quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

O MAR QUE EMBALA SEREIAS E SOPRA BONS VENTOS.

 

Oil Paintings by Victor Nizovtsev


  Sereia do Mar

Vi uma sereia
Tão comprometida
Descobrindo o seu destino
Na imensidão do mar
Como representação
Dos seus sonhos de menina
Que divide
Com as estrelas
E a luz do luar
Nesse travesseiro
Se deixou embalar
Pelas ondas do mar
Ao longe um veleiro
Deste adormecer
A fez despertar
Implorando-lhe para
Pelo mundo inteiro
Acompanhar
A sereia assustada
Ao caminho se fez
Porque aquele veleiro
Quase a naufragar
Também partilhava
Do sonho talvez
De um amor primeiro
Que nasceu no mar...

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Vento

Queria sonhar com o vento
Numa noite de luar
Ouvir esse seu lamento
A tempo e a contratempo
P’ra me encontrar com o vento
Que vem dos lados do mar...



 Poemas da Poetisa Maria Noémia Ribeiro da Cunha

'in'  "A Densidade do Silêncio"


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25 comentários:

  1. Por Amesterdão??
    Bons ventos, sem dúvida.
    Beijinhos

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    1. As imagens escolhi-as eu segundo o que considerei serem adequadas aos temas sentidos pela Poetisa, Pedro.
      Sempre associo o vento aos moinhos movidos por essa força da Natureza, ora, quando penso nos ditos que melhor do que escolher entre os mais belos do mundo e são indubitavelmente os da Holanda? 😊
      Beijinhos

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  2. Lindas ambas poesias!
    Ótimo dia,Janita!
    beijos, chica

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    1. Todos os poemas que constituem o 'recheio' destes dois livros de Maria Noémia , reflectem uma alma sensível e o sentir de quem os escreveu. Em todos deixou um pouco de si, da sua alma, dedicados aos temas que lhe eram mais caros e nunca se auto- designou como Poeta. Quem o faz, sou eu. Porque não?
      Um beijinho, querida Chica

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  3. Uma vez, disse um crítico de Poesia: - escrever em parágrafos curtos não é a mesma coisa que fazer poesia!
    Foi o que me veio à cabeça ao ler os versos acima!!!

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    1. Quem é "crítico" tem sempre que criticar algo.
      O Tintinaine que adora escrever as suas memórias ou sobre os temas que mais lhe dizem, fá-lo com gosto e talento, no entanto, não é um escritor, ou é? Não é, mas poderia ser!

      Eu que não sou poeta, mas gosto de escrever o que sinto em verso, não sou nem poeta nem escritora, contudo, também o poderia ser. Assim sendo, escrevi isto para si:

      Quem pensar que a poesia
      É feita de grandes estrofes
      Ou de quadras a rimar
      Desconhece o que é sentir.
      Pois na alma a Poesia,
      Nasce e cresce a palpitar.

      Quem expressa aquilo que sente
      Seja na prosa ou em verso
      Pode não ser um poeta, escritor
      Também não será...
      Quiçá seja de tudo o inverso!
      .

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    2. Gostei destes versos, primeiro por me serem dedicados e segundo porque concordo com as afirmações que acabo de ler.
      Eu entendo e gosto de ler a Poesia Popular de António Aleixo, a jocosa a M. M. du Bocage, assim como a erudita de Camões. Cada uma delas tem o seu encanto, mas de muita outra poesia espalhada a esmo aqui nos blogs ... não gosto. Na maioria das vezes, coíbo-me de expressar uma opinião (para evitar atritos), mas isso não significa que goste. Tenho uma série de amigos alentejanos que teimam em falar em verso e prefiro fazer de conta que não leio o que escrevem (para não ter que envergonhar-lhes a cara). Quem não é trolha não deve usar a colher e a talocha!

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  4. Bom dia
    Dois bonitos temas para dois belos trabalhos poéticos .

    JR

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    1. O Vento, o Mar e o Sonho, andam sempre ligados, JR!

      Tenha um bom dia.

