sexta-feira, 30 de junho de 2017

Cartas de Amor...Quem As Não Tem?... ( # 1)

Pela primeira vez me associo ao Google, ao prestar homenagem a uma grande e admirável figura da Literatura Universal: Victor Hugo.

Simultâneamente, dou início a uma rubrica que espero seja do vosso agrado.
Quem nunca escreveu/recebeu uma carta de amor?




Amo-te, és a minha vida, toda a minha vida. Aqui estou, pois, liberto! Que alegria! Até logo! Amo-te mais do que nunca. E tu, como te sentes esta manhã, minha alegria? Passaste bem a noite, ao menos? Irei encontrar o teu belo rosto radioso como o céu, que ontem chorava e hoje sorri? Preciso que tenhas saúde, que me ames, que sejas feliz. Preciso de ti, da tua saúde, do teu amor, da tua felicidade. Sabes, pobre querida, que podes viver descansada enquanto eu viver. O céu fez as minhas mãos para que reparassem a tua vida meio desfeita, a minha alma para compreender o teu coração, os meus lábios para beijar os teus pés.
(…)
 Olho para o passado com embriaguez, mas não é com menos deslumbramento que encaro o nosso futuro. Eis-nos, agora, um do outro para todo o sempre, sem ansiedades, sem inquietações, sem angústias. Atravessámos e vencemos tudo o que era mau e que poderia ser fatal. Estamos na plena posse dos nossos dois destinos fundidos num só. O nosso amor não terá a frescura dos primeiros tempos, mas é um amor posto à prova, um amor que conhece a sua força, e que mesmo para além do túmulo, espera ser infinito. O amor, quando nasce, só vê a vida, o amor que dura vê a eternidade.
Victor Hugo,  Carta a Juliette Drouet.


Se recebeu uma linda carta de amor e a deseja partilhar connosco, se sente vontade de escrever ao seu amado/a uma bela e sentida carta de amor, venha até cá e abra o seu coração.
Espero por si...Obrigada.:)


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quinta-feira, 29 de junho de 2017

SEM ALICERCES.


Autor da foto: Tony Linck




No alto da colina projectei
o nosso ninho, os sonhos, a vida
 a dois…

tu e eu longe do mundo
ventos, intempéries
tudo enfrentaría.

Não fora a derrocada
que me soterrou
 depois…



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terça-feira, 27 de junho de 2017

QUANDO GOSTO DO QUE ALGUÉM ESCREVE...TRANSCREVO.


  DAQUI
Completamente diferente da imagem que ilustra a Crónica citada.


Escreve Afonso Cruz*, na sua Crónica Ilustrada com o título: “Cantar como se rezasse”, na revista Notícias Magazine de domingo passado:


Na revista Ilustração Portuguesa, de janeiro de 1931, podemos ler a seguinte declaração de Alfredo Marceneiro:

  «O meu maior desgosto em 1930 é um desgosto profissional…O gramofone veio industrializar o fado. Que vergonha! O  fado não se deve nem se devia vender. Eu canto o fado como se rezasse. Mas veio o senhor Menano e a Maria Alice, começaram a ganhar dinheiro, e o fado tornou-se mercadoria. Que vergonha! Eu canto porque a minha alma mo ordena. E o que mais ambicionava para 1931 é que fossem proibidas as especulações. “É que eu sou um fadista trágico!»

     Evidentemente, a tecnologia, a gravação, permitiu mais facilmente comercializar o fado, mas não retirou a nenhum fadista a possibilidade de cantar porque a alma lho ordena. E uns, sem prejuízo para alma, podem até ganhar dinheiro com isso, não com o objetivo do lucro, mas como consequência, enquanto outros, pelo contrário, podem pensar no fado como uma profissão ou mera ferramenta para ganhar dinheiro. São opções que não afetam o fado de Marceneiro. O dinheiro que uns recebem não altera a autenticidade dos outros, assim como um escritor comercial não diminui nenhuma das obras de Dostoiévski (que, por sinal, chegou a escrever apenas para ganhar dinheiro, para sobreviver).

     Cremos muitas vezes que o mundo perde significado com a tecnologia, com a globalização (com razão, em alguns casos). Mas ouço muitas vezes o discurso de que já nada tem valor: a viagem perdeu o interesse porque as pessoas levantam voo e pousam do outro lado do mundo, os ilustradores agora fazem tudo em computador, etc. O raciocínio é, além de demasiado conservador, estranho. É como desejar acender um cigarro com pedras de sílex. Nesse tempo é que era.

