As pedras falam? pois
falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.
Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?
As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.
Riem nos muros ao
sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como as aves
e nem mais tarde regressam.
Brilham quando a
chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.
Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.
As pedras falam? pois
falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
Uma coisa para dizer.
“As Pedras”
Poema de Maria Alberta Menéres
[Poetisa/
Escritora/Professora, que tive o prazer de conhecer, pessoalmente, na
segunda metade da década de sessenta, na cidade da Covilhã.]
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Poema com poema se paga
ResponderEliminarAs Pedras talvez nem falem
contudo, não são surdas...
As pedras andam tristes, mas pouco se mexem
Não é verdade
Não é verdade, que na hierarquia dos elementos
não haja momentos
em que a pirâmide não se inverta
e se movimente
aquilo que aparentemente
não se movimenta
e não sinta
o que qualquer outro ser sente
As citadas pedras, são o caso
Conheço as que se vão deixando estar
deixando estar, sem mudar de lugar
mas vão mudando
mudando lentamente
mudando seu estado
de pedra bruta a "calhau rolado"
e rolam, rolam, rolam
ao sabor das ondas e de cada maré
e falam, parecem dizer, "É triste, não é?"
As pedras estão convencidas que é seu destino
(...)
"tudo o que é divertido...
... tem dois lados sérios"
e
"tudo que é sério...
... tem dois lados divertidos"
Precisamos de dizer isso às pedras
Rogério Pereira
Já eu, amigo Rogério, gostaria de dizer-lhe - e também às pedras, porque não? - o mesmo que Anthony Quinn disse para Giulietta Masina, no filme de Fellini: "La Strada".
EliminarQuer recordar? Sim, porque não duvido que tenha visto o dito filme.
Leia, então, AQUI, este meu comentário feito no "Azimute", blogue de um bom Amigo que, entretanto, deixou a blogosfera.
Como referi, na altura, as palavras não seriam bem essas, mas a essência é a mesma.
( não me vai reconhecer, pois a foto de perfil é bem mais bela do que a actual. Não sendo eu... sou mais eu!! )
Grata pelo excelente e reflexivo poema, Rogério.
Um abraço
"Vês aquela pedra na berma da estrada? Ela não está ali por acaso. Tudo o que existe no mundo tem uma finalidade e uma razão para existir"
Eliminar(reconheci-a logo...)
Verdade, Rogério? Reconheceu-me logo?
Eliminar(como sói dizer-se : são muitos anos de praia. :-) )
Gostei do poema das pedras, que não conhecia, e gostei da resposta do Rogério.
ResponderEliminarAbraço, bom fim-de-semana, bom domingo de Reis, e Bom Ano.
E eu, amiga Elvira, gostei de tudo e da sua resposta também!
EliminarAbraço com iguais votos do que me deseja.
Obrigada.
Também eu conheci Maria Alberta Menéres, mas era tão pequenina que não guardei memória do seu rosto. Penso que terá sido numa das tertúlias que se faziam lá por casa, mas também pode ter sido nalguma visita por nós feita à sua casa.
ResponderEliminarNão tenho uma memória de infância com cabeça, tronco e membros, como tantos de vós; todas essas lembranças me ocorrem em "flash", bastante desligadas do que as antecedeu e do que lhes sucedeu...
Bom fim-de-semana e um beijinho, Janita :)
Querida Maria João.
EliminarAs minhas melhores memórias estão ligadas à minha infância.
Da juventude e idade adulta já não digo o mesmo.
Quando conheci Maria Alberta Menéres, encontrava-me entre uma fase e outra.
Um beijinho grato e um excelente fim-de-semana.
Bom Dia de Alegria de novo ano, querida amiga Janita!
ResponderEliminarLemvrei-me na hora de um canto que diz assim:
"Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão"...
Assim, a natureza é tão viva pois tem a Presença vivificadora do nosso Criador e de todas criaturas.
Seja muito feliz e abençoada junto aos seus amados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
🌼🌻🌷🌹🌺
Se as pedras falassem, tivessem voz, teriam tanto para contar, Amiga Roselia.
EliminarUm beijinho grato e votos de Bom fim-de-semana
Bonito poema.
ResponderEliminarBoa escolha.
Bom fim de semana Nita.
Beijinho
:) Isso é uma espécie de BB ( Brigitte Bardot) em duplicado, Mena!!
EliminarBoa
Bonita
Brutal
Balofa (?)
Beijinhos, Nina! :))
Que bom para iniciar o fim de semana?!
ResponderEliminarBeijo. Bom fim de semana.
Fico contente que o Poema lhe tenha agradado, Cidália.
EliminarBeijinhos.
Maria Alberta Menéres tem poemas encantatórios!
ResponderEliminarAbraco
São verdadeiramente fascinantes, na sua simplicidade.
EliminarTal como a sua autora!!
Abraço Leo, obrigada.
Sim, bem verdade que as pedras falam e eu tenho uma visão diferente da Maria Alberta Menéres ! Elas não contam nada aos outros sobre aquilo que vêem ou ouvem ! Pode-se confiar nelas e em como são reservadas e sabem guardar segredos !
ResponderEliminarCurioso como conseguem conversar connosco, longamente e em pormenor sobre aquilo a que assistiram de nós mesmos, no entanto "a sua boca é um túmulo" para os outros !
:) Abraço grande, Jani ! :)
Gostei do teu ponto de vista, Rui! :)
EliminarNa verdade, não há confidentes mais leais do que as pedras da calçada! Se há coisas que nem às paredes se devem/ podem confessar, às pedras tudo se pode dizer, e até o que não se lhes diz elas sabem, observam, e calam! Ah, se elas fossem falar, teriam tanto para dizer... :)
Um forte abraço de amizade, Rui!
