UMA...
Um homem rico, mas avarento, tinha perdido dentro d'um alforge uma quantia em oiro bastante avultada. Anunciou que daria cem mil- réis de alvíssaras a quem lha trouxesse. Apresentou-se-lhe em casa um honrado camponês levando o alforge. O nosso homem contou o dinheiro, e disse:
-- Deviam ser oitocentos mil-réis, que foi a quantia que eu perdi; no alforge encontro apenas setecentos; vejo, meu amigo, que recebeste adiantados os cem mil réis de alvíssaras: estamos pagos por conseguinte.
O bom camponês que nem por sombras tocara no dinheiro, não podia nem devia contentar-se com semelhantes agradecimentos. Foram ter com o juiz, que, vendo a má fé do avarento, deu a seguinte sentença:
-- Um de vós perdeu oitocentos mil-réis; o outro encontrou um alforge apenas com setecentos: Resulta daí claramente que o dinheiro que o último encontrou não pode ser o mesmo a que o primeiro se julga com direito. Por consequência tu, meu bom homem, leva o dinheiro que encontraste, e guarda-o até que apareça o individuo que perdeu somente setecentos mil réis. E tu, o único conselho que posso dar-te, é que tenhas paciência até que apareça alguém que tenha achado os teus oitocentos mil-réis.
Sentença muito bem dada! Gosgeiu!
ResponderEliminarJá na primeira segunda feira do novo ano!
Gratidão, esperança e fé ao trilhar 2024!
Seja lindo! beijos, chica
Pois é, querida Chica!
EliminarAssim como o Rei Salomão sabia que a verdadeira mãe da criança seria a que lhe pouparia a vida mesmo a ela renunciando, também este Juiz soube como penalizar a mentira do avarento e premiar o honesto camponês.
A justiça muitas vezes faz-se por linhas aparentemente tortas.
Beijinhos e um feliz 2024.
É uma história que conheço desde os tempos da minha infância e que encerra uma grande moral, muito bem extraída pelo juiz.
ResponderEliminarBom Ano 2024.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Fico contente por saber que também possui este magnífico livro de Guerra Junqueiro, amigo Juvenal!
EliminarEu tenho uma pequena colecção composta por doze ou treze livros, que me têm extasiado ao longo destas últimas três décadas.
Obrigada e um Bom Ano Novo.
Abraço.
História muito antiga mas sempre actual.
ResponderEliminarUm feliz 2024 para ti e para quem mais amas.
Beijinho, Janita.
Claro, António!
EliminarTão natural e actual como deveria ser o sentido de Justiça de todos os juízes. Nestes Contos, a mentira e a ganância não levavam a melhor...
Beijinhos.
Muito boa sentença!
ResponderEliminarUm melhor, mais pacífico e mais justo 2024, Janita!
Um abraço!
Uma óptima e sábia sentença, não é Mª João?
EliminarAssim fossem hoje, como ontem.
Igualmente lhe desejo tudo o que for justo e certo. Muita saúde e que nunca lhe falte tudo o que necessita e merece.
Um forte abraço.
Gostei muito desta Sentença :) Bom Ano Novo Janita com tudo de bom e um grande beijinho
ResponderEliminarQuerida Gábi, presumo que de sentenças perceberás tu! :)
EliminarJusta e sensata és...e mais não direi nem sob pena de morte!! : ))
Um beijinho grande, e que 2024 vos traga tudo de bom.
(inclusivé, boas e misteriosas fotos)
Outra forma
ResponderEliminarde ler a moral
desta história
"quem usa tal manha
ou é banqueiro
ou é sacana"
Bom ano e
Beijo justiceiro
Este avarento ricaço,
Eliminarriquíssimo ou ricalhaço,
banqueiro não seria,
mas era sacana sem dúvida.
Os bons juízes têm faro
e este farejou logo
que a sacanice era trama do avaro.
Ah, beijos desses eu gosto.
Gosto e retribuo.
Adorei reler a “sentença de Salomão”, que era o nome que a minha avó materna deu a esta velha história, mais actual do que nunca.
ResponderEliminarAbraço neste primeiro dia de janeiro, desejando-te tudo de bom 🍀
Querida Teresa.
EliminarEstás a confundir este conto com essa sábia sentença bíblica que a senhora tua Avó te contava.
Essa que mencionas, a célebre "Sentença de Salomão", aprendi-a eu num livro escolar da instruçâo primária.
Vou ver se a consigo reproduzir em poucas palavras.
Há uma frase que guardei na memória talvez por me ter enchido o coração de alegria.
Duas mulheres disputavam a maternidade de uma criança de colo. Ambas diziam ser suas. Quando uma delas expôs ao Rei o que ali as levava dizendo que o filho da outra havia morrido durante a noite, sufocado pelo sono negligente da mãe que sobre ela se deitou, a outra negou.
Depois de ouvir repetidamente a negação do que jma e outra diziam, o Rei sentenciou que se cortasse a criança a meio dando metade a cada uma das mulheres. Aterrorizada, a primeira mulher gritou que não, que preferia que a criança ficasse com a outra mulher.
Então o Rei disse: "Dai a criança à mulher que primeiro falou, é ela a verdadeira mãe pois é ela que lhe tem amor"
Um beijo e Bom Ano também para ti, Teresa!
Quem tudo quer tudo perde.
ResponderEliminarUma sentença justa.