(…)**

     Ninguém nos impede de sermos mais ou menos medievais no nosso comportamento. A tecnologia não nos retirou essas possibilidades, apenas nos deu mais liberdade – (de escolha, acrescentaria eu)  - . Agora podemos decidir se queremos viajar de burro ou de avião.
     E graças ao gramofone que, segundo Marceneiro, industrializou o fado, é-nos possível hoje em dia ouvi-lo cantar como se rezasse.


* Escritor

** Permiti-me omitir alguns parágrafos que, não alterando nem diminuindo a ideia daquilo que foi escrito, encurta consideravelmente o texto, evitando uma leitura, quiçá, mais cansativa para quem por aqui passar e se dispuser a ler.

 Gostaria de saber a vossa opinião. Acham que o avanço da tecnologia alterou desfavoravelmente a vida das pessoas ou há hoje o livre arbítrio de cada um viver consoante lhe aprouver: Desfrutando dos benefícios e recusando o que lhe parecer negativo…Será que é assim tão fácil a opção?

E relativamente a filhos e netos?...


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domingo, 25 de junho de 2017

SOLIDÕES E DESERTOS.








É NO SILÊNCIO DA NOITE ESCURA

                         QUE A MINHA SOLIDÃO SE VÊ MELHOR.



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Oh minha senhora... ó minha senhora...

Imagem surripiada do blog "Devaneios a Oriente"


Oh minha senhora ó minha senhora, oh não se incomode senhora minha não faça isso eu lhe peço eu lhe suplico por Deus nosso redentor minha senhora não dê importância a um simples mortal vagabundo como eu que nem mereço a glória de quanto mais de...não não não minha senhora não me desabotoe a braguilha não precisa também de se despir o que é isso é verdadeiramente fora de normas e eu não estou absolutamente preparado para semelhante emoção ou comoção, sei lá minha senhora nem sei mais o

que digo, eu disse alguma coisa?

Sinto-me sem palavras sem fôlegos sem saliva para molhar a língua e ensaiar um discurso coerente, na linha do desejo sinto-me desamparado do Divino Espírito Santo minha senhora eu eu eu...ó minha senh...esses seios são seus ou é uma aparição e esses pêlos essas nád...tanta nudez me deixa naufragado me mata me pulveriza…louvado bendito seja…Deus…

 …é o fim do mundo desabando no meu fim eu eu...

 Carlos Drummond de Andrade, em "O amor natural".
 Rio de Janeiro: Record, 1992.



                                                                   

sábado, 24 de junho de 2017

PARA TI, MEU FILHO!


                                                          MUITOS PARABÉNS!!

QUE SEJAS  MUITO FELIZ, 

                                    AINDA QUE LONGE DO TEU PAÍS.


...ESTA É, E SERÁ SEMPRE, A CIDADE QUE TE VIU NASCER...

                              ...A TUA CIDADE!!



                                                                   





                                                                   









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quinta-feira, 22 de junho de 2017

SE O NATAL É QUANDO O HOMEM QUISER, O SÃO JOÃO TAMBÉM O PODE SER.

E ESTE VAI SER ESPECIAL...E ANTECIPADO. 

PORÉM...SEM MANJERICOS.




SEM ALHO-PORRO


SEM MARTELINHOS

SEM ARQUINHOS NEM BALÕES


  SEM SARDINHAS...

...MAS, COM SORRISOS



...E RISOS.      ( PARA QUEM QUISER, QUE AQUI NINGUÉM É OBRIGADO A NADA) 





PARA QUEM NÃO DISPENSA A TRADIÇÃO  DAS QUADRAS POPULARES, DEIXO EU A PRIMEIRA. 
QUER SEGUIR? SIGA... DEIXE A SUA...


...E VIVA O SÃO JOÃO!!!!



ADENDA : NO DIA DE SÃO JOÃO, ( DIA 24, PARA QUEM NÃO SOUBER) E CONFORME FOI PROMETIDO,  FORAM ADICIONADAS AO POST,  AS QUADRAS DOS GENTIS COLABORADORES E AMIGOS DESTA CASA.    OBRIGADA A TODOS.


Pediste-me para eu cantar
Pensando que eu não sabia
Mas sou como o rouxinol
Canto de noite e de dia...


Teresa  (ematejoca)

Pelo Santo António vi-te
Pelo São João fui falar-te
No São Pedro convenci-te
Falta um santo pra deixar-te. 


Tanto andaste, tanto andaste,
Que arranjaste um noivo rico !
No São João tu lhe deste,
Lá na terra, o manjerico !


