No final daquele dia morno, do lado a nascente, desceu um mar de nuvens escuras,
entranhando em mim o velho receio de menina que não controlo ainda.
De súbito, do céu desaba o som medonho de mil trovões. Vou
contando o tempo que medeia entre o clarão de luz, em zigue-zague, e o troar
das nuvens iradas.
Logo mais, a poente, esconde-se a réstia de calma e luz que sempre me ilumina.
Não sei porquê, mas não é o saber que a tempestade está
longe, que me deixa mais descansada…em algum lugar o mundo estará a desabar.
Até que por fim tudo se acalma e a normalidade regressa, como se toda a minha inquietação não tivesse sido nada mais do que um simples desaguisado entre nuvens zangadas.
Mas foi!
Até que por fim tudo se acalma e a normalidade regressa, como se toda a minha inquietação não tivesse sido nada mais do que um simples desaguisado entre nuvens zangadas.
Mas foi!
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Trovoadas também me inquietam, na verdade assustam. Em criança, por duas vezes, vi a destruição que podem causar. E por mais tempo que tenha passado, ambas, estão demasiado presentes na minha memória.
ResponderEliminarMas, depois da tempestade vem a bonança, não é?
Boa noite, Janita
Eu diria que o que sinto, em relação às trovoadas, actualmente, é mais "respeito" do que medo, Noname. :) Quando criança não passei por nenhuma situação traumatizante com estes fenómenos da natureza, mas as histórias que eram contadas pelos adultos, durante as noites de invernia em redor da lareira - raios a cair sobre os sobreiros fulminando rebanhos e pastores que sob eles se abrigavam - é que povoam as minha memórias de infância.
EliminarPor aí, não houve nada? :)
Beijos, Non.
O meu tempo é muito intimidante!
ResponderEliminarA calmaria chegaria em breve, afinal!
O mau-tempo chega a aterrorizar de tão mau que é... :)
EliminarNão foi tão breve quanto eu contei, Catarina, isto se fosse bem descrito por quem sabe bem de escrita, teria muito pano para mangas!!
:)
As mudanças no céu por vezes nos afligem...Ainda bem volta a calmaria! bjs,chica
ResponderEliminarDepois da tempestade chega sempre a bonança, Chica, e aqui não foi excepção, mas enquanto durou a borrasca afligiu e muito.
EliminarBeijos.
No fim-de-semana, com a passagem de um tufão entre as Filipinas e Hainão, já sabemos que vamos ter tempestade.
ResponderEliminarHoje já se sente a proximidade.
Beijinhos
E as tempestades de Verão são as piores e mais devastadoras, Pedro! Tomara que essa não seja das bravas.
EliminarBeijinhos
Bom dia
ResponderEliminarLembro-me de quando era criança de orar á Santa Barbara , quando de noite trovejava .
E quer queiram ou não sempre que vem uma trovoada mais forte , vêm me á memoria essa dita oração .
JAFR
Sabe que, enquanto trovejava , me lembrei de Santa Bárbara? Não tive foi a lata de rezar, pois me lembrei do ditado tão certo que acusa de oportunismo aquelas pessoas que só se lembram de Santa Bárbara quando faz trovões...então, aguentei firme!! :)
EliminarAbraço de paz e calma.
E foi, Janita. Foi isso mesmo.
ResponderEliminarBeijinho :)
Aí por Oeiras também se sentiu o mau tempo, Maria João?
EliminarPor aqui, foram horas de desespero.
Beijinho. :)
Eu dei por ele, a Nordeste. Não ouvi os trovões mas vi, muito ao longe, o brilho dos relâmpagos.
EliminarOutro beijinho
Ainda bem que já passou, Maria João.
EliminarJá bastam os temporais que assolam a nossa vida.
Beijinhos. :)
Olá,Janita.
ResponderEliminarAinda que desde há muito conheçamos a explicação para o surgimento de trovodas e relâmpagos, ainda assim elas sempres nos causam alguma apreensão, e também algum desconforto - mesmo já não sendo crianças. Mas nem tudo foi mau; já que duma noite inquieta e mal dormida surgiu um bonito texto...
Nota breve: Como mais vale tarde que nunca, aqui fica uma breve resposta sobre a possibilidade de voltar à lide de bloguista: a porta coninua aberta, mas tal não acontecerá certamente no horizonte próximo... vamos ver! Obrigado pelas palavras de encorajamento.
Beijinhos amigos
Viitor
Olá, Vitor!
EliminarSaber, todos sabemos, mas vamos lá nós racionalizar as coisas quando os relâmpagos rasgam o céu e os trovões parecem tiros de canhão sobre a nossa cabeça? Pois é!!
