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Comparativamente a outros países,
as terras de Portugal
ainda não pertencem
as terras de Portugal
ainda não pertencem
a quem as trabalha.
São de quem calha!
****_____****
Portugal
Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar.
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo.
❤ ❤
Se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!
Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,
não há “papo-de-anjo” que seja o meu derriço,
galo que cante a cores na minha prateleira,
alvura arrendada para o meu devaneio,
bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.
❤ ❤
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso e de todos nós . . .
Alexandre O’Neill - 1924-1986
'in' Feira Cabisbaixa
❤ ❤ ❤ ❤
Claro que vai ficar tudo bem!
ResponderEliminarVivemos pacificamente com crises desde 1383/85! :))
Abraço
Não se lembrou o Costa, nem contava com este desfecho, vá, senão teria criado, em tempo, um imposto sucessório aplicável ao povo, claro. Em ocasiões tais reverteria tal imposto a favor dos ministros demissionários. Só se preocupou com o IUC....😁
EliminarAbraço. 🌼
.Poema sublime
ResponderEliminarSaudações cordiais.
.
Poema: “ Apenas amar-te “
.
É de O'Neill... está tudo dito!
EliminarSaudações expectantes!
Poema que é mesmo uma volta a Portugal. Gostei muito de ler
ResponderEliminarAbraço
Só que esta volta,
Eliminardo Minho ao Algarve
não é em bicicleta,
Cara Marieta! :)
Saudações.
Só mesmo do O'Neill. Ele ou o Ary bem podiam estar por cá neste momento.
ResponderEliminarbji.
Isso é que seria bom! Sobretudo o Ary.
EliminarEscreveria a letra para uma cantiga ou um fado de faca e alguidar, que o mundo inteiro haveria de a querer cantar. 👍
Beijinho
Grande Alexandre O'Neill.
ResponderEliminarOs políticos só de faca e alguidar.
Os poetas portugueses são os que melhorem sabem poetizar.
Aguardemos o desfecho de mais um capítulo deste nosso Fado, Teresa.
EliminarObservar a palhaçada ao longe é doloroso.
ResponderEliminarGentinha irresponsável.
Beijinhos
O 'pecado' de António Costa foi ter fechado os olhos às infantilidades, diabruras e falta de hombridade de Galamba (e cª.)
EliminarÀ mulher de César não lhe basta ser séria...
Beijinhos
Alexandre O’Neill no seu melhor e sempre certeiro sobretudo no último verso! O que se passou ontem com a governação mostrou-me como o Costa deixou-se rodear por uma camarilha rasca. Vi a desilusão dele no discurso.
ResponderEliminarBeijos e um bom dia
Mais cego do que o cego é aquele que não quer ver...
EliminarQue se apure a verdade, Fatyly. Portugal e os portugueses merecem isso. Arre que é demais!
Beijos .
(Que o dia chuvoso limpe todas as areias que nos tentam atirar para os olhos)
Bom dia
ResponderEliminarAcho que o poeta diz tudo deste nosso país rico em tanta coisa mas pobre de muito mais .
JR
Parabéns, amigo JR. Nem Camões saberia expressar-se com mais sabedoria e subtileza. É isso tudo!
EliminarBom dia.
“diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”
ResponderEliminarÉ o que eu penso sobre a inocência do António Costa!!
E pensas muito bem. Vamos lá acabar com o jogo do empurra e com os desmandos dos boys socialistas!! Haja quem tenha vergonha na cara!!
EliminarPortugal aos caídos desde 1143.
ResponderEliminarBeijinho, Janita.
Aos caídos mas sempre em pé. Isso é o mais importante, António.
ResponderEliminarComo começo a ficar farta de tantos palpites, ainda hoje tenciono mudar a agulha que muda a direcção desta locomotiva para outros palpites.
Vamos deixar trabalhar quem tem obrigação de resolver estes assuntos que envolvem o apuramento da verdade, para que se possa fazer justiça... com Justiça!
Beijinho, António.