Foto minha.
São
tantos
os silêncios da fala
De sede
De saliva
De suor
Silêncios de silex
no corpo do silêncio
Silêncios de vento
de mar
e de torpor
De amor
Depois, há as jarras
com rosas de silêncio
Os gemidos
nas camas
As ancas
O sabor
O silêncio que posto
em cima do silêncio
usurpa do silêncio o seu magro labor
“Silêncio da Fala” -
Poema de Maria Teresa Horta
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Há silêncios assim
ResponderEliminarMas também os há ensurdecedores
os que valem ser interrompidos
com gritos
Maria Teresa Horta tem alguns
Nem a "Propósito"
Eliminar«O desejo revolvido
A chama arrebatada
O prazer entreaberto
O delírio da palavra
Dou voz liberta aos sentidos
Tiro vendas, ponho o grito
Escrevo o corpo, mostro o gosto
Dou a ver o infinito»
MTH
Meu querido Rogério.
EliminarA obra poética de Mª Teresa Horta, é, como sabe, vasta. A forma como a escritora/poetisa desnuda o que lhe vai dentro, varia consoante o seu estado de espírito. Carne e alma habitam no mesmo corpo - como em todos nós - é natural que a exaltação dos sentidos, muitas vezes se sobreponha à elevação espiritual.
Como ela própria se confessa:
Sou feita de muitos
nós
desobediência e meio- dia
Sou aquela que negou
aquilo
que os outros queriam.
Disse não à minha sina
de destino preparado
recusei as ordens escusas
preferi a liberdade
e vivo deste meu lado
Adorei o seu, dela, "Propósito", assim como gosto muito do 'meu', dela, "Silêncio da Fala"...porque hoje, como ontem, mantenho o mesmo estado d'alma.
Um abraço amigo. :)
Não compreendo o poema “Os Silêncios da Fala”.
ResponderEliminarBjos
Minha querida Catarina.
EliminarJá não é a primeira vez que dizes não entender determinado poema que eu publique.
Se não entendeste este «Silêncio» é porque o não sentiste como eu o senti. Que mais te poderei dizer? A Poesia não é uma ciência exacta.
Não gosto, nem sei, fazer análise de sentimentos. Alguém saberá? :)
Um beijinho grande e tem um bom dia, Catá! :)
Claro que muitos saberão interpretar o significado geral dos poemas. Uma professora tem que estar preparada para analisar um poema com os seus alunos. Mas não estamos numa sala de aula aqui. :))
EliminarTens razão nesse ponto, sim!
EliminarAssim como numa sala de aula - de outros tempos, agora não sei -, os Cantos de "Os Lusíadas", eram dissecados, analisados e interpretados.
Não sei o que leccionas, mas Ciências e Literatura não deve ser, senão saberias.
E não Catarina, aqui não é uma sala de aula, embora eu tenha aprendido muito nestes anos de blogosfera. No teu blogue, inclusive. Já no meu...:(
Beijos e volta sempre. Sabes do carinho que sinto por ti. :)
Um poema pode ser interpretado de várias maneiras, dependendo da sensibilidade e da experiência de cada um. No que me diz respeito, prefiro compreender o sentido que o poeta ou a poetisa lhe deu. O que neste caso desconheço talvez por não estar familiarizada com a sua obra.
EliminarDevo ser mais específica quando escrevo.
Quanto tiver mais tempo talvez encontre na internet uma análise deste poema e depois comparo com a análise que acabei de fazer e, muito provavelmente, não terá nada a ver com o que a poetisa tinha em mente. : )
Quanto tiver mais tempo talvez encontre na internet uma análise deste poema e depois comparo com a análise que acabei de fazer e, muito provavelmente, não terá nada a ver com o que a poetisa tinha em mente. : )
E estou constantemente a aprender no teu blogue. Em cada postagem tua há sempre algo que capta a minha atenção e amplia os meus conhecimentos. Seja uma anedota que eu não conhecia (que indica perfeitamente a fase da evolução social da sociedade), um pensamento teu mais íntimo que denota o que te vai na alma no momento, ou a fase que estás a atravessar, ou um blogue inativo há bastante tempo mas que tu não te esqueceste e queres tirá-lo do esquecimento e reavivá-lo, : ))
Bjos : )
Como sei que, tal como eu, és incapaz de dizer aquilo que não sentes apenas para captar simpatia - e falo nisso porque a cada passo vejo isso por aí - deixa que te diga que, enquanto há pessoas que se empenham em denegrir a imagem de alguém que não lhes caiu no goto, sabe-se lá porquê, usando golpes baixos, outras há, e nessas estás tu incluída, de coração nobre e altruísta, que merecem todo o meu respeito e consideração.
EliminarA ti, Catarina, já te conheço há muito e sei o quanto vales, mas pude recentemente constatar que, quando menos esperamos, somos agradavelmente surpreendidas com pessoas de boa índole. E o contrário, também...mas para essas, só digo:- "os cães ladram e a caravana passa".
Bem-hajas, Catarina!
