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O CANTINHO DA JANITA
domingo, 19 de março de 2023
FOI VOCÊ QUE PEDIU...?! II
sexta-feira, 17 de março de 2023
NESTE LIVRO QUE VOS DEIXO...
...um dia, quando eu partir para um lugar sem retorno, não há um Conto, uma história.
São pedacinhos de mim traduzidos em versos simples, sem nenhuma fama nem glória.
quarta-feira, 15 de março de 2023
PALAVRAS DE ALGUÉM. # 6
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Muitas Razões
A sós, nos grãos da terra, digo sim à luz aberta dos seus poros
e, ao tumulto da ebulição, digo não. E digo sim ao futuro
com medo de quando ele chegar não me encontre.
E digo sim à pulsação serena da escrita,
pão nosso de cada dia,
águas que não se cansam de brotar de fonte escondida.
E digo sim ao perfume da memória,
e digo sim ao bulício do devaneio,
e digo sim à chama do ócio.
E desleio qualquer outro sopro a não ser o da vida
porque tenho de vivê-la atento a qualquer gesto distraído
que possa desviar-me do caminho.
* * *
Texto poético de José Carlos Sant Anna [Clique ]
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segunda-feira, 13 de março de 2023
CHILREIOS E VOOS RASANTES.
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que muito me fascinava.
Como viveriam as aves?
quem foi que as colocou ali...
A bela e livre passarada?
Aventureira que sou fui indo
como se fosse entendida.
Vi um pisco de peito ruivo, olho vivo e redondinho
Parei...fiquei encantada!
Fitámo-nos mutuamente e ali ficámos os dois
como que paralizados;
Ele, seguro no galho,
Eu, querendo ser passarinho.
Murmurei-lhe palavras doces,
Foi aí que o conquistei...
e veio pousar no meu ombro.
chilreou um canto doce...
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Fotos minhas - obtidas sem sair do recesso do meu Lar - |
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sábado, 11 de março de 2023
CAI NEVE NO JARDIM...
...do Noah.
⛄ ⛄ ⛄ ⛄
quinta-feira, 9 de março de 2023
quarta-feira, 8 de março de 2023
DA NASCENTE ATÉ À FOZ.
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Foto minha...obtida a partir do recesso do meu lar... |
Águas de prata de rios murmurantes
Brotam da nascente, com fúria, com dor
Correm dos meus olhos lágrimas pujantes
Pela dor que sinto, por ti, meu amor.
Já foste corrente, forte e indomável
Hoje és só restos,
sobras de um festim...
Quem me dera voltar à saudável nascente.
Somos hoje a Foz
onde jazem os despojos
- de ti e de mim.
segunda-feira, 6 de março de 2023
"POEMA DOS BRAÇOS NUS DAS MULHERES"
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Como o dia estivesse muito quenteas mulheres saíram de casa e foram à sua vidacom blusas sem mangas.A carne dos seus braçoserguidos ao alto para alcançarem as argolas do autocarroeram veios de luz voluptuosa e cálida.Apelo de escultorque esculpe trauteando melodias.Iam todas afogueadas de calor,de calor feminino,e por isso eram largas as cavas das suas blusase delas emergiam os braços levantadospara alcançarem no alto as argolas do autocarro.Era com aqueles braços nus,desprendidos das argolas do autocarro,que aquelas mulheres na hora permitida,cingiam e apertavamos corpos horizontais dos seus companheiros.Mas não era nisso que elas iam a pensar.Elas iam a pensar no seu trabalho quotidiano,no ir e vir,no andar a correr,no cozinhar,nas compras,no emprego,no dinheiro que não chega,e pensavam, com os olhos parados e distantes,enquanto se agarravam às argolas do autocarro, noutra vida melhor,sem ir e vir,sem andar a correr,sem horas para isto e para aquilo,livres,livres,livres e independentes,para então cingirem e apertarem nos seus braços nusos corpos horizontais dos seus companheiros.
António Gedeão, in "Novos Poemas Póstumos"