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  5. Um post muito agradável cujos poemas desconhecia e saio daqui encantada! Obrigada por este momento de leitura.
    Beijos e um bom dia

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    1. Fico feliz pela autora e contente por mim, porque chamei a mim, aqui na blogosfera, a divulgação de um talento e um sentimento para manifestar sentimentos de uma forma poética.
      Outros poemas virão, então, irei seleccionar os que a Poetisa dedicou a pessoas e lugares, já que estes são algo vagos.

      Um beijinho, Fatyly.

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  6. Eu escrevo parágrafos curtos, aos quais me recuso chamar poesia.
    Maria Noémia Ribeiro da Cunha escreve POESIA.

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    1. Obrigada, Teresa!

      É por seres assim, genuína, ( ainda que controversa) que desde há longos anos tens um lugar cativo no meu coração.

      Se desdenharem de mim, não me ferem nem ofendem, porque eu cá estou para me defender. Quando sinto que alguém desdenha de quem não está presente, morre pra mim naquele instante.
      Bem-hajas, e um forte abraço.

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  7. Fotos adequadas aos temas.
    Do resto, 'no comment'.

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    1. Considerar que as imagens foram bem escolhidas, já é um comentário e tanto. Obrigada!
      Um beijo.

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  8. Eu cada vez sou mais sintética!
    Gostei muito dos poemas, aliás gosto de poesia, tenho dito!

    Abraço

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    1. Eu sei, Leo! Mas como não somos todos iguais, aquilo que pode parecer supérfluo para uns, para outros pode ser essencial.
      Pode parecer defeito meu e creio até que o seja, mas enquanto não ponho todos os pontos nos iis não fico bem. É como se algo me ficasse atravessado na garganta e para baixo não fosse.
      No entanto, reconheço que gostaria bastante de saber sintetizar muito do que digo.

      Um abraço.

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    2. Olha que não era nenhuma crítica!
      Ainda bem que eu não preciso de pôr os pontos nos iis! :))

      Abraço

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    3. :)) E eu não sei isso? Não me referia a ti, Leo. A bem dizer nem a ninguém. De uma forma geral, retratava a minha maneira de ser. E olha que bem gostaria que fosse diferente.
      Por vezes, quanto menos explicações, melhor!

      Abraço.

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  9. Gostei de conhecer a poesia de Maria Noémia Ribeiro da Cunha, bem como da forma como a ilustrou, Janita.

    Beijinhos!

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    1. Muito grata pela sua gentileza, Maria João.
      Vindo de si, uma Sonetista de renome, é um elogio a sua presença neste poemas de uma Sra. que tinha a Poesia na Alma.
      Um beijinho com orgulho. : )

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  10. Tudo o que tenha a ver com poesia eu gosto.
    Não conhecia a autora.
    Aqui aprende-se sempre.
    Beijinhos Janita

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    1. Talvez não te lembres, Manu, mas esta não é a primeira vez que publico poemas da Maria Noémia.
      Somente sou a porta-voz, mas sim, gosto de transmitir e transcrever tudo o que outros escreveram e eu não o faço, porque não o sei fazer.

      Beijinhos, amiga Manu!

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  11. Rogério V. Pereira05 janeiro, 2024 12:05

    Ó mar salgado
    quanto do teu sal
    são lágrimas
    de Portugal...

    e quanto a moinhos
    sinto-me D. Quixote

    Beijo quixotesco

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    1. Rogério, meu amigo.
      Atenta no que te digo:
      O meu Mar não é salgado
      porque lágrimas
      jamais eu voltarei a derramar.
      Ponto final.

      E agora, vamos poetar e fantasiar
      Como ambos sempre gostámos.
      ***
      Um dia, quando eu quiser
      E estiver p'rái virada
      Vou fazer acontecer
      Um Lenda encantada.
      Quem sabe eu não direi
      Logo, logo, ao começar:
      "Desocupado leitor":
      [Assim começou Cervantes]

      Juras eu aqui não lhe farei
      Nem juramentos irei prestar
      Mas pode ter a certeza
      Que Dulcinea serei
      E contigo sonharei
      - Ó Don Quixote
      Que juntos iremos ao altar.
      Sem lanças, sem farpas
      Sem loucuras,
      Sem cárceres prá
      Fantasia,
      Será uma Lenda bonita
      Esta, que eu um dia
      Escreveria...

      Abraço Dulce-nea.
      😊

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