Nas minhas deambulações pela blogosfera não raras vezes descubro histórias fabulosas e interessantíssimas. Desta vez, descobri este blog que conta a história verídica do nascimento de um poema. Poema esse que, apesar da sua autora referir ser o mais conhecido de Ary dos Santos, eu desconhecia. Decidi, assim, criar esta rubrica, para partilhar com os meus leitores o que de interessante vou descobrindo. Desejo que gostem.
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Foi como se não bastasse
tudo quanto nos fizeram
como se não lhes chegasse
todo o sangue que beberam
como se o ódio fartasse
apenas os que sofreram
como se a luta de classe
não fosse dos que a moveram.
Foi como se as mãos partidas
ou as unhas arrancadas
fossem outras tantas vidas
outra vez incendiadas.
À voz de anticomunista
o patrão surgiu de novo
e com a miséria à vista
tentou dividir o povo.
E falou à multidão
tal como estava previsto
usando sem ter razão
a falsa ideia de Cristo.
Pois quando o povo é cristão
também luta a nosso lado
nós repartimos o pão
não temos o pão guardado.
Por isso quando os burgueses
nos quiserem destruir
encontram os portugueses
que souberam resistir.
E a cada novo assalto
cada escalada fascista
subirá sempre mais alto
a bandeira comunista.
"A Bandeira Comunista"
Poema de José Carlos Ary dos Santos
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Para que esta rubrica faça sentido e possa atingir o objectivo para que foi criada, por favor, não deixem de ir até AQUI ler sobre o acontecimento que deu origem ao poema. Obrigada!
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Conhecia esse grande poema, Ary é grande e único. O acesso ao blog para onde nos remete, encontrei-o bloqueado.
ResponderEliminarBoa Noite.
Um abraço.
Olá, Luís.
EliminarO meu interesse em deixar o link condutor ao blog em questão, prende-se com o insólito acontecimento que reveste este poema.
Quanto à insistência em tentar aceder a ele tem a ver com a vontade do leitor. Eu que não sou filiada nem sigo a doutrina do Partido, gostei de saber e fiz minha parte da divulgação.
O resto é consigo.
Obrigada.
Um abraço.
Já tentei entrar várias vezes no endereço que sugere mas repetidamente informa que "o acesso está bloqueado". A minha curiosidade vai fazer-me insistir.
EliminarUm abraço.
Lá por isso não seja a dúvida. Vou tentar que não fique curioso.
EliminarCopie este link e cole-o no seu monitor de pesquisa.
Ei-lo: http://ocheirodailha.blogspot.com/
Bom dia, Luís!
Um abraço.
Já consegui, obrigado pela colaboração.
EliminarUm abraço.
Gostei de saber.
EliminarQuem porfia mata caça, como diz o ditado. :)
Um abraço e um bom domingo.
Tal blog
ResponderEliminaré visita minha
obrigatória
O Luís
diz ter batido
com o nariz na porta
ora experimentem esta
https://youtu.be/gNkSryPtPuc
Olá, Rogério!
EliminarO vídeo é mais uma mostra da propaganda que se prende com os festejos do centenário do PCP. Não é para nada disso que eu chamo a atenção de todos quantos por aqui passam, independentemente da sua cor política. O poema tenho-o eu aqui para quem o quiser ler.
O telefonema para o Ary e as condições em que a mente fértil do poeta o escreveu e dele se fez bandeira, é o meu único interesse.
Através desse vídeo o Luís não vê nem ouve nada que não saiba.
Se ele quiser, chega lá...
Obrigada. Abraço
"O vídeo é mais uma mostra da propaganda que se prende com os festejos do centenário do PCP. Não é para nada disso que eu chamo a atenção de todos quantos por aqui passam..."
EliminarPrometo não dar conta desta demarcação ao poeta!
O poema tenho-o eu aqui para quem o quiser ler.
EliminarIsto não lhe conta? Pois deveria...
Qual poeta? Só poderá falar com o Ary quando ao pé dele chegar.
Bom dia, Rogério!
Também não conhecia.
ResponderEliminarBeijinhos, bfds
Sabe qual é a minha maior admiração, Pedro? É nunca ter visto esse belo poema publicado em nenhum blog meu conhecido, dos seguidores do PCP.
EliminarEu não o conhecia e muito menos a história a ele ligada.
Obrigada, bom fim-de- semana.
Beijinhos
Bom dia querida Janita, posso deduzir da sua publicação de hoje que está em campanha eleitoral? Claro que brinco como sabe :)
ResponderEliminarVamos lá então falar com autenticidade porque só assim vale.
