A laranjeira, em Abril deste ano. |
O tempo tudo leva e pouco traz. Chegando a certa altura da nossa vida, leva-nos pessoas que estimávamos e de quem sentimos a falta do seu convívio, leva-nos entes que amamos, para outros países, leva-nos até, memórias recentes de coisas que sendo de somenos importância, nos deixam perplexos por se terem desvanecido da nossa mente. Mas, como tudo tem o seu reverso, também o tempo nos vai trazendo algumas coisas boas. A foto superior tem mais brilho, porque neste meio tempo aprendi como isso se faz... :)
Bem, vem isto a propósito de ter constatado que, o poema que tinha pensado publicar, já o havia publicado há dois anos atrás, justamente com uma fotografia desta mesma laranjeira.
Esta, precisamente:
A mesma laranjeira em Abril de 2017 |
No tempo que mediou entre uma e outra, vi a minha vizinha e amiga de longa data, dona da laranjeira e do quintal ao lado, partir para sempre no espaço de pouco tempo. Agora, vejo com tristeza, que a laranjeira não é mais a mesma, perdeu a vontade de florir e os frutos são poucos e sem o sabor doce que tinham antes. Até o pequeno jardim não é mais o mesmo O meu vizinho faz o que pode e lá vai dando conta da sua vida, mas com 84 anos já pode pouco, ainda assim, vai encontrando força, energia e a vontade para continuar a viver. Nunca perdeu o sorriso e parece estar de bem consigo e com a vida.
Como republicar o bonito poema em louvor à flor de laranjeira, simultâneamente numa bela ode à Mulher, não faria qualquer sentido, podem relembrá-lo clicando neste parágrafo.
* * *
Os vídeos ficam aqui para compensar a ausência do poema. A magia da mãe-natureza, aliada às novas tecnologias, proporcionam-nos este espectáculo magnífico, do desabrochar das flores.
Espero e desejo que gostem.
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Dois vídeos muito belos.
ResponderEliminarA vida é mesmo assim amiga.Uns partem outros ficam e têm que aprender a viver pela metade.
Abraço e bom fim de semana
2018 foi um ano arrasador, Elvira. Vi partir pessoas que, não sendo do meu sangue, me eram muito próximas. Todas vítimas dessa sombria doença a que poucos escapam.
EliminarO blogue, tem sido um refúgio e o meu escape para fugir a pensamentos demolidores.
Um abraço e o meu obrigada, Amiga.
Excelente! As minhas estão assim, também!:)
ResponderEliminarPequenos (grandes) momentos que me dão vida.
( https://imagensquedispensampalavras.blogspot.com/ )
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Coisas de uma Vida
Beijo. Bom fim de semana.
Obrigada, Cidália.
EliminarBoa semana.
Este post está cheio de melancolia, Janita, mas tem o cheirinho bom da flor de laranjeira. E chega aqui... :)
ResponderEliminarSim, Luísa, bastante. Mas, como sei que o passado tem coisas boas e tristes, faço por me esforçar para que a onda revoltosa passe e que a calmaria volte e me faça sorrir. :)
EliminarNo dia em que fotografei a laranjeira, fui atraída pelo cheiro intenso das suas flores.
Obrigada e um beijo. :)
Lindo texto Janita! E também chegou aqui o perfume da laranjeira em flor.
ResponderEliminarBeijinhos
Oh Gracinha, obrigada por teres vindo até aqui.
EliminarJá sentia saudades tuas.
Beijinhos.
As fotografias são dignas de uma exposição no Centro de Fotografia na antiga cadeia do Porto, onde o Camilo Castelo Branco escreveu O Amor de Perdição.
ResponderEliminarTambém gostei de ler o texto, embora um pouco triste:-*
É muita bondade tua, querida Teresa, mas creio que não. :)
EliminarJá lá estive a ver uma exposição fotográfica, magnífica, há uns anos largos. Neste momento não me ocorre o nome do fotógrafo.
