....QUE DEUS FAZ.
Pede-se a uma criança.
Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis.
A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas.
Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase que não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
:Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas.
Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis.
A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas.
Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase que não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
:Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas.
Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
A Flor - Texto/Poema de José de Almada Negreiros.
🌺 🌺 🌺 🌺
O que Almada Negreiros não sabia era que, quando o Deus da Natureza quer, até sob um oleado pousado no chão, onde havia dois pequenos furos, pode nascer um belo bouquet de flores campestres, qual centro de mesa em tons de rosa e branco. Ora vejam...Por vezes não nos basta ver, temos de ir olhar de perto, com os olhos da alma e o pulsar do coração. Voltei a colocar o ramo de flores como o vi de longe e regressei a casa de alma lavada. Havia chovido nessa manhã e, no oleado, ficaram as flores e umas pequenas poças de água, aqui e ali...Dentro de mim, brilhava um sol radioso...
A natureza traça o seu caminho. Por vezes caminhos inimagináveis para a compreensão humana. A imaginação de uma criança não tem limites..
ResponderEliminar.
Bom fim de semana … abraço e/ou beijo..
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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À Natureza, ninguém consegue travar o passo nem muda os seus desígnios.
EliminarObrigada, bom fim de semana.
A sua publicação de hoje quer dizer "saber olhar". Ao sabermos olhar vemos coisas que muitas pessoas não vêem.
ResponderEliminarUm abraço.
Nesse saber olhar podemos incluir não só todas as coisas que nos cercam, mas, e principalmente, saber olhar para dentro de nós e, se possível, também para os outros.
EliminarObrigada.
Um abraço.
De acordo, isso completa a ideia.
EliminarSuper fantástico! Fascinante publicação!! 🌹
ResponderEliminarBeijos, e uma excelente noite :)
Há coisas fascinantes, sim, nós é que passamos apressados e nem as olhamos com olhos de ver.
EliminarObrigada, uma boa noite Cidália.
Acho que mestre Almada
ResponderEliminarandou espreitando os desenhos
da minha Maria
e como ela os fazia
poso levar uma flor do teu bouquet?
Sim...a sua Maria, quando mais pequenina, poderia muito bem ser esta criança que Mestre Almada Negreiros nos fala.
EliminarNão leve apenas uma, Rogério, pois ficaria sem sabel qual escolher. Leve uma branca e uma cor-de-rosa. Quando vestir um casaco coloque-as na lapela. :)
Por vezes não nos basta ver, temos de ir olhar de perto, com os olhos da alma e o pulsar do coração.
ResponderEliminarBoa noite de paz, querida amiga Janita!
Espetacular!
Senti aqui o olhar do Príncipe... Da rosa...
Sim, o essencial não se vê de relance, é preciso olhar com olhar poético que todo ser humano pode ter.
Gostei muito da mensagem e do arranjo de flores tão delicado também.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho de gratidão e estima
Olá, amiga Rosélia.
EliminarPoderá haver aqui alguma semelhança nas minhas palavras, com as de Saint-Exupéry, mas foi pura coincidência. Ou, então, emergiram do meu subconsciente.
Um beijinho grato pela extrema gentileza com que sempre comenta neste meu cantinho singelo, amiga.
Que bonito, querida Janita. Por tantas coisas, como olhar, ver, descobrir, valorizar, partilhar, etc.
ResponderEliminarE por outras como eu já ter sido criança há muiiiiitos anos e continuar a desenhar uma flor da mesma maneira. E estas florzinhas também me lembram a minha infância logo que as vejo. Os muros estavam cheiinhos delas.
E ainda bem que apareceram nesses sítios improváveis da sua casa, porque assim ouvi(mos) falar tão bem delas.
Um abracinho, Janita, e um dia bem florido
Quando uma escritora com o gabarito da amiga Mª Dolores, diz gostar destas minhas simples publicações, creio que fico um pouquinho convencida de que há algo mais do que gentileza e simpatia. No entanto, quero ver se não me convenço em demasia. :)
EliminarNão, esta descoberta que fiz acidentalmente, da força da Natureza, não se encontra na minha casa nem no quintal, se não, eu não teria escrito ter regressado a casa ( de alma lavada). :)) Vi esta maravilhosa manifestação da vontade de florir, num local aonde vou regularmente. O dito oleado está a cobrir qualquer coisa, não sei bem o quê, mas cimento não ´será.
Um beijinho e bom fim de semana.
"Como pode uma gota de chuva vinda das nuvens desaparecer ao cair no chão para reaparecer depois em forma de nuvem novamente?"
ResponderEliminar(Era Uma Vez Uma Gota De Chuva - Judith Anderson)
O meu primeiro comentário neste seu cantinho ocorreu a um post de 27 de Janeiro de 2019, a propósito de Agostinho da Silva e nele referi que o grande poder da Internet é a partilha, e o seu limite a nossa imaginação.
Aproveito o que disse nesse dia para voltar a repeti-lo hoje acerca deste post, onde nos fala de Almada Negreiros, das crianças e do milagre da natureza.
Para terminar gostaria de lhe deixar uma imagem, que se encontra na capa do livro Era Uma Vez Uma Gota De Chuva de Judith Anderson e que encontrará em FNAC.PT.
