domingo, 19 de março de 2023

FOI VOCÊ QUE PEDIU...?! II

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Há quem a considere Arte sensual
Há quem não sorria e até leve a mal.

Há quem  a ache maravilhosa
Há quem comece a ver e fique duvidosa.

O som dos aplausos no final da performance
É tão divertido que a um dos jurados já lhe
cheira a romance.

Segura de si, sabendo o que vale e despreocupada
A artista rodopia os guizos faz a espargata 
e sai do palco ovacionada!

E mai'nada!!


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sexta-feira, 17 de março de 2023

NESTE LIVRO QUE VOS DEIXO...

 ...um dia, quando eu partir para um lugar sem retorno, não há um Conto, uma história.

São pedacinhos de mim traduzidos em versos simples, sem nenhuma fama nem glória.





Será nestes pedacinhos,
 que os meus netos 
irão saber 
o que sentiu a Avó. 
Quais foram os seus sentimentos, 
o riso, o choro, a emoção,
vivida em tempos virtuais
 e de doce
bem-querer.



Pode haver um apagão, o final da blogosfera, 
mas n'Este Livro que Vos Deixo,
enquanto o tempo for tempo,
sabereis que houve um tempo
em que eu tive tempo para 
tudo! - Para o sonho,
para o delírio!
E que
 também houve espaço
para uma
 saborosa  quimera.





Enquanto me recordarem viverei
para todo o sempre!

***

Nota: O livro, é a recolha de alguns poemas e textos do meu blog, oferta do meu filho, como presente no meu aniversário em 2022.
 Obrigada, filho!

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quarta-feira, 15 de março de 2023

PALAVRAS DE ALGUÉM. # 6

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Foto obtida por mim - sem sair do recesso do meu lar - 


Muitas Razões

 

A sós, nos grãos da terra, digo sim à luz aberta dos seus poros

e, ao tumulto da ebulição, digo não. E digo sim ao futuro

com medo de quando ele chegar não me encontre.

E digo sim à pulsação serena da escrita,

pão nosso de cada dia,

águas que não se cansam de brotar de fonte escondida.

E digo sim ao perfume da memória,

e digo sim ao bulício do devaneio,

e digo sim à chama do ócio.

E desleio qualquer outro sopro a não ser o da vida

porque tenho de vivê-la atento a qualquer gesto distraído

que possa desviar-me do caminho. 

* * * 

 Texto poético de   José Carlos Sant Anna  [Clique ]




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segunda-feira, 13 de março de 2023

CHILREIOS E VOOS RASANTES.

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Embrenhei-me na floresta
 para desvendar um mistério
que muito me fascinava.
Como viveriam as aves? 
Como foram lá parar;
quem foi que as colocou ali...

A bela e livre passarada?

Aventureira  que sou fui indo
 de trilho em trilho, 
como se fosse entendida. 
Vi um pisco de peito ruivo, olho vivo e redondinho
Parei...fiquei encantada!

Fitámo-nos mutuamente e ali ficámos os dois
como que paralizados;
Ele, seguro no galho,
 talvez querendo ser gente;
Eu, querendo ser passarinho.
Murmurei-lhe palavras doces,
 fingindo voar baixinho.

Foi aí que o conquistei...
O pisco voou até mim,
e veio pousar no meu ombro. 
Bem perto do meu ouvido,
chilreou 
um canto doce...
diria até, com olhar algo atrevido! 

Fotos minhas - obtidas sem sair do recesso do meu Lar - 




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sábado, 11 de março de 2023

CAI NEVE NO JARDIM...

   ...do Noah.

 ⛄  ⛄  ⛄  ⛄


Nevando - com fundo musical -
[ Ouvir, please.]

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A neve que não pára de cair
Solta em mim a vontade de cantar
Como o carteiro hoje não vem.

Mando, pelo papagaio, esta cartinha 
  prá minha Avó. 😊  





💙💙💙💙💙💙💙💙


quinta-feira, 9 de março de 2023

FOI VOCÊ QUE PEDIU...?!

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FIQUEM BEM TAMBÉM!!

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quarta-feira, 8 de março de 2023

DA NASCENTE ATÉ À FOZ.

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Foto minha...obtida a partir do recesso do meu lar...


Águas de prata de rios murmurantes

Brotam da nascente, com fúria, com dor

Correm dos meus olhos lágrimas pujantes

Pela dor que sinto,  por ti, meu amor.


Já foste corrente, forte e indomável

Hoje és só restos, 

sobras de um festim...


Quem me dera voltar à saudável nascente. 

Somos hoje a Foz

 onde  jazem os despojos 

- de ti e de mim.





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segunda-feira, 6 de março de 2023

"POEMA DOS BRAÇOS NUS DAS MULHERES"

 

Foto que elaborei a partir de um Bilhete-Postal, para participar num passatempo
do blog "Crónicas do Rochedo", justamente com o título:
Bilhetes-Postais Ilustrados. Infelizmente, não é possível encaminhamento, pois
o dito blog já partiu, bem como o seu Autor.

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Como o dia estivesse muito quente
as mulheres saíram de casa e foram à sua vida
com blusas sem mangas.
A carne dos seus braços
erguidos ao alto para alcançarem as argolas do autocarro
eram veios de luz voluptuosa e cálida.
Apelo de escultor
que esculpe trauteando melodias.
Iam todas afogueadas de calor,
de calor feminino,
e por isso eram largas as cavas das suas blusas
e delas emergiam os braços levantados
para alcançarem no alto as argolas do autocarro.
Era com aqueles braços nus,
desprendidos das argolas do autocarro,
que aquelas mulheres na hora permitida,
cingiam e apertavam
os corpos horizontais dos seus companheiros.
Mas não era nisso que elas iam a pensar.
Elas iam a pensar no seu trabalho quotidiano,
no ir e vir,
no andar a correr,
no cozinhar,
nas compras,
no emprego,
no dinheiro que não chega,
e pensavam, com os olhos parados e distantes,
enquanto se agarravam às argolas do autocarro, noutra vida melhor,
sem ir e vir,
sem andar a correr,
sem horas para isto e para aquilo,
livres,
livres,
livres e independentes,
para então cingirem e apertarem nos seus braços nus
os corpos horizontais dos seus companheiros.


 António Gedeão, in "Novos Poemas Póstumos"