Navegava, navegava,
Lá para onde se via
O vulto que ela buscava.
Era tão grande, tão grande
Que a vista toda tapava.
E Bartolomeu erguido
Aos marinheiros bradava
Que ninguém tivesse medo
Do gigante que ali estava.
E mais perto agora estão
Do que procurando vão!
E Bartolomeu que viu?
Que descobriu o valente?
- Que o gigante era um penedo
que tinha forma de gente.
Que era dantes o mar? Um quarto escuro
Onde os meninos tinham medo de ir.
Agora o mar é livre e é seguro
E foi um português que o foi abrir.
Afonso Lopes Vieira.
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Quase apostaria que , para além de mim, anda por aqui muito boa gente que aprendeu este poema nos bancos da Primária.
As fotos e os versinhos são meus! 😊
Sim, foi esta história bonita
História linda, de encantar
Que me segredou ao ouvido
O meu búzio encantado
E outros ruídos que as vagas
Vêm segredar à areia
Lá das profundezas do mar!!
E eu do lado de cá, que nunca tinha visto o poema, fiquei encantado com a beleza dele e a arte de repetir palavras criando uma sequencia de suspense para um fechamento fantástico.
ResponderEliminarGrato pela partilha Janita.
Uma feliz leve e alegre semana para você.
Abraços com carinho.
Amigo Toninho, do lado de lá do Atlântico, o sistema do ensino básico, provavelmente não seria tão virado para a poesia.
EliminarAinda hoje, sei de cor os poemas e fábulas em verso, que tínhamos no Livro de Leitura do 3º e 4º Ano. O que se aprende na infância raramente se esquece.
Grata lhe fico eu pelas palavras amigas.
Um abraço de amizade com votos de uma excelente semana.
O mar enrola na areia,
ResponderEliminarNinguém sabe o que ele diz.
Bate na areia e desmaia,
Porque se sente feliz.
Beijinhos
O mar também é casado, ai
EliminarO mar também tem filhinhos
É casado com a areia, ó ai
E os filhos são os peixinhos... 😊
Beijinhos
Ora aqui estão versos/letra que eu me lembro. Falta apenas saber quem a cantou. Vou dar uma voltinha ao Google.
EliminarJorge Palma. : )
EliminarMuito, muito antes de ser Jorge Palma a cantar esta canção, dando-lhe um ar cosmopolita, já ela existia no nosso cancioneiro tradicional e popular.
EliminarO mesmo aconteceu com a versão dos Xutos, na canção que a Milú cantava em tom saudoso e lento (no filme O Costa do Castelo,) da sua velha casinha:
https://www.youtube.com/watch?v=VbaXVooEuWE&t=57s
: )
Este poema de Afonso Lopes Vieira encanta pela sua imaginação e coragem, transformando o mar e o gigante em símbolos de descoberta e liberdade.
ResponderEliminarAbraço-te, Janita, nesta madrugada, compartilhando contigo a admiração pela poesia de AFONSO LOPES VIEIRA.
Viva, Teresa! 😊
EliminarHá poucos anos fiquei encantada quando vi à venda nos CTT, os livros de leitura que eu tive na Primária. Escusado será dizer que os comprei, apesar de ainda andar um deles lá pelo sótão. Uma ideia brilhante de quem geria o Ministério da Educação daqueles tempos idos.
Vendo bem nem tudo foi mau nos tempos da 'outra senhora, a dona ditadura'.
Agora, ninguém se preocupa em incentivar nas crianças, o gosto pela leitura. Daí, a confrangedora falta de vocabulário na juventude adolescente.
Um forte abraço! 🤗 🌷
O terrível Adamastor que assustou tanto navegador português.
ResponderEliminarDepois de desfeito o segredo já não mete medo a ninguém!
É, verdade! O Gigante Adamastor que Camões fala no Canto V dos velhos Lusíadas!
