[Reeditado]
Ocorreu-me à ideia um livro que li há muitos anos, da autoria do escritor Ernest Hemingway e que tem por título “Por Quem os Sinos Dobram”. Há um parágrafo final que define bem, o sentido de pertença e lealdade no colectivo.
Como não me recordava, na íntegra, do texto que constitui o dito parágrafo, voltei a folhear o livro e vou aqui transcrever uma parte:
“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo. Cada um de nós faz parte de um todo. A morte de alguém deixa-me mais só, porque eu faço parte da Humanidade. Por isso, nunca procures saber por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.
Não é só a beleza poética que me encanta neste texto, mas o seu sentido mais profundo.
Numa época em que as novas tecnologias estão cada vez mais presentes, as pessoas têm tendência para se isolar, sem tempo nem vontade para conviver pessoalmente, preferindo comunicar via e-mail. (nessa altura era o que havia) Criando até, amigos virtuais. Porém, nada substitui o calor humano do convívio e do contacto entre as pessoas.
Na realidade, todos nós vivemos interligados em relações de trabalho, familiares, escolares, sociais e outras. O sentido de pertença acontece, quando nos sentimos integrados e aceites nesses grupos. A lealdade recíproca é o factor essencial, que consolida e fortalece os laços de união entre as pessoas.
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Isto foi o que escrevi, textualmente, sem introduzir agora quaisquer alterações, no ano longínquo em que criei o meu blogue. (Finais de 2008)
Quando mencionei a frase de Hemingway não referi que também ele se havia inspirado no Poeta inglês John Donne. Talvez naquela época nem eu o soubesse. Nessa altura, pouco ou nada sabia da imensa enciclopédia que havia sido posta à minha/nossa disposição.
Eu acho que somos ilhas mas também construtores de pontes!
ResponderEliminarAbraço
Sabes que é assim que sempre te vi?
EliminarUma construtora de pontes que conduzam à concórdia e ao entendimento.
Grande abraço
Eu decorei o poema de John Donne quando li o livro Por Quem os Sinos dobram e ocorre-me muitas vezes quando ouço os sinos a tocar
ResponderEliminarum beijinho e uma boa noite
Olá, Gábi!
EliminarE ainda te lembras do poema completo?
No meu terraço, quando o vento sopra de feição, ouço muitas vezes o dobrar dos sinos tocar a finados. A Igreja e o cemiténio, contiguo, ficam naquela direcção.
Um beijinho e tudo de bom.
O ser humano é só um nas suas ambições e projetos.
ResponderEliminarSe se atropelam no mesmo espaço é porque há um desequilíbrio que deve ser controlado.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Olá, Juvenal.
EliminarTem razão. A Humanidade é, efectivamente, uma só. Cada ser humano é que tem em si um conjunto de outros seres, ou demónios, quando descontrolados, fazem desiquilibrar todos os seus semelhantes.
Um abraço amigo também.
Embora se diga que por morrer uma andorinha não acaba a primavera, se uma formiga morre, todo o formigueiro morre um pouco, é prejudicado. E a guerra civil espanhola é um bom mau exemplo.
ResponderEliminarUm grande livro, uma das melhores obras do Hemingway.
E há o filme, com a Ingrid Bergman.
Bom fim de semana, amiga Janita.
Um beijo.
Olá, Jaime.
EliminarGostei muito do seu exercício explicativo acerca da ordem na Natureza, humana e animal.
O livro li-o há muitos, muitos anos e ainda o conservo, apesar das folhas amarelecidas pelo tempo. É uma edição bastante antiga. O filme não cheguei a ver. Por ser que tenha a sorte de o ver na RTPMemória.
Um beijo e votos de um bom fim de semana, amigo Jaime.
Também não me esqueci nessa bela frase.
ResponderEliminarVivemos em ilhas, muitas vezes sós, quando o ideal seria o convivio social face to face.
As novas tecnologias vieram alterar o mundo em que vivemos e separar-nos do mundo.
Um post muito assertivo e me deixou a pensar nos laços que se vão perdendo.
Beijinhos entrelaçados com a amizade de sempre😘
Olá, Manu.
EliminarGostei muito deste teu comentário tão sentido.
