A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
A minha condição de mulher,
Aceitar as suas limitações
E fazer-me pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
A minha condição de mulher,
Aceitar as suas limitações
E fazer-me pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo.
Aprendi a viver.
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo.
Aprendi a viver.
"Assim Vejo a Vida"
Cora Coralina
Ana Lins dos Guimarães Peixoto (1889 — 1985), que se tornou célebre com o pseudónimo literário Cora Coralina, foi uma notória escritora brasileira que publicou o seu primeiro livro depois dos 70 anos.
Neste seu poema, o eu-lírico faz uma espécie de balanço sobre a vida, pesando o que aprendeu com ela e que lições nos pode passar.
Na sua opinião, devemos compreender que o nosso percurso terá coisas ruins e coisas boas e que nem tudo será perfeito.
O segredo, é aprendermos a lidar com as dificuldades e crescermos graças a elas.
Como eu a compreendo.
"Não morre aquela
que deixou na terra
a melodia do seu cântico
na música dos seus versos."
*** ~~~***
"Nasci em tempos rudes
ResponderEliminarAceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo.
Aprendi a viver."
Podia ter sido eu a escrever
isto que acabo de ler
e é como dizes
«O segredo, é aprendermos a lidar com as dificuldades e crescermos graças a elas.»
Como nós a compreendemos
Abraço
Creio que todos os da nossa geração, também nascemos em tempos rudes. Já quanto a aceitar as pedras, como lições de vida, já não tenho essa qualidade que a poetisa perfilha. No entanto, para expiação de pecados que não cometi, o que mais tenho tido na vida são escolhos.
EliminarVivo com as dificuldades que a vida me coloca, mas, para meu mal, ainda não aprendi como lidar eficazmente com elas.
Um abraço, Rogério.
Estou de acordo. Esta vida deveria ser um "ensaio geral" depois voltaríamos mais bem preparados.
ResponderEliminarBoa Noite.
Um abraço.
E eu, meu amigo Luís, de acordo estou!
EliminarQuantas e quantas vezes dou comigo a pensar, olhando para a natureza que me rodeia: um dia, quando eu partir, tudo isto continuará por cá. Os pássaros não deixarão de chilrear, as flores não deixarão de florescer, só eu não estarei aqui ou noutro lugar qualquer, para os poder desfrutar como sempre desejei.
Não! Eu preciso voltar à face da terra e terminar a missão que, sinto, deixo por cumprir. Viver a minha vida e tentar ser feliz. Por isso, eu acredito, quero acreditar, na reencarnação.
Disse-me um dia, a minha filha, então a frequentar o primeiro ano da Faculdade, mas com uma visão mais desassombrada da vida: "Ó mãe, numa outra vida tu deves ter sido cá uma Messalina..."
Só muito mais tarde entendi onde ela quis chegar.
Um abraço! :)
O mito de começar a viver quando se morre, o eterno "se eu soubesse o que sei hoje".
ResponderEliminarBeijinhos
Esse mito, amigo Pedro, eu gostaria fosse verdade. Só uma vida, aprendendo sempre e sem chegar a saber quase nada, é muito pouco.
EliminarBeijinhos
Copra Coralina escreve com o coração.Adoro! E esses balanços da vida que fazemos sempre mexem conosco! Ótimo dia! beijos, chica
ResponderEliminarNo fundo, querida Chica, creio que TODOS escrevemos com o coração. Cora Coralina foi uma dessas pessoas.
EliminarNo entanto, pensam os convencidos, os que se enchem de si mesmos, que só eles/elas, o fazem. Até quem escreve ficção deixa muito de si e do seu coração nas palavras que escreve.
Podes crer, amiga!
Beijinhos.
Bom dia Janita.
ResponderEliminarNão faço recensões de livros nem dos filmes que vou vendo, limito-me apenas, por vezes, a transcrever alguma passagem, uma citação ou uma nota final que achei interessante.
Foi o que aconteceu depois de ver o filme A Rapariga que Roubava Livros:
"Ter sempre presente que não se vive para sempre. Carpe Diem. Cada dia conta e é da minha responsabilidade fazer isso acontecer.
Como balanço final ou últimos pensamentos, pensou nas vidas que se entrelaçaram com a sua".
Boa tarde, Joaquim Ramos!
EliminarQuando se 'limita' a transcrever qualquer passagem de um livro que tenha lido, fá-lo porque foi tocado por essa frase e não por outra, não é? Então...