EliminarA mim, o Mar ainda mete muito respeito e medo, pavor memo, diria... :)
Não conhecia o poema e adorei,como adoro o mar! Lindas fotos! beijos, chica
ResponderEliminarFoi assim que, de descoberta em descoberta, os Navegadores portugueses descobriram as Terras de Santa, ou Vera, Cruz.
EliminarOs marinheiros aventureiros
São sempre os primeiros
na terra ou no Mar! 😀
Beijinhos, Chica!
Bom dia
ResponderEliminarClaro que recordo o poema e se bem me lembro fomos obrigados a lê-lo em alta vós na sala de aula .
Parabéns pelas fotos e claro pelos versinhos.
JR
E o eu gostava de ler em voz alta, amigo JR! Adorava!! 😀
EliminarA leitura foi sempre a minha forma de alargar os meus horizontes, viajar por terras onde nunca pus nem porei os pés e conhecer outras culturas diferentes do meu mundinho.
Obrigada!
Fui à praia, trouxe um búzio,
ResponderEliminarem cima da cama o 'púzio'.
Estou um ás em poesia; Janita!!!
O mar é a minha praia.
Beijinhos, estimada Amiga.
A cama onde pousaste o búzio
Eliminarera durona ou era boa?
Gosto do teu versejar
E até mesmo sem rimar
Não fazes poesia à toa!!
😋 👋
Beijinhos, estimado António!
É um lindo poema, o de Afonso Lopes Vieira, cheio de ritmo e de sonoridade.
ResponderEliminarParabéns pelo teu, tão bem conseguido sobre o tema.
Abraço
De Afonso Lopes Vieira há muitos outros poemas, belíssimos, verdadeiros retalhos da nossa História.
EliminarObrigada, Leo. Como sabes, de poeta e louco todos temos um pouco. 😊
Abraço.
Não me recordo do poema e gostei muito. Também tenho um búzio igual ao que mostras encosto ao ouvido e oiço o mar! Um post muito bom! Tenciono ir ver o mar quando este vento com rajadas parar.
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Lá por Angola onde cresceste, se calhar o sistema de ensino era diferente.
EliminarQuanto a búzios, há um outro ainda maior do que este ali no andar inferior. Este era o que eu tinha mais à mão.
Por aqui não há vento e sim um calor infernal nada próprio para esta altura do ano.
Beijo e obrigada.
Ainda bem que o mar da tua foto não parece bravo.
ResponderEliminarGosto muito deste poema que conheço desde adolescente.
Agora vou colocar esse lindo búzio no meu ouvido.
Beijinhos Janita
Está um pouco encapelado, mas não demasiado bravio, querida Manu.
EliminarJá andei a ver de outros objectos trazidos pelas águas do mar e creio bem que a foto que tirei ainda ficou pior do que esta... : )
Beijinhos e bom fim-de-semana, Manu
Não me lembro deste poema, nos bancos da minha escola primária, mas gostei muito de o ler aqui. Sabes o que lembro muito? Daquelas lousinhas e lápis de pedra que partiam com muita facilidade e tinhamos de as levar num saco feito pelas nossas mães, pois nem sequer sabiamos o que era uma mochila . Vivia numa aldeia, no tempo da ditadura e a pobreza era imensa; as crianças iam com fome para a escola e a mesma fome encontravam em casa. Aquecimento e merenda escolar, nem os imaginávamos e em casa havia as lareiras que serviam para aquecer e preparar a comida, quando a havia. Uma miséria tão grande, querida Janita...
ResponderEliminarFelizmente as coisas mudaram e, se em casa não há comida, a escola encarrega-se e mata a fome aos meninos que, por variados motivos, vão sem comer.
Sabes, tenho um búzio igual ao teu que cuido com muito carinho para não se quebrar; foi um presente da minha mãe que já partiu e por isso tem um significado muito especial para mim...