Hoje, passados tantos anos após ter escrito este texto, - que podes ler o original clicando na Etiqueta "Lealdade", - já penso um pouco diferente. É verdade que as novas tecnologias vieram isolar as camadas etárias mais jovens, prendendo-as em casa com relacionamentos virtuais e jogos, que lhes roubam muito da apetência para as actividades ao ar livre e ao convívio directo. Ao face to face, como dizes. Mas, se pensarmos nas pessoas mais idosas, sobretudos nos reformados, que vivem como que perdidos sem encontrar sentido na vida, isto do convívio virtual pode representar uma tábua de salvação para a sua vida solitária.
Sabes? Acho que por vezes o meu mal é pensar demais, de modo que com o passar do tempo me contradigo. Catorze anos também é muito tempo e muita coisa mudou, acho eu.
Desculpa este 'despautério ' de resposta, mas tenho dias em que o meu pensamente corre mais veloz que o vento...tenho a sorte dos dedos me irem acompanhando, por enquanto e nem sempre. :)))
Beijinhos, querida Manu e obrigada.
Estas tuas palavras "Porém, nada substitui o calor humano do convívio e do contacto entre as pessoas." é mais que meio caminho andado para se criar pontes de afecto, carinho, amor e sobretudo solidariedade.
ResponderEliminarLi esse livro algumas vezes mas ficou pulverizado no meu berço devido a uma bomba.
Adorei este teu post e digo-te amiga que ainda hoje sinto, mas sinto mesmo que pertenço ao povo de Angola! Malditas guerras e a mais visívil que decorre - faço uma ponte - porque há muitos russos que são contra e a prova está no mesmo de sempre de ditadores: para a linha da frente vão sempre a carne para canhão tal como os jovens de cá foram para as ex-colónias que desconheciam totalmente.
Não consigo dizer mais nada porque mal vejo as teclas e termino dizendo que a foto me é tão familiar.
Beijos e um bom dia
Compreendo bem esse teu sentimento de apego e pertença ao "chão angolano", mais até do que às suas gentes, diria.
EliminarO povo constitui-se por muitas pessoas e nem todas serão gente 'boa e confiável'. Já o chão, por onde correste, saltaste e brincaste, é sagrado para ti.
E digo que compreendo, porque comigo passa-se algo semelhante. Tendo eu vivido já, cerca de dois terços da minha existência, aqui no Norte, nunca me senti integrada nem sinto que aqui pertença. Já quando vou ao meu Alentejo, é como se o ar fosse mais puro e tudo me pertencesse e eu pertencesse a tudo.
Quanto aos jovens soldados que têm morrido nesta guerra sem sentido, sejam eles de um País ou de outro, apenas lutam/lutaram porque a isso foram obrigados. Antes da invasão eram amigos. A minha compaixão vai para os jovens russos e ucranianos, não para os mercenários que fazem da matança e das torturas horrendas a sua profissão.
A esses desejo que morram lá todos.
Beijinhos
Sentimento de pertença ... o que é, exatamente?
ResponderEliminarDepois de saber, quem sabe tenha alguma ideia da coisa em questão.
Beijinhos, Janita.
Lamento sinceramente, António.
EliminarA 'coisa' em questão foi dita no texto e tem sido debatida nos comentários. Se tu não sabes nada desse sentimento de pertença, em relação a nada nem a ninguém, fazes-me lembrar aqueles seres apátridas que vagueam pelo mundo sem família, sem amigos e sem trabalho.
Beijinhos
Você já me disse que nunca é tarde. Mas já estive por aqui já li e reli o seu texto, a postagem, duas vezes. É a terceira vez que aterrisso com o meu paraquedas. Dessa vez, ele não me disse "estou contigo e não abro". Refluo porque não encontro as palavras. Ou porque na cabeça pululam outras coisas, outras ideias, outros trabalhos que não recuam. Sei. Você me dirá "Que bom que assim seja". Gostei da sua postagem. E de saber quanto sua cabeça se mexia com as suas inquietações. E como ainda se mexem. Aqui, no seio da família, nunca esteve ausente a preocupação de pertencimento. Aliás, como de origem, dependíamos uns dos outros, sabíamos que não éramos uma ilha. A minha mãe, tão carente, conseguia levar uma vez por mês um lençol para Obras Assistenciais de Irmã Dulce (hoje a irmã já está santificada). E são tantas histórias. Sabemos que não somos uma ilha. Hemingway também está na estante amarelecido...
