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À minha Alma inquieta e melancólica fez-lhe muito bem ter passado a manhã, do dia de São João, a respirar o ar do mar e sentir o cheiro fresco da maresia.
Não posso dizer que fui desabafar com o confidente de tanta e tanta gente. Não, não tenho o hábito de lhe falar. Fui para lhe admirar a grandiosidade, para meditar nesta minha sensação de dúvida e desagrado que desde há um tempo se instalou em mim, e, para me molhar nas suas águas salgadas como que para me purificar. Se regressei mais pura e de mente limpa de ressentimentos, ainda não sei, mas sem dúvida que voltei mais leve e fresca.
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Como já habituei os meus leitores e eu própria não passo sem Ela, a Poesia, pedi este belo poema emprestado ao homem da terra agreste. Lembra-nos o Mar da Era dos Descobrimentos, tal como eu tento descobrir-me a mim.
Mar!
Tinhas um nome que ninguém temia:
Eras um campo macio de lavrar
Ou qualquer sugestão que apetecia...
Mar!
Tinhas um choro de quem sofre tanto
Que não pode calar-se, nem gritar,
Nem aumentar nem sufocar o pranto...
Mar!
Fomos então a ti cheios de amor!
E o fingido lameiro, a soluçar,
Afogava o arado e o lavrador!
Mar!
Enganosa sereia rouca e triste!
Foste tu quem nos veio namorar,
E foste tu depois que nos traíste!
Mar!
E quando terá fim o sofrimento?
E quando deixará de nos tentar
O teu encantamento?!
Miguel Torga - 'in' Poemas Ibéricos
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Adoro o Mar. Amo praia. Lindas fotos e poema.
ResponderEliminar*
Um domingo muito feliz, com Saúde, Paz e Amor.
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Ilusões e Poesia
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Creio que em todos os portugueses existe este fascínio pelo Mar.
EliminarBoa semana, Mariete.
Boa tarde
ResponderEliminarSeja no mar ou no campo , se nos sentimos felizes é o mais importante.
Hoje optei por um lugar bem pacato à beira rio onde há muita frescura.
JR
Também gosto! Aliás, o sossego que se desfruta quando nos sentamos à beira das águas de um rio, é muito mais convidativo à paz de espírito.
EliminarBom dia, JR!
Quando vou ver o mar ao amanhecer ou ao entardecer falo muito com ele, não apenas em pensamento mas também verbalizando. Ontem fui até ele mas estava completamente tapado pela neblina.
ResponderEliminarAs tuas fotos estão mesmo bonitas.
O poema do Torga é brutal e gostei muito deste.
Beijos e uma boa tarde
Fui, mais com o propósito de sentir o cheiro a maresia e fugir ao calor intenso, mas também para fazer um vídeo para enviar ao meu filho, no dia do seu aniversário. Enviar, eu enviei, logo após ter filmado, mesmo sem saber o quê, tal a luminosidade que incidia no ecrã. Enfim, contou a intenção porque não me saiu nada de jeito. :))
EliminarBeijos, boa semana.
Apesar de o achar lindo, temo o mar, a sua profundidade, a sua escuridão, mas passava todos os verões à sua beira. Idiossincrasias.
ResponderEliminarHoje o lago é a minha praia.
Gostei do poema de Miguel Torga. Não me lembro de o ter lido. Conheço Miguel Torga como mais “montanha”, mais “terra”. : )
Bjos
Sou igual, Catarina! O meu fascínio pelo mar é proporcional ao meu temor. Como aprendi a nadar já tarde, não me sinto segura fora de pé. Ontem, estive imenso tempo a admirar duas jovens que se atiraram ao mar como se fosse uma piscina de água aquecida. Nadaram de bruços, de costas, faziam o pino, eu sei lá. O engraçado é que não estavam juntas e a minha cabeça parecia um sino. :))
EliminarNos 'Poeemas Ibéricos' há muitos poemas de Torga a falar sobre o Mar.
Beijos e uma boa semana.
O Mar é tão assustador como lindo. Adoro o Mar.
ResponderEliminarLindas fotos e poesia fascinante
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Feliz domingo
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Mesmo sabendo-o perigoso e traiçoeiro, os pescadores, que o conhecem bem, dizem que o Mar não lhes mete medo.
EliminarObrigada.
Cumprimentos e uma boa semana.
Hoje também fui visitar o mar. Fui ao fim da tarde, aproveitei fiz uma caminhada pelo paredão. Soube muito bem. Fazer praia não é o meu forte, mas gosto de o contemplar!!
ResponderEliminar.
Preciso de escrever novas paginas...
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Beijos, e uma boa noite.
Praia, no Verão, ou de manhã ou ao fim do dia. Também não tenho nem nunca tive pachorra para lagarto. Aliás, sol e areia a escaldar não é comigo.
EliminarBeijos, boa semana.