Nem manjerico nem balão
não há farra nem bailinho
Enquanto o maroto do S. João
Não me apresentar um rapazinho.

Graça Sampaio (Picos de Roseira Brava)

Cantas de dia e de noite
Cantas de noite e de dia;
Mas mesmo sem os balõezinhos
O São João é uma alegria!





Santo António já lá vai
São João já cá está
P'ra semana é São Pedro

E esta nem saiu má...


Elvira Carvalho (Sexta-Feira)

S. João p'ra ver as moças
Fez uma fonte de prata
As moças não vão à fonte

S. João todo se mata.





Por último, mas não menos importante, a proveniência dos vídeos:
um amigo, de seu nome...Daniel!! :)


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terça-feira, 20 de junho de 2017

A Subir Se Pode Descer...Ou: Paradoxos.

Quando há pouco passei por um blog de fotografia - sempre excelentes fotografias, diga-se - e vi que a foto de hoje,  mostrava o ascensor de um dos bairros da cidade de Lisboa - o da Bica - de pronto me veio à ideia um fado/canção, que ouvi e cantei, muito, na minha adolescência. Será que alguém se lembra desta voz e deste fado? Não acredito! Só os dinossauros, como eu...Ainda há por aí alguns?



Talvez a letra ajude a recordar:



Quem sobe essa calçada triste e fria
E pensa do que é feita a sua história

Não consegue entender por que ironia
lhe chamam a Calçada da Glória

Caminho que a subir conduz ao céu
Mas quanta vez a vida, p’lo contrário
Nos mostra que ao subir com sua cruz
A bondade de Jesus teve por prémio o calvário

E essa mulher que o destino fez perder
Sobe a calçada sem ver a sua longa descida
Que o Bairro Alto roubou-lhe há muito a memória
P'ra que ela não veja a glória em que destroçou a vida

Quem vence é invejado por vencer
Não podendo evitar um mau juízo
Apenas porque alguém não soube ver
O drama que se oculta no sorriso

Por isso, eu tenho pena de quem vive
A fingir que é feliz o seu caminho
E afinal não encontra paz nem sorte
Segue pela vida sem norte
À procura de um carinho…



A imagem do ascensor da Calçada da Glória é:  DAQUI

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segunda-feira, 19 de junho de 2017

DAS MÁGOAS.



Sinto hoje a alma cheia de tristeza! 
Um sino dobra em mim Avé-Marias! 
Lá fora, a chuva, brancas mãos esguias 
Faz na vidraça rendas de Veneza ... 

O vento desgrenhado chora e reza 
Por alma dos que estão nas agonias! 
E flocos de neve, aves brancas, frias 
Batem as asas pela Natureza ... 

Chuva...tenho tristeza! Mas porquê?! 
Vento...tenho saudades! Mas de quê?! 
Ó neve que destino triste o nosso! 

Ó chuva! Ó vento! Ó neve! Que tortura!
 
Gritem ao mundo inteiro esta amargura
Digam isto que sinto, que eu não posso!...

“Neurastenia” poema de Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"  



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domingo, 18 de junho de 2017

Tragédia - Dor e...Vergonha!!

Perante as trágicas notícias, que só há pouco ouvi e li, cá do fundo da minha ignorante insignificância, só me ocorre perguntar:

QUANDO É QUE A NOSSA JUSTIÇA,  FAZ JUSTIÇA, APLICANDO A MERECIDA E DISSUASORA PENA,  AOS INCENDIÁRIOS QUE ANDAM A DESTRUIR O NOSSO PAÍS?



IMAGENS E MAIS NOTÍCIAS,




sábado, 17 de junho de 2017

Foi Assim Que as Coisas Aconteceram...


Não se chamou Florbela, nem Maria de Fátima nem
Felismina.
Não se chamou Teresa, nem Maria Antonieta nem
Carmosina.
Não se chamou Felisbela, nem Maria da Fé nem
Ambrosina.
Não se chamou Florência, nem Maria do Carmo nem
Guilhermina.

Chamou-se Vanessa, a pobre menina
Pela falta de gosto de sua mãe:
Maria Albertina.






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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Já Fui Feliz Aqui [ XXXI ]




Passeando pelo Rio Douro.

Numa tarde feliz

De um dia de

 Domingo







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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Fusão do Homem Com a Natureza.


Arno Rafael Minkkinen, é um fotógrafo  finlandês, que  aparece sempre nos seus trabalhos, fazendo  justaposições de partes do seu corpo, com cenários locais. 


Nas fotos, o corpo de Minkinnen parece fazer parte de paisagens, como rios, árvores e formações rochosas. O fotógrafo prefere utilizar câmaras fotográficas analógicas e fazer imagens a P&B.