N'A Rapariga que Roubava Livros, já ouvi falar mas não li o livro nem vi o filme. Neste momento a rapariga que tenho entre mãos é "A Rapariga da Rosa", uma excelente obra da autora Leslie Wolfe, de suspense e mistério. Um estilo de escrita que sempre me entusiasmou, pese embora o meu lado romântico que, de quando em vez, aplaco com um ou outro livro de Nicholas Sparks.
:)
Uma sábia, a Cora Carolina!
ResponderEliminarO último parágrafo do teu texto, coincide com o que penso.
Beijos amiga
Sim, Manu, creio que a Cora Coralina tinha a sabedoria das boas pessoas que vieram ao mundo para nos embelezar a vida com bons exemplos e palavras construtivas.
EliminarFico feliz por coincidirmos neste gosto.
Beijinhos com amizade.
Sem dúvida que se pudesse ter vivido o ontem sabendo como vivo hoje e porventura viverei o amanhã seria uma dádiva de Deus que, como simples mortal, não mereço. Palavras sábias que gostei de ler
ResponderEliminar.
Cumprimentos poéticos.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Pois...se cá nevasse fazia-se cá ski...:)
EliminarTodos nós temos uns laivos de sabedoria, caro Ricardo, não sabemos - falo por mim - é traduzi-los por palavras.
Cumprimentos, poéticos, porque não?
Obrigada.
Minha amiga Janita,
ResponderEliminarPermita aproveitar o instante para recomendar o filme Cora Coralina: todas vidas (2017), (da casa velha da ponte para o Brasil) de Renato Barbieri. Nele aprenderemos todas "Todas as vidas de Cora Coralina em uma narrativa poética nas vozes, sentimentos e interpretações de seis gerações de grandes atrizes brasileiras". (Claro que não dispensa a leitura de seus livros, para quem queira conhecer um pouco mais ou se aprofundar na poética de Cora).
No filme, "uma polifonia das vozes que habitaram Cora, revelada em prosa, verso e imagens com o seu imenso talento literário e conteúdo humano. O filme revela a trajetória de Cora Coralina, dos anos de infância até se casar e sair de Goiás, do largo tempo de 45 anos vividos em diferentes cidades do estado de São Paulo e seu retorno à cidade de Goiás, quando se revelou com a força de sua poesia". Ouviremos 25 poemas do seu labor poético e conheceremos o percurso de sua vida.
“Vive dentro de mim/ a mulher do povo/ Bem proletária/ Bem linguaruda/ desabusada/ sem preconceitos/ de casca-grossa/ de chinelinha/ e filharada” – Cora Coralina
A
Vida é boa.
Saber viver é a grande sabedoria.
Fazer bem-feito
Tudo que houver de ser feito .
Cora Coralina, Vintém de cobre
Uma bela partilha, Janita!
Meu abraço,
Amigo Poeta/Escritor.
EliminarTenho de manifestar-lhe o meu agradecimento pelo seu excelente contributo no enriquecimento desta modesta publicação sobre a Poetisa Cora Coralina.
Muito obrigada, mesmo, José Carlos.
Um forte abraço, meu amigo.
Não sei se terá só duas faces ou se essas faces coexistem.
ResponderEliminarAbraço
Duvido que a vida só tenha duas faces, aliás,como disse alguém que de momento não recordo:
EliminarA vida tem muitas faces
Nada se passa em branco.
Não posso escolher duas faces
Nem três ou quatro...
Acho que todas devem coexistir.
Umas vezes em perfeita harmonia, outras nem tanto. :)
Beijinhos.
Muito interessante e não conhecia esta escritora brasileira.
ResponderEliminarUm abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Bom dia, Francisco.
EliminarTalvez esse desconhecimento se deva à pouca divulgação do seu nome, no nosso País, ou, ao facto de ter começadao a editar a sua poesia já septuagenária.
Um abraço, obrigada.
A minha mãe dizia sempre isso: viver não custa, custa é saber viver!
ResponderEliminarBeijinhos
Também a minha! Essa arte de bem-viver só se aprende vivendo, outras vezes, como no meu caso, nunca se chega a aprender...
Eliminarvai-se vivendo em perfeito estado de 'diamante' em bruto, que é como quem diz, sem polimento nem o brilho de mão lapidadora. :)
Beijinhos.
Gosto muito de Cora Coralina que me fez muita companhia nos anos que vivi no Brasil, através de dois livros dela que me emprestaram e passei algumas coisas para um papel. O que mostras é genial e nunca mais esqueci este:
ResponderEliminar"Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista."