Sim, foi durante o seu cativeiro que Camilo escreveu esse romance que tantas lágrimas fez verter. E qual foi o seu crime? Amar, única e simplesmente amar Ana Plácido. Casada? Pois, e o coração lá conhece essa prosaica razão? :)
Um abraço e boa semana.
Fui ler o poema de Manoel Bandeira, depois de ter apreciado o desabrochar das flores.
ResponderEliminarQuanto à fotografia da laranjeira, creio que a deste ano é mais bonita por ter ainda muitas flores em botão.
O tempo que corre imparável, vai-nos levando amigos, vizinhos e familiares... às vezes até nos leva aquilo para que vivíamos, como recentemente aconteceu comigo; a morte passou por mim, uma, duas, três, quatro vezes - se contarmos com a vez em que me visitou aos trinta e poucos anos... - e quando voltei à vida, descobri que ainda respirava oxigénio, mas já não respirava poesia nem conseguia ler textos longos e um pouco mais complexos.
Bom Domingo e um beijinho, Janita.
Por essa razão, falo muitas vezes da minha infância e das saudades que sinto desse tempo. Éramos felizes, tínhamos pais, avós e vivíamos rodeados de carinho, Maria João. Se bem que eu só tenha conhecido o meu Avô materno.
EliminarSe a vida nos injustiça ou isso pensamos, não devemos desanimar. Insista na sua vontade de viver, para escrever os seus belos Sonetos, Mª João. Nunca desista, por favor!
Um grande beijinho e uma boa e tranquila semana.
( com o 1º de Maio pelo meio )
Não, não penso que a vida me tenha injustiçado. Aconteceu, como acontece a tantos de nós, mas a força anímica, esse ânimo de que fala e que transbordava dos meus sonetos, não pode ser imposta, nem reaprendida. Ou existe, ou não existe. E a minha parece ter-se diluído naquela escuridão por onde andei quando o coração deixou de bater.
EliminarClaro que ainda (re)conheço as técnicas e até conseguiria escrever algumas estrofes metricamente correctíssimas mas completamente esvaziadas de força, chama e vida. Respeito demasiado a poesia e os seus eventuais leitores para os trair continuando a escrever poemas medíocres ou medianos, quando muito.
Posso não desistir de viver, mas não escreverei enquanto o meu aparafusado coração não puder emocionar-se, revoltar-se e gritar, se necessário, ainda que sempre de mãos dadas com a razão. Não escreverei poesia enquanto o não tiver de fazer sob compulsão, como o fiz durante toda a minha vida.
Enquanto este aparafusado coração estiver mais (pre)ocupado em bater do que em escrever, a vida que me restar continuará a não fazer sentido.
Boa semana e um glorioso 1º de Maio, Janita.
Beijinho,
Maria João
Com fúria e raiva. É isso mesmo. Deixei de poder escrever com fúria e raiva e paixão.
EliminarOutro beijinho,
Maria João
Querida Maria João.
EliminarAquilo que tinha para lhe responder sobre como contrariar esse seu actual descompassado coração, ficou sem sentido quando li o comentário acima deste que escrevo. Compreendi perfeitamente o que disse e sente.
Aliás, lembrei-me do que a nossa Amalia disse, certa vez – respondendo a uma pergunta de quem a entrevistava – que, para ter singrado em Hollywood, na sétima arte ( recusando o convite de Anthony Quinn para contracenar com ele num filme que não chegou a ser feito) “Tinha a coragem, faltou-me a raiva”.
Talvez não fosse apenas a raiva que faltou a Amália, mas essa fúria feita de paixão, de que a minha Amiga fala.
Perante essa constatação, fico sem saber o que lhe dizer, mas creia, sei do que fala.
Um grande, grande abraço.
Sabia que entenderia, Janita. Obrigada por isso.
EliminarAbraço grande,
Maria João
Outro para si, Mª João.
EliminarBom dia
ResponderEliminarEra tao bom podermos acompanhar o desabrochar das flores assim como vemos nos videos !!