 Minkinnen não manipula nenhuma das suas imagens - diz ele:
 "o que acontece dentro da mente pode acontecer dentro de uma câmara". 


Minkkinen nasceu na Finlândia, mas foi viver  para os Estados Unidos quando tinha 6 anos. Actualmente, é também  professor na Universidade de Massachusetts Lowell.



Quem ficou com curiosidade de saber mais sobre este fantástico fotógrafo e os seus trabalhos, pode consultar o seu site oficial,  AQUI

...ou/e, veja o vídeo!




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terça-feira, 13 de junho de 2017

AVISO...

...Numa Taberna em A do Pinto...
             ...em vigor durante os Santos Populares...
                           ...e nos outros dias todos do ano...
                                      ...também!




A Gerência (deste espaço) nã se responsabiliza pela veracidade dos factos, apenas lhe contaram.


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domingo, 11 de junho de 2017

Eu E Os Reis Ciganos.

Quem melhor já cantou o sentimento que se esconde na profundidade da alma cigana?
Exacto...ninguém como eles:  Gipsy Kings!!...

Oiçam-nos!! :))



         




ObrigadaNoname!!

Estes são Intemporais. :))








Ciganos D'Ouro:- oferta de um grande Amigo deste blog e da sua autora, pois claro!!

Eu gosto é de ciganos e das suas canções. Sejam lá de que nacionalidade forem...:)









sexta-feira, 9 de junho de 2017

O Enamoramento Do Poeta.


Quem te pudesse ver na intimidade
ondulando nas chamas do desejo,
podia ver aquilo que eu só vejo:
um diabo vicioso em liberdade.
E quem te vê, assim, em sociedade,
frágil e doce como é o poejo,
corando simplesmente com um beijo,
não poderá saber qual a verdade:
se és uma, se és outra, se és nenhuma,
se tudo em ti é feito por medida,
se és talhada em basalto ou se és de espuma.
Mas nem que nisso gaste toda a vida,
eu hei-de descobrir-te. Ver-te, em suma,
na minha cama nua e não despida.


«Soneto», in «O Poeta Enamorado» de Joaquim Pessoa

(Os Poemas de Amor)



( Imagens e Poema, recolhidos da Net )



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quinta-feira, 8 de junho de 2017

QUEM SABE...DIGA!

É para o menino e para a menina, pois se as meninas forem como eu, adoravam os filmes do velho faroeste.
A que filme pertence esta música?  Uma versão espectacularmente maravilhosa. Ora oiçam, lá...os assobios e sons, que mais parecem trinados de pássaros.



                               
Não é difícil, o actor é sobejamente conhecido. Fico à espera dos vossos palpites... :)



                            


segunda-feira, 5 de junho de 2017

A Oliveira Centenária, O Melro E O Abade.





Não foi a oliveira centenária que me fez  colocar a postos o smatphone, nem tão pouco a imponente figura de um ilustre filho da terra, lá no seu pedestal. De tanto já  ter visto a oliveira e o Abade, nem me passaria pela cabeça fotografá-los. Foi mesmo o pequeno e negro melro, de bico amarelo, que me levou, pé-ante-pé, seguir o seu saltitar apressado, debicando a relva, aqui e ali, quiçá, na busca de qualquer bichinho-de-conta, ou uma semente caída, sei lá de onde, algo que lhe servisse de jantar naquele fim de tarde. 
Acabei por capturar os três, não avançando mais, com receio que o maroto levantasse voo. Tive pena de não possuir uma máquina fotográfica em condições, para poder fazer zoom e apanhar de perto o fugitivo. Só muito mais tarde, já aqui em casa, me lembrei do poema de Guerra Junqueiro ( que já publiquei) "O Melro", e do malvado Abade.  Mas este Abade da estátua,  é José Francisco Correia da Serra, mais conhecido apenas por Abade Correia da Serra, ilustre cientista, diplomata e filósofo, nascido em Serpa, quando corria o ano de 1750. Já no meu tempo de menina, ainda antes de existirem Escolas Secundárias, o único estabelecimento de ensino existente era o Externato Abade Correia da Serra. Liceu, apenas existia um, em Beja. Só para concluir esta saga, nessa tarde, encontrava-me naquele local, porque fomos ter com um casal amigo, que reside numa dessas casas. Seguidamente, iríamos à Casa Do Benfica - na zona sul - para nos  deliciarmos com uma bela caracolada à moda do Alentejo. Ainda sinto o sabor e o cheirinho dos orégãos...:)


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