Feliz 2024 com tudo de bom.
Beijinhos Janita
Creio ser essa a moral deste Conto para a infância, querida Manu.
EliminarA ambição desmedida
por Deus é contrariada
uns terem tudo na vida
e outros, não terem nada! :)
Contraria Deus e contrariou este juíz!
Bem feito pró avarento!
Igualmente, amiga.
Mais saúde, um pouco mais de sorte e muita Paz para quem dela precisar!
Beijinhos
Quem tudo quer...
ResponderEliminarBeijinhos, Feliz Ano Novo
Feliz e próspero Novo Ano , Pedro!
EliminarBeijinhos
Só me apetece dizer uma coisa, era de um juiz assim que estamos a precisar, aqui no nosso burgo, rápido a decidir e com um bom olho para os trafulhas que enchem os nossos tribunais. E são muitos mais os avarentos que os pobres aldeãos.
ResponderEliminarSe bem lhe apeteceu, melhor o disse. Isso também digo eu.
EliminarCamponeses honestos ainda os deve haver, agora trafulhas e avarentos, sem palavra, disso sempre houve e haverá.
Temos de estar todos atentos. Os vigaristas tentam ludibriar-nos de qualquer maneira. Ainda hoje recebi uma mensagem sobre uma suposta encomenda que seria devolvida se eu não clicasse lá no link e actualizasse os meus dados...Não queriam mais nada! Lixo com ela!!
Quem tudo quer, tudo perde...
ResponderEliminarOs chico-espertos nem sempre têm sucesso.
Mas hoje não há juízes assim.
Boa semana e Feliz Ano Novo, minha querida amiga Janita.
Um abraço.
Se há coisa que odeio é o chico-espertismo. Aquele que pensam que todos têm um T (de tolo) na testa e que lhes podem vender gato por lebre a seu bel-prazer.
EliminarA Justiça e os profissionais ao seu serviço deveriam ser incorruptos e incorruptíveis, para colocar nos eixos esses tais desavergonhados.
Amigo Jaime, excelente semana neste primeiríssimo mês de um Ano que se quer bom para todos.
Beijinhos
E vá lá, pois até se diz que quem tudo quer tudo perde.
ResponderEliminarE, tanto quanto se percebe, o avarento perdeu tudo.
EliminarQuem lhe iria entregar o que ele nâo perdeu? Só se houvesse algum patego rico que lhe desse mais cem mil réis de mão beijada. : )
beijinhos
Um conto sempre actual!
ResponderEliminarBom ano amiga extinsível aos teus!
Beijocas e um bom dia
Actual só se for nas artimanhas dos mal intencionados.
EliminarNo resto, não me parece que haja tanta actualidade.
Um Bom Ano Novo, Fatyly.
Que te traga muitas alegrias.
Beijinhos
Bom dia
ResponderEliminarConhecida a história que me fez lembrar outra que um dia talvez a conte por aqui.,
JR
Ah...conte, conte, amigo JR!!
EliminarAgora é que tem oportunidade de juntar a sua história à de Junqueiro!
Boa Ano!
Bom dia
EliminarA história é mais em tipo anedota .
Havia um homem muito rico mas também muito egoísta e avarento, e dizia à mulher que quando morresse queria levar todo o dinheiro que tinha com ele para o outro mundo pois assim ninguém iria gozar com o que era dele .
No dia do seu enterro e antes que lhe fechassem o caixão a sua mulher mandou esperar um pouco e disse:
- Vou satisfazer o grande desejo do defunto meu marido.
Ele sempre disse que queria levar todo o seu dinheiro com ele e assim vai ser, e se o pensou melhor o realizou , fez um cheque com o valor de todo o dinheiro que ele tinha e meteu-o no caixão satisfazendo assim o desejo do Sr. seu marido com grandes aplausos dos presentes no dito velório.
Irónico mas eu achei piada
JR
Gostei da história/anedota, amigo JR. O papel da mulher do avarento foi muito semelhante ao do Juíz, na verdade, foi!
EliminarSe lá, na sua nova morada, havia ou não Banco para o homem sacar o dinheiro, o problema não é dela!
Abraço e saúde!
Recebo os votos e os retribuo também. Feliz Ano Novo!
ResponderEliminarBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
O Jovem Jornalista é incansável em colocar no ar posts interessantes. Quem me dera descobrir essa fórmula mágica.
EliminarAinda não tive tempo de conferir, mas conferirei, sim!
Obrigada .
Um óptimo Novo Ano
Já lá diz o velho ditado, que quem tudo quer tudo perde. Uma bela lição que certamente não ficou esquecida. Amiga Janita, há blogs que não consigo comentar e não sei o que se passa. Possivelmente o computador já deu o que tinha a dar. Desejo-te um Feliz Ano Novo com muita saúde, paz e muito amor. Beijinhos com muito carinho
ResponderEliminarOlá, querida Rosa-Branca!
ResponderEliminarSe calahar isto de entrar nos blogues é como o abrir de portas que ficam fechadas durante muito tempo. A fechadura enferruja com a humidade e , depois, precisa ser oleada. Comigo acontece o mesmo em blogues que estão há muito tempo inactivos.
Desejo também para ti e família, um muito bom Ano 2024.
Harmonia e benevolência, podem ser a chave que abre muitas muitas portas.
Um grande beijinho, com saudade dos bons velhos tempos.