Foto minha. |
Deixei a minha porta entreaberta para
quando na minha rua passasses
visses que estava à tua espera e
pudesses, enfim, entrar.
No seio da minha casa, no meu leito...
Passaste a assobiar uma canção em voga
Mãos nos bolsos, ar distante, jeito gingão.
Eu a espreitar-te pela fresta da janela encostada
Vi que nem olhaste e passaste ao lado do portão.
Fechei a minha entrada ao delírio, à fantasia.
Saí também para a rua vestida a preceito...
Passei por ti na esquina da minha rua
Fingi que não te vi, segui ladeira acima
Inventei um caminhar sedutor _ e depois,
_ depois?... Tomei- lhe o jeito!...
🎻 🎻 🎻 🎻 🎻
🎻 🎻 🎻 🎻 🎻
Um poema cheio de significado, diria que tem qualidade para ser a letra de um fado.
ResponderEliminarBoa Noite
Um abraço.
Nessa frase até rimou.
EliminarQuem diria?
Obrigada!
Um abraço, bom dia.
Quinta-feira também vai haver flash mob lá para os meus lados.
ResponderEliminarBeijinhos
Adoro este género de movimentos musicais que mobilizam e juntam músicos, em espaços públicos, interpretando grandes obras clássicas.
EliminarEstarei atenta, Pedro.
Beijinhos.
Muito linda a tua porta na foto e poesia! Ótimo dia, Janita! beijos, chica
ResponderEliminarObrigada pelo miminho das tuas palavras sempre amigas e incentivadoras, querida Chica.
EliminarBeijinhos
Bom dia
ResponderEliminarA foto e o poema têm algo em comum , e o bolero está cinco estrelas .
Gostei muito .
JR
As palavras escrevia-as de rompante, quando andei a ver, nas minhas fotos, que imagem iria sair à cena. Logo, tinha de dizer a letra com a careta, amigo JR! :)
EliminarObrigada e um bom dia.
E mantem esse teu jeito sedutor e é caso para dizer que "quem desdém quer comprar". Um poema que gostei.
ResponderEliminarQuanto ao vídeo é algo que admiro muito estes movimentos musicais que causam surpresa em quem passa. O Bolero de Ravel uma das músicas do meu falecido pai que não se cansava de ouvir.
Beijocas e um bom dia...o sol brilha e já fiz o meu passeio a pé.
Eheheheh...agora fizeste-me rir, Fatyly.
EliminarEssa frase do "Quem desdenha quer comprar", há séculos que a não ouvia, mas agora caíu aqui como sopa no mel.:))
Também gosto muito deste Bolero célebre composição de Ravel.
Aqueles sons em crescendo até arrepiam, quando os ouvimos, sobretudo, se interpretados em recintos fechados - onde o som não se dispersa no ar.
Já saíste? Mulher de fibra, pá!
Beijinhos.
É bonito, quando esse desejo de reencontro existe - e tão bem o modo como a Janita o diz.
ResponderEliminarMas já me aconteceu pensar que coisas que queria ver fechadas e terminadas, aparecerem em sonhos, sem serem propriamente desejadas.
E sem saber porquê, dei comigo a cantarolar o fado do mangas.
Trazia na manga um fado maroto
E o casaco rôto, e a gravata á banda
Trazia nos olhos um amor sem fim
Tantas promessas aos molhos floriram em mim
Ó mangas, saíste-me um traste
Promessas, promessas
Mas nunca casaste;
Porém, eu gosto de ti
Não me abandonaste
Fui eu que fugi
Trazia no peito o fogo da raça
E um sonho desfeito, e a cruz da desgraça
Trazia nas mãos a flor da amizade
Todos eram seus irmãos em pé de igualdade
E a fé de criança, e a voz que o consome
Lhe negam a esperança, lhe calam a fome
Na casa de passe alguém maldizia
Antes que Deus o levasse que a noite vazia
Que noite de inverno, gaivota onde vais
O mar num inferno na borda do cais
De casaco rôto, bebido demais
Levou o fado maroto para nunca mais
Desejo-lhe, como sempre, um bom dia Janita e desculpe-me os excessos.
Joaquim Ramos.
EliminarTambém a mim me acontecem esses sonhos que refere. Coisa estranha é que nem mesmo sonhando com essas coisas elas se resolvem. Ficam sempre inacabadas.
Mas deixe que lhe diga, eu que adoro Fado desde miúda, não conhecia este. Bem fui em demanda de lhe ouvir o som pelo Youtube afora, mas a única versão que encontrei foi de uma fadista Linda qualquer coisa, num fado castiço que não me agradou pelo tom tão pesado e tristonho.
Logo eu que ao ler estes versos só me vinha à mente o fado corrido, sobretudo na parte que mais gostei, ou seja, o estribilho:
Ó mangas, saíste-me um traste
Promessas, promessas
Mas nunca casaste;
Porém, eu gosto de ti
Não me abandonaste
Fui eu que fugi
E não é que tenho cantarolado isto num jeito gingão assim a modos como que a imitar o traste do meu poema? Eheheheheheh Verdade!!
Obrigada, Joaquim, nada a desculpar-lhe, bem pelo contrário.
Volte sempre! :)
- Estão verdes, não prestam...
ResponderEliminar- Ai é? Já vais ver como te vão morder.
-------
Será assim?
Não é incomum acordar com uma música na cabeça, que me acompanha ao longo do dia. Uma delas é este bolero. Uma das (para mim) melhores interpretações é a do bailado do argentino Jorge Donn, no filme "Uns e os Outros", que passou há já bastantes anos. Viu?
bji.
Foi mais ou menos isso, José! :)
EliminarQuanto ao filme "Les Uns et les Autres" tão falado na altura, confesso, com alguma relutância, que não o cheguei a ver.