Quanto à tua breve nota sobre o regresso às lides, se a porta está aberta mais vale escancará-la logo de vez antes que seja tarde. Mas tu é que sabes, Amigo.
Beijinhos e o meu bem-haja pela tua companhia.
Lembro-me de também nunca me sentir confortável com os trovões convencido que estava de que era mesmo sobre a a casa onde morava e, tal como tu, aprendei a contar os segundos entre o raio e "catrapum"!!!
ResponderEliminarFelizmente que isso já me passou. Todavia continuo a contar os segundos tentando perceber que "ela" está muito longe, longe ou...
Beijokas ensolaradas com sorrisos.
§-e a propósito de trovões, ventos e tempestades, já conheces a noite do cinéfilo?
https://bagos-de-milho.blogs.sapo.pt/7953.html
Agasalha-te e cuidado com o gato!
Isso de contarmos os segundos que demora, entre o relâmpago e os trovões, nos dizer a distância a que está a tempestade, aprendemos na escola e, parecendo que não, ajuda muito na nossa tranquilidade.
EliminarQuanto a esse link que me deixaste já fui ler, mas nem precisava pois sei perfeitamente que tu para fazeres filmes és um ÀS!!! Dormes muito, sonhas muito...
Beijokas, Kok.
Tirando o leslie nunca tinha tido medo de tempestades e nem foi por mim, foi pelos meus familiares.
ResponderEliminarÀs vezes em outros países é que se vêm cada uma, que essas sim, metem respeito, no minimo.
Beijinho Nita
Por essa ordem de ideias os tornados lá para o estado da Califórnia é que são de tremer de medo, mas cada um vive os seus receios e aflições. E, como dizem os nossos irmãos de além-mar...pimenta no cu dos outros...temos pena mas não nos arde nada...sabes como é!
EliminarBeijinho, Nina! :)
O local regresso à normalidade, tudo se acalma
ResponderEliminarpor ordem de Stª Barbara
Contudo
"em algum lugar o mundo estará a desabar"
e essa é a mais triste e real verdade
E foi assim que pensei, Rogério, mas se me vêm falar que: ah, e tal, o Ophelia e a Grace é que foram bravos, causaram muitos estragos, tenho que dizer o que sinto agora, depois de tudo voltar à normalidade...mesmo sabendo qual a triste realidade.
EliminarNão é só o Rogério que tem direito à preguiça, sabe?!
:)
É sempre, Janita.
ResponderEliminarPensando bem, nada há a fazer: a força da Natureza nunca ninguém a venceu. É mais ou menos isto e, por isso, não há como fugir. Quem tem medo sempre pode recitar ladainhas a Santa Bárbara, dedicada a estas emergências, queimar um raminho bento do Domingo de Ramos e tapar os espelhos com lençóis, para que os raios não se deixem seduzir por ilusões reflexas. Eu cá prefiro desfrutar do magnífico espectáculo que apazigua energias desencontradas, que desinfecta o ar que respiramos. É, sobretudo, nos reduz à nossa real dimensão.
Curiosamente, a última segunda-feira, ao final da tarde, toldou-se de forma admirável, na estrada onde seguia à saída do País Basco. Não era a ETA de regresso.
Beijo.
Verdade, Agostinho.
EliminarNinguém pode fazer nada para deter a força da Natureza. Talvez por isso o medo seja maior, medo, receio sentimento de impotência, sei lá.
Queimar raminhos bentos não posso, porque os não tenho, mas queimo algumas vezes alecrim, gosto do aroma que se desprende do fumo, é balsâmico e perfumado.
Credo, Agostinho, nunca tinha ouvido essa coisa de tapar os espelhos com lençóis...olhe só que trabalheira... Nem sou dada a essas crendices. Andei mas foi de janela em janela a ver de que lado rebentava a tempestade com uma pilha na mão, não fosse a energia eléctrica ir à vida. Já passou e agora vem aí o calor em força. Uma bênção para os apreciadores de sol e areia. :)
Beijinhos e obrigada, Agostinho.
Tenho respeito e se a tempestade estiver demasiado perto, terei muito certamente medo.
ResponderEliminarO clima está a mudar, é um facto, felizmente ainda temos poucos acontecimentos extremos
Beijinhos
E quem disser que não tem medo, respeito ou receio das tempestades, mente; pode crer!
EliminarO nosso clima até que é dos mais equilibrados, mas de quando em vez lá descamba em excessos.
Obrigada e um beijinho, Sam.