O Artista.
E
partiu pelo mundo à procura do bronze, porque ele só podia trabalhar o bronze.
Mas todo o bronze existente no mundo havia desaparecido e em nenhuma parte o
metal seria encontrado, a não ser na estátua da Dor que é permanente.
E fora ele que, com as próprias mãos, fundira essa estátua, erigindo-a no túmulo de alguém a quem muito amara na vida. E na tumba da morta, que tanto amara, colocou a própria criação, como um símbolo do amor masculino, que é imortal, e a dor humana, que dura a vida inteira.
E em todo o mundo não havia bronze, a não
ser o dessa estátua.
Ele, então, retirou a estátua que moldara, pô-la num grande forno, deixando-a derreter-se.
Ele, então, retirou a estátua que moldara, pô-la num grande forno, deixando-a derreter-se.
E com o bronze da estátua da Dor que é permanente, fundiu a do Prazer que dura um instante!...
Oscar Wilde foi um dos dramaturgos mais populares e controversos do seu
tempo, sendo a sua obra mais conhecida: “O Retrato de Dorian Gray”.
Sempre considerei este pequeno conto uma delícia!
É preferível viver uma vida curta
mas plena de alegria e Prazer, do que suportar o peso de uma vida longa em permanente Dor.
Isto, se nos fosse facultado o direito de opção...
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