quarta-feira, 6 de julho de 2016

Portugal - Quase Um Poema De Amor

Portugal


Avivo no teu rosto o rosto que me deste, 

E torno mais real o rosto que te dou. 
Mostro aos olhos que não te desfigura 
Quem te desfigurou. 
Criatura da tua criatura, 
Serás sempre o que sou. 





Quase um Poema de Amor


 

Há muito tempo já que não escrevo um poema 
De amor. 
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza! 
A nossa natureza 
Lusitana 
Tem essa humana 
Graça 
Feiticeira 
De tornar de cristal 
A mais sentimental 
E baça 
Bebedeira. 


Mas ou seja eu que vou envelhecendo 
E ninguém me deseje apaixonado, 
Ou que a antiga paixão 
Me mantenha calado 
O coração 
Num íntimo pudor, 
— Há muito tempo já que não escrevo um poema 
De amor.




(Poemas do Grande Português Miguel Torga)

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18 comentários:

  1. BiiiiiBaaaaaaaaaaaaaaa!!!!


    Ópá! mais uma bordadura linda :)

    Beijoca Janita

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    1. Esta bordadura é especial e dedicada ao artesanato português, Noname. Ainda bem que gostaste. :)

      Beijocas! :)

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  2. "Há muito tempo que não escrevo um poema de amor" e acabou por escrever. Contradição nos próprios termos? Não me parece, para mais vindo de quem Vem.
    Aparte: porquê, na etiqueta, o "Até já Paris, até os comemos"? A Janita vai lá?

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    1. Não há contradição, José. Este não é um poema de Amor, é sim, um quase Poema de Amor!
      Como não tenho qualquer problema em satisfazer a sua curiosidade, cá vai: "Até já Paris" é óbvio. A outra frase até já a retirei da Etiqueta. Passada a euforia, o tino volta ao seu lugar...
      Se calhar até vou lá. A ver vamos! :)

      Beijinho

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  3. Tenho por Torga
    uma adoração terna
    mas apanha-me este poema
    em fase de descrença

    dissesse Torga
    de Portugal, este ser
    uma cantiga de escárnio e mal-dizer

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    1. Rogério

      A sua descrença é mais sobre um outro lado de Portugal, periclitante e em fase de salve-se quem puder.

      Jamais Torga escarneceria a Pátria amada, que em nada tem culpa de ser continuamente mal-governada.
      Já não bastam oa outros escarnecer e mal-dizer?
      Português que se preza tem mais é que a respeitar e defender .
      Abraço sem sanções!

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  4. Tanto amor que por aqui vai... : )

    Bjos

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    1. Sempre, Catarina!

      Sou uma mulher de paixões!! :)

      Beijos.

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    1. Agora e sempre: Portugaaaaaaaaaaaal!:)

      Beijinhos, Papoila.

      Poupemos a garganta para a vitória final!!

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  6. Gostei muito, Janita, acredita que sim.
    Beijinho

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    1. Claro que acredito em ti, António! Mereces-me toda a credibilidade.
      Beijinhos

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  7. Excelente comemoração! Somos os maiores!

    Beijinhos Janita

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    1. Fazemos por ser os maiores, se nem sempre o conseguimos, isso já faz parte dos reveses da vida.

      Beijinhos, Manu! :)

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  8. "Patriota? Não: só português.
    Nasci português como nasci louro e de olhos azuis.
    Se nasci para falar, tenho que falar-me."

    Alberto Caeiro

    Um beijinho, Janita :)

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    1. Concordo! Mais do que ser-se patriota, o que importa é sabermos ser portugueses.

      Um beijinho grato, Miss Smile. :)

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  9. É o vento que me leva.
    O vento lusitano.
    É este sopro humano
    Universal
    Que enfuna a inquietação de Portugal.
    É esta fúria de loucura mansa
    Que tudo alcança
    Sem alcançar.
    Que vai de céu em céu,
    De mar em mar,
    Até nunca chegar.
    E esta tentação de me encontrar
    Mais rico de amargura
    Nas pausas da ventura
    De me procurar...

    Miguel Torga.


    Beijinho e FORÇA PORTUGAL !

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    1. Tenho esse belo poema de Torga em rascunho, Amiga Fê.
      Adoro este nosso grande escritor/poeta/dramaturgo.
      Tudo o que escrevia ficava-nos gravado no coração, quiçá, mais do que na memória.

      Obrigada e um beijinho. FORÇA SEMPRE!! :))

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