Vale a pena espreitar.
Dia bom para si Janita.
Olá, Joaquim Ramos!!
EliminarPor via deste seu comentário já corri Seca e Meca e o Vale de Santarém. Nem queira saber as voltas que já dei!
Pois claro, partilha é partilha e há que fazer jus às nossas palavras e às palavras dos nossos visitantes.
Sobre o "Era Uma Vez Uma Gota De Chuva", que como bem pergunta o autor dos «Ponteiros Parados»: "Mas por que raio é assim tão difícil dizer "Não sei"?. Eu não sabia da existência desse livro. Agora sei. Tenho até seis páginas deliciosamente ilustradas por Mike Gordon.
Para dar resposta à pergunta e um pouco mais de conhecimento/ou reavivamento de... a TODOS, miúdos e graúdos, como diz aquele menino:«A minha professora disse que as gotas de chuva fazem parte do ciclo da água"...e antes que haja alguém a perguntar ou recear dizer NÃO SEI!... Aqui fica o vídeo sobre o Ciclo da Água. :)
https://www.youtube.com/watch?v=KZTRy6KL7_c
Adiante... Agora vem a parte para mim mais interessante.
Passados que foram, dois anos, oito meses e dezasseis dias, após a sua primeira visita ao meu Cantinho, em 08 de Fevereiro de 2019, tem lá a minha resposta. Só tem de fazer o mesmo que eu fiz... Lá explico a razão de o ter deixado sem resposta, e, acredite ou não, lamento sinceramente não me ter apercebido desse seu reparo. Muito Obrigada, Joaquim Ramos.
Abraço-o, com apreço e admiração.
Este outro vídeo é ainda mais interessante e responde à pergunta feita pelos meninos do livro indicado:
Eliminar"Como pode uma gota de chuva vinda das nuvens desaparecer ao cair no chão para reaparecer depois em forma de nuvem novamente?"
https://www.youtube.com/watch?v=WVhObQXBJxM
:)
Muito instigante teu blogue. Parabéns.
ResponderEliminarSeja muito bem-vindo, Deus Carmo.
EliminarObrigada pela visita.
Fui espreitar a sua morada, mas vi tantos sites, que ainda me não debrucei sobre qual lhe retribuirei a amabilidade.
Mas vou estudar isso.
Grata.
O texto do Almada Negreiros já conhecia.
ResponderEliminarA natureza não precisa de muito para se manifestar. Já vi uma roseira florida entre o alcatrão numa berma de estrada.
Uma maravilha este seu post.
Abraço, saúde e bom fim de semana
Este, é um texto muito conhecido de todos nós, Elvira.
EliminarPor isso me lembrei de o trazer aqui em semelhança com o meu "achado", quiçá, nascido também por vontade de Deus.
Sim, amiga, a Mãe Natureza tem dessas coisas, gosta de nos mostrar que, se quisessemos, também poderíamos fazer pequenos milagres acontecer. Assim nós nos esforçassemos a semear, regar e cuidar, as sementes do bem e do belo.
Um abraço e bom fim de semana.
Já conhecia o texto do Almada Negreiros. A natureza é fantástica e o quintal da filha está cheia destas flores que mostras que nascem em sítios inimagináveis:) São belas e como ficou tão belo este teu post. Obrigada:)
ResponderEliminarBeijocas e um bom fim de semana
A chuvinha benfazeja e o sol têm feito nascer as florzinhas do campo nos sitios mais incríveis, sim, mas vê-las cheias de viço no meio de um oleado, tens de concordar que é obra divina...ou não!! :)
EliminarBeijinhos, amiga.
Bom dia
ResponderEliminarSe o poema de Almada Negreiros nos diz muito sobre a pureza de uma criança, a Janita diz nos muito sobre o que a natureza tem de extraordinário .
O seu poema completa muito bem o de Negreiros.
Bom fim de semana.
JR
É isso, JR.
EliminarFoi essa mesmo a minha intenção.
Muito obrigada e um abraço.
Andei com interrupções ntermitentes com a rede da net e já vejo comentários repetidos. Parece que anda por aqui, na minha casa, o diabo à solta. Bolas!
EliminarA pureza nao deixa duvids de que a vida humana existe por alguma razão.
ResponderEliminarÀs vezes gostava de só por alguns segundos espreitar o inicio da existência.
Havia de ser tão lindo
🙂
A Ciência tem descoberto razões para tudo, Miguel, mas assim como o coração tem razões que a razão desconhece, também a existência do ser humano terá uma outra razão que vai para além da razão científica.
EliminarUm bom fim de semana.
Concordo inteiramente
Eliminar😊
Obrigada pela partilha.
ResponderEliminarHá muito que não lia este poema.
Será que a Natureza é conduzida por mão divina?
Abraço
Queres que te responda com sinceridade? SIM...É!
EliminarEu é que agradeço a companhia.
Beijinho, bom fds, Leo.
Não conhecia o texto de Almada Negreiros e gostei bastante, uma verdadeira parole.
ResponderEliminarUm abraço e bom Domingo.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Uma pérola, entre outras que José de Almada Negreiros, o nosso pintor/poeta, no legou.
EliminarObrigada, um abraço e bom Domingo, Francisco.