"PRÓ PUDOR"
Todas as noites ela me cingia
Nos braços, com brandura gasalhosa
Todas as noites eu adormecia,
Sentindo-a desleixada e langorosa.
Todas as noites uma fantasia
Lhe emanava da fronte imaginosa
Todas as noites tinha uma mania,
Aquela concepção vertiginosa.
Agora, há quase um mês, modernamente,
Ela tinha um furor dos mais soturnos,
Furor original, impertinente...
Todas as noites ela, ah! sordidez!
Descalçava-me as botas, os coturnos,
E fazia-me cócegas nos pés...
Cesário Verde.
1855 - 1886
😊 😉 😂
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rssssssss...Que furor estranho esse,rs..Adorei a poesia! Lindo dia pra ti! bjs, chica
ResponderEliminarSe fosse agora, em que tudo tem uma denominação, dir-se-ia tratar-se de um fetiche, Chica. 😊
EliminarPor aqui o tempo já mudou de feição. Prevê-se temporal para o resto da semana.
Beijinhos e desfruta do teu verão tropical, amiga.
AMO a poesia de CESÁRIO VERDE desde a adolescência, recitando de cor quase toda a sua obra, aliás bem pequena.
ResponderEliminarTeresa.
EliminarSe não foi editado mais nenhum livro do Poeta, penso não errar se disser que este exemplar que possuo, "O Livro de Cesário Verde", editado a título póstumo, com o riquíssimo Prefácio do seu amigo Silva Pinto, a partir de várias obras dispersas é o único que foi comercializado. Esta minha edição é bastante antiga, basta dizer que é uma edição de bolso das Edições Europa-América.
Na sua nota introdutória, entre muitas outras coisas, reza isto:
(...)
Apesar de não ter vivido o tempo suficiente para nos deixar um espólio literário considerável, Cesário permanece, talvez até por isso, como um caso ímpar na geração de realistas e parnasianos, sem antecedentes, nem continuadores.
A bem da verdade, devo acrescentar que este poema que hoje publico, não se encontra neste meu exemplar, pelo que não me admiraria nada se desde 1901, altura em que foi feita a colectânea, tivesse aparecido mais algum poema de Cesário Verde e, posteriormente, inserido em outras edições.
Para mim, "O SENTIMENTO D'UM OCIDENTAL" que o Poeta dedicou a Guerra Junqueiro é a sua coroa de glória. Numa vida de apenas trinta e um anos, couberam valiosíssimas pérolas poéticas.
Um abraço.
Gostei deste poema, é sempre um prazer ler Cesário Verde.
ResponderEliminarOs pezinhos a mexer são para aquecer?
Está um frio de rachar aqui para os meus lados.
Beijinhos Janita
Eheheheh...Os pezinhos a mexer foi a imagem que encontrei e mais se pareceu com a ideia das cócegas citadas pelo poeta, Manu. Repara que eu - sádica, pá - até coloquei em baixo, uma pena para cada um dos visitantes se entreter a torturar o poeta!! 😂
EliminarComo hoje vesti um camisolão grosso, ainda não senti muito frio. O vento já assobia...
Beijinhos, Manu!
Só depois de fazer o comentário me lembrei da pena a fazer cócegas nos pés. Tu és danadinha🤣
Eliminar😂 😂
EliminarBeijinhos.
Fetiche é uma coisa antiga.
ResponderEliminar😊 Parece que sim!!
EliminarUm abraço!
Já aqui alguém falou de 'fetiche'. Já D. Afonso Henriques tinha essa preferência bem acentuada. Dizem, que eu cá não sou de intrigas.
ResponderEliminarBeijinho, Janita
Tu nem me digas uma coisa dessas, António!
EliminarEntão, o homem para além de enganar o primo ainda era dado a fetiches? Pronto, deixa lá, ninguém ouviu e eu não conto nada.
Beijinhos e uma boa noite, amigo Repórter.
Lol, maravilhoso poema!! :))
ResponderEliminar*
Já não escuto...
*
Beijo, e uma excelente tarde. :)
Sabe, Cidália? Os poetas do século XIX eram muito dados a certas excentricidades amorosas. Viviam para amar e sonhar...Coisa que os de agora pouco fazem! :))
EliminarBeijinhos.
Não conhecia (o que é normal) o poema.
ResponderEliminarbjis.
Amigo José, já voltei à Zorra e estive a ouvir a Nara e a Elis.
EliminarMuito bom. Gostei de recordar.
Um beijinho.
Janita, amiga, como soubeste que eu estava a precisar de rir (;
ResponderEliminarÉ sempre um prazer ler a poesia de Cesário Verde.
Agora, cócegas nos pés pode ser um prazer ou uma tortura, depende de quem os faz e obviamente de quem as recebe (:
beijinhos
Fê
Ah, Fê...Precisamos todos de um pouco mais de alegria nas nossas vidas. Se não não aguentamos este cativeiro e ainda entramos todos em depressão.
