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Da braçada de cravos que trouxeste
Quando vieste
Minha linda,
Há um – o mais vermelho e mais ardente –
Que espera ainda ansiosamente
A tua vinda…
Só ele resta agora, entre os irmãos
Já desfolhados…
Só ele espera que piedosas mãos
– As tuas lindas mãos e os teus cuidados –
Lhe dêem, numa pouca d’água clara
E enganadora,
Uma ilusão da vida que animara
O seu vigor d’outrora…
Mas que outro está, da hora em que o cortaste
Ainda em botão!
Murcham-lhe as pétalas e tem curva a haste,
Num grande ponto de interrogação…
Voltado para a porta em que surgiste,
Na noite perturbante em que o trazias,
Parece perguntar porque partiste …
E porque não voltaste, há tantos dias!?…
🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹
Augusto Gil
"A Fala De Um Cravo Vermelho"
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Belíssima partilha nesta fala. Há uma dor neste isolamento na interrogação da partida, na incerteza da volta, na esperança na nova estação que principia. Tradução perfeita da alma humana nesta analogia florada com o cravo tão lindo e importante na historia do país.
ResponderEliminarDesta braçada levo comigo o cravo que cala os fuzis.
Generosa partilha Janita.
Que a semana flua bela e colorida como sua Primavera.
Carinhoso abraço amiga.
Na sua linguagem própria, que poucos humanos entendem, falam as flores e os animais, todos os seres vivos falam e partilham os seus saberes. Esperemos que este meio século passado, após a madrugada que nos trouxe a esperança de Liberdade, esse cravo simbólico não tenha murchado e definhado, amigo Toninho.
EliminarUm abraço amigo.
Dia Mundial da Poesia e 25 de Abril em harmoniosa comunhão.
ResponderEliminarBeijinhos
Se eu lhe disser que nem uma coisa ou outra eu tinha em mente, quando agendei este post, digo-lhe a mais pura verdade, Pedro.
EliminarPensei num cravo de Abril, sim, mas não o da Revolução.
Há coisas estranhas, só lhe digo!...
Beijinhos
Um cravo falante pleno de sentimentos.
ResponderEliminarSe outors cravos falassem talvez se resolvessem muitos problemas pendentes.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Falar, falam, amigo Juvenal, mas mais para dentro...e, se calhar, com outras intenções.
EliminarUm abraço amigo e grato!
Augusto Gil foi meu professor de Português, no Ano Lectivo de 1959/1060. Não este, mas o outro, autor do livro Camões na Índia de que ele se sentia muito orgulhoso. Como não o sabia poeta, fui perguntar ao Sr. Google se houve mais que um Augusto Gil e ele disse-me que sim, um nascido no Século XIX e outro no Século XX, este sim fo o meu professor de Português, no Colégio D. Nuno Álvares Pereira. Está visto, comigo é só prosa!
ResponderEliminarEssas aulas que teve com um Professor tão dotado, foram bastante profícuas e deram-lhe o traquejo no manejo das palavras que todos lhe conhecemos.
EliminarNão se perdeu tudo... : )
Que o nosso cravo de Abril não murche como este que Augusto Gil tão romanticamente canta!
ResponderEliminarAbraço
Enquanto houver caminhos floridos para andar, todos iremos continuar...de cravo na lapela, eles, e no cabelo, nós! : )
EliminarAssim, não se perca a vontade de caminhar!
Um abraço.
Diz Augusto Gil: "A Fala De Um Cravo Vermelho"
ResponderEliminarE eu digo: ai se eles (cravos vermelhos) falassem!!!
Com alguma ironia, deixo-te um beijinho, Janita.
Se os cravos falassem seriam como os olhos castanhos...?
EliminarVais ver contar-te-iam o que não contam a ninguém.
A ironia é um dos meus pratos favoritos, António.
Consumo-a sem moderação.
Beijinhos.
Poema alusivo à Primavera lindo de ler. Grato pela gentil partilha.
ResponderEliminar.
Saudações poéticas e amigas
.
Gentil é o meu caro Rycardo.
EliminarSempre tem uma palavra agradável para dar.
Obrigada!
Saudações primaveris.
E o meu comentário, onde está?
ResponderEliminarJanita, pesquisa aí no spam, pode ser?
Beijinhos
Estava lá , António, o teu e o do Rycardo em amena cavaqueira...
Eliminar: )) Fujões ou prisioneiros?
Beijinhos.
O spam é lixado, Janita 😕
EliminarFazer o quê, António?
EliminarIr lá buscar e cara alegre...
Gosto de cravos e do lirismo do Augusto Gil. E este poema está bem "esgalhado" e até parece ter sido escrito hoje, em que parece estar um pouco para o murcho, o cravo.
ResponderEliminarBeijinhos
Também adoro cravos e de preferência vermelhos.
EliminarFrescos, viçosos, cheios de vida, aromáticos.
Acontece que este poema pedia um cravinho triste, então, teve de ser mesmo um cravo murcho....
Um beijinho, José! : )
Raramente me engano quando começo a ler os primeiros versos de um qualquer poema e logo lhe atribuo um/a autor/a... Enganei-me neste que de imediato atribuí a Cesário Verde.
ResponderEliminarEu bem digo que ando a emburrecer...
Obrigada e um abraço, Janita!
Olá, Maria João!
EliminarQue bom vê-la novamente a passear pelas ruas do blogobairro.
Bom sinal!
Não, senhora, não está nada emperrada, tão pouco está emburrecida. Eu tive a mesma sensação quando li o poema pela 1ª vez. Não fora ter em meu poder, O Livro de Cesário Verde, e este poema não constar lá, iria jurar ser engano.
Quem lhe agradece sou eu com um grande: BEM-HAJA!
Forte abraço.
Las flores también sienten y echan de menos al jardinero que las cuidaba.
ResponderEliminarLloran en silencio su ausencia pero no pierden la esperanza de que regrese pronto para mimarlas con gotas de agua.
Precioso poema.
Cariños y buen fin de semana.
Kasioles
Hola, Kasioles.
EliminarEs un placer recibir tu visita en este sencillo espacio donde podrás encontrar un poco de todo. : )
Gracias.
Un abrazo
um poema cada vez mais atual
ResponderEliminarmas há uma certeza que eu tenho: não podemos nunca deixá-los murchar
Faço minha essa sua certeza, Zaratustra.
EliminarTemos tendência para associar o cravo vermelho à Revolução de Abril. Afinal, cravos sempre existiram, neste poema até poderiam ser rosas... Obrigada! : )
Como eu gosto da fala do cravo vermelho.
ResponderEliminarPoesia de primeira água.
Quanto aos outros cravos vermelhos —- digo que já murcharam.
Abraço primaveril com tulipa vermelha 🌷
Vá lá que desta vez acertaste na mouche quanto à fala do cravo vermelho, Teresa. Fiquei muito contente por isso.
EliminarForam cravos, poderiam ser margaridas, rosas ou quaisquer outras flores. Até tulipas! 🌷 🌷
Um abraço feliz.