Até o António Gedeão se sentava e descansava numa pedra, no dizer de um seu belo e conhecido poema.
ResponderEliminar1 bji e bfs
Enquanto o sonho comandar a vida, haverá sempre uma pedra filosofal, ou vice-versa, José. :)
EliminarBeijinho, boa semana.
Não conhecia o poema e a sua autora.
ResponderEliminarEu sempre gostei de pedras e dos poemas sobre elas.
Conheces o poema do Fernando Pessoa, não é verdade?
Querida Teresa.
EliminarPenso que te referes ao poema: "Pedras no Caminho".
Eu própria já o publiquei há muitos anos como sendo de Pessoa.
Tem havido muitas dúvidas e contradições acerca da autoria do dito poema.
Calhou mesmo bem teres falado nele, pois vou aproveitar a oportunidade para referir, e deixar o link, que penso tira algumas dúvidas.
A escritora e jornalista Laurinda Alves, fez referência a esse texto poético, como sendo de FP, como muitas outras pessoas antes o haviam feito...
Mas lê isto, por favor:-
(…)
O provedor contactou, portanto, a Casa Fernando Pessoa.
“O poema em questão não é de Fernando Pessoa, coisa que poderia ser garantida à primeira leitura (pelo tema, pela escrita, pela ortografia). No Brasil, tanto na web como em papel impresso, circulam vários «poemas apócrifos» assinados por Fernando Pessoa; muitas vezes, os seus autores pretendem garantir algum reconhecimento anónimo através da utilização do nome do poeta – são, geralmente, textos de má qualidade e que, infelizmente se multiplicam todos os dias. Qualquer «leitor mediano» da obra de Pessoa ou dos seus heterónimos se dá conta da mistificação e da falsificação. Fernando Pessoa não diz semelhantes patetices”, esclareceu Francisco José Viegas, escritor e director da Casa Fernando Pessoa.
Para melhor entendimento deste tema, quando tiveres tempo, podes ler o artigo na íntegra, no link que te deixo.
http://static.publico.pt/homepage/provedor/04.ruiAraujo/textos/2007.05.13.fernandoPessoa.asp
Copia e cola no monitor de pesquisa.
Ah, Francisco José Viegas deixou de fazer parte da Casa Fernando Pessoa em 2008, e o artigo é do ano anterior.
Beijos, Amiga de longe, mas sempre perto. :)
Obrigada pelas informações, Janita, que li com toda a atenção.
EliminarSeja ou não seja do Fernando Pessoa, é-me completamente indiferente.
GOSTO MUITO DO POEMA E BASTA!
Esse Francisco José Viegas até me faz lembrar os membros do Círculo Literário. Eu sei, eu sei, fui eu própria que os escolhi, mesmo assim...
Beijinho grande desejando-te boa noite.
E basta mesmo, Teresa! O poema é lindo, embora o então director da Casa Fernando Pessoa o tenha apelidado de 'patético'.
EliminarObrigada pelo tempo que despendeste a ler o artigo, que é bastante extenso, ainda que pense não ter sido tempo perdido. O meu não foi...:)
Beijinho, amiga de longe.
Talvez já com tendência reflexivo-contemplativas :), da minha parte fez-me recordar quando eu ainda pré-adolescência, perante uma pedra da ribeira, daquelas muito polidas, dar comigo a pensar por onde já teria passado aquela pedra e se fala-se o que poderia contar!?
ResponderEliminarFoto adequada a um belo poema.
Boa semana
Abraço
VB
Diz bem Victor, com tendência reflexiva!
EliminarNós vimos ao mundo e partimos; as pedras são (quase) eternas.:)
Esses seixos da ribeira, polidos pelo tempo, já atravessaram muitos séculos, se falassem teriam tanto para contar...
Um abraço grato com votos de excelente semana, amigo.
Na realidade as "pedras " em situações diferentes terão muito que contar...
ResponderEliminarLindo Poema
Beijinhos e um Bom Ano
Nem mais, amiga!
EliminarFoi justamente o que acabei de dizer na resposta acima.
Beijinhos e um Bom Ano para si e família.
Lamentavelmente, não conheço a obra de Maria Alberta Menéres.
ResponderEliminarGostei do poema e agora vou pesquisar mais.
Janita, está lindo o teu cantinho!
Beijo.
Qualquer tempo é tempo de se conhecerem novos autores de poesia, querida Teresa!
EliminarEspero que as tua Festas natalícias e de fim de Ano, tenham sido muito boas. Que 2019 te seja favorável e muito teu amigo. :)
Beijinhos e obrigada.
Amiga, nas Festas Natalícias e de fim de Ano provei a tristeza e não gostei.
EliminarPela primeira vez apenas a dois, sem filhos, netas, amigos... não foi lindo de ver, muito menos sentir.
Pela primeira vez passei o Natal num hotel, pensando que assim não sentiria tanto a dor das ausências, mas me enganei.
A passagem de ano foi quentinha, graças à manta que me cobria a coração.
Desculpa o desabafo.
Beijo, querida amiga.
Agora já passou tudo, Teresa.
EliminarAlegrias e tristezas!
Tem esperança, no próximo Natal terás os teus entes queridos perto de ti. A vida é assim, que podemos fazer?
Também já passei por essas festividades com muita tristeza.
Um beijinhos grande, Amiga.