Eu ando a precisar de rio.
ResponderEliminarDouro.
Em Gaia.
Beijinhos, boa semana
Mas não será por lá que o Pedro vai encontrar muito sossego.
EliminarNos Cais de Gaia ou Porto os turistas são aos magotes.
Pelo menos nesta altura do ano.
Beijinhos, boa semana.
Eu é que sou o marinheiro!
ResponderEliminarEu sei... Mas a Presidente da Junta, sou eu!!
EliminarTambém não falo com o mar.
ResponderEliminarMas o Miguel Torga fazia-o como ninguém.
Boa semana, cara amiga Janita.
Um abraço.
O nosso escritor/poeta/médico e muito mais, falava melhor com a terra e com o mar do que lidava com as pessoas. Não tinha muita paciência para elas. Curiosamente, foi o homem mais rude de todos os poetas, mas com uma sensibilidade capaz de captar a beleza que existe numa urze do monte.
EliminarObrigada, amigo Jaime.
Forte abraço.
Tenha também uma feliz semana.
O mar faz bem a tudo.
ResponderEliminarE falo com ele, ó se falo.
Sinto, por vezes, um feedback com cheiro a maresia.
Abraço, Janita.
Faz bem e mal. Depende do seu ânimo.
EliminarA bem dizer o mar tem vida própria, tal como qualquer um de nós. Até os/as que muitas vezes dão a impressão de a não ter...se é que me estás a entender!!
Eu, só com a contemplação já tenho dele esse retorno de maresia.
Abraço, António.
Miguel Torga é um poeta dos maiores que temos!
ResponderEliminarAbraço
Um dos MAIORES, dizes bem.
EliminarAbraço!
O mar tem um efeito terapêutico. Tenho medo dele e muito respeito, só arrisco molhar os pés.
ResponderEliminarA oeste há uma neblina e um friozinho irritante, mesmo assim é raro o dia que não dê lá um saltinho.
Torga sabia bem do que falava e fazia- o como ninguém
Beijinhos Janita.
Só os pés, Manu? Então, nesse caso, eu sou mais aventureira.
EliminarAventuro-me a entrar por ele adentro...até à cintura. :))
Os Contos da Montanha de Torga têm em mim uma leitora compulsiva. Adoro aquela sua forma de nos narrar as vidas duras das gentes transmontanas, nos tempos em que todas as vidas, ou quase todas, eram duras. Tanto a Sul quanto a Norte.
Hoje, todos se queixam de barriga cheia.
Beijinhos, Manu.
Mar é comigo! Muitas vezes me sentei na proa do navio a olhar o mar e pensar na sua força e grandeza. Quanto ao Torga, conheci-o, em Coimbra, e gostava dele por ser um escritor proscrito das gentes da PIDE. Lia-a tudo que me vinha parar às mãos na tentativa de ver o que tanto chateava o Salazar. Nunca encontrei nada!
ResponderEliminarAcredito que sim, Tintinaine. O contrário é que seria de estranhar.
EliminarMarinheiro que é Marinheiro, encara o Mar de frente e faz-lhe frente! Sempre com o devido respeito, claro.
Quem esperar ler na literatura ou poesia de Torga, uma menção directa de críticas ao ditador do Estado Novo, desengane-se. No entanto, é através das histórias em tudo semelhantes às vidas reais, dos anos 40 e 50 do século passado, fora dos grandes centros, que Torga mexe subtilmente os seus cordelhinhos e exemplifica os malefícios da ignorância e iliteracia em que o povo vivia megulhado.
A cultura abre os olhos e faz enxergar que um Homem não é um animal de carga...Isso, Salazar não queria.
Um abraço.
Bom dia, Janita
ResponderEliminarÉ maravilhoso esse seu fascínio pela Poesia que vai partilhando. Também gosto muito de Miguel Torga e do mar.
Há muitos muitos anos, via-o um bocadinho como confidente. Com o tempo, aprecio mais a sua grandeza e a calma que também me transmite.
Um xi-coração, Janita
Olá, Mª Dolores!
EliminarÉ mesmo verdade o que diz. Se fosse medir o fascínio que sinto pelo Mar e pela Poesia, ficariam ambos ao mesmo nível.
A diferença é que com a Poesia - a que me atrevo a escrever - só a temo por recear fazer má figura. :))
Nessas alturas, quando a coisa excede a capacidade da minha 'camioneta' recorro a quem percebe e nela nevega com sabedoria.
Obrigada pela visita e mando-lhe um grande abraço.
Olhar o mar silenciosamente e deixar-se levar pelos movimentos e voltar com a mente leve e pronta para as trombadas desta vida. O som das aguas acalanta, o som das aguas inspiram e o respirar fica mais gostoso. Bela partilha do Torga Janita.
ResponderEliminarMeu carinhoso abraço e que a vida seja leve.