E olha que o teu poema também está muito bom... parabéns, poetisa
Obrigada pelo belo post e fica bem, com saúde, principalmente
Beijinhos 🌻 🌻
Olá, querida Emília, talvez se não possa argumentar que o ano em que frequentaste o Ensino Básico como agora lhe chamam, porque naquele tempo os livros serviam de uns anos para os outros. A minha irmã era 6 anos mais velha do que eu e eu usei muitos livros seus. Depois da Revolução havia um favotismo por mudar continuamente de autoresc
EliminarOlá querida Emilia.
EliminarPois, não sei! Talvez tenham optado pela escolha de outros Autores didácticos. A minha irmã sendo mais velha do que eu 6 anos, muito dos seus livros escolares serviam para mim.
Após a Revolução o ensino andou ali um pouco na disputa pela escolha de autores.
Tempos difíceis, esses, mas nada nos garante que a velha Europa Ocidental, a exemplo do que de passa noutras partes do Globo, não volte a passar pelas mesmas dificuldades de outrora.
Beijinhos e obrigada por tudo.
Que me lembre, na primária, não aprendi poemas destes.
ResponderEliminarNão será um poema "demasiado adulto" para uma criança de 7 ou 8 anos aprender na escola?
A foto do búzio, a Janita conseguia fazer melhor. Está tão tremida que até parece que estava a tremer de frio. Estava? Não tinha um casaquinho vestido?
Agora que o tempo está quente, toca a fazer uma fotografia em condições e não quero ouvir reclamações.
:-P
A fotografia do mar está muito melhor.
O clique foi feito no momento certo, onde o splash ficou bem apanhado.
O Mestre Remus deve pensar que eu tenho obrigação de possuir os conhecimentos de Fotografia que os demais frequentadores do seu espaço., todos ligados à Arte de bem Fotografar.
EliminarQuando vir a outra que num dia em que me sinta mais arrojada, publicarei, então é que vai 'bota-me' mil defeitos.
Já estou por tudo...venha de lá o pau que eu aguento!!
Abracinhos! :P
Não me recordo se aprendi ou não esses versos.
ResponderEliminarDos teus versinhos também gostei. E das fotos também.
: )
Agradar a uma pessoa tão criteriosa e exigente é um privilégio!!
Eliminar;)
Oh, que ternura e encanto neste mergulho ao passado! Também eu recordo esse poema com um sorriso doce — memórias de infância que resistem ao tempo, como conchas que guardam vozes antigas. E os teus versos… que bela continuação, feita de mar, saudade e imaginação.
ResponderEliminarCom carinho,
Daniela Silva
Visita o blog aqui — onde as palavras sabem a mar! 🌊✨
Olá, Daniela.
EliminarFico-lhe grata pela visita e carinho.
Beijnhos
Gostei.
ResponderEliminarTambém já tive um búzio com o mar lá dentro. Mas ninguém acreditava.
Fico muito feliz, caro BNN.
EliminarSe há quem não acredite que os búzios nos trouxeram o mar lá dentro, é porque esse dom se deve apenas aos Poetas e às almas sensíveis.
Obrigada!
Olá, Janita, esse poeta não conhecia, e gostei bastante de
ResponderEliminar"O Segredo do Mar", muito belo.
Tenho muito respeito pelo mar, um medo que não se arruma. Em criança, ainda bem pequena, chegava na beira do mar e perguntava ao meu pai: "pai, o que tem lá longe onde o céu se encontra com o mar?" Achava tudo muito curioso e lindo, mas depois entrava no mar enfiada dentro de uma 'Boia' (flutuador utilizado para manter alguém na superfície da água) . Porém, já grandinha, aprendi a nadar no mar...
Aqui no sul do Brasil, o vento é forte, e o mar na maioria das vezes é bravo, e com o famoso "'repuxo". Mas, sei bem das belezas do mar calmo e da água bem clarinha!
Gostei da postagem! Também procurava grandes conchas para escutar o barulho das ondas do mar.
"O que se aprende na infância raramente se esquece." Concordo!
Um bom final de semana pra você,
Bjos, Janita.