JAFR
Boa noite, Joaquim Rosário.
EliminarAtravés dos vídeos podemos, sim, de outra forma teríamos de ficar a olhar para elas, horas seguidas, dias, semanas até!
Obrigada e uma boa semana.
Bom domingo, ilustre Janita.
ResponderEliminarBeijinho
Olha, António...já me chamaram muita coisa, mas "ilustre" é a primeira vez. Se fosse como o Vasquinho, era capaz de te dizer: «chama mais alto»! ehehehehe
EliminarBoa semana e um beijinho, Amigo.
A minha laranjeira ainda não tem qualquer flor mas consolei-me com o texto, os vídeos e a foto com tanto botão bem cheiroso!
ResponderEliminarAbraço
Obrigada, Leo.
EliminarAdorei ver-te a passear pelo nosso blogobairro. O tempo hoje esteve de sol a lembrar o tempo estival.
Um beijinho.
Que bonitas fotos
ResponderEliminar:))
Bjos
Votos de um óptimo Domingo.
Obrigada, Larissa, boa semana e um beijinho.
Eliminar:)
Gostei muito dos vídeos, tão bom ver o desabrochar das flores... Também gosto do cheiro das flores das laranjeiras já tenho aproveitado as pétalas para fazer chá, este ano as minhas não têm flor são só folhas e dois ninhos de passarinhos
ResponderEliminarÉ verdade, Maria José!
EliminarA natureza brinda-nos com dádivas que, nos passam ao lado. Olhamos, mas não vemos, todo o processo da renovação da vida deste reino vegetal maravilhoso.
Chá de pétalas da flor de laranjeira nunca fiz. Hei-de experimentar.
Obrigada pela visita e uma excelente semana.
E eu que gosto tanto de ver esses videos, de outra maneira não é possível, vemos que as flores desabrocham mas não assim, em video é tão lindo, eu adoro a natureza.
ResponderEliminarA flor da laranjeira é particularmente lenda e o seu cheiro maravilhoso.
Beijinho Nita
Olá, Mena!
EliminarGostei muito de te ver cá pelo estaminé. :)
Vem aí o mês das flores por excelência. Adoro Maio, é assim como uma promessa de coisas boas...
A Natureza merece todo o nosso deslumbramento e, sobretudo, que a saibamos preservar, cuidando dela com amor.
Beijinhos, Nina, boa semana.
Palavras tristes, porque triste é vermos partir pessoas de quem gostamos, mas a vida é assim mesmo...feita de partidas e chegadas, em compensação deixaste- nos dois vídeos lindíssimos sobre o milagre da natureza.
ResponderEliminarBoa semana amiga.
Beijinhos Janita
😘
Ontem triste, hoje sorridente. Assim há que encarar a vida e assim eu tento fazer.
EliminarBeijinhos e boa semana, Manu! :)
Publicações repetidas quem não as tem??
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Algum dia será a minha vez de repetir publicações, Pedro!
EliminarPara tudo na vida há uma primeira vez.
Beijinhos.
Que bom mesmo com o repassar do Tempo ter um jardim assim com flores tão bonitas
ResponderEliminarBeijinhos
Uma Boa Semana
Como disse no texto, a laranjeira está no quintal ao lado, mas as fotos foram tiradas a partir do meu. :))
EliminarBeijinhos.
Como referes, a natureza é magia ! ... e tal como as nossas vidas, a partir de certa altura, aos nossos olhos, passa a correr tal como se vê nos vídeos !
ResponderEliminarJá reparaste que demoramos tanto a chegar aos quarenta, se compararmos com os que vão até aos oitenta !? No entanto o tempo é o mesmo ! :(
E então, tal como as belas flores que rapidamente morrem, também em nós fica essa sensação, quando vemos partir os nossos amigos e começamos também a ver aproximar-se a passos largos o nosso fim.