Beijos. :)
Minha querida Janitamiga
ResponderEliminarLeio e releio a Maria Teresa Horta e saboreio cada uma das estrofes dos seus poemas; aliás já lho disse pessoalmente porque em 1972 aquando da publicação das polémicas Novas Cartas Portuguesas vim de propósito a Lisboa para falar com as Três Marias e consegui-o.
Mas já não consegui publicar em Angola onde então vivia e trabalhava como director-adjunto do jornal semanário "A Palavra" uma única linha da conversa, pois tudo foi cortado pela censura!!!
Já depois do 25 de Abril fui mantendo contactos com elas e ainda recentemente estive no funeral da Barreno que foi a primeira a partir. A vida é madrasta. Um dia destes vou eu. Não me preocupo com isso. É o natural, ainda que goste muito de viver enquanto a cachimónia funcionar...
Muitos bjs e qjs do casal Ferreira muito teu amigo
INFORMAÇÃO
“A PERNINHA DO MEIO” pretende ser uma crónica mais ou menos risonha que o autor (ou seja eu próprio) presenciou quando era um puto inocente e puro e decorre no Vale de Santarém. Tem como principal protagonista um ourives ambulante paraplégico”…
Ah, meu querido HenriquAmigo...
Eliminarcomo tu és rico em enriquecedoras experiências de Vida!!
Não te invejo - só porque tenho outros defeitos que não esse - mas admiro imensamente esse teu longo e maravilhoso caminho.
Obrigada pelo convite, lá irei, como sempre vou.
Um beijo e abraços para ti e tua Raquel.
O silêncio é essencial na minha vida.
ResponderEliminarTenho que ter os meus momentos de silêncio e privacidade.
Beijinhos
E na minha, Pedro.
EliminarCreio que na de todos nós. Não conseguiria viver num local permanentemente ruidoso.
Preciso de silêncio para me ouvir, por dentro.
Noutras vezes, preciso, urgentemente, de sair, para ouvir vozes de crianças, de ver a vida acontecer, sei lá! :)
Beijinhos.
O silêncio é muito importante para mim. É nele que me encontro e me reconheço.
ResponderEliminarAbraço
Imagino, Elvira.
EliminarComo poderia interiorizar a vivência das vidas que nos conta?
Creio que, o silêncio da fala, nos momentos certos, nos fazem ouvir vozes que nos são preciosas.
Um abraço e um bom dia.
Belíssimo, o poema da MTH.
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
E a opinião da Maria João, como Poetisa sensível às 'falas' e aos 'silêncios' da alma, é-me muito grata.
EliminarObrigada.
Um beijinho e um bom dia.
Bom dia, Janita!
ResponderEliminarQue poema intenso e belo! Obrigada pela partilha!
Coisas de uma Vida
Beijos e um excelente dia!
Olá, Cidália.
EliminarNada a agradecer. Como já referi muitas vezes, gosto de partilhar, e que partilhem comigo, coisas belas. :)
Beijos e tarde feliz
Bom dia:- E tantas vezes sentimos que, o barulho do silêncio, é dos mais fortes que a vida tem.
ResponderEliminar.
* Rodopio dançante ... e um cálido beijo *
.
Deixando um abraço
Olá, Gil António.
EliminarHá silêncios que rugem como leões enjaulados, apenas porque a prudência assim o dita.
( isto agora foi um pensamento meu, que não quis ficar silencioso) :)
Obrigada pela visita.
Um abraço, rodopiando ao som de uma Valsa, pode ser?
Adoro o silêncio.....
ResponderEliminarPoema muito bonito
Beijinhos
Nem sempre nem nunca, M V Baú. :)
EliminarBeijinhos.
A poética delicada, dedicada do amor. O ritmo do coração. Inconfundível, das Três, Maria Teresa Horta.
ResponderEliminarBj., Janita.
Uma das Três Marias, quiçá, aquela de quem mais se fala, pela sua obra poética.
Eliminar"Marias", estas, que deram muito que falar no início e até meados da década de 70. Aliás, ainda hoje está bem vivo na memória colectiva, esse famigerado processo e consequente julgamento.
Beijinho, Agostinho e obrigada.
Bonita poesia da Maria Teresa Horta. Fotografia a condizer com o silêncio de vento de mar !
ResponderEliminarMuito obrigada, Ricardo.
EliminarUm abraço.
O meu professor, pois é, eu já tive
ResponderEliminarum, me falou que o silêncio tem o
poder de ensurdecer os menos prepa-
rados e agora você, Janita querida,
corrobora com o que a mim ele dis-
se.
Um beijo.
.
Obrigada, Silvio Afonso.
EliminarBom fim FDS.
Fulgor
ResponderEliminarTacteio à minha
volta
e é só fulgor
Tento deslumbrar
o sol que cega
Demoro-me demasiado
no calor
Para a minha sede
nenhuma água chega
Maria Teresa Horta
Há sedes insaciáveis, que nenhuma água mata.
EliminarObrigada, Luísa, gostei de mais.
Um abraço.