...Recolhi na Net este simples e belo poema.
Escrito pelo Poeta Castro Alves, está recheado de lindas e subtis metáforas.
Vamos ver quem as consegue identificar?
Fotografia minha. |
O Laço de Fita
de Castro Alves
Não sabes, criança? Estou louco de amores…
Prendi meus afectos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu’enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na ténue cadeia
Debalde minh’alma se embate, se irrita…
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes…
Mas tu… tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios…
Beijava-te apenas…
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N’alcova onde a vela ciosa… crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu… fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia, na sombra do vale
Abrirem-me a cova… formosa Pepita
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c’roa…
Teu laço de fita.
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Poema lindíssimo. Maravilhoso de ler.
ResponderEliminar.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Abraço poético
Obrigada, Ricardo.
EliminarÉ simples, é belo, é um poema que me enternece.
Ainda bem que lhe agradou.
Abraço.
Que lindo Nita 😊🍀
ResponderEliminarUm beijinho
És tu, Nina? 😊
EliminarAh, marota que te afastaste e me deixaste mais só!
Beijinho. 😘
Boa escolha
ResponderEliminara permitir
que te diga
Janita
quão é impossível
o exercício que propões
Toda a metáfora
nos inspira
no momento em que é lida
Se amanhã ler Castro Alves
neste mesmo poema
terei sentimentos diferentes
A metáfora é um desafio ...
Se o poema leu, e não se inspirou
Eliminarque pena Rogério,
é porque o seu coração não palpitou!
Empolgada estou eu. Não tarda nada lhe direi porquê.
Aguarde-me no e-mail.
Bom Dia! 🙂
Um poema de que gostei muito.
ResponderEliminarAbraço e saúde
É terno, é simples, é bonito.
EliminarSeria impossível a Elvira não gostar.
Um abraço e muita saúde também para si.
Que raio esconde o laço de fita???
ResponderEliminarBeijinhos
Eu lhe respondo, amigo Pedro:
EliminarO Laço De Fita
esconde, em cada verso,
o que todo o coração apaixonado
sente no peito, quando o amor
nele palpita!
🙂
Beijinhos.
Bom dia
ResponderEliminarOlha a menina que andou andou
caiu no laço logo lá ficou
dá-me um abraço
isso é que eu não faço
Olha a menina que caiu no laço.
O poema é lindo.
JR
Bom Dia, JR.
EliminarVamos fazer de conta que somos meninos
e brincar de roda,
como quando éramos pequeninos?
Caiu a menina,
caiu o menino
brincaram de roda
saltando e pulando
a Fita do Laço
não foi um percalço
foi uma brincadeira
de quem se diverte
de alma sã e inteira.
Um abraço e obrigada, amigo JR! 🙂
Lindo poema!
ResponderEliminarSerá que todo ele é uma metáfora?
"Todos os meus afectos ficaram presos,", será que os afectos não serão uma boa prisão?
Beijinhos Janita
Este poema é tido como o exemplo das metáforas poéticas, querida Manu.
EliminarClaro que a prisão dos afectos é a mais bela prisão, mas é prisão voluntária que dói, e, quanto mais dói, mais nos prende. 🙂
Beijinhos, Amiga!
Bela foto e belo poema.
ResponderEliminarCastro Alves era um metafórico militante.
E eu que sempre detestei laços no cabelo mas nessa época também não sabia o que era uma metáfora!
Abraço
Era sim, senhora.
EliminarDurante o exercício da tua profissão, provavelmente analisaste este poema com os teus alunos.
A vida, querida Leo, é uma eterna aprendizagem.
Então, se formos para o campo dos sentimentos, que, ora embelezam ora toldam a alma humana, nem os próprios se conhecem.
Um beijinho. 🙂
Parece que este amor não foi platónico... Houve uma noite de amor pela certa!!
ResponderEliminarVi o teu dedal... lembrei-me que não possuo um... talvez porque raramente cosa.
: )
Ah, mas tenho um outro dedal de prata trabalhada, lindo, lindo, que me foi legado por uma parente afastada. Acho que o deves ter visto no meu Abcedário Fotográfico. :)
EliminarBeijinhos, Catarina.
Fiquei tão vaidosa com o dedal que só agora reparei que nem fiz menção à noite de amor. Mas não, Catarina.... Aquilo da alcova e do desentrançar das tranças, foi uma espécie de "suponhamos"...😊
EliminarNem me atrevo.
ResponderEliminarSou péssimo a figuras de estilo
😊
😊 Não me diga, Miguel...pois não diria!!
EliminarObrigada e um abraço. 😊
Amiga Janita,
ResponderEliminarEste poema é todo ele composto por metáforas. Cada uma mais bela que a anterior.
Nunca me prendi com laços de fita, os meus cabelos não davam para isso (:
Um beijinho
Fê
Ah esses laços de fita hein Janita
ResponderEliminarUsava muuito na minha adolescência para prender os cabelos longos, e havia quem gostava ... acabei envolvida nas metáforas e nas minhas doces lembranças. Nostálgico Castro Alves _ e sabe fiquei foi presa nesse laço de fita azul da sua foto.
Que venha metáforas que nos faça sonhar ,
Abraço,Janita