Cora Coralina
Um magnífico post
Beijocas e uma boa noite
Querida Fatyly, desculpa não ter respondido ontem, mas só agora reparei nestes teus comentários. Não subscrevo comentários e depois acontece-me só muito mais tarde ler quem me visitou.
EliminarPor vezes, anos depois. É verdade!
Gosto também deste poema que gostas.
Beijos
Estive a ler os comentários e as tuas respostas e li por vezes as palavra "Reencarnação, Outra vida" e sobre isto vou contar-te um episódio desta tua miga TIR e doida:
ResponderEliminarNo meu trabalho tinha dois colegas fanáticos por saberem o que haveria além da morte. O que me ria com eles porque não acredito nisso.
Certo dia eles souberem que ia haver uma palestra de um chinês ou japonês (já não me recordo e até o seu nome) no Hotel Ritz em Lisboa e numa sala para o efeito. Assunto era a "reencarnação". Entradas gratuitas e convidaram-me. Se não vieres a bem virás a mal ou tens medo? Eu medo? Ok vou mas só se os meus pais puderem ficar com as minhas filhas porque chegaria tarde. E fui.
Entramos e ficámos na quinta fila do anfiteatro sentei-me e fiquei com um de cada lado.
O Senhor lá começou a palestra que era traduzida por um tradutor e blá, blá, blá...e às tantas pediu que gostaria de ter no palco 3 homens e 3 mulheres. Abriram-se uns focos de luzes sobre o público e levantaram-se quem se aventurou e às tantas o foco pára sobre mim e fui literalmente empurrada pelos meus colegas. Como adoro desafios lá fui eu.
Começou pela esquerda. Um por um, ele olhava, meditava, punha a mão na cabeça e que fechássemos os olhos para relaxar. Pensei logo queres ver que será hipnotismo ou pós de perlimpimpim? e depois dizia o que tinham sido nas duas reencarnações anteriores.
Ao chegar a mim, epá ele tinha cá uns olhos que nem te digo, bonitão e com um charme puxa vida, pôs a mão sobre a cabeça e mandou fechar os olhos (eu, rebelde fiquei com eles ou nisquinho abertos para ver tudinho) e disse:
Esta jovem senhora tem 32 anos (verdade) mas com o cabelo todo branco como as nuvens e que nunca pintou (verdade) o tempo que viveu foi escrava numa galé muito risonha o que animava os que iam abaixo. Depois reencarnou e veio como Tigre e hoje é a senhora que vêm mas com todas as qualidades e defeitos das anteriores.
Desconhecendo que haviam mulheres nas galés pedi se podia fazer uma pergunta, acenou que sim e fiz a pergunta ao que ele respondeu: havia sim algumas, faziam a comida, lavavam a roupa e outras coisas.
Viemos embora e fomos apanhar o comboio e eu a pensar que realmente eu tinha e tenho muita coisa do que ele disse e como adivinhou a minha idade se entrei sem pedirem qualquer papel de identificação? Falamos todo o caminho e foi uma viagem de morrer a rir e no trabalho não contámos a ninguém. Quando um me vinha trazer processos judiciais dizia toma lá escrava e o outro por vezes tirava-me do sério com brincadeiras de carnaval e arrematava...tem calma Tigre:))))
Infelizmente já faleceram um há dois anos e o outro o ano passado, mas sem covid!
O que contei foi mesmo verdadeiro e desculpa Janita ter fugido um pouco ao assunto do post.
Beijocas e já te disse que gosto muito de ti? Não então digo agora: gosto muito de ti e de todos os que comentaram.
Li atentamente cada palavra do que escreveste, amiga.
EliminarCreio que leste a parte da minha resposta a um comentário em que falo de 'reencarnação' e naquela frase da minha filha me dizer que, numa outra vida vida eu deveria ter sido Messalina. Provavelmente por andar por cá, metida neste 'invólucro' a expiar culpas alheias, uma vez que sou avessa a todo e qualquer sinal de devassidão, de falta de pudor. Enfim...:)
Voltando à tua experiência, não sou totalmente céptica a que haja pessoas com poderes extrassensoriais, mas, para mim, isso da reencarnação é outra coisa, que ultrapassa qualquer poder e capacidade do seres humanos.
Neste momento e assim a frio, :) é tudo o que se me oferece dizer.
Sim! Já disseste que gostas de mim, mas podes dizer sempre e...cada vez mais alto. Eheheheh
(E agora nem subo ao andar de cima, pois a vida real chama-me.)
Beijocas Mulher bonita!