ResponderEliminarAndo muito com a língua solta... Tomara que ela não se perca, definitivamente ela não quer uma ilha, risos!
Beijinhos, minha amiga!
Sinceridade, requer e merece igual procedimento.
EliminarVou então deixar-me de pudores e dizer-lhe, prezado amigo, com o coração na ponta dos dedos e comandado pelo meu cérebro: Depois de cada publicação minha, nunca parto para outra sem que o meu Amigo se achegue e venha dar-me a sua opinião. Demore os dias que demorar, as suas palavras sabedoras, são importantes. Espero sempre por elas, as suas palavras. :)
Já não é a primeira vez que o José Carlos menciona aqui, a Irmã Dulce e a bondosa atitude da senhora sua Mãe doando peças de roupa para outros ainda mais carenciados.
Como ouvi tantas vezes a minha querida Mãe dizer quando espalhava pela vizinhança algo do pouco que tínhamos: "Somos nós, os pobres, os que mais ajudam outros ainda mais pobres do que nós." Não será também esse semtimento solidário, sentido de pertença? Creio bem que sim!
Muito Obrigada Professor, por vir sempre dispensar um pouco da sua atenção e precioso tempo, com este cantinho modesto, de uma amiga que muito o admira.
Beijinhos e abraços. :)
Assim eu não durmo, risos. É que a história da minha mãe é tão comovente que não me canso de repeti-la para mim e para ouvidos sensíveis. Solidariedade e o sentimento de pertença onde mais os achamos? Entre os mais pobres...
EliminarUm bom final de sábado e um bom domingo,
beijinhos e abraços para você também,
Durma descansado o sono dos justos, meu amigo.
EliminarE tenha bons sonhos, também. 😊
Uma das melhores obras do Hemingway, um autor do qual li toda a sua obra traduzida.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados
Olá Francisco.
EliminarJá eu não posso dizer que li toda a obra deste autor ou outro qualquer. Tenho as minha fases literárias, quando me inclino para um escritor vou lendo tudo o que posso e vejo nos escaparates. Gabriel García Marquez, Paul Auster e Joanne Harris, foram os escritores que quem mais livros li. Ah, e também, - isto na minha fase mais romântica - Nicholas Sparks. :-)
Abraço e bom fim-de-semana.
Eu quero alguém aqui sofrendo de qualquer doença para se curar da minha história após a doença do HIV nos últimos 3 anos e ter dificuldade para comer e tosse são pesadelos, especialmente no primeiro ano. Nesta fase, o sistema imunológico está muito enfraquecido e o risco de contrair infecções oportunistas é muito maior. No entanto, nem todas as pessoas com HIV desenvolverão AIDS. Quanto mais cedo você receber tratamento, melhor será seu resultado. Comecei a tomar ARV para evitar a morte precoce, mas tinha fé em Deus que um dia seria curado. Como paciente com HIV, somos aconselhados a fazer tratamentos antirretrovirais para reduzir nossas chances de transmitir o vírus para outras pessoas, algumas semanas atrás, procurei na internet se poderia obter alguma informação sobre o tratamento do HIV com ervas medicinais, em minha pesquisa, vi o testemunho de alguém que foi curado do HIV, o nome dela era Achima Abelard e outro paciente do vírus do herpes, Tasha Moore, também dando testemunho sobre esse mesmo homem, chamado Dr. Itua Herbal treatment. Fiquei comovido com o testemunho e entrei em contato com ele por e-mail. Conversamos e ele me mandou um frasco de fitoterápico que bebi conforme ele me instruiu. Comprimidos. Sou eternamente grato a ele, Dr. Itua Herbal Treatment.. Ele me garantiu que pode curar a seguinte doença.. HIV, Câncer, Vírus Herpes, Hpv, Pilha, Ereção Fraca, Doença de Lyme, Epilepsia, Glaucoma., Tumor Cerebral ,psoríase, catarata,degeneração macular,doença cardiovascular,diarréia crônica,doença pulmonar.aumento da próstata,osteoporose.doença de alzheimer
ResponderEliminar, Diabetes, Mioma.