terça-feira, 31 de março de 2020

Não Há Amor Como O Primeiro.

Decidi voltar às coisas que mais gosto, às que sempre me encantaram e me fizeram mais feliz. Uma delas é a Poesia. Não porque a saiba escrever, mas porque foi ela que me despertou para a pureza de sentimentos, me alimentou a alma nos momentos em que a vida e  as gentes, me decepcionaram e entristeceram, me tiraram do sério, enfim...

Agustina Bessa-Luís - Sophia de Mello Breynner e Eugénio de Andrade.
Corria o ano de 1958 
*


Não quero cantar amores,
Amores são passos perdidos,
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.

São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas,
não quero cantar amores.

Paraísos proibidos,
Contentamentos injustos,
Feliz adversidade,
Amores são passos perdidos.

São demências dos olhares,
Alegre festa de pranto,
São furor obediente,
São frios raios solares.

Da má sorte defendidos
Os homens de bom juízo
Têm nas mãos prodigiosas
Verdes garras dos sentidos.

Não quero cantar amores
Nem falar dos seus motivos.

[Poema de Agustina ]

*
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados, irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
  

[Poema de Sophia ]

*
 
Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.



[Poema de Eugénio de Andrade]





Azáleas de um dos meus pequenos canteiros


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domingo, 29 de março de 2020

SERÁ PRECISO FAZER UM DESENHO?

Há pessoas, e isto, independentemente da idade, pois não se trata somente dos mais velhos, que ainda não se aperceberam que o conselho, que já passou a ordem, FICAR EM CASA, é mesmo para não sair da própria residência.
Depois o que acontece? Isto... 




Vão para a varanda, durmam uma sesta, façam crochet ou tricot, saltem à corda, cusquem a vida dos vizinhos, mas pela vossa e nossa saúde, fiquem em casa. Arre!!



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