Sou filho de um homem vertical que como dizia Vergílio Ferreira viveu mal com o antigo regime e com o comunismo, viveu mal com o regabofe revolucionário e com as perversidades do capitalismo e que me ensinou a olhar o mundo numa perspetiva de fora do rebanho.
Sempre exerci a minha actividade laboral por conta de outrem no sector privado e posso dizer em breve e resumido balanço final que sinto que recebi mais do que dei. Portanto fui um afortunado, não posso dizer mal do patronato, o que não é o caso da maioria. Também não posso dizer mal do SNS porque tenho desde sempre médico de família o que não acontece a 900 mil portugueses após tantos anos de Socialismo.
É claro que a questão do justo salário, da justa pensão e da saúde me preocupam enquanto cidadão, "pois quando o povo é cristão também luta a nosso lado" como diz Ary.
Sobre a famigerada e utópica sociedade sem classes, a história tem demonstrado que a apropriação dos meios de produção por parte do proletariado não resulta forçosamente em crescimento económico e portanto temo que vamos ter de conviver com o capitalismo enquanto não se descobrir forma de sociedade com distribuição mais justa e equitativa.
A remissão para o blog O Cheiro Da Ilha, deu-me a ideia de lhe lançar mais um desafio, bastante fácil vai ver:
1) Banda dos anos 60 e 70 da qual era vocalista.
2) Como vocalista a solo ficou num ano em segundo lugar e passados 4 anos venceu festival da canção.
3) Contudo não participou no festival da Eurovisão.
4) Como vocalista venceu também um prémio da imprensa.
5) Durante vários anos actuou em casino.
6) Já faleceu assim como a maioria dos elementos da banda.
Qual a banda e qual o vocalista de que falo?
Olá, Joaquim Ramos.
EliminarFoi com gosto que li o que me conta acerca da educação que recebeu do senhor seu Pai. Dá para notar a rectidão dos seus princípios e a integridade do seu carácter. Qualidades que, aliadas a um sentido de humor aprimorado, fazem deste convívio consigo um grato prazer.
Ora vamos lá então passar para a ligeireza da conversa, embora hoje não tenha sido o melhor dia para gastar os poucos neurónios que me restam. Tenho cá o meu neto ( mais velho) e o dia tem sido de dar e receber mimo. Mas haja boa vontade e o tempo dará para tudo.
Se acertar muito bem, caso contrário ficará lá mais para a noitinha...quando me chegar a saudade - como diz o fado... :))
Pois bem, o vocalista é o Sérgio Borges e a 'Banda' o Conjunto Académico João Paulo. É?? :)
Um abraço.
Acertou sim senhora, não era difícil acertar neste cançonetista e banda madeirenses e assim pode ficar com a noite livre para outras coisas :)
EliminarDeixe-me agradecer as suas simpáticas palavras e dizer-lhe não em jeito de retribuição mas por ser o que vou discretamente descobrindo na Janita e neste seu cantinho: este mundo dos blogs, como a vida, também é um teatro onde as pessoas frequentemente representam. Não me parece rigorosamente ser o seu caso.
E por aqui me fico para não roubar mais tempo ao seu neto.
A referência ao "O Cheiro da Ilha" já foi um sinal que fez tilintar a campaínha da minha intuição, Joaquim. :) A partir daí o resto foi fácil.
EliminarEu é que lhe fico em dívida, pela generosidade dos seus comentários e pelo conceito que faz da minha pessoa.
Sabe, Joaquim? A vida foi-me ensinando que nem tudo o que brilha é ouro, e, em compensação das oportunidades que me foram por ela negadas, concedeu-me a Mãe Natureza o dom da sensibilidade e intuição. De modo que cá vou navegando, nisto da internetes, do mesmo jeito que o faço na minha vida cá fora:
contrabalançando os prejuízos que me causam ter o coração perto da boca, com uma atitude de lealdade, honestidade e verdade.
Tanto com os outros como comigo mesma.
Muito obrigada.
Abraço-o reconhecida.
Sem dúvida um Poema deslumbrante. Ary dos Santos um poeta exemplar.
ResponderEliminar.
Feliz fim-de-semana…cumprimentos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Foi um grande Poeta o Ary, foi sim senhor, mas isso já todos os meus leitores sabiam.
EliminarO que eu gostaria de ter conseguido levar a cabo era uma opinião sobre se conheciam o acontecimento imprevisto que levou o Poeta à escrita deste poema.
Cumprimentos e um bom fim de semana também.
Gostei que tivesses partilhado. Não conhecia.
ResponderEliminarO poema é lindo!
Beijinhos amiga
Conseguiste aceder ao blog que linkei por duas vezes no texto, Manu? Ficou-me a dúvida se todos conseguiram lá entrar.
