quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

ESTRANHAS FORMAS DE AMAR.


 
 




 
Amor como em Casa
 
 
Regresso devagar ao teu
sorriso como quem volta a casa.
Faço de conta que
não é nada comigo.


 
Distraído percorro
o caminho familiar da saudade,
pequeninas coisas me prendem,

uma tarde num café, um livro.
 
Devagar te amo e às vezes depressa,
meu amor, e às vezes faço coisas que não devo,
regresso devagar a tua casa,
compro um livro, entro no

amor como em casa.

 

Manuel António Pina,
 in "Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo.
 Calma é Apenas um Pouco Tarde"
 
                                                                 

                                                                    


9 comentários:

  1. O poema se casa com o filmezinho e tudo se casa com o homem: a valorização das coisas simples tornando-as ainda mais importantes: "o amor como uma casa" e o saber de quem é filho é reconhecer a importância das mães...

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  2. Um poema muito bonito sem dúvida, Janita.

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  3. Lindo poema Janita.

    As coisas simples são as mais valiosas da vida. Como amar como em casa.

    E um livro, ou uma tarde no café são coisas simples que nos podem dar um prazer enorme....como em casa!

    Beijinho

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  4. Não deixamos quebrar os vinculos do amor!
    A monotonia mais gostosa é da nossa casa, melhor do que no meio de pessoas com vidas vazias, que não dão valor às pequenas (grandes) coisas, como ler um livro.

    beijinho e uma flor

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  5. Um belíssimo poema do Pina que adorei ler.Até porque embora fosse fã das suas crónicas, conheço pouco a sua poesia
    Beijinhos

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  6. Pena não podermos ler mais nada, de novo, deste autor ! :((

    Beijinho, Jani ! :))
    .

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  7. Olá, Janita!

    Dele, costumava ler as crónicas de última página do JN, com as quais regra geral concordava - e gostava de ler. Da sua poesia pouco conheço.Gostei muito do poema que para aqui escolheste, e de ver como era ele ao natural: um encanto de pessoa. Pena que já tenha ido...

    beijinhos; bom fim de semana; fica bem.

    Vitor

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  8. Ás vezes, tantas vezes, a magia do que ouvimos e e lemos, deixa-nos vazios de palavras para descrever o que sentimos.
    Senti, agora, esse momento.
    Um beijo

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  9. Uma belíssima e mais que merecida homenagem a quem nos deixou há tão pouco tempo.

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