É por isso que eu continuo a achar que temos que aproveitar avidamente os anos que temos pela frente, mantendo sempre a ideia, quantas vezes ilusória, de que ainda falta muito !
Um Abração Amiga
OLá Rui, que bom ter-te de novo entre nós! :)
EliminarNão sei o tempo que me resta e, sinceramente, nem quero imaginar sequer, no entanto, não me iludo, sei que um dia - não muito distante - irei partir e de tudo o que mais lamento é não ter a minha família comigo. Já me conformei...se é assim, que assim seja!
Não aproveito nem deixo de aproveitar, não corro atrás de nada, mas valorizo as coisas que me fazem bem à alma e arredo de mim aquilo que me faz mal.
Beijinhos, Rui.
No vídeo "o desabrochar de uma flor" não há como não ficar extasiado vendo como tudo se conjuga para transformar um "insignificante" botão numa esplendorosa flor. Não é possível ignorar a subtileza da natureza por encontrar o local exacto onde colocar cada pétala transformando o conjunto numa esplendorosa rosa. Quase lhe sentimos o perfume.
ResponderEliminarNão querendo de forma alguma desvalorizar o teu eventual poema tenho que te dizer que aquele vídeo é um completo e natural poema.
Beijokas plantadas em naturais sorrisos.
§-Porque nada é eterno o fim chega sempre. Todavia se na tua memória o teu vizinho é lembrado então ele não terá desaparecido completamente. Só morreu fisicamente. *_Ô
Uma maravilha de ler, os teus dois primeiros parágrafos, Kok!
EliminarO último, se estivesses aqui, à minha beira, dava-te a dose que o dono do cão deu ao canguru! Já pareces aqueles/as que andam a comentar e nem sequer lêem ou ouvem o que comentam.
Ora vai lá ler o que escrevi acerca dos meus vizinhos e depois repete a parte final, ó cabeça-de-alho-chocho...
Beijokas, de sobrolho franzido!!
:)
De facto... BURRO só me posso chamar de BURRO!!!!!
EliminarMas tenho uma atenuante que foi ler o comentário da Manu antes de escrever o meu.
Muita saúde ao teu vizinho e à laranjeira.
Beijokas e sorrisos (para aliviar a rabugice) eheheeehhh
:))) Não és nada burro. Pelo contrário...és um bom Amigo que me atura a rabugice, de quem gosto muito e a quem desejo o melhor desta vida!!
EliminarBeijokas conciliadoras e apaziguadas. ;)
Bom Feriado
( mesmo que vás laurear a pevide, passa por cá)
Boa tarde de paz, querida amiga Janita!
ResponderEliminarVídeos belíssimos do meu gosto pois amo flores...
Adorei ver a positividade da postagem, e, por feliz coincidência, estive há pouco com uma senhora de 92 que ainda fabrica alfajores e licores da melhor qualidade e tem uma lojinha numa galeria ainda atuando na sociedade. Amo tdo isso, essas pessoas com ânimo e generosidade.
Tenha dias felizes!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Gente de fibra, minha amiga, gente de fibra!! Não se deixa vergar ao peso dos anos!
EliminarUm grande beijinho e o meu agradecimento por ler o que escrevo antes de comentar.
Um beijinho, querida Roselia.
A lei da vida, umas vezes mais e outras menos equilibrada, de entre o que a vida dá e o que a vida leva _ se é que há ou deixa de haver equilíbrio nestas coisas, da vida?! O que estou seguro de haver é ligação entre seres viventes semelhantes e não semelhantes, como no caso da ligação humano-laranjeira, sendo que árvore habituada a ser tratada de determinada boa forma, seguramente estranhará a falta desse bom tratamento!
ResponderEliminarAbraço
Ainda que de uma forma um tanto filosófica, creio que o Victor fez bem a ligação entre o cuidado que usa quem trata com dedicação as coisas da natureza e quem cuida por obrigação.
EliminarNo fundo é isso o que eu noto e foi essa a intenção com que escrevi.
Muito obrigada, e um abraço amigo.