainda não têm, é talvez devido ao facto de não haver interesse/pedidos. Suponho eu!
: )