EliminarUm beijinho para ti e vê lá se te animas.
É, não tem cheiro ruim, não.
ResponderEliminarUm beijão e boa tarde. (risos)
Ah, não, aqui não entram maus cheiros, amigo SilvioAfonso. Nem pensar! Vou colocá-lo ali ma minha lista para o visitar também.
EliminarObrigada pelas visitas.
Um abraço e uma boa noite.
Sensual, glamoroso, lindíssimo de ler.
ResponderEliminar.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Saudações poéticas
Sensualidade e glamour nunca são demais, Caro Rycardo. :)
EliminarSaudações e o meu agradecimento.
Hehehe... Um poema surpreendente, para nos animar nestes tempos de desgraça.
ResponderEliminarO final é tão surpreendente que resolvi alinhar e seguir com a surpresa, Luísa! :)
EliminarBeijinhos.
E é pelos pés que começa sempre qualquer história
ResponderEliminar😂
Pode crer, Miguel.
EliminarOutras há, que acabam levando com os pés. 😉
Grata por ter vindo ler e rir comigo. 😂
😂
E assim descobriu-se pelos pés a arte de amar.
ResponderEliminarUma bela partilha Janita um soneto por semana
numa bela escolha.
Semana que flui bela e leve para você.
Bjo amiga
Uma arte tão especial que tem tanto que se lhe diga, Toninho...
EliminarQue a sua semana seja serena e harmoniosa.
Um abraço amigo.
Não gosto de ver imagens de pés. Geralmente são horríveis!
ResponderEliminarQuanto ao Cesário, já todos disseram tudo e eu concordo!
UmaMaria.
EliminarÀs vezes és tão esquisita que me fazes lembrar a minha amiga Mena, que me dizia sempre não gostar de nada, mas aquilo era só para me contrariar. Uma marota de quem tenho muitas saudades.
Se a vires por aí, dá-lhe um abraço meu.
🤣🤣🤣
EliminarÓ Janita, isto não é para contrariar ninguém. É aquilo que eu penso! E aposto que há mais pessoas como eu....só não querem é contrariar a opinião dos outros. E querem agradar....
EliminarBeijinhos
Eu ando a sentir cócegas no sistema nervoso.
ResponderEliminarBeijinhos
Ah, Pedro...para acabar com esse tipo de cócegas, só numa consulta de neurologia.
EliminarBeijinhos.
Com um poema assim, um par de pés descalços e uma pena de ave, tu nem imaginas por onde a minha mente divagou: a pena começou pelos pés e seguio caminho percorrendo tudo o que é possível percorrer com uma pena, numa sucessão de risos, ais e gemidos e demais manifestações de prazeres e contentamentos.
ResponderEliminarAgradeço-te por teres partilhado este poema de Cesário Verde e a minha imaginaçõn fica imensamente reconhecida por teres incluído uns pés nus e uma pena de pássaro.
Beijinhos ;))
Risos, ais e gemidos, uma pena de pássaro, e aí vais tu, louco,
Eliminarimaginando sei lá o quê. Imagina à vontade... valha-nos a imaginação nestes dias de prisão. 🤩
Não há nada para agradecer, eu é que te agradeço os sorrisos que me vais pondo no rosto.😊 😊
Beijinhos e abraços.
:))
ResponderEliminarAplaudo, sem restrições. :)
Ah, grande Cesário!
Um beijinho, Janita :)
AC, ainda que vieste. É que não estou a conseguir comentar em blogues que não permitam anónimos, uma vez que não me foi possível comentar com a minha conta no teu blogue. E olha, que tentei por várias vezes. Gostei muito da 'lengalemga' que dedicaste ao teu neto Miguel. Fiquei com imensa pena de não ter participado.
EliminarUm beijinho para ti e para ele.
Ah, e obrigada por teres vindo. :))
*lengalenga, claro. :)
EliminarA Fê incentivou-me ao soneto
ResponderEliminarAgora é Cesário Verde a fazê-lo
Amanhã tento
Hoje já não terei tempo
(que pena não ter vindo mais cedo!)
Pois é, Rogério.
EliminarValores mais altos se têm levantado, né?
Eu compreendo.
«Nunca chega atrasado quem sempre chega». :)
Um abraço.
Um poema no estilo bem clássico. Muito bonito.
ResponderEliminarOlá,
Eliminarainda bem que gostou deste estilo. Eu adoro, só tenho pena de ter desistido, mas um dia volto a tentar.
Obrigada, Menino Beija-Flor.
Já publiquei também o poeta Cesário Verde. E faz um tempinho que não leio .Obrigada por me fazer lembrar dele com esse poema cheio de sentimento.
ResponderEliminarAhh e queria lembrar de te dizer que gostei de ler que cantas umas musiquinhas brasileiras, e com sotaque rsrs ou mesmo quando cita alguma. Fico contente por gostares e sempre com bom gosto.
beijinho, Janita