EliminarEu acedo sem qualquer dificuldade.
Beijinhos, amiga, até mais logo.
Desconhecia em absoluto, tanto o poema como a história.
ResponderEliminarEu adoro história precisamente porque nos ensina, nos explica como é
que chegamos aqui.
Todos os acontecimentos são importantes, mas há alguns que devem ser relembrados constantemente para que não se caia nos mesmos erros, como é o caso da Ditadura, que eu não vivi. Por isso, tenho que me socorrer de ensinamentos como este que trouxe.
Que só faz aumentar a minha admiração pelo Ary dos Santos.
E pela Janita. Boas partilhas estas!
Há muito tempo que não há por aqui um desafio.
Um grande beijinho cá dos "Algarves" (mas com frio, é o tempo dele)!
Sandra Martins
Olá, Sandra.
EliminarO facilitismo não tem ajudado a manter as mentes despertas sobre tudo o que aconteceu num passado não muito distante. Não foi nada fácil afirmar a posição democrática em Portugal no pós 25 de Abril. Esperemos que o bom senso guie os nossos políticos e não nos leve de volta para o caminho da mordaça e do chicote, venha a ameaça de que quadrante político vier.
Quanto os desafios, tão cedo não vejo toca por onde saia coelho, mas...quem sabe se de um momento para o outro me surge alguma ideia luminosa?
Um grande abraço, Sandra, tudo de bom aí pelos seus Algarves.
Beijinho
Conhecia o poema mas a a forma como foi feito desconhecia por completo. Fui ao blogue que indicas e aprendi algo. Obrigada:)
ResponderEliminarBeijocas e uma boa tarde
Olá, Fatyly.
EliminarFoi toda a história à volta da urgência em arranjar algo bastante contundente que freasse os ímpetos destruidores, e o manuscrito do poema, que me fez deter no blog referido.
Provavelmente entusiasmei-me em demasia. Nem sempre as coisas que nos tocam profundamente a nós, têm o mesmo efeito naqueles de quem esperavamos um maior interesse.
Eu é que te agradeço a visita.
Abraço amigo.
Acessei o blog. Por duas vezes. E li o poema o mesmo número de vezes. Poema vigoroso, candente. E a história tantas vezes lida, lá, aqui, acolá. É preciso estar atento, é preciso ser forte para resistir. Até porque eles voltam e agridem e incendeiam e matam.
ResponderEliminarBelíssimo o poema de Ary.
Por aqui vivemos dias difíceis, os fascistas estão armados até os dentes e contam com o apoio do núcleo duro do governo... Enfim, parabéns pela iniciativa...
Outros abraços, minha amiga Janita!
Olá, amigo José Carlos.
EliminarTambém acedo sem problema nenhum. Mas como a mim também o Blogger me barra o caminho tantas vezes, é natural que agora tenha ido complicar para outro lado.
Muitíssimo obrigada por tudo o aqui escrito.
A vida dos nossos amigos, desse lado do Atlântico, não está actualmente a ser nada fácil. Cada vez se sentem mais num beco sem saída. Vida ingrata a desse povo, que merecia umas tréguas em tanto sofrimento. Melhores dias virão, meu amigo. Tenhamos Esperança.
Abraço solidário, amigo e carinhoso.
Não conhecia este belo poema muito à maneira de Ary dos Santos.
ResponderEliminarAbraço
Na verdade é bem à sua maneira, esta Bandeira poética.
EliminarObrigada, Leo.
Bom fim-de-semana.
Um abraço.
Sinceramente não conhecia. Gostei de ler. Parabéns e obrigada pela partilha!
ResponderEliminarAbraço. Bom fim de semana.
A Bandeira foi içada mas, pelos vistos, o poema nem tanto.
EliminarVejo que há muita gente que o não conhecia, tal como eu.
Um abraço, bom fim de semana, Cidália.
Fui li. Amei o que vi e já a sigo com meus agradecimentos a você pela indicação. Sinto que vou navegar bem por lá.
ResponderEliminarQue mente maravilhosa para enquadrar mentes tacanhas e deturpadas. A história não deixa esquecer os movimentos de aliciamento da liberdade. Um cravo nos olhos deles para ornar a liberdade e que possamos varrer todos de temperamento sórdido.
Ótima postagem Janita.
Bom sempre vir aqui e voltar nas postagens anteriores e não perder fato tão interessante.
Carinhoso abraço.
Muito obrigada pelo seu apreço às coisas que eu aprecio e valorizo, amigo Toninho. Considerei de grande valor toda a história que estava por detrás de poema, todo ele, já de si, uma bandeira à Liberdade.
EliminarUm abraço com estima, respeito e consideração.