Já sei, vai dizer que é imperdoável, mas não o vi. Poderia ter visto mais tarde em DVD se fosse o caso, mas nem isso.
Beijinhos.
Um belo poema para um fado!
ResponderEliminarAbraço
Já o Senhor das Nuvens, ali em cima, disse o mesmo. :)
EliminarAbraço e noite serena.
Poema lindíssimo que me fascinou ler.
ResponderEliminar.
Um dia feliz … cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
:) Verdade, Rycardo? Fico contente, obrigada.
EliminarNoite e dias felizes também para si.
Saudações.
poema tão natural que parece retratar uma vivência comum...
ResponderEliminara tal fotografia anda por aí na net, não sou eu, porque não faço xixi no depósito...
abracito
Mas na verdade, não retrata nada pessoal, não, Maceta.
EliminarSaíu-me, naturalmente.
😊 Ah bem, assim fico mais descansada.
Abraçaço!
" ... Parece incrível parece
ResponderEliminarMas é certo, infelizmente
Que a gente nunca se esquece
De quem se esquece da gente
Não vale a pena pensar
Em quem por nós, nada sente
É muito triste gostar
De quem se esquece da gente"
...
https://youtu.be/43ghqHtomUY
😊 Obrigada, gostei muito do Fado, caro Anónimo.
EliminarComo amor com amor se paga e o esquecimento também...
(...)
"Às vezes é um disfarce
O ódio que a gente sente
É a saudade a lembrar-se
De quem se esquece da gente
Há quem queira mascarar-se
Com risos de felicidade
O riso não tem verdade
Às vezes é um disfarce
Já chorei e foi por ela
Que tão cedo me esqueceu
E digo: para mim morreu
Cada vez que falam dela
Quem me vê sabe que minto
Se eu disser que não estou triste
Mas aquilo que persiste
É um ódio que eu consinto
Quando o amor se mostra ardente
Não julgues ter mais valor
Às vezes tem mais amor
O ódio que a gente sente
Às vezes o criticar-se
Alguém a quem se quis bem
Não é ódio nem desdém
É a saudade a lembrar-se
Tudo é simples e aparente
Mas a maior crueldade
É nós sentirmos saudade
De quem se esquece da gente"
😊
É surpreendente o teu versejar, tal como o vídeo que a todos surpreende nessa praça, onde se pode ouvir uma música que tanto gosto
ResponderEliminarBeijinhos amiga Janita
São instantes que depressa se evaporam, Manu! 😊
EliminarBeijinhos, amiga.
Um poema ao mais alto nível. Parabéns. Adorei a música e a foto :) Gosto da cor :) 🌹
ResponderEliminar-
Beijo, boa noite!
Ora, Cidália, não vale exagerar. Alto nível? 😊
EliminarBeijinhos, boa noite.
Uau.
ResponderEliminarFoi um momento de inspiração traduzido em palavras
Gostei deveras
😊
Obrigada, Miguel.
EliminarFico contente. 😊
Boa noite
Gosto da universalidade deste poema, Janita. Uma bela arquitetura métrica e a beleza arquitetônica da porta e o seu significado. Seria uma coincidência o vermelho? Basta observar em volta, logo se percebe o quanto o poema é universal. Sente-se o quanto o leitor se viu nele. Além da graça, bonomia, e a espontaneidade dos versos traduzindo com sutileza este desencontro no encontro,
ResponderEliminarComo você já sabe, gosto de palpitar, risos!
Abraços,
Caríssimo José Carlos.
EliminarQue bom ver aqui, nestas minhas palavras escritas sem conhecimento nem saber, a sua opinião de homem de Letras, conhecedor dos meandros da Poesia.
Bem sei que é muita generosidade e gentileza da sua parte, mas vem de vontade própria, porque quer, porque gosta certamente.
Então, tudo o que disser, mesmo que seja algo menos elogioso, mas um modo de indicar-me um caminho mais correcto acerca da escrita poética, é sempre bem-vindo. :)
Muitíssimo grata, pela sua simpática disponibilidade.
Um grande abraço.
E a gente já viveu isso não é Janita?
ResponderEliminar'passei por ti na esquina da minha rua / e fingi que não te vi...' Isso é perfeito_ um modo sedutor que deixa nossa alma leve e tranquila até que ele 'tome o jeito' ... kkk
Gosto desse seu olhar ,menina rs
Tens estado em estado de graça ,Janita.
Que bom beber dessa amizade poética e saber-me sua amiga.
Beijinhos e bom amanhecer .
Querida Lis.
EliminarGostaria muito de dizer-te que sim, que já vivi 'isto', mas na realidade, não. eheheheh
Talvez esta minha cabecinha tresloucada se vire, de quando em vez, para a escrita de loucuras que, afinal, mostram ser do agrado geral. Ele há coisas!!
Gostei muito de te ver aqui, amiga Lis.
Desejo do coração que esses dias junto da família te estejam a ser salutares para a alma.
Gosto da tua amizade, gosto do modo franco e sincero como manifestas o que sentes, isso enche-me o coração de ternura e faz-me prezar a tua amizade.
Bem hajas! Cá estarei a esperar o teu regresso.
Beijinhos e abraços, amiga.
Apaixonado sou por portas e janelas com floreiras muito comum pela Europa. Eu por certo olharia para a porta tão linda como esta e confesso que registraria numa foto,rsrs.
ResponderEliminarAssim uma ilustração que inspirou um belo poema Janita belamente ilustrado e este tipo de show em praça, eu me amarro.
Bela postagem e o jeito deve ser tomado mesmo.
Um abração Janita.
Um abração, Tonhinho.
EliminarO meu muito obrigada pelo carinho.