Cobardia ou Desprezo?

Estava um pequeno cordeirinho

A sua sede matando

Na margem de um ribeirinho

Eis que vê um lobo chegando

A água pura e cristalina

Chegaria bem para todos

Mas o lobo em voz sibilina

Mascarou a sua intenção

E foi dizendo, com bons modos:

- Como te atreves oh criatura

Sujar a água que estou bebendo?

Mas o pobre cordeirinho sabia

Que tal não estava acontecendo

Senhor -  diz o inocente,

 Tal sabeis que assim não é

 A água corre de cima

Eu bebo depois do senhor

Aquela que me chega ao pé

Então, se não é d'agora,

Aconteceu no ano passado

Diz o lobo mentiroso.

Mas o pobre cordeirinho

Ficou todo afogueado

Posso provar que é verdade

 Que não fui eu, pode crer

Apenas tenho de idade

Seis meses, oiço dizer…

Se não foste tu, foi teu pai

Responde o lobo cruel

E foi assim; desta sorte

Que atirando-se ao cordeiro

Logo ali lhe deu a morte…

Moral da estória:  Os cobardes sempre hão-de mascarar com inverdades aquilo que não têm coragem de dizer de peito aberto.

Nota:  Esta é a minha versão da Fábula de La Fontaine, que todos bem conhecem. 

Nota 2 - Sobre o dia que hoje se celebra, passo. Sei que sou Mulher desde que nasci. Quando for instituído o dia do homem